Atração Perigosa escrita por BTrancafiada
Notas iniciais do capítulo
Bom, já que tivemos dois comentários muito fofos aí está o capítulo postado novinho em folha para vocês, amorecos.
Booa leitura :))
Alison chegou mais pensativa do que nunca, murmurou um “bom dia” para mim e no almoço mal prestou atenção na série. Depois perguntou se podia ficar na escrivania e ficou lá dentro lendo um livro chamado Ladrão de Almas, mas deixou a porta aberta.
Não fiz muita coisa, afinal eu tinha planejado que ficássemos a tarde inteira conversando e que eu pudesse ficar admirando seu corpo, mas ela levou muito a sério o fato de vir mais vestida.
Está usando uma calça preta bem colada, uma blusa preta que fica um pouco grande nela e que está totalmente abotoada e tênis preto.
Ela mal está maquiada, acho que passou apenas um batom rosa. Seu cabelo está preso e nele há um pequeno adereço que vai do topo da cabeça até o fim do coque e termina com uma pena.
Enquanto ela lê, fico pensando nesse sentimento que sinto que está ficando cada vez maior, cada vez que ela chegava aqui em casa eu sentia meu coração acelerar e às vezes achava quase impossível respirar. Quando ela me tocava, mesmo que fosse sem querer, meu corpo esquentava e eu podia sentir aquela sensação mesmo horas depois.
E quando ela chegava perto de mais às noites, minha vontade era puxá-la e beijá-la sem parar e nunca deixar que ela fosse embora.
Suspirei no sofá perdido em pensamentos e quando voltei a olhar para ela, ela me olhava tapando a boca com o livro. Lembrei da nossa conversa na cozinha, em que ela disse que aquilo que eles estavam fingindo não fazer, ou seja, ela sentia a mesma coisa e só não queria admitir.
Ela pulou na cadeira quando meu notbook apitou e veio até a mim com o objeto nos braços, deu um sorrisinho e voltou pra escrivania.
Era Rachel me chamando no Skype, sorri assim que aceitei sua chamada de vídeo e vi minha filha toda vestida de praia do outro lado da tela.
– Oi, filha.
– Oi, papai! – ela saudou sorrindo animada. – Como você está?
– Ótimo e você, gastando muito meu dinheiro? – brinquei.
– Não seja pão-duro, pai! – ela reclamou e fez aquela careta de pirraça que fazia desde criança. – Daqui a pouco tenho que ir, eu vou ter aulas de surf.
– Hm, com professor ou professora? – Cruzei os braços.
– Professor. – respondeu arqueando uma sobrancelha.
– E sua mãe, onde está? – pergunto tentando driblar meus instintos e não olhar para Ali.
– Ah, está se arrumando para irmos à praia. – Ela deu de ombros. – Ah, pai compramos muitas coisas! Ela ta vindo, espera.
Esperamos alguns minutos e minha esposa apareceu secando o cabelo usando um roupão com estampa de ondas. Ela acenou.
– Oi, amor! – Eu apenas assenti com a cabeça e Rachel fez cara de nojo. – Já comeu?
– Sim, mamãe. – respondi brincando e revirando os olhos.
– E Alison? Já chegou? – Ela move a cabeça e aperta os olhos como se assim conseguiria ver mais do que a minha posição mostra.
– Sim.
– Deixa eu falar com ela. – Ela me olha nos olhos séria, mas está sorrindo e eu sei o que ela quer fazer, ela quer ver as roupas de Ali. Ela quer ver como nos comportamos e quanto próximos estamos.
– Alison, ela quer falar com você. – eu digo soltando o ar e ela ergue as sobrancelhas loiras, mas vem rapidamente ajeitando o cabelo.
– Oi, Sra. Parrish. – Ela senta no braço do sofá e cruza as pernas, inspiro sentindo seu perfume de hortelã. – A senhora está bronzeada.
– Sim. Pelo menos você percebeu. – Ela desvia o olhar da câmera e responde que sim a algum pedido de Ray. – Cuide bem do meu marido. – Seus olhos se abrem em bondade e logo o olhar desconfortante volta, já que Ali passou a mão sobre meu ombro e me puxou para perto sorrindo.
– O Sr. Tom é maravilhoso! – ela diz rindo. – Tão manhoso quanto um bebê.
Minha esposa arregala os olhos e levanta as sobrancelhas, eu pigarro e Alison parece entender e tira os braços de mim.
– Ah, o lanche está pronto. – Ela arranja uma desculpa rápida e sai de perto de mim entrando na cozinha.
– Pai, hora de desligar. Mamãe tem que ir à praia e eu também. Tchau! – Antes que eu diga alguma coisa, Rachel entra na frente de minha esposa e fecha a tela do computador.
Coloco o notbook sobre a mesa e depois o fecho. Com um pouco de dificuldade alcanço a muleta e vou em direção a cozinha, Alison está com o rosto tapando pelos cabelos que se soltaram e olha diretamente para pia e sua respiração está acelerada.
Ela sabe o que fez, mas eu não acho que deveria estar tão preocupada, ela não fez nada de errado ao meu ver. Eu chego por trás dela e percebo que ela fechou os olhos, a torneira está aberta e a água cai molhando um prato já limpo.
Coloco minhas mãos na cintura dela e a puxo para perto, ela deita a cabeça para trás e suspira. Passo as mãos de sua cintura para sua barriga e ela se vira para mim. Suas mãos largam a pia e ela me puxa para perto, agarrando meus ombros e coloca a cabeça em meu peito.
Meu corpo todo está arrepiado e me pergunto se assim ela consegue sentir as batidas de meu coração, mas acho que não. Este é o momento que irei beijá-la. Tiro meus dedos de sua cintura e encontro seu rosto, toco seu queixo e coloco sua face em frente a minha, ela me olha e assenti concordando, deixando. Quando chegamos mais perto o telefone toca e ela se afasta assustada, eu a puxo de volta ignorando as chamadas, mas ela está corada e evita meu olhar.
– Por favor. – eu imploro segurando seus braços, mas já estamos longe de mais um do outro. Ela pega o telefone e atende.
– Vou chamá-lo. – Ela me entrega o telefone e sai da cozinha alisando a testa.
É minha esposa, seu tom parece aliviado, mas eu estou irritado.
– Precisamos conversar. – Agora ela parece com raiva, seu tom saiu ríspido.
– Sobre o quê? – Me apoio no armário ao lado da geladeira e passo as mãos no cabelo como se isso fosse aliviar o estresse.
– Alison. O modo que aquela garota tocou em você e você parecia gostar.
– Ah, pare de ser estúpida! – exclamo. – Alison é só uma garota, Isabel. Você é minha esposa. – digo isso e repito mais uma vez mais baixo como se assim eu fosse entender. – Se não confia em mim, por que viajou?
– Tom, desculpe eu...
– Aproveite sua praia. – desligo o telefone e repito para mim mesmo: Alison é só uma garota. Mas não é. Pelo menos não pra mim.
E por mais que eu tente entender ela não é só uma garota e eu não estou preenchendo meu vazio que minha esposa deixou, ela está preenchendo um vazio que nunca existiu. Nunca me senti tão motivado por algo e nem alguém.
Quando saio da cozinha, Alison está na escada falando ao telefone, ela prende umas risadas e mal me olha, mas sabe que estou ali.
– Domingo tudo bem, Brad. – Ela mexe no cabelo. – Eu te amo.
Ela irá vê-lo. Porque pelo menos ele pode beijá-la.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Até o próximo capítulo... Sim, sim, já tem o próximo!
BEIJOS!