Buenos Aires , ARGENTINA. Quinta - Feira 06 de Março 2014.

– Prometo - falo inseguro - agora vai princesa , se não você vai se atrasar - falo dando um beijo em sua bochecha.

– Tá bom papai - fala ela retribuindo o beijo - tchau - corre indo em direção a entrada da escola e acenei para ela.

Me levantei e andei ainda com um pouco de dificuldade até o carro , senti uma dor em minha perna e levei a minha mirada até ela e percebi que a mesma estava sangrando , quando sangrar sempre tem que trocar o curativo.

Adentrei no carro e peguei a maleta que eu havia colocado para fazer os curativos do machucado. Tirei a camisa e olhei para o meu ombro que se encontrava com uma mancha vermelha na faixa.

Fui desenrolando a faixa até tirá-la totalmente mostrando os pontos e um pouco de sangue escorrendo. Peguei o algodão colocando um pouco do remédio e levando o algodão de encontro com o meu ombro fazendo me arrepiar com o remédio que estava gelado.

Limpei do jeito que a enfermeira me indicou deixando totalmente limpo. Peguei alguns gases colocando por cima e logo uma faixa nova , enrolei a faixa em meu ombro e terminando-a colocando uma fita para não escapar. Fiz o mesmo trajeto com a minha perna.

Guardei tudo que eu havia usado na maleta e despejando-a no banco de trás. Peguei as chaves colocando na ignição girando a chave e pisando no acelerador dando partida para a minha empresa.

Segurei firme no volante e imagens doces da minha princesa vieram a minha cabeça.

Alguns dias atrás ..

– Nunca imaginei que depois de 4 anos iriamos estar aqui , nessa praia , eu e você se amando - digo fitando-a sorrindo.

– Nem eu , você me faz bem León , meu coração é seu , assim como meu sorriso , assim como eu - diz ela acariciando o meu rosto e estava tão bom que permitir cerrar as pálpebras suspirando.

– Não quero te perder nunca mais , tirar você de mim é como tirar o meu ar , como tirar uma metade do meu coração - confesso sorrindo.

Dias atuais ..

Mas depois dessa lembrança uma lágrima atreveu a escorrer ao lembrar aonde minha pequena se encontrava agora , naquele estado , e nem sabia se voltaria.

Suspirei pesadamente e decidi afastar esses pensamentos pois já se encontrava em frente ao grande prédio V-Vargas. Fui com o carro em direção ao estacionamento e após aprovarem a minha entrada , entrei e estacionei o carro saindo e trancando , ativando o alarme.

Peguei alguns documentos por ter uma reunião hoje com uns clientes da Itália e fui em direção ao elevador e adentrei ao ver a porta se abrir e dei de cara com Liza a minha secretária.

– Olá , senhor Vargas - pronuncia-se ela dando um sorriso cordial.

– Olá Liza - digo apertando o botão cujo era do meu andar.

– Os clientes chegaram a uns 20 minutos , estão loucos lá , seu pai esta quase indo atrás de você - confessa ela soltando um riso pelo o nariz que foi acompanhado por mim.

– Exagerados - falo rindo.

As portas se abriram revelando meu pai tentando acalmar alguns Italianos que falavam em suas línguas algo que não pude decifrar , tivemos que ter uma tradutora para traduzir a reunião toda.

Caminhei em direção ao meu pai que me fuzilou com um olhar mortal.

– Não disse , ele já chegou - avisa o meu pai e os Italianos não entenderam nada - esse é o meu filho , o Leónard - completa e os clientes continuaram com as faces confusa.

– Ha detto , che è venuto a suo figlio- fala uma moça que com certeza deve ser a tradutora - Prazer , Melissa - completa estendendo a sua mão.

– Quindi cerchiamo di ottenere questo incontro , che cosa stai aspettando ? - fala uns dos clientes.

– Ele disse para começar logo a reunião - ajuda Melissa e fomos todos para a sala de reunião.

Horas Depois ...

– Finalmente - confessa meu pai suspirando cansativo enquanto alguns clientes saiam com um sorriso cordial no rosto - ainda bem que deu tudo certo , filhão - completa sorrindo e colocando a mão em meu ombro.

– Pois é , pai - respondo sorrindo.

– Como esta a Vilu , filho - fala enquanto caminhávamos em direção a minha sala.

– Ah , pai , ainda não visitei ela novamente - falo suspirando e praticamente me jogando na minha cadeira passando a mãos em minhas madeixas.

– Ela vai ficar bem filho , pode ter certeza - fala meu pai dando um sorriso torto.

– Eu espero , pai , espero muito , não sei como posso viver sem ela ao meu lado , como posso acordar nas manhas sem sentir ela ao meu lado , como posso respirar se ela que é o meu ar ? - indago confessando tudo de uma vez.

– Sabe , vocês me lembram eu e sua mãe quando éramos jovens - fala meu pai.

– Pai , tenho que buscar a Julia , já estou atrasado - falo olhando no relógio do celular.

– Tudo bem , filho - fala ele se levantando e fiz o mesmo.

( ... )

– Papai , você esta atrasado - briga a minha pequena tentando fazer cara de brava e cruzando os braços e ri com aquela cena.

– Desculpa meu anjo - falo dando um beijo em sua bochecha.

– Hmm , acho que só desculpo se fomos em um parque - fala ela animada e batendo palmas.

– Tenho outra escolha ? - indago pegando-a no colo e colocando no banco traseiro em sua cadeirinha.

– Não - fala soltando uma gargalhada.

– Bom , então vamos ao parque - me rendo fechando a porta traseira e indo até o banco do motorista.

– Ebaaa - comemora e coloco a chave na ignição e dou partida - papai , a mamãe já ligou ? - indaga ela depois de um silêncio e engoli a seco.

– Sim - menti - e mandou muitos beijos para você e disse que já estava com saudades - completei.

– Também estou com saudades dela papai - ouço ela choramingar.

– Já já ela volta , anjo - menti , mas talvez não , minha pequena poderia voltar a qualquer hora.

– Papai , aprendi o alfabelto inteiro hoje - fala ela e ainda bem que ela mudou de assunto.

– Alfabeto , anjo - corrijo-a e vi a mesma assenti.

Ficamos conversando o caminho ao parque brincando e dando risada , só ela e a minha pequena poderia fazer eu esquecer de todos os meus problemas , de toda a minhas tristezas , preocupação , as duas era o meu porto-seguro , minhas vidas , não sei o que fosse de mim sem elas ao meu lado para me fazer rir , mesmo com uma coisa tão sem graça.

– Chegamos - aviso.

– Ebaa - comemora e ri.

Estacionei o carro e desliguei o carro saindo e fechando a porta e logo abrindo a traseira do carro e tirando o cinto de segurança da cadeirinha da Juh e logo a tirando-a da cadeirinha.

Fechei a porta e tranquei tudo , fui com a Juh até a parte dos brinquedos e a mesma estava animada demais.

– Você vai lá brincar um pouco que jájá o papai vai lá com você , ta bom ? - falo fazendo cócegas nela.

– Pa-ra pa-pai - pediu e parei - ta bem - coloquei-a no chão e a mesma foi brincar com algumas crianças que havia ali por perto.

Fui em direção para sentar em um banco e esbarrei com alguém e logo vi cair no chão.

– Desculpa - peço ajudando a moça levantar e logo quando a moça se virou vi que era a minha prima que é de Portugal - Gery ?

– Leãozinho ? - indaga sorrindo um pouco nervosa , acho.

– Para Gery , ninguém me chama mais assim , acho ridículo - confesso bufando e a mesma ri.

– Pois bem , assim serás único - fala continuando a rir.

– O que lhe traz aqui ? - falo.

– Bom , és complicado , eu vim apenas para passar alguns dias , mas ouvi uns imprevisto lá na minha familia e tenho que voltar urgente - fala ela coçando a nuca transparecendo o seu nervosismo.

– Que pena - falo dando um sorriso torto.

– Pois é , mas eu volto Leãozinho , não fugirás de mim - fala rindo e acompanhei-a.

– Papa , quem é ? - indaga um serzinho mas conhecida como Julia.

– Papa ? Tens .. ér .. tens filha ? - indaga com um tom de tristeza misturado com raiva.

– Sim - falo pegando a Juh no colo - essa é a Julia , e anjo essa é sua prima Gery - apresento-as.

– Ela , és filha de Violetta ? - indaga suspirando e não estava entendendo bem , ainda mais que Gery não sabia da Vilu , ao menos conhecia.

– Como sabe ? - indago confuso - digo , como sabe sobre a minha pequena ? - esclareço

– Bom , sabes , sua mãe já comentou com a minha e ela não deixou de elogia-la para nós lá , pelo que eu sei , Violetta és uma linda guria , carinhosa , meiga e doce , parabéns Leãozinho - fala ela dando um sorriso amarelo - bom , tenho que ir , logo mas nos vemos - fala ela deixando nem eu se despedir e saindo do campo da minha visão.

– Papa , quero souvete - confessa Juh depois de um tempo.

– Hmm , primeiro quero o meu beijo - falo e a mesma me da vários em minhas bochechas - acho que agora podemos tomar o nosso sorvete e vejo-a comemorar.

Fomos até uma sorveteria e eu pedi de chocolate e a Juh de morango , a juh foi o tempo todo contando sobre o que aconteceu hoje na escolinha e eu a ouvia atentamente , era uma realização ser um pai , um sonho realizado , amava aquilo , não era uma obrigação , era um sentimento chamado , amor , um amor de pais era inexplicável.

Após um bom tempo deixei a Juh na casa da minha mãe para mim ir visitar a Vilu no hospital , precisava ao menos ouvir o seu coração puro bater. Cheguei no hospital e já como me conheciam me deixaram entrar e por sorte cheguei um pouquinho antes do horário de visita acabar.

Adentrei ao quarto aonde a minha pequena estava com as mãos juntos e desfalecida , parecia pálida , o que me aliviava era ouvir o barulho irritante sinalizando que a mesma estava viva , apenas adormecida. Fui em sua direção e toquei em seu rosto.

– Meu amor - chamo-a mesmo sabendo que não obteria uma resposta - estou com saudades sua , eu e a nossa filha - sorri ao falar nossa filha , me lembro o quão ela amava isso - preciso dos seus abraços , do seu carinho , preciso de você ao meu lado , ajudando-me a cuidar da Juh , preciso de você para tudo - confesso despejando um selinho em seus lábios gélidos e logo separando-os suspirando. - tenho esperanças que você volte logo - completo com sinceridade.

De algum jeito sentia , eu sentia que tudo o que eu falava ela podia ouvir , podia sim , só não tinha forças para responder , ou não , não sei. De algum jeito ela ouvia , fiquei mais alguns minutos com ela e logo me despedi com outro selinho e antes de sair conferir se o coração dela ainda estava batendo.

Sai dali com algumas lágrimas teimando a sair mas não permitir , precisava se forte , por a minha filha , por a nossa filha , precisava transparecer segurança , confiança para ela.

( ... )

Nesse exato momento estava dormindo com a Juh na cama e pensando na Vilu , a minha pequena , juh havia tido um pesadelo no meio da noite e não queria dormir sozinha , permitir a ela dormir comigo essa noite , cerrei as minhas pálpebras suspirando pesadamente.

Alguns dias atrás ..

– Quero olhar-te - canto fitando a mais bela rosa que eu já vi , aliás , a mais bela Violeta

– Quero sonhar-te - continua dando um sorriso bobo para mim

– Viver contigo cada instante - canto acariciando seu rosto

– Quero abraçar-te - canta entrelaçando as suas pequenas mãos em minha nuca

– Quero beijar-te - canto e em seguida lhe dou um selinho

– Você é o que necessito - canta e dando um leve suspiro

– Pois o que sinto é .. - continuo com um sorriso no rosto

– Amor - cantamos juntos e esboçando um sorriso apaixonado no final

– Para Sempre ? - indago segurando em sua cintura

– Para Sempre. - diz segurando em minha nuca e já selando os nossos lábios

Dias atuais ..

– Você vai voltar pequena - falo abrindo as minhas pálpebras e fitando o teto em que nós pintamos - eu tenho esperanças - falo por fim cerrando as minhas pálpebras e dando um leve suspirando adormecendo.