O Terrorista Íntimo escrita por Lu Rosa


Capítulo 4
Quatro




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Por alguns minutos, os dois se encararam. O sorriso de Lisa foi morrendo lentamente à medida que o rosto de Michael se aproximava do seu.

“Ai, meu Deus. Ele vai me beijar.” – pensou ela fechando os olhos.

E ele tocou seus lábios com suavidade. Quase com reverencia. E ela deixou se levar por aquele beijo, sentindo-se flutuar. Ela nem percebeu quando eles se levantaram e ele a enlaçou, puxando-a para mais perto. Ela apenas sentia seu coração batendo forte, enquanto ele aprofundava o beijo.

Suas mãos percorriam o peito dele, sentindo seus músculos por baixo da camisa. A aparência delgada era somente uma falsa impressão. Lisa agora sentia como aquele homem era forte. Sim, ela sabia que, com ele, ela iria se sentir amada como nunca fora por homem nenhum.

O toque repentino do celular de Lisa os tirou daquele encantamento.

Lentamente, eles se separaram. Lisa sentiu um frio inexplicável e Michael sentiu um vazio imenso em seus braços.

O telefone tocava incessantemente.

– Alô. Papai?

– Elisabeth, onde você está? – perguntou o General Arthur Benedict – Você tem como assistir o noticiário. Estão falando que você matou John Phelps.

– O quê? – Lisa perdeu completamente o controle pela primeira vez naquele dia. – Michael, ligue a televisão, por favor.

Imediatamente ele ligou o aparelho , e as imagens de John Phelps apareceram:

– O Industrial John Phelps de 64 anos foi encontrado morto dentro de seu carro no estacionamento subterrâneo de sua empresa na tarde de hoje. Seu irmão e sócio na empresa Phelps Farmacêutica apresentou esclarecimentos a polícia. Disse que havia voltado ao escritório para pegar alguns documentos e que o seu irmão iria esperá-lo no carro. Lionel Phelps encontrou o irmão morto quando voltou ao carro. Disse ainda que seu irmão queixava-se do comportamento estranho de sua secretária, que, com base em alguns indícios, já foi declarada como suspeita do crime.

As buscas por Elisabeth Benedict estão ainda em andamento para que ela preste esclarecimentos.

– Elisabeth, você ainda está ai? - perguntou o general.

– Papai, eu não fiz nada! Lionel Phelps quer me culpar por algo que ele fez.

– Está me dizendo que Lionel Phelps assassinou o próprio irmão?

– Sim e eu tenho como provar! Por causa disso, ele sim que quer me matar! Papai nós estamos indo pra ai.

Nisso Michael já se levantava e pegava seu paletó que estava sobre uma cadeira:

– Lisa nós temos que ir. – tocou em seu rosto.

Ela assentiu com a cabeça. – Papai, mais algumas horas e chegaremos ai.

– Sim, Lisa. Venha depressa.

Enquanto Lisa e Michael se preparavam para enfrentar a longa viagem, uma mão retirava o fone das mãos de Arthur Benedict.

– Muito bem, general. Agiu direitinho – elogiou Lionel Phelps.

O general sentou-se ao lado da esposa, enlaçando-a pelos ombros.

– Logo a família Benedict estará reunida e o nosso trabalho realizado. – continuou ele – Sua filha foi muito esperta, digitalizando o relatório de meu irmão. Discos são muito mais fáceis de carregar do que um envelope cheio de papeis. O senhor devia estar orgulhoso dela.

O general levantou bem alto a cabeça:

– E eu estou. Minha filha sozinha enganou você e sua quadrilha.

O sorriso melífluo sumiu dos lábios de Lionel.

– É. Ela é mesmo muito esperta. O que vai me dar mais prazer de acabar com ela.

A Sra. Benedict deu um pequeno grito.

O general se levantou pronto para esmurrar Lionel, mas ele foi contido pelos seguranças de Phelps.

– Não, general. O senhor não vai fazer isso no homem que brincava de soldado com o senhor, vai?

– Seus pais deveriam ter lhe dado uma surra, seu moleque!

– É. Tem razão. Mas eles não deram. Talvez se eles tivessem me dado uma surra, eu não fizesse isso.

E, ato continuo, aplicou um soco no estomago do general.

Ele arfou, sendo amparado pela esposa: - Arthur! – Ela gritou.

– Levem os dois daqui e os mantenham seguros em um dos quartos.

Os seguranças saíram levando o casal para cima.

Lionel Phelps olhava pela janela o portão de entrada da mansão.

– E quando a minha pombinha chegar irei eu mesmo torcer o seu lindo pescocinho.

De repente, Lisa deu um pequeno grito.

– O que foi? – perguntou Michael, olhando para ela.

– Tem alguma coisa errada!

– O que você acha que está errado?

– Meu pai. Chamou-me de Lisa.

– E não esse o seu nome? – Riu-se ele.

– Meu nome é Elisabeth, para seu governo. Mas eu o transformei para Lisa. Só meu pai me chama de Elisabeth. Então, quando ele chamou-me de Lisa, eu percebi que tinha algo errado.

– Você acha que eles estão presos?

– Meu pai tentou me avisar de alguma coisa. É provável que ele e minha mãe estejam sim sendo mantidos reféns.

– Por Lionel. – ele bateu o punho contra o volante.

Lisa permaneceu por alguns minutos calada, pensando.

– Por que ele quer tanto estes documentos? O Phelps só me disse que eu teria de levar você até seu pai, e protege-la, mas não me disse por quê.

– Pra resumir: terrorismo biológico.

– A mando de quem? – A mente de Michael trabalhava depressa.

– Esse é o problema. A mando de ninguém. A idéia é desestabilizar o governo.

– Por quê?

– Lionel Phelps é republicano. Além disso, ele pertence a um grupo extremista de centro-direita. Eles não gostaram de ver um afro-americano na presidência de seu país. Então esse grupo o convocou para criar esse vírus e simular um ataque terrorista. Eles acusariam o governo, através de seus representantes no Congresso, de conivência com os mulçumanos da Al-qaeda, e o nosso presidente cairia mais rápido do que um raio.

– Mas e o vice-presidente?

– Estaria numa lista de celebridades, políticos e empresários mortes em atentados.

– É ingênuo demais. A população não cairia nessa.

– Será que não? Querendo ou não, o presidente, por ser negro, anda numa corda bamba. Se ele falhar um pouquinho, vai ser rechaçado da Casa Branca em dois tempos.

– E por que Phelps escolheu seu pai para chamar a atenção do governo para esse plano?

– Meu pai tem muita influência. No Pentágono e no Governo. Ele seria levado mais a sério do que eu ou você ou John Phelps.

– É. Você tem razão.

Eles passaram por uma placa anunciando que estavam entrando no condado de Arlington.

– Estamos chegando. – Lisa suspirou - Engraçado. Há cinco anos eu senti tanta vontade de sair daqui. Conhecer o mundo, mas agora – olhou para fora – gostaria de nunca ter saído daqui.

Michael estava prestando atenção em um veiculo que acabara de surgir atrás deles e não respondeu.

Ao invés disso, enveredou por uma rua deserta e escura.

– O que está fazendo? – estranhou Lisa.

Ele andou por alguns metros e parou debaixo de uma árvore. Sem aviso, ele desafivelou o cinto de segurança e fazendo o mesmo com o dela, a abraçou.

– O quê...

– Não diga nada, apenas me beije.

Essa foi uma ordem que ela adorou obedecer.


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