Atração Perigosa escrita por BTrancafiada


Capítulo 17
Capítulo XVI - ALISON


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários, meninas. Estou muito feliz de saber que vocês estão adorando a história.
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Booa leitura :))



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17.

Esse número é a primeira coisa que penso assim que acordo esta manhã. Ligo o celular e logo as notificações começam a aparecer, mensagens em todos os aplicativos baixados e e-mails chegam sem parar.

Levanto da cama e me olho no espelho tentando achar uma mudança inexistente e rio de mim mesma observando meu reflexo.

Desço as escadas correndo esperando encontrar Tom para lhe beijar e lhe abraçar, mas encontro a casa silenciosa e vazia. Vou até a sala e encontro um cupcake com uma vela minúscula em cima e uma caixa de fósforo ao lado. Chego mais perto sorrindo e vejo um papel pequeno nele está escrito com uma letra delicada e masculina um recado para mim.

Doce Alison,

Acenda esta velinha e depois devore este bolo.

Fui à padaria prometo voltar logo - não se preocupe Troy está dirigindo.

Parabéns,

Seu Tom.

Acabo de ler e leio novamente. Depois repito o ato desta vez em voz alta.

Seu Tom. MEU Tom.

Vou até a garagem, mas o carro não está lá. Depois vou para o jardim na parte de trás e admiro a piscina enorme já pensando na minha primeira diversão de aniversário. Piscina.

Subo animada e coloco meu biquíni. Desço as escadas com meu celular na mão e ao chegar à varanda começo a passar protetor solar.

Espero alguns minutos sentada em uma cadeira que fica bem de frente para o Sol e respondo as mensagens de aniversário, retorno à ligação de mamãe e confirmo minha presença na minha festa hoje à noite.

Após o protetor ter feito efeito, coloco o celular na cadeira e pulo na piscina, a água explode para fora enquanto meu corpo imerge e eu agarro meus joelhos debaixo d’água sorrindo e vendo as bolhas subirem à minha frente.

Vou nadando até a outra ponta da piscina e pego uma boia que é em forma de espreguiçadeira e fico por cima dela tomando sol e me molhando quando o calor chega ao ápice.

Ouço o som de Tom pigarreando e logo abro os olhos. Ele está sem camisa agora, usando apenas uma bermuda e está de braços cruzados.

– Está aqui há muito tempo?

– O suficiente pra saber que você tem uma bunda linda. – Ele pisca para mim e eu fico vermelha de vergonha. Mergulho algumas vezes.

– Eu adoraria que você estivesse aqui dentro também.

Ele ri e aponta para o pé quebrado.

– Vem. Vamos ver se você gosta do meu presente. – Ele me chama e fica de costas prestes a sair.

– Tom. – Eu o chamo e saio da piscina bem devagar, ele ri e eu pulo para dentro da casa após pegar meu celular que fica molhado.

Eu me seco e nós estamos em pé no meio da sala um de frente para o outro, chego mais perto e começo a beijar seu peito, depois vou descendo e enfio a mão em seus bolsos, ele arregala os olhos.

– O presente está aqui? – Mordo sua coxa e ele chega pra trás assustado.

– Não me tente! – Ele me levanta e se ajoelha com dificuldade à minha frente. Começo a rir e ele pega uma caixinha preta do bolso esquerdo na parte de trás.

Ele estica o braço em minha direção e abre a caixa, dentro há um pequeno anel com uma lua no centro que quando ele mexe um pouco a mão para tirar o objeto da caixa e o enfeite encontra a luz brilha ficando azul e depois branco novamente.

Estico a mão e ele coloca a jóia no meu dedo indicador.

– Neste dedo ninguém vai suspeitar de nada. – Ele beija a minha mão e se levanta com minha ajuda. – Gostou?

Estico a mão e admiro a mesma com o anel. Pulo sobre ele esquecendo de sua perna e nós caímos no sofá. Estou rindo, mas ele está gemendo de dor e começa a alisar a coxa.

– Puta que pariu! – Eu saio de cima dele e vou pra cozinha procurar um analgésico. – Não se move!

Volto com o remédio e um como d’água na mão, ele engole o comprimido rapidamente e bebe um pouco da água.

– Vou preparar o almoço. – anuncio depois de me certificar que ele está bem e que sua perna não vai doer mais. – Ah, Tom, eu vou passar essa noite na casa da minha mãe.

– Sem problemas. Mas vai dormir aonde?

– Na sala. – Entro na cozinha.

Chamo Tom para a sala de jantar e ele vem desta vez andando com a ajuda da muleta. Sentamos um de frente para o outro, ele encara o prato e seu rosto se contorce em uma careta.

– Ei! Nem venha com esta cara. – reclamo sentando e já enchendo meu garfo. – Hoje é meu aniversário, eu não tinha nem que chegar perto da cozinha.

Comemos desta vez conversando mais do que nunca, apesar da maioria da conversa ter sido ele reclamado de comer arroz, bife e salada. Depois falamos de aniversários, presentes que mais gostamos e dos que mais odiamos.

Lavei a louça e subi indo trocar de roupa, ele veio logo atrás.

Ficou sentado na cama, enquanto eu pegava um vestido branco redando e curto mesmo. Entro no banheiro e tomo um banho.

Depois me seco e me visto. Passo hidratante no rosto e um batom, calço os chinelos que achei pela casa e abro a porta.

– Não olhou pela fechadura, olhou? – brinco jogando a roupa suja no cesto.

– Não. Eu não conseguiria ficar tanto tempo agachado com a dor que sinto. – Eu sento na cama em cima do travesseiro.

– Lamento, é que eu adorei o presente. – me desculpo e ele ri apertando minha bochecha e eu me inclino para beijá-lo. Chego mais perto e com muito cuidado sento na coxa esquerda dele, começo a beijá-lo com mais intensidade, bagunçando seu cabelo enquanto ele alisa meus peitos cuidadosamente sobre o vestido.

Quando ele tenta colocar a mão por debaixo do meu vestido para alisar minha coxa, retraio meu corpo e paro de beijá-lo olhando para ele meio brava e ele parece envergonhado.

– Desculpe. – Ele retira mão e começa a beijar meu pescoço e depois morde minha orelha. Relaxo em seus braços e ele se deita ao meu lado.

Sua mão está alisando minha barriga – ele também usa o anel no mesmo dedo, só que a Lua é menor - e eu estou de olhos fechados com o rosto encostado no travesseiro. Não sei o que dizer e enquanto a mão dele desce fico tão envergonhada que paro de olhá-lo.

Meu corpo está esquentando cada vez mais e por mais que Brad já tenha feito isso comigo, em suas mãos parecia mais erótico do que apaixonado e com Tom parece os dois.

Ele sobe meu vestido e morde de leve meu ombro, ele continua do meu lado, só sua mão se move. Ele alcança minha calcinha e começa a me alisar por cima do tecido.

Quando ele para estou molhada e ele vira meu rosto para o dele e me dá um selinho. Abaixo meu vestido e abro os olhos finalmente.

– Precisamos viver isso sem medo. Em segredo. – Ele me beija delicadamente de novo, estou tão apaixonada que nem reclamo quando ele morde meu lábio e machuca um pouco.

– Tudo bem, eu aceito isso. – Fico olhando o anel e me pergunto o porquê de uma Lua. – Por que a Lua?

– É um anel de família. – Ele alisa meu dedo. – A Lua é um amor proibido, danificado e inalcançável. Mas mesmo assim está sempre lá no fim do dia.

– Ai que lindo a história. Mas é um anel de família... Por que não deu à Isabel?

– Eu só posso dar a uma filha ou a uma pessoa muito especial. É que todos na minha família, de um jeito ou de outro, tiveram algo em segredo com outra pessoa. – Ele alisa meu cabelo. – E você dará à nossa filha.

– E você quer ter mais filhos? – Pergunto puxando-o pela gola da camisa e passo meus lábios nos dele sem beijar.

– Se forem com você. Por que não? – Ele me puxa para mais perto e sua mão encosta em minha bunda. – O que acha de praticarmos?

Eu o empurro com um pouco mais de força do que era necessário e ele parece assustado.

– Vamos com calma, ok? Eu não quero engravidar agora. E eu ainda sou virgem.

– Desculpe. É que Brad é tão...

– Não tem só a ver com Brad. Tem a ver comigo também! – Meu tom saiu estressando e é por isso que estou me afastando agora. Sento na cama e fico olhando a janela.

– Eu sei, eu...

– Tom, só sai daqui. – pedi falando baixinho. – Preciso pensar sozinha.

– Alison, me desculpe. Eu não queria te ofender. – Ele sai da cama, sei disso porque sinto seu peso indo embora. Ele alisa meu ombro e se afasta.

– Vou pro meu quarto. Vou dormir. – Ouço a porta bater e me viro, quando vejo que ele realmente saiu, me ajoelho na cama e começo a chorar.

De raiva por ele não me respeitar e depois de mim mesma por ser tão imatura e fraca. Eu podia ter dito mais algumas coisas percebo agora, mas sei que não conseguiria.

Sabia que me envolver com ele envolveria sexo mais do que eu gostaria. Ele é mais velho e mais experiente, viveu anos no mesmo casamento e eu sou a amante. O que amantes dão? Sexo.

Conheço Tom, sei que para ele não é só isso. Mas é isso também. Saio do quarto e desço as escadas, vou até a cozinha para poder comer algo e beber uma água.

Depois que mordo uma maça o telefone toca e eu corro para atender. É Rachel.

Suspiro e atendo.

– Oi, aniversariante!

– Oi, havaiana falsificada. Nunca mais ligou...

– Nem você. – Sei que ela não está brava, mas as palavras e o modo que foram ditas saíram até como uma repreensão. – Desculpe. Papai está? Mamãe quer falar com ele.

– Não. Quer dizer ele está, mas está dormindo. – minto engolindo em seco com medo de que ela desconfie.

– Nossa, papai nunca dorme essa hora... – Parece desconfiada, desvio meu olhar dos dígitos do telefone como se isso fosse fazê-la acreditar mais em mim. – O que você fez para deixá-lo tão cansado?

– Rachel!

– Ok, desculpe. Isso saiu com um duplo sentido. – Nós duas rimos baixinho. – Ok, tchau! Só liguei pra isso mesmo.

– Nossa...

– Parabéns, bobinha! Muitas felicidades e homens na sua vidaaaaaaa! – Ela prolonga o “a” como é de costume. Depois ri e bate palmas.

– Obrigada, idiota. Tchau. – desligo o telefone quando Tom aparece na escada.

Seu cenho está franzido e sua boca um pouco rosa, seus olhos estão vermelhos e parece que ele chorou. Tento não me concentrar o quão fofo ele fica assim e viro o rosto.

– Quem era?

– Minha irmã Silver. – Minto.

– Pensei ouvir o nome de Rachel.

– Sim, fui eu. – respondo. – É que ela queria confirmar qual o nome dela...

– Ah, você já vai?

– Sim. – respondo prendendo meu cabelo com uma caneta da mesa e colocando óculos escuros.

– Pensei que fosse mais tarde. – murmura balançando a cabeça parecendo meio confuso.

– Você estava errado. – Pego meu celular na bancada e tento não ligar pro duplo sentido, envolvendo o que ele tentou fazer no quarto e isso, do que eu disse. – Mais alguma coisa? – Ele não responde, apenas balança a cabeça novamente. Vou em direção a porta e giro a maçaneta.

– Alison, me desculpe.

– Está tudo bem. – É tudo que digo antes de fechar a porta atrás de mim. Sei que não está e que menti pra ele duas vezes, mas ele merece um pouco de omissão também.

Ele falou de mim e da minha primeira vez como o fato do Brad ser tão... Descolado fosse o motivo para transar com ele como uma coelha.

É vovó que abre a porta para mim, ela não parece nem um pouco animada. E quando entro na casa e olho para a cozinha sei o motivo de sua cara de brava, vovô está conversando com uma vizinha irritante e fofoqueira e ele não tira os olhos do peito dela.

Vovó é tão alta que quando a abraço minha cabeça ainda fica embaixo de seus seios. Ela é maravilhosa e eu a amo – apesar dela não demonstrar – sei que me ama também.

Ela é professora de Ballet na nossa cidade vizinha e sua escola é muito cheia e aclamada pela crítica de dança. Há pessoas de todos os lugares, lembro que quando era mais nova ela sempre quis que eu aprendesse porque mamãe é um fracasso – mas eu também sou.

Depois que fiz quatorze anos resolvi me entregar totalmente ao Ballet e até me apresentei em uma peça, mas não como a principal...

– Barriga pra dentro, peito pra fora e pula! – Vovó ditava a coreografia enquanto eu fazia os passos. – Esquece, Alison. Você vai ser a macieira.

– Mas vovó...

– Você tem muito peito! – Ela me repreendeu e todas olharam pra mim. Fui pro canto da sala ouvindo algumas risadas e Rachel veio se sentar ao meu lado.

– Ter muito peito é bom às vezes. – ela disse.

– Start, venha aqui na cozinha receber sua neta, seu velho tarado! – Vovó grita para meu avô que revira os olhos e vem me abraçar.

– Margareth, não seja tão amarga. – Ele reclama depois me que solta e eu fujo de mais uma briga deles e vou cumprimentar meus avós paternos e meus pais. Sam está aprendendo a tocar violão com Phill enquanto Silver canta no canto da sala.

– Cadê Tom, Alison? – Mamãe pergunta trazendo suco de maracujá, isso é tão infantil que tenho vontade de vomitar.

– Não vem. Dor na perna. – respondo enquanto Silver me olha com os olhos arregalados. – E até me liberou mais cedo.

Ela continua a cantar, mas agora levanta os ombros e os abaixa. Este deve ser o primeiro aniversário que não pensei em nada mais ouzado para fazer. Mas sei que se Carlos não me ligou até agora é porque ele tem algo a fazer.

Quando são 18:00 Silver me chama para me arrumar e meus avós – todos – já estão dormindo, mamãe está arrumando a sala e papai limpando a cozinha.

– Silver, não quero sair! – insisto enquanto ela joga uma caixa de roupas minhas na cama dela. Ela nem liga, vai para o meu quarto novamente bagunçando todo meu guarda-roupa e Carlos aparece na porta do quarto de Silver.

– Por favor, me diz que não está nua. Eu detestaria de ver seus enormes seios! – Ele tapa os olhos e Silver ri.

– Trouxe? – É tudo o que ela diz. Ele tira a mão do rosto e me examina de calcinha e sutiã apenas.

– Eca. – Ele joga a mochila no chão. – Aqui está.

Silver desfaz o pacote e tira um lindo vestido preto com pequenas cerejas ao redor, é lindo e parece confortável.

– Meu presente, docinho. – Ela me entrega. – Vista enquanto eu procuro um sapato e uma bolsa. – Não discuto com eles, até porque adorei o vestido e preciso festejar um pouco. Beber e beijar.

Tiro a roupa e coloco vestido que cai muito bem em meu corpo, amarro o laço que tem no meio e abro a porta do banheiro. Calço os sapatos levemente rosado e pego a bolsa que usei recentemente em forma de flor, coloco meu celular, o corretivo na mão de Silver, meus documentos e as chaves da casa de Tom e Alison.

LOOK DA ALISON

Carlos me faz sentar na cadeira da penteadeira e Silver começa a me maquiar enquanto ele faz meu cabelo. Sinto Carlos tirar meus brincos e colocar outro que são um pouco pesados.

Minha querida irmã do meio está demorando muito nos meus olhos estou com medo de que ela me deixe tão maquiada quanto um travesti e começo a pedir para ela parar.

Meus olhos estavam bem marcados, não conseguia entender se era lilás ou cinza, mas gostei. Estou com cílios postiços e pela primeira vez o lápis de olho não está borrado. Minha boca está bem vermelha como de costume e brilhante.

Quase grito quando vejo que Carlos colocou aplique no meu cabelo e depois o prendeu em um toque sotisficado complicado e os brincos ficam em destaque.

MAKE/HAIR DA ALISON

– Vocês são malucos. Mas está tudo maravilhoso! – agradeço dando um abraço nos dois e eles vão se vestir.

Carlos sai de terno e gravata borboleta, cabelo molhado de gel para trás e... Aquilo é gloss?

Silver volta de vestido amarelo com bolinhas pretas e saltos altos da cor do vestido. Seu cabelo está preto com um alto coque na cabeça e seus olhos estão claros, mas com o delineador de gatinho.

Quando chego na porta de casa Phillip está vestido no mesmo estilo que Carlos e está segurando a porta do carro para mim.

– Valeu, cunhado. – Entro no carro ao lado de Carlos. – Onde está Brad? - Silver me entrega luvas pretas de época.

– Você não terminou com ele? – pergunta Carlos com desdém e encontro o olhar envergonhado e preocupado de Phillip no retrovisor.

– Não, eu...

– Eu passo na casa dele. – Phillip diz antes de Carlos, suspiro não quero fazer isso. Quer dizer, quero. Mas não assim...

– Não. – Coloco a mão no ombro dele que está dirigindo. – Vá direto pra onde vocês têm que me levar.

Phillip para em frente a um clube de Jazz bem famoso da nossa cidade e eu fico rindo quando a moça da recepção pega minhas luvas e sorri. Entramos e já fico contagiada pela música.

– Eis aqui o meu presente. – Carlos aponta para o palco e Zac Efron. Sinto que minhas pernas estão tremendo tanto que se eu der um passo eu caio. O bar está bem cheio e as pessoas começam a aplaudir enquanto Phill me leva até o palco.

Ele me pega pela cintura e me coloca ao lado de Zac que logo me puxa para dançar.

Isso é um sonho. Só pode.

O perfume dele é tão cheiroso e viciante. Ele coloca a mão sobre meus cabelos e eu deito a cabeça em seu ombro, ele pega a minha mão e começamos a andar em sintonia. Andar em sintonia... Ah, estamos dançando.

– Seu amigo disse que você ficaria mais empolgada. – Ele sussurra em meu ouvido e parece que quebro um gelo que tinha sobre meu corpo.

Dou uma risadinha enquanto as palavras dele giram em minha mente várias vezes até eu compreender de verdade. Quando vou responder, ele nos afasta e coloca a mão na minha cintura.

– Eu ainda estou tentando descobrir onde comprar o seu perfume. – brinco enquanto ele me gira. A música fica mais animada e nós descemos do palco ficando no meio da multidão de pessoas que eu conheço e outros do curso.

A música fica mais animada e ele me solta nós começamos a mexer os joelhos e rir juntos. Ele é tão bonito...

Do meu tamanho, ombros largos, rosto quadrado e barba bem feita. Cabelos bagunçados e louros e aí vem aqueles olhos azuis e pequeninos maravilhosos e fofos e... A boca. Ai meu Deus a boca... Pare de olhar. Pare de olhar. Não paro.

– Você vai ficar até o fim?

– Se você continuar olhando pra minha boca, claro! – Ele me puxa e me gira depois me solta rapidamente e eu fico um pouco tonta. Silver está no maior amasso com Phill ao nosso lado enquanto Carlos está no bar bebendo.

– Desculpe.

– Venha, Carlos reservou um espaço pra nós. – Ele me oferece o braço e eu aceito. Silver pisca pra mim quando se solta de Phill e eu fico rindo.

Meu coração está tão acelerado é tão engraçado que eu que sempre julguei Rachel, dizendo que jamais ficaria abobalhada na frente de um garoto como o Zac agora estou sem falar enquanto ele enche uma taça de champagne.

– Cara, você é muito lindo. – elogio quando saio do transe e decido parecer um ser humano normal.

– Obrigada, Alison. Eu meio que fiquei desconfiado quando Carlos me mostrou a foto. – Ele senta ao meu lado e eu pego uma taça. – Você está namorando?

Engulo em seco e depois enfio quase todo líquido borbulhante goela abaixo. Meu corpo fica quente e depois relaxa esfriando devagar.

– Não, não. – Encho mais meu copo bebendo em seguida parece tão bom se desligar de tudo... – Por quê?

– Nada, é que eu realmente achei você bonita. – Ele alisa meu rosto e eu me inclino um pouco mais para perto dele, abro os olhos quando ele começa a me beijar e fico o encarando assustada.

Namoro Brad, estou pegando o Tom – que é casado – e agora estou beijando Zac Efron. Sou uma vaca muito sortuda.

Agarro seu ombro e o puxo para mais perto e nós largamos o champagne na mesa. Ele fica entre as minhas pernas e está em cima de mim enquanto a gente se beija sem parar.

Ele beija muito bem. Qual é! É o Zac Efron e é claro que ele beijaria bem!

Quando nos afastamos ele morde meu lábio bem mais devagar e carinhosamente do que Tom e sinto um pouco de vergonha ao me lembrar dele.

– Nossa. – Ele diz e sinto o cheiro de champagne sair de sua boca. Nós ficamos rindo e depois conversamos sobre carreira, fama, sonhos, relacionamentos – nos beijamos mais duas vezes – e depois de música.

Dançamos um pouco, assistimos a um filme pela televisão da sala e nos beijamos ainda mais. Posso dizer que de muitos famosos com quem já cruzei – no sentindo de encontrar – Zac é o mais engraçado e paciente, não se importou em tirar duas fotos comigo com a mesma pose e nem de tirar mais cinco (uma delas um selinho e eu filmei um beijo bem empolgado da gente).

E ainda me deu o celular dele e é claro que eu liguei pra confirmar. Foi embora mais tarde do que estava no contrato e eu fui pro salão de volta, conversar com Silver e depois beijar muito.

– Phill, - eu agarro ele pela gola da camisa já bêbada. – se contar algo a Brad eu nego até a morte!

– Você esfregou na cara de todo mundo que beijou o Efron, você postou no Instagram. – Ele me empurra envergonhado.

– Continue guardando segredo. – Mexo em sua roupa fazendo biquinho. – Ou eu beijo você aqui e falo pra Silver que você deu em cima de mim. - Ele tira a minha mão de perto dele e sai do bar.

Minha cabeça começa a girar e eu só paro de beber quando vou ao banheiro e vomito como um alien. Estou olhando a privada enquanto meus braços estão em minha barriga e meu estômago não para de doer.

Minha garganta fica seca quando termino de jogar pra fora toda a bebida que ingeri e começo a chorar. Empurro a porta da cabine do banheiro e me jogo para pia, abrindo a torneira em seguida e começo a jogar água em meu rosto.

A maquiagem desmancha e começa a borrar meu rosto, mas continuo quando não pareço tão derrotada uso todos os papéis do banheiro e seco meu rosto. Em seguida passo o corretivo e saio à procura de Silver e Carlos.

Encontro-o beijando o barman que eu peguei há alguns minutos e vou até ele envergonhada. O puxo pela manga da camisa e ele reclama.

– O que diabos...

– Me leva daqui agora. – E vou andando em direção a saída.

Naquela manhã acordo com meu pai e minha mãe sussurrando com Sam, ele não parece nem um pouco feliz sua cara parece tão amassada quanto a minha.

Levanto do sofá e fico sentada assistindo TV como meus avós, vou para cozinha e faço um café bem forte. Caminho até o armário que fica bem de frente para a sala, eu olho para mesa e Sam está chorando. Todos na sala estão o olhando, porém calados.

– Vocês estão se-separados? – Ele soluça e seca as lágrimas com a mão esquerda.

Mamãe e papai não falam nada, apenas assentem e soltam suas mãos que estavam juntas. Apesar de já ter passado por isso, isso me dói um pouco porque dar as mãos era um ato bem comum e único deles.

Continuo fazendo meu café, só paro um pouco quando vejo Sammuel correr para a parte de fora da casa e entrar na cabana verde que ele mesmo montou ontem.

Coloco um pouco do café em outra xícara e saio em direção à chuva. Tampo as xícaras e entro na cabana com um pouco de dificuldade.

Sam esconde o rosto enquanto eu ofereço uma xícara de café. Não falo nada e espero ele se virar. Ele engole o líquido rápido e rimos um pouco quando ele coloca a língua para fora como se isso fosse esfriá-la.

– Vai ficar tudo bem, Sammuel. – eu digo e bebo meu café com cuidado.

– Eu sei. Mas é meio surreal, sacou? – Ele agarra os joelhos. – Pode me deixar sozinho?

– Claro, aliás está ficando muito frio aqui. – Pisco para ele e abro a frente da cabana. – Está tudo bem.

– Você diz isso toda hora, sabia?

Eu dou uma risada e lhe entrego uma xícara.

– Eu sei. – digo antes de sair, quando estou quase fechando, ele põe a mão sobre a minha e diz:

– Obrigada. – Ele mexe a xícara, uma parte de mim gosta disso a outra sabe que ele não está agradecendo apenas o café. Os pingos de chuva começam a cair sobre mim e molha todo meu cabelo.

Ouço uma buzina, Brad sorrindo no carro e me chama com a mão vou correndo certa de que irei terminar com ele.

– Gostou do seu presente? – Eu o beijo na bochecha.

– Onde deixou?

– Na casa de Tom, ontem à tarde.

– Não dormi lá. – Dou de ombros.

– Vamos tomar um café no Starbucks.

– Você sabe que não gosto de lá. – Eu coloco os cintos e fecho a porta.

– Você cheira a café. – Ele me puxa para um beijo e eu apenas lhe dou um selinho, ele dá de ombros e arranca com o carro.

– O que houve com seu irmão? Participei daquele acampamento, reconheci o símbolo na cabana.

– Nada, são meus pais. – Eu bebo meu café e me contorço na cadeira por ter gostado um pouco do gosto amargo que deixa no final. – É bom.

– Sabia que iria gostar. – Ele pega minha mão e percebo que ela está fria e percebo que estou morrendo de frio. Estou de calças largas de um pijama velho de mamãe, um casaco e um top novo que comprei na VS, ilógico, eu sei, mas estou na América.

– Brad, precisamos conversar. Sobre nós dois. – Está muito frio. Percebo isso agora que entram e escancaram a porta, é Trudy da lavanderia ela acena para mim e eu dou um sorrisinho.

A chuva não para lá fora. Terei que ir andando até em casa e minha mãe me matará quando descobrir que estou gripada.

– Eu quero terminar. Eu beijei muitos caras ontem e me sinto uma vadia por isso. Foi tão fácil te trair foi quase como se você não fosse tão importante para mim como é. – Eu olho para ele que está de olhos fechando com a cabeça na direção da janela. – Eu te adoro. Mas isso precisa acabar.

– Tudo bem. Quer carona? – Ele pergunta e eu olho em seus olhos azuis escuros procurando raiva, ódio ou sarcasmo e encontro dor e... Algo que não consigo decifrar.

– Hm... Sim, minha casa é bem longe daqui. – respondo meio atônita. Levantamos e ele entrega o dinheiro à garçonete, ela reclama, mas nós já estamos do lado de fora.

Entro no carro e ficamos em silêncio todo o caminho. Me sinto tão mal, quero que ele berre e me xingue. Que me assuste e que me faça chorar. Mas ele é bom demais pra isso. Bom demais pra mim.

Chegamos em minha casa e notamos que a cabana não está mais lá. Eu tiro os cintos e me inclino sobre ele e nos abraçamos.

– Obrigada por tudo. – agradeço me afastando e ele pega meu rosto me beijando em seguida, correspondo – não quero magoá-lo ainda mais.

Nos separamos e ele me abraça de novo. Encosta o rosto em meu ombro como sempre fez e depois brinca com meu cabelo na parte de trás.

– Gostaria de ter sido seu primeiro. – sussurra em meu ouvido e eu me esquento de vergonha, dor e frustração. Ele me olha nos olhos e dá um sorriso bobo.

– Você foi. – Eu lhe dou um selinho. – De todas as formas.

Não olhe para trás. Não olhe para. Não olhe. Não. Eu olho, ele está com a cabeça encostada no volante chorando e aquilo me dói tanto que quero arrancar minha cabeça.

É a segunda vez que vejo Brad chorar desde que nos conhecemos, a primeira foi mês passado quando ele quebrou o braço em um jogo de futebol-americano. Lembro que seus olhos ficaram mais escuros e sua bochecha ficou vermelha.

Ele não queria que a mãe o visse sentir dor e pediu para ela sair do quarto, ficamos nós dois ali, eu na poltrona ao lado dele e ele chorando e gemendo de dor.

Eu fiquei alisando sua bochecha molhada pensando o quão corajoso ele era e que jamais eu o perderia. Lutaria com todas as minhas forças como ele fez para não fazer uma só careta de dor.

Fico parada no batente da porta enquanto as lágrimas caiem e molham meu rosto, depois deslizam em meu pescoço colando e me fazem fungar.

Ele ergue a cabeça e seca o rosto, olha para a casa e me encara, suas sobrancelhas castanho-claras se erguem em surpresa e ele balança a cabeça dando partida no carro.

Quase nunca vejo Brad chorar. Quando o carro vira e some na estrada, sei que não quero ver de novo.


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Notas finais do capítulo

Meninas, por que vocês não comentam do capítulo em si, tipo, "ah, coitada da Alison por isso, isso e isso que aconteceu" e tal? Porque vocês só falam da história em si, assim eu nunca sei o que vocês gostam em um capítulo. O que vocês acham do Carlos? E da Silver?

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