Dentro do carro, Creuzodete ficava cada vez mais nervosa. Sim, iria acontecer o inesperado a qualquer momento.

De repente, os olhos de Magali arregalaram, e Madame Creuzodete percebeu o que era.

– Pelo martelo e pela fogueira! Pelo martelo e pela fogueira! – Gritava Creuzodete, na esperança de esconder toda a verdade.

– Não adianta, Madame. Ela vai liberar a verdade! – Disse Berenice, com medo.

– Não se eu puder evitar!! – Gritou Creuzodete jogando o carro ribanceira abaixo.

________________________________________________

Cebola abriu os olhos e o cara estava de pé.

– Vamos, não temos muito tempo.

– Pra onde cê vai?

– Nós vamos salvar o mundo – disse João e o arrastou para fora.

_________________________________________________

Eles caíram no rio. Mas por sorte estavam vivos.

Eles pararam na parte rasa até chegar ao chão. Magali sentiu algo queimar dentro de si, e disse quando já não aguentava mais:

– Lunam nocte clamor. (“A lua chora esta noite”)

De repente, Magali se transformou em algo que já havia acontecido uma vez, quando Penha a possuiu (TMJ 63).

Viu que havia poder dentro de si, e sua primeira atitude foi ditar:

– Ad Maecenatem: Omnibus ut sanetur. (“Que todos sejam curados”)

Todos se levantaram, e Madame Creuzodete havia de dar explicações.

________________________________________________

– Ei! O que é isso? – Perguntou Cebola ao ver um papel que aparentemente havia caído do caderno de Denise. Nele era uma página de diário.

Querido diário, estou com muito medo do que pode acontecer comigo. Tento esconder de todos, e ainda ninguém desconfiou. Graças a Deus.

Meus amigos e eu precisamos salvar o Cinco Fios, se é que em minhas atuais condições eu tenho direito de chamá-lo assim. Mas temos que ser rápidos, não temos muito tempo.

Agora voltando ao assunto anterior... preciso de uma peruca nova. Os cabelos estão soltando, e como estou com câncer não dá pra sair careca por aí.

Ao ler essas últimas palavras, lágrimas escorriam do rosto de Cebola. Seria esse o fim de sua amiga Denise?