Atração Perigosa escrita por BTrancafiada


Capítulo 2
Capítulo I - TOM


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo, agora sim a história começa e espero que prenda você, leitor.

Booa leitura :))



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Minha filha sempre foi uma garota muito tímida, mas melhorou muito quando conheceu a extrovertida e animada Alison. Porém mesmo assim continuava com aquela expressão inocente e fácil de sua mãe quando mais nova.

Eu e Isabel, minha esposa, nos conhecemos aos 7 anos de idade, ao 13 tivemos nosso primeiro beijo e aos 17 nós nos casamos. Apesar de jovens, éramos muito maduros e sabíamos o que estávamos fazendo, ela fez faculdade de Artes e eu de Administração.

Logo depois que eu arrumei um emprego na empresa do amigo do meu pai compramos uma casa em Bel-Air e a vendemos pelo dobro, meses depois compramos uma casa no bairro onde nos conhecemos, pois queríamos ficar perto dos nossos pais e minha mãe estava doente naquela época.

Ela desistiu da Lua de Mel para me ajudar e cuidar da minha mãe, porém dois meses depois quando minha mãe teve uma melhora viajamos para Paris.

Logo depois de alguns anos nossa condição financeira melhorou e 5 anos depois tivemos nossa primeira e única filha, Rachel. Nosso casamento continuou sólido, poucas vezes brigávamos e na maioria voltávamos a nos falar em minutos.

Posso dizer que apesar de todos esses anos de casamento e de ambos termos mudado muito fisicamente, ainda sentimos atração um pelo outro e eu não pretendo e nem acho que a trocaria por ninguém.

Por isso mesmo, para provar meu amor, estou retocando o teto da parede pintando de azul-turquesa, como ela sempre quis, apesar de ser bem alto é claro que eu não consigo alcançar o teto. Por isso estou em cima de uma escada bamba e velha.

Minha filha e sua amiga, Alison foram fazer compras fora da cidade, pois segundo elas não há nada de mais humilhante do que não ter a nova coleção da Victoria’s Secrets.

Por isso chamei meu fiel amigo e novo vizinho, Troy, para me ajudar com o trabalho. Eu não queria ele aqui em casa, pois Ray parece bem interessada no bronzeado de olhos azuis, mas eu precisava dele.

Troy molhou o pincel na tinta e me entregou.

— Sabe, Sr. Tom, eu adoro essa sua casa. – comentou jogando os cabelos para o lado e admirando uma parte da cozinha. – É grande, animada e parece que todos gostam. Rachel gosta?

— Ah, sabia que faltava uma pitada da Rachel aí. – zombei logo dando uma risada e o fazendo corar de vergonha. – Obrigada pelos elogios, Rachel gosta sim.

— Ah, ela é uma ótima garota. – murmurou enquanto pegava o pincel da minha mão. – Senhor, a tinta acabou. Tem mais?

— Aham, há duas latas no sótão. Pegue as duas, Troy. – respondi enquanto via ele se afastar.

— Tom, pode me ajudar? Estão pesadas, senhor! – gritou lá de longe.

Xinguei e depois olhei para cima rezando para que ele tivesse pego as tintas certas, desci um degrau e depois só ouvi um grande barulho e eu estava no chão.

Na verdade, não totalmente caído já que minha perna direita ficou presa entre os degraus da escada e me impedia de cair. Gritei Troy que veio correndo com apenas uma lata na mão e praticamente chorou de tão desesperado.

— Liga pra minha esposa e explica o que aconteceu. – ajudei ele que logo correu para pegar o telefone enquanto perguntava se eu estava bem.

Alguns bons minutos depois minha esposa retornou com uma ambulância e os enfermeiros me ajudaram a sair daquela enrascada. Troy se ofereceu para continuar pintando a casa e esperaria Rachel para dar o recado.

É claro que saí de casa relutante, pois não gostei nada da ideia de Rachel ficar sozinha com Troy lá em casa.

— Tom, a Alison estará lá. – lembrou-me minha esposa ficando ao meu lado na ambulância.

Depois de alguns exames o médico avisou que eu havia quebrado a perna e que ficaria com o gesso por pelo menos um mês ou mais.

— Merda! – xinguei saindo da sala com a muleta e o gesso pesando em minha perna. – Esse mês eu tenho importantíssimas reuniões e acertos com algumas companhias!

— Amor, já conversamos sobre isso. – Minha esposa me advertiu enquanto entrávamos no táxi. – Saúde em primeiro lugar.

Enquanto íamos para casa minha amada contou como foi seu pequeno turno no trabalho, além de confessar que achava que ganharia uma promoção, pois havia vendido 7 peças de arte em dois dias.

Chegamos em casa e para minha decepção Troy e Rachel se beijavam no sofá enquanto Alison preparava um lanche para nós na cozinha, ao nos ver os pombinhos se separaram e Troy logo avisou que iria embora, porém minha esposa pediu para que ele ficasse um pouco mais.

— Eu não sei se cozinho muito bem. Mas sou ótima em comida japonesa. – Alison entrou com uma bandeja na sala acompanhada de Rachel que carregava a mesma coisa.

— Você cozinhou, querida? – perguntou minha esposa.

— Não, ela fez tudo, não é, Ali? – Rachel a cutucou com o cotovelo.

— Ah, sim. – ela respondeu colocando o objeto na mesa e pegando seu prato. – Por que diabos vocês têm sushi ‘pronto’ em casa? – Todos nós rimos e assistimos ao programa da tarde enquanto nos deliciávamos.

Troy anunciou que iria embora e Rachel o levou até a porta com a desculpa de agradecê-lo pela pintura, mas da sala deu pra ouvir os beijos nojentos e muito joviais deles.

Alison e Rachel subiram para o quarto de minha filha logo depois pulando e trocando risinhos de felicidade. Minha esposa foi lavar a louça e eu acabei adormecendo no sofá.

Acordei com beijos de minha amada Isabel.

— Ainda bem que me acordou. – A puxei para outro beijo sorrindo enquanto ela alisava minhas costas. – Vou ligar para minha secretária e desmarcar tudo para este mês, tirarei férias.

— Ah, sobre isso, amor... – Ela se afastou e alisou o cabelo. – Comprei passagens para mim e Rachel passarmos algum tempo das férias no Hawaii. Mas se quiser eu desmarco tudo. Eu não incluí você porque você disse que este seria o seu verão de trabalho, então...

— Não, não sem problemas! – Sorri, admirando seus cabelos ruivos caírem sobre mim. – A única coisa é que precisarei de ajuda para me locomover em casa e com as tarefas.

Neste momento as meninas desceram.

— Eu preciso de dinheiro para a formatura. Minha mãe deve estar preocupada, tchau. – A loira acenou para a gente da escada e foi embora pegando suas sacolas na entrada da casa.

— Até amanhã, amiga! – Rachel se despediu e subiu novamente.

***

No jantar, todos nós já havíamos tomando banho e estávamos prontos para dormir. Minha esposa havia servido o jantar – que era o resto do lanche que Alison preparou para nós – e se sentou ao meu lado.

— Vamos agradecer ao Senhor pelo alimento de hoje. – começou minha esposa como de costume e nós a acompanhamos na oração. Logo depois começamos a comer falando como foi nosso dia.

— Nossa, essa sua amiga cozinha muito bem. – elogiei alisando a mão de minha filha que sorriu.

— Alison é boa na maioria das coisas que faz. – ela comentou tomando um gole do suco em seguida.

— Nossa! Você gosta tanto dela, ela parece perfeita. – Isabel brincou piscando para mim sem nossa filha ver.

— Ah, ela é péssima em costuras. Além disso, ela acha que coral é vermelho. E ela é muito, muito debochada com as pessoas. – minha filha confessou e nós rimos em seguida. Alison era uma garota bem divertida, sempre brincando com todos e fazendo piada de algo sério – eu gostava do jeito dela.

Terminamos o jantar discutindo sobre quem lavaria a louça e Rachel acabou perdendo a discussão. Eu fui dormir e Isabel foi colocar comida para Roby, nossa cachorra.

***

No dia seguinte minha esposa e Rachel estavam arrumando as malas quando Alison bateu na porta trazendo com ela Roby que entrou correndo pela casa fazendo a jovem berrar de medo e correr para o sofá.

Enquanto expulsava nossa cachorra todo atrapalhado pelo peso do gesso eu ria da adolescente que tapava o rosto de vergonha no sofá. Voltei pulando de um pé só para o sofá e me sentei na cadeira diminuindo o volume da TV.

— Elas estão lá em cima. – avisei sorrindo.

— Na verdade, Ray me mandou esperar aqui embaixo para o café. – ela respondeu colocando uma mecha do cabelo para trás da orelha e pegando o celular em seguida.

“Crianças e essas tecnologias”, pensei mudando de canal.

— Ela irá descer daqui a pouco. – Alison disse do nada e eu fingi não escutar para ela não se constranger por ser maluca e... Minha filha descia a escada.

— Como você sabia? – perguntei esperando uma daquelas respostas de filme de ficção-científica para adolescentes e minha filha riu mostrando o celular.

Hello, estamos no século XXI! – zombou de mim. A amiga e ela foram para a cozinha enquanto a amiga contava que foi atacada pelo animal de estimação enorme que ela tinha.

Minha esposa desceu com minha muleta e me deu um beijo. A puxei para mais perto e ela sentou em meu colo na perna esquerda – a sem gesso – e ouvi risadas de Ali e sons de nojo de Ray.

— Café está na mesa, Romeu. – chamou minha filha enquanto se sentava. Sentamos como de costume e fizemos a oração.

Quase no fim da refeição, Ray pediu para que prestassem atenção nela.

— Eu preciso ir. – Alison avisou assim que terminou de ver o celular, deu um beijo na amiga e saiu correndo para fora. Rachel suspirou irritada com a saída repentina da amiga, porém continuou:

— Bom, pais. Eu tenho uma proposta para vocês, a Ali precisa de dinheiro pra faculdade e você de uma cuidadora que tal ela? – Minha filha sugeriu

— Por mim tudo bem. – comentei voltando a comer. – E pra você, amor?

— Não sei não. – minha esposa disse mostrando dúvida. – Ela não é profissional e na hora do banho?

— A gente não contratou a enfermeira só pra banho, que tal? E ela aproveita e dá os remédios. A Ali fica só pra vigiar, fazer comida e limpar a casa. – Ela bebeu um pouco de suco enquanto Rachel argumentava. – Por favor!

— Faremos um teste. A Geanini, a enfermeira, virá amanhã à tarde e Alison agirá como se já estivesse contratada, O.K.? – minha esposa cedeu e logo em seguida minha filha começou a nos abraçar e nos beijar enquanto sorria de alegria.

Depois a Roby foi para o Pet Hotel - já que com a perna quebrada eu não poderia cuidar dela.

De noite fiquei muito ansioso pelo teste da amiga de Rachel. Se fosse contratada, pelo menos ela não era feia.

Pelo contrário, era maravilhosa.


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Notas finais do capítulo

Posto o próximo com um comentário.