Harry Potter e a Ameaça das Profundezas escrita por JMFlamel


Capítulo 6
SUSPEITAS E BALAÇOS


Notas iniciais do capítulo

Lockhart chega a Hogwarts. Do que é feita a escrita na parede? Abertura da temporada de Quadribol. "Ei, Gina! Saia da cama!" Hein? a menina Weasley é agora a moça Weasley? Gilderoy, seu incompetente! Você nunca conseguiu dominar bem esse feitiço, quando era aluno! A segunda vítima da misteriosa petrificação.



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CAPÍTULO 6

 

SUSPEITAS E BALAÇOS

 

 

 

 

 

 

 

 

O Expresso de Hogwarts era um trem bruxo regular, cuja linha fazia a rota entre Londres, saindo da Plataforma 9 ½, do lado mágico da Estação King’s Cross para Hogsmeade, o único povoado totalmente bruxo da Grã-Bretanha, com duas partidas diárias, às 11:00 h e às 23:00 h, com uma particularidade: somente em duas datas do ano a composição viajava completa. Essas datas eram no dia 31 de agosto, quando levava os alunos de Hogwarts para o início do ano letivo e em um dos primeiros dias de junho, para conduzi-los de volta a Londres. No restante do ano, embora diariamente houvessem passageiros, era suficiente que a composição viajasse reduzida, sendo formada pela locomotiva, seu reservatório de carvão, o vagão reservado a professores e monitores, o recentemente introduzido vagão-restaurante (que não funcionava nas datas de transporte dos alunos, para evitar congestionamento), dois ou no máximo três vagões de passageiros, outra novidade, um vagão com cabines Pullmann, para quem quisesse viajar com mais privacidade e conforto, ainda que as cabines comuns pudessem converter-se em leitos e o carro de bagagens.

Em uma das cabines Pullmann, vamos encontrar um bruxo alto e loiro, trajando vestes cor de caramelo, sentado à pequena mesa, relendo pela enésima vez a carta que Alvo Dumbledore lhe enviara e que recebera em seu apartamento, quando estava em companhia da jovem Amy. O texto era curto, mas dizia tudo:

 

Caro Gilderoy, precisamos de você em Hogwarts. Inexplicada petrificação de Argus Filch e sua gata. Talvez a Câmara Secreta, como nas lendas? Necessitamos seus talentos, para investigar. Aguardamos sua chegada.

Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore

 

 

Aquela carta resumia a situação, mas parecia haver mais coisas. Petrificação. Bem, pelo menos Filch e a gata não estavam mortos. Por mais chato que ele pudesse ter sido, pelo que Gilderoy lembrava-se dos tempos de aluno, jamais desejaria mal ao velho zelador. Gilderoy Lockhart pôs-se a lembrar dos tempos de escola até que, em certo momento, sentiu um incômodo comichão nas orelhas, que logo começou a parecer-se com uma queimadura (“Urtigas-bravas?”, pensou o bruxo), o rosto de Tiago Potter surgindo em sua memória. A Câmara Secreta. Era uma lenda, conhecida desde quando ele nem podia lembrar-se, jamais confirmada, porém nunca desmentida. Alguma coisa dizia a ele que aquela tarefa seria muito mais difícil do que todas aquelas que ele enfrentara até o momento. Voltando a pensar na petrificação de Filch, pôs-se a raciocinar sobre o que poderia tê-la provocado. Por sorte não havia sido a “Tortura Transmogrifiana”, que matava e deixava a vítima com o aspecto de petrificada. O contrafeitiço para ela era complicado e precisava ser executado com rapidez, para evitar a morte da vítima.

Tomou um pequeno gole da fumegante dose de uísque de fogo Ogden à sua frente e sentiu o líquido descer pela garganta, aquecendo-a um pouco. De qualquer maneira, seria bom rever alguns de seus contemporâneos, Derek, Severo e outros. Enquanto recordava-se do passado, a noite caiu e o trem reduziu sua marcha, chegando à estação de Hogsmeade, onde Gilderoy Lockhart desembarcou e pegou sua bagagem, embarcando no coche que o esperava.

 

Hogwarts, naquela mesma noite

 

Ainda que não houvesse o menor fundamento, as palavras de Jefferson Montague acabaram surtindo algum efeito. Harry Potter tornara-se o alvo de incômodas suspeitas quanto a ser o herdeiro de Slytherin, sendo olhado de maneira diferente, principalmente pelos alunos de origem trouxa. Justin Finch-Fletchley, por exemplo, evitava até mesmo aproximar-se dele. Entre os poucos nascidos trouxas que não importavam-se com o fato, estavam Hermione Granger, uma Inseparável e Colin Creevey, para quem Harry era um ídolo. E foi com esse clima, no meio do jantar, que Gilderoy Lockhart chegou, quase trombando em Justin.

—Ei, garotos, o que está havendo aqui?

 

—Vejam, é Gilderoy Lockhart! _ disse Pansy Parkinson.

—Ele realmente veio, como imaginávamos! _ disse Lilá Brown.

—Quer dizer que Dumbledore o chamou? _ perguntou Malone.

—Claro que sim, jovens. E eu jamais iria furtar-me à responsabilidade de ajudar o Diretor a resolver um mistério, envolvendo criaturas das Trevas. _ respondeu Lockhart, com um sorriso cintilante que fez com que meia dúzia de garotas suspirassem.

—Além de que o pavão jamais perderia uma oportunidade de exibir-se, principalmente na presença das garotas, não é? _ perguntou Algie, em voz baixa, fazendo os amigos rirem.

—Harry, prepare-se. _ disse Anthony Goldstein, da Corvinal, um dos poucos além dos Inseparáveis que não haviam levado a sério as asneiras de Montague _ O pior ainda está para vir.

Oy (talvez pela presença de Goldstein, Harry acabara usando a expressão hebraica para preocupação), não me diga que o Lockhart está vindo para cá?

—Exatamente, Harry.

—Eu pedi para você não me dizer. _ disse Harry, com um suspiro _ Agora, vamos ver o que é que o pavão quer.

 

Com efeito, Lockhart aproximou-se e abraçou Harry.

—Harry Potter, meu garoto! Não ligue para o que estiverem falando, eu tenho certeza absoluta de que você nada tem a ver com isso (“A primeira coisa inteligente que eu já ouvi esse cara dizer, até hoje”, pensou Harry). Agora, quem ou o quê poderia ter sido o causador? Foi para ajudar a tentar descobrir que Dumbledore me chamou e vou usar todo o meu talento e minha experiência para chegar a uma resposta.

Naquele momento, Oliver Wood aproximou-se.

—Harry, não se esqueça dos treinos. O jogo contra a Sonserina será no próximo sábado.

—Ah, sim, você joga pelo time da Grifinória, eu havia me esquecido. Sabe, eu também fui Apanhador, quando mais jovem. Se quiser umas dicas...

Mas Nereida, vendo que os comentários de Lockhart não estavam agradando, pediu licença e chamou Harry para outro ponto do salão, fazendo um sinal para que Gina os seguisse.

—Nereida, muito obrigado. O pavão já estava começando a incomodar.

—É, eu vi. Você estava a um passo de dar uma resposta meio atravessada, quando ele ofereceu-se para dar dicas de Quadribol. Imagine, qualquer um querer ensinar Quadribol ao filho de Tiago Potter e Apanhador mais jovem do século... mas não fique preocupado, Dumbledore e o Prof. Mason foram falar com ele.

—Ótimo. _ disse Gina, de mãos dadas com Harry _ Assim ele nos deixa em paz.

 

O casal ficou no pórtico, até a hora de irem para a Sala Comunal. Após o horário de recolher, Lockhart ficou sozinho nos corredores. Foi até o local onde Filch e Madame Nor-ra haviam sido petrificados e que já estava sem toda aquela água pelo chão. Ficou parado em frente ao texto, escrito com brilhantes letras vermelhas e tentou apagá-lo com um lenço. Não conseguiu e percebeu que o lenço sequer havia ficado manchado. Sacou a varinha do bolso das vestes e apontou-a para as palavras na parede.

— “स्पष्ट लेखन” (“Spaṣṭa lēkhana”, “Apagar escrita”, um forte feitiço no idioma hindi)! _ nada aconteceu. Então, conjurou um martelinho e um pequeno cinzel, com eles removendo um fragmento da parede, no qual havia parte da estranha tinta que teimava em não apagar-se, mesmo com o uso daquele potente feitiço que aprendera durante uma viagem à Índia, quando um Marajá havia solicitado seus serviços para destruir um Demônio-Serpente que aterrorizava seu reino. Guardou o fragmento em um saquinho e saiu à procura da pessoa que poderia ajudá-lo, logo encontrando...

—Severo! Que bom te encontrar. _ disse Lockhart.

—Olá, Gilderoy. A que devo a amabilidade? _ embora jamais tivessem sido inimigos nos tempos de alunos, não eram propriamente amigos, principalmente porque Lockhart nunca aceitara que Severo, aluno brilhante, havia unido-se aos Death Eaters, já que Gilderoy Lockhart sempre fora contra as Trevas, somente relevando o fato depois de saber que, na verdade, Snape havia agido sob ordens de Dumbledore.

—Você me deixaria utilizar seu laboratório um pouco?

—Vai preparar alguma Poção de Amor? _ brincou Snape _ Elas são proibidas por lei, você sabe.

—Não, nada disso. _ respondeu Lockhart, rindo _ Na verdade, estou mais interessado nos seus reagentes químicos. Você ainda tem aqueles que usou para ajudar a Scotland Yard?

—Sim, tenho. _ pouco tempo depois da queda de Voldemort, após Snape ser absolvido no inquérito do Ministério sobre as atividades dos Death Eaters, Dumbledore pedira a ele para desenvolver reagentes químicos que auxiliassem a Scotland Yard a capturar um psicopata assassino de crianças, um Serial Killer apelidado “Happy Birthday”, que selecionava suas vítimas pelo dia do aniversário, seqüestrando-as, abusando sexualmente delas e matando-as, uma semana depois. Graças a Severo Snape e aos reagentes químicos magicamente potencializados desenvolvidos por ele, foi possível identificar o assassino através da análise do sangue, fluidos e fragmentos de pele, deixados sob as unhas das vítimas _ Andou, por acaso, assistindo “Medical Detectives”, Gilderoy?

—Acho que posso usar alguns dos seus materiais para ajudar na investigação, Severo.

—Caso precise, pode usar também o microscópio que a Scotland Yard me deu, depois que o “Happy Birthday” foi capturado.

—Obrigado, Severo. Creio que será bastante útil.

—Depois que terminar, basta sair e fechar a porta, pois ela só abre por dentro. Há uma tranca mágica e a chave está comigo. _ Snape abriu a porta de seu laboratório, franqueando a passagem a Gilderoy.

 

Sozinho no laboratório de Severo Snape, Lockhart pegou o fragmento da parede, com a mancha da tal “tinta”, a qual ele já desconfiava o que era. Com o martelinho e o cinzel, dividiu o fragmento em quatro partes, pegando três e colocando cada uma delas em um pequeno almofariz numerado. A quarta, deixou em uma placa de Petri, em separado. Com um pistilo para cada almofariz, triturou as amostras, até transformá-las em um pó bem fino. No armário, pegou três provetas e colocou-as sobre a bancada, numerando-as de acordo com o almofariz correspondente. Derramou metade do pó de cada almofariz numerado na proveta com o mesmo número.

— “Aguamenti”. _ da ponta da varinha de Lockhart, jorrou um fio de água puríssima, que foi derramada em cada proveta até a marca adequada, formando uma solução acinzentada, de aspecto turvo. Em seguida, usou um bastão de vidro para mexer a solução da primeira proveta, a seguir aguardando que o pó decantasse e ficasse depositado no fundo. Coou a solução, passando-a por um papel de filtro, para um frasco Becker com o mesmo número. Repetiu a operação nos dois outros, então ficando com três frascos Becker numerados. O primeiro deles foi colocado sobre um disco de amianto num tripé, sobre um bico de Bünsen, conectado a um pequeno botijão de gás. O laboratório de Severo Snape também era bem provido de materiais trouxas.

Procurando em um dos armários, encontrou os reagentes desejados, colocando-os sobre a bancada. Pegou o primeiro frasco, encheu um conta-gotas e pingou dez gotas no frasco número 2. Imediatamente a solução, que estava com uma cor acinzentada, tornou-se castanho-avermelhada. Gilderoy franziu a testa.

— “Flama”. _ com a pequena chama da ponta de sua varinha, Gilderoy Lockhart acendeu o bico de Bünsen. Pingou cinco gotas de outro reagente no frasco número 1 e recolocou-o sobre o disco de amianto, aquecendo a solução por exatos 80 segundos e, em seguida, apagando o fogo e deixando o líquido esfriar naturalmente. Enquanto esfriava, o líquido ia ficando verde-escuro. Além de franzir a testa, desta vez Gilderoy também contraiu os maxilares. Aquilo ficava cada vez pior.

O frasco seguinte continha Luminol, um poderoso e sensibilíssimo reagente trouxa, descoberto por H. O. Albrecht, em 1928 e utilizado por agências policiais de todo o mundo, magicamente potencializado por Severo Snape. Já sabendo o que iria encontrar, pingou dez gotas no Becker de número 3. A cor do líquido não alterou-se mas, quando Gilderoy iluminou o frasco com uma lâmpada de luz negra que havia conjurado, ele iluminou-se com um brilho azulado, fazendo com que ele comprimisse os lábios. Era exatamente o que ele havia desconfiado e comprovado, com três reagentes diferentes. A escrita na parede havia sido feita com sangue (“Começo a achar que não foi uma boa eu ter atendido à solicitação de Dumbledore. Mas, que diabos! Se eu não viesse, arriscaria a minha reputação e isso é algo que eu não posso fazer, de forma alguma. Mas eu acredito, cada vez mais, que este será o caso mais difícil da minha carreira”, pensou o bruxo).

Agora restava tentar identificar de quem ou do quê era o sangue. Pegando o fragmento que não havia moído, Lockhart colocou-o na bandeja do potente microscópio que Severo Snape havia ganho da Scotland Yard, com a parte que continha a “tinta” virada para cima. Se Severo tivesse, como ele esperava, “melhorado” o microscópio, não seria necessário utilizar uma lâmina, a pesquisa poderia ser realizada no próprio fragmento da parede, para identificar as hemácias. À primeira vista, ficava difícil distinguir as células vermelhas na amostra, pois o sangue já estava bastante seco. Para melhorar o exame, até mesmo possibilitando descobrir o dono daquele sangue, Gilderoy pegou um frasco, contendo um reagente muito especial que Severo havia desenvolvido para identificar a origem de amostras de sangue, pingando uma gota sobre o fragmento. Imediatamente, as células vermelhas do sangue ali contido ficaram mais evidentes, com uma coloração violácea. E, ao observá-las com o auxílio do microscópio, Gilderoy Lockhart notou que elas apresentavam uma particularidade.

 

Eram nucleadas.

 

Aquilo significava que não eram humanas.

 

Poderiam, mais provavelmente, ser de répteis ou de aves.

 

Preocupado, Lockhart guardou o restante do pó de cada amostra em envelopes numerados, lacrando-os e colocando-os em uma caixa que conjurou. Em seguida, saiu do laboratório de Snape, fechando a porta e seguindo pelo corredor, em direção à ala residencial do castelo e aos aposentos que lhe haviam sido reservados (“Acho que preciso de mais uma dosezinha de uísque de fogo, antes de dormir. Ainda bem que trouxe uma garrafa”, pensou Gilderoy).

 

 

Na Sala Comunal da Grifinória, Harry esperou até que todos fossem para os dormitórios, inclusive Fred e Jorge, que haviam ficado um pouco mais, em companhia de Alícia Spinnet e Angelina Johnson (“Ufa, até que enfim. Pensei que os dois casaizinhos apaixonados não iam sair mais da frente da lareira”, pensou o bruxinho).

Procurando não fazer barulho algum, no que o treinamento Ninja de Derek Mason ajudava bastante, Harry desceu as escadas e sentou-se em uma das poltronas, em frente à lareira. Pegou o espelho de duas faces e, sabendo com quem ele estaria naquele dia e que poderia entrar em contato com ele àquela hora.

—Sirius Black. _ disse Harry para o espelho, vendo o rosto do padrinho aparecer.

—Boa noite, Harry. _ disse Sirius _ Eu já estava esperando que você entrasse em contato. Tiago e os Aurores já estão sabendo do ocorrido com Filch.

—E eles acham que pode ser atividade das Trevas? De repente, alunos mais adiantados, que possam ser simpatizantes de Voldemort e de seus esbirros?

—A possibilidade não pode ser descartada. Mas quaisquer feitiços petrificantes, exceto o Feitiço do Corpo Preso, que é mais fácil de ser revertido, exigem um certo nível de poder mágico, bem acima do de alunos.

—Já está sabendo dos boatos, então? _ perguntou Harry.

—Das besteiras que aquela cobrinha bocuda que atende pelo nome de Montague disse? Com certeza, boatos voam rapidíssimo, principalmente na Bruxidade. Mas qualquer um saberia que você não teria feito aquilo.

—O problema é que as pessoas têm a tendência de acreditar nos boatos. Mas, quanto ao que pode ter petrificado Filch e Madame Nor-ra, Hermione e Snape citaram alguns Feitiços de Petrificação, bastante potentes e antigos.

— “Sopro de Pedra”, “Mau-Olhado da Petrificação” e “Petrificação Eterna”. Três feitiços de origem grega, realmente muito fortes, acima do nível de poder de alunos. Fora esses, ainda há o “Φιλί της Γοργούς”, “Filí ti̱s Gorgoús” ou “Beijo da Górgona”, outro potente petrificador. E também a “Tortura Transmogrifiana”, que mata e deixa com aspecto petrificado.

—Seria algo da autoria de Voldemort?

—É bastante cruel, mas não tem o estilo do Cara-de-Cobra. Ele dava preferência à Maldição Cruciatus e à Avada Kedavra, para torturar e matar. Tanto ele quanto minha “Querida Priminha Maluquinha”, Bellatrix. Mas não me consta que gostasse de petrificar.

—E quanto à Lenda da Câmara Secreta de Slytherin?

—A história ficou famosa, durante a década de 40, quando uma aluna de Hogwarts morreu de forma não explicada. Na época, suspeitou-se que alguém tivesse encontrado e aberto a lendária Câmara. Depois, a coisa meio que caiu no esquecimento, creio que porque não conseguiram encontrar nada, por mais que procurassem. Acho que há referências à lenda da Câmara Secreta de Slytherin em “Hogwarts, Uma História”, se não me engano no Volume VIII. Seria bom procurar por ele na Biblioteca.

—E o que papai acha de tudo isso?

—Ele me disse que quer falar com você pelo espelho, amanhã à noite, nesta mesma hora. Creio que ele não quer preocupar Lílian. E ele ainda me pediu para lhe dizer outra coisa.

—O que ele pediu? _ perguntou Harry.

—Para que vocês, Inseparáveis, não se metessem em encrencas. E pediu de uma forma bem enfática, eu diria.

—Faço idéia. Bem, acho que está na hora de dormir. Um abraço para Ayesha.

—OK. Diga a Soraya que estou reforçando o recado de Tiago. NÃO SE METAM EM ENCRENCAS! Boa noite, Harry.

—Boa noite, Sirius. _ o contato foi interrompido e o rosto de Sirius Black desapareceu do espelho _ OK, Algie, pode sair de trás do sofá.

—Como foi que você percebeu? Procurei diminuir o meu Ki o máximo possível.

—Mano, tenho um ano de treinamento Ninja à sua frente. Sem contar que você não seria um Potter se não viesse me xeretar.

—Tá certo, “Aniki” (“Irmão mais velho”, em Japonês), você venceu. Ouvi toda a sua conversa com Sirius.

—E o que você achou?

—Concordo com ele. Pode ser coisa das Trevas, sim. E também algo mais.

—As “coisas terríveis” que Dobby falou que aconteceriam, caso viéssemos para Hogwarts, esse ano?

—Exato, Harry. Pode ser uma maneira de chegarem até você ou de pintá-lo como um monstro.

—O tal “Herdeiro de Salazar Slytherin”, como dizia a escrita na parede?

—Pode ser. Creio que temos mais um quebra-cabeças, cujas peças teremos de juntar.

—Tem razão, mano. Bem, vamos dormir. _ disse Harry, espreguiçando-se e bocejando, já sonolento _ É melhor subirmos para os dormitórios, caso Percy resolva fazer uma ronda-surpresa.

 

Subiram para seus dormitórios, escovaram os dentes e deitaram-se. As palavras de Harry revelaram-se corretas pois, poucos minutos depois, o Monitor Percy Weasley fazia uma última ronda, antes dele próprio ir dormir.

 

Na manhã seguinte, Harry aproveitou o primeiro intervalo que teve e foi à Biblioteca, procurando pelo Volume VIII de “Hogwarts, Uma História”, descobrindo que não havia nenhuma cópia disponível, todas haviam sido retiradas.

—A primeira coisa que fiz hoje foi vir aqui, para tentar retirar o livro, mas também não consegui, Harry. _ disse Hermione, que chegara ali, de mãos dadas com Rony.

—Parece que todo mundo quer saber sobre a lenda da Câmara Secreta de Salazar Slytherin. _ comentou Neville.

—Sem o livro, quem poderia nos informar? _ perguntou Soraya.

—Um professor, talvez. _ respondeu Nereida.

—É, mas qual? _ perguntou Luna _ Será que a Profª McGonnagall estaria disposta a nos contar algo?

—Ou talvez ele, vejam! _ Gina apontou para o fantasma que vinha flutuando pelo corredor, revisando suas anotações de aula. O professor de História da Magia, Cuthbert Binns, o único professor fantasma da escola _ Se alguém possui conhecimento sobre o que ocorreu no passado, certamente é o Prof. Binns.

—Vamos ver se ele pode nos ajudar. _ disse Rony e o grupo aproximou-se do professor-fantasma que, excepcionalmente, ficou surpreso. Geralmente os alunos evitavam-no por ser o professor titular da matéria mais maçante e soporífera da Bruxidade.

—Sim, crianças, em que posso ajudar... Harry Potter! _ disse ele, ao perceber a cicatriz do garoto _ Mas que surpresa encontrá-lo desperto!

—Prof. Binns, precisamos dos seus conhecimentos. _ disse Harry, vermelho com o comentário do professor _ O que o senhor poderia nos contar sobre a Lenda da Câmara Secreta de Salazar Slytherin?

—Lendas não me interessam, Sr. Potter, embora elas quase sempre comecem a partir de um fato. Depois disso, são acrescentadas tantas versões, que é como descascar uma cebola. Você vai tendo de tirar as camadas uma a uma e chora com aquilo que encontra.

—Mas o que pode ser obtido de concreto dessa história, professor? _ perguntou Hermione, curiosa.

—Não muito além do que já se sabe, Srta. Grant, digo ... Srta. Granger. _ disse o fantasma, que era péssimo para lembrar nomes de alunos _ Há mais de mil anos, Godric Gryffindor, Rowena Ravenclaw, Salazar Slytherin e Helga Hufflepuff, que eram os maiores bruxos da época, reuniram-se e expressaram sua preocupação sobre como orientar os jovens que começassem a despertar seus talentos em magia. Para proporcionar o melhor aprendizado possível, procuraram um lugar tranqüilo, no meio das Highlands da Escócia e construíram um castelo, longe dos olhares curiosos dos trouxas e construíram um magnífico castelo.

—Hogwarts. _ comentou Soraya.

—Isso mesmo, Srta. Barnes, digo,... Black. _ disse Binns _ E fundaram as quatro Casas, quarteando os alunos de acordo com a inclinação que o conjunto de qualidades dos candidatos apresentassem. Godric Gryffindor valorizava qualidades semelhantes às da antiga Cavalaria Andante, tais como a coragem, a bravura, a lealdade e o arrojo, a honra e a gentileza máscula que caracterizavam aqueles heróis do passado. Os que apresentassem aquele perfil, eram acolhidos na Grifinória. Rowena Ravenclaw dava prioridade ao intelecto, à mente aberta, à inteligência e ao espírito explorador e pesquisador.

— “O espírito sem limites é o maior tesouro do homem”. _ disse Luna Lovegood, com um sorriso _ É o lema da Corvinal e está no pedestal do busto de sua fundadora.

—Sim. Aqueles que tivessem tais requisitos, iam para a Corvinal.

—E quanto às qualidades que Helga Hufflepuff dava preferência, Prof. Binns?

—Bem, Srta. Westwood... desculpe. Srta. Weasley, ela acolhia a todos aqueles que demonstrassem bondade, paciência e vontade de aprender. Mas saibam que uma das maiores características de um membro da Lufa-Lufa, Casa por ela fundada, é a capacidade de ser amigo de todos. Tanto é que vocês não têm conhecimento de nenhum membro da Lufa-Lufa que possua inimigos.

—Mas as qualidades que Salazar Slytherin valorizava eram bem outras, não eram, Prof. Binns? _ perguntou Nereida.

—É verdade, Srta. Snake, quero dizer,... Snape. Se bem que, embora a Sonserina tenha proporcionado à Bruxidade um grande número de bruxos das Trevas, no começo as qualidades mais prezadas por Salazar Slytherin eram a astúcia, a ambição, a criatividade, a determinação e a convicção de utilizar quaisquer meios para atingirem seus objetivos. Nem todo sonserino tornou-se bruxo das Trevas e nem todo Bruxo das Trevas saiu da Sonserina. Continuando, havia ainda uma característica. Salazar Slytherin era o único que, em sua Casa, não admitia alunos de origem trouxa ou seja, que não fossem de uma linhagem bruxa. Dava preferência aos puros-sangues, mas aceitava os mestiços, embora estes últimos tivessem de trabalhar dobrado para provarem estar à altura das expectativas do Diretor de sua Casa.

—Foi de onde criou-se a preconceituosa expressão “Sangue-Ruim”, para designar os trouxas que tivessem manifestado dons de magia. _ comentou Hermione _ Como no meu próprio caso, já que minha linhagem não é bruxa, quer pura ou mestiça.

—O que acho uma grande injustiça, pois todos conhecemos o desempenho da Srta. Granger, tanto na teoria quanto na prática. _ disse o Prof. Binns, enquanto Hermione Granger corava com o comentário _ Sem contar que é das poucas pessoas que não dormem nas minhas aulas. Posso estar morto mas não estou assim tão desatento.

Todos riram e o Prof. Binns continuou.

—A Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts prosperou, atraindo alunos não só da Grã-Bretanha, mas também de outros países da Europa e de outros continentes, embora houvessem e ainda hajam outras excelentes escolas pelo mundo, tais como Beauxbatons, na França; Durmstrang, na Europa Oriental; o Dojo de Magia Shinobi, nas montanhas de Kôga, no Japão; a Stella D’Oro, na Itália; a Desert Stone e a California Dreamin’, nos EUA, a Ayers Rock, na Austrália, a Sepé Tiaraju, a Mãe D’Água e a Bênção de Oxalá, no Brasil, entre outras. A Direção Geral era rotativa entre os Fundadores, por um período de dois anos cada. Porém Salazar Slytherin, obcecado pela idéia de pureza do sangue, começou a, cada vez mais, discriminar os de origem trouxa e voltou-se para as Artes das Trevas, julgando ser a única forma de “purificar” a Bruxidade. Aquilo motivou duras discussões entre ele e Godric Gryffindor, muitas delas resultando em duelos entre os dois, nos quais Slytherin utilizava sua magnífica espada, uma Dai-Katana chamada “Víbora de Aço”, adquirida durante uma de suas viagens ao Japão. Embora ele fosse um exímio espadachim, sempre terminava derrotado por Gryffindor.

—Foi quando ele resolveu, então, abandonar Hogwarts. _ comentou Algie.

—Sim, Sr. Powers,... digo, Potter. Em um último ato de dignidade, Salazar Slytherin anunciou então que estava indo embora, a fim de não perturbar a harmonia da escola. O Vice-Diretor da Sonserina assumiu a Direção da Casa e foi levantada outra questão. Embora longevos, os bruxos não são imortais. Como proceder à seleção dos novos alunos, depois que os Fundadores tivessem falecido? A solução foi apresentada por Gryffindor, que dotou seu próprio chapéu de qualidades que permitissem identificar quem teria perfil para a Grifinória. Hufflepuff e Ravenclaw fizeram-no, logo em seguida. Slytherin já o havia feito, antes de ir embora. Foi a origem do...

—... Chapéu Seletor. _ completou Soraya.

—Isso mesmo, Srta. Black. Bem, estes são os fatos. A Lenda da Câmara Secreta é algo que não foi confirmado até hoje portanto não é, a meu ver, aceitável. Segundo relatos apócrifos, antes de abandonar Hogwarts Salazar Slytherin teria construído, em um local desconhecido da escola, uma Câmara Secreta que teria encerrados vários dos seus segredos, inclusive um meio de realizar uma “Limpeza Étnica” na escola, expurgando-a dos nascidos trouxas, assim, purificando-a e tornando-a digna, novamente.

—E como isso seria possível? _ perguntou Rony.

—De acordo com as lendas, Slytherin teria deixado na Câmara uma criatura terrível, que obedeceria apenas ao seu herdeiro de direito, para eliminar os nascidos trouxas.

—Isso explica o texto escrito na parede. _ comentou Neville.

—Pode ser, Sr. Löwenstein... digo, Longbottom. Mas eu lhes afirmo, não existe nenhuma Câmara Secreta. Em 1943, uma aluna da Corvinal morreu, em circunstâncias meio estranhas e o fato foi atribuído ao tão falado herdeiro de Salazar Slytherin e à criatura da Câmara Secreta. A escola foi vasculhada e nada foi encontrado. Portanto, podemos afirmar que a tão falada Câmara Secreta não passa de uma lenda. Parece que o primeiro ano tem aula comigo. Vamos, Sr. Potter, Srta. Weasley e Srta. Larsen, digo... Lovegood.

 

Os três seguiram o Prof. Binns para a sala de aula, entrando pela porta. Ele como sempre,  atravessou a parede, surgindo pelo quadro-negro.

 

 

A manhã de sábado estava animada, com o primeiro jogo de Quadribol da temporada, Grifinória x Sonserina. Tiago e Lílian estavam entre os convidados, assim como Lucius e Narcisa Malfoy, que haviam ido para conferir o desempenho dos novos patrocinados das Empresas Malfoy, com as vassouras Nimbus 2001.

A equipe já encontrava-se toda no vestiário, preparando-se para entrar em campo. Os alunos da Grifinória deixavam a Sala Comunal e saíam pelo retrato da Mulher Gorda, loucos para verem o time dos Leões uma vez mais superar as Serpentes.

Menos uma pessoa.

Hermione, de mãos dadas com Rony e em companhia de Soraya e Algie (Neville já havia saído e estava com Luna. Parecia que estava começando a rolar alguma coisa entre os dois), percebeu que Gina ainda não havia saído do dormitório.

—Vão indo na frente. Eu vou ver por que Gina ainda não desceu e encontro vocês no campo. _ disse a garota, retornando para cima, na contramão do movimento. Os outros seguiram para o campo de Quadribol.

 

No dormitório feminino do primeiro ano, Hermione foi até a cama de Gina e viu que a ruiva permanecia deitada, com as cobertas puxadas até o pescoço. Ora, aquilo era algo incomum, ainda que os dias estivessem começando a ficar mais frescos.

—Ei, Gina, o que houve? Não vai ver Harry jogar? _ perguntou Hermione.

—Não, Mione, não estou me sentindo muito bem. _ a garota estava pálida e com uma expressão de sofrimento no rosto. Prestando atenção, Hermione logo concluiu o que havia acontecido.

—Gina, isso não é vergonha nenhuma. Mais dia, menos dia, tinha de acontecer. Seria fora do normal se não acontecesse.

—Mas tinha de dar essa <{[(#$%*&)]}!!> dessa cólica?! _ perguntou Gina, logo ficando vermelha ao perceber o que havia dito.

—Para você apelar para um palavrão de marinheiro desses, a dor deve estar bem forte, mesmo. _ disse Hermione, também ficando vermelha _ Vá tomar um banho e trocar de roupa. Depois coloque isto aqui e vamos procurar Madame Pomfrey, para ver se ela tem uma poção para as cólicas.

—Você é prevenida, hein, Mione?

—Mais ou menos. A primeira veio para mim durante as férias. Perdi uma semana de praia em Maiorca. _ disse Hermione, ajudando Gina a levantar-se e ir para os chuveiros. Em seguida, apontou a varinha para a cama e, dizendo “Evanesco”, fez com que a mancha desaparecesse dos lençóis, que logo foram magicamente dobrados e colocados no cesto de roupas usadas, para irem direto para a Lavanderia. Convocou roupas de cama limpas e arrumou a cama da amiga, magicamente (“Pena não poder fazer isso em casa. Bem, meu quarto não é bagunçado, mesmo”, pensou a bruxinha).

—Por isso que mesmo as bruxas dão preferência aos absorventes trouxas. Os de fabricação bruxa são muito rudimentares. _ disse Gina, saindo do banho e trocando-se _ Bem, agora é preparar-se para os eventos de uma semana a cada mês.

—Bem-vinda ao “Clube das Moças”, Gina. Depois escreva a Molly, dizendo o que houve e faça sua encomenda. Enquanto não chegarem, use os meus. Agora, vamos procurar Madame Pomfrey. Acho que ela ainda não foi para o campo.

Foram à Enfermaria e, depois que Gina tomou uma poção para as cólicas, as três foram para o campo de Quadribol.

 

 

Assim que Madame Hooch soou seu apito, teve início a primeira partida daquele ano letivo, logo ficando evidente a superioridade das vassouras Nimbus 2001 da Sonserina, somente a habilidade da equipe da Grifinória evitando que os Leões fossem massacrados. Mesmo assim, todos estavam tirando o máximo de suas vassouras, inclusive a Nimbus 2000 de Harry. Este estava procurando o pomo e, quando podia, colaborava em algumas das jogadas. No gol, Oliver Wood parecia estar à frente dos três aros ao mesmo tempo, embora não tivesse conseguido evitar que a Sonserina tivesse aberto uma vantagem de quarenta pontos, liderando o jogo por sessenta a vinte.

—Eu disse que nós teríamos vantagem, Harry. _ disse Draco, emparelhando a vassoura com ele _ Mesmo assim, tiro o chapéu para vocês. Se fosse outra equipe, já estariam esmagados.

—Pode deixar, Draco. _ disse Harry _ Vou pegar o pomo e neutralizar essa vantagem.

—Só se eu deixar. E hoje estou afiado... CUIDADO, HARRY!!

 

O balaço rebatido por Jorge executou uma curva estranha e quase atingiu Harry, que só se safou graças a um rápido Giro da Preguiça, saindo da trajetória da bola, que logo mudou de direção e retornou, parecendo estar atraída por ele. Imediatamente, Fred entrou na frente e deu uma bastonada, com toda a sua força, impulsionando o balaço na direção de Draco, a uma certa distância. Mas a bola animada, antes de chegar ao loiro, novamente mudou de direção e buscou Harry. Para piorar, Draco Malfoy pareceu ter localizado o pomo de ouro e impulsionou sua Nimbus 2001.

—Vá atrás do pomo, Harry! _ gritou Fred _ Deixe que eu e Jorge manteremos esse balaço maluco longe de você!

—Sem contar que ele pode ter sido “maceteado” por alguém! _ exclamou Jorge.

 

Fazendo um sinal de “positivo” para os gêmeos Weasley, Harry acelerou a vassoura e emparelhou com Draco. Mas a esfera alada novamente desapareceu da vista dos Apanhadores. Estranhamente, o balaço voltou à carga, ao mesmo tempo que o pomo foi avistado novamente, daquela vez por Harry. O bruxinho de óculos acelerou a vassoura e partiu em perseguição ao pomo de ouro, com o loiro nos calcanhares (“Como é que ele tira tanta velocidade de uma vassoura menos potente do que a minha?”, pensou Draco). Quando ele aproximou-se de Harry, quase foi atingido pelo balaço.

—Draco, saia de perto! Aquele balaço parece estar estranhamente “apaixonado” por mim e não para de me perseguir. É perigoso ficar do meu lado.

—E deixar o pomo de ouro para você, desistindo do prazer de mais uma disputa por ele? _ perguntou Draco, rindo _ Mas nem por sonho, Harry. Este ano a vitória será das Serpentes e eu vou fazer a minha parte para obtê-la. VAI QUE É SUA, SONSERINA!!!

Com o brado de sua Casa, Draco aumentou a velocidade da vassoura, reiniciando a caçada.

—Se é assim que você quer, então que assim seja, Sr. Draco Malfoy. VAMOS NESSA, GRIFINÓRIA!!!— Harry também deu o brado da Grifinória e lançou-se em busca do pomo, que fintava os dois Apanhadores que, além da perseguição, ainda tinham de evitar o balaço maluco.

—Aquele balaço está estranho. _ comentou Hagrid, que estava na torcida da Grifinória, acompanhando com Omnióculos o desenrolar da caçada ao pomo de ouro _ Eu seria capaz de jurar que alguém o alterou.

—Realmente, ele parece estar perseguindo Harry. Será que não é obra do pessoal da Sonserina? _ perguntou Rony.

—Pouco provável, Rony. _ disse Hermione _ Eles não iriam arriscar atingir o Malfoy.

—Ainda mais porque o pai dele financiou as vassouras do time. _ disse Gina.

—Posso tentar remover o feitiço do balaço. _ disse Rony, sacando a varinha.

—Não, Rony. _ disse Soraya _ Eles estão muito longe e a sua varinha não está muito... confiável.

—Acho que teremos de confiar na habilidade de Harry. _ disse Neville, com Luna ao seu lado (realmente, algo estava rolando).

—Então podem ficar tranquilos. _ disse Luna _ Mesmo com as dificuldades, ele está na frente do Malfoy.

—É mesmo. Manda ver, mano! _ gritou Algie, agitando uma bandeira vermelha e dourada.

 

Na arquibancada dos convidados, Tiago Potter interpelava Lucius Malfoy, sentado ao seu lado.

—Malfoy, tem certeza de que seu filho e os outros não fizeram nada com aquele balaço?

—Ora, Potter, acha que fariam alguma coisa que arriscasse atingir Draco? Eles não seriam tão lesados. _ disse Lucius.

—Então deve ser coisa de outra pessoa. _ disse Narcisa, que portava um par de potentes Omnióculos _ E capricharam no feitiço, nossos filhos estão se puxando para escaparem e continuarem a perseguir o pomo.

—Mas quem seria o autor dessa brincadeira de mau gosto? _ perguntou Lílian.

 

Alheios aos comentários, os dois Apanhadores aproximavam-se cada vez mais do pomo de ouro, parecendo que Draco levava vantagem, até que o balaço errante, rebatido por Fred, passou perto demais dele em sua trajetória de perseguição a Harry. A distração inverteu a vantagem e Harry ficou mais próximo, embora o loiro se aproximasse cada vez mais e logo estivesse novamente emparelhado com Harry, firme na disputa. Quando Draco estava prestes a apanhar o pomo (Lucius ria e quase dançava na arquibancada, enquanto Tiago fazia uma cara desanimada), o balaço resolveu fazer das suas e Harry teve de desviar-se. O resultado foi que a cauda da Nimbus 2001 de Draco foi atingida e perdeu as cerdas, derrubando o loiro. O pobre sonserino caiu sentado, de uns dois metros de altura. A cor esverdeada e o esgar de agonia do seu rosto, além do acesso de vômito, demonstravam bem que uma certa parte bastante sensível de sua anatomia fora atingida e qual havia sido.

—Uau! _ exclamou Sirius, que também havia ido assistir ao jogo e estava ali, com Ayesha ao seu lado _ Só espero que a descendência de sua família não tenha sido prejudicada, Malfoy.

—Eu também espero, Black. _ disse Lucius, fazendo uma careta ao imaginar a dor que seu filho estava sentindo. Ao seu lado, Narcisa estava desesperada.

—Vejam! _ exclamou Derek Mason _ Harry está prestes a capturar o pomo!

 

Sem a concorrência de Draco, foi fácil para Harry pegar o pomo de ouro. Assim que fechou a mão sobre a esfera alada, ouviu Madame Hooch soar seu apito, encerrando a partida. Uma vitória de duzentos a cento e dez sobre a Sonserina. O instante de satisfação de Harry pela captura do pomo gerou uma distração, com graves conseqüências. Ele esquecera-se do balaço errante.

Um impacto, uma dor excruciante no braço direito e o estalo dos ossos partindo-se trouxeram Harry de volta a uma desagradável realidade. O balaço o atingira no antebraço, fraturando-o e também derrubando o bruxinho da vassoura, mais ou menos da mesma altura da qual Draco Malfoy havia caído. Por sorte, havia sido sobre a areia fofa da área das balizas.

Harry rolou para amortecer o impacto da queda, como aprendera nas aulas de Ninjutsu-Bruxo. Foi o que o salvou, porque o balaço atingiu o chão, subindo de novo. Harry viu o balaço descer, velozmente e rolou de novo, para o outro lado, escapando de um novo impacto. De barriga para cima, sem tempo para rolar novamente, Harry fincou os calcanhares no chão e deu um pequeno impulso para trás, com a força do Ki. Ainda bem, pois o balaço cravou-se no solo, onde sua pelve estivera há um instante atrás. Conseguindo levantar-se, procurou meios para defender-se de um novo ataque (“Estou sem a varinha e se eu der um chute nesse balaço posso parti-lo, mas vou acabar quebrando também a perna e revelando o treinamento Ninja”, pensou o bruxinho). Mas não foi preciso reagir.

— “BOMBARDA”!! _ ouviu-se a voz de Hermione Granger e o balaço foi pulverizado, provocando uma chuva de pequenos fragmentos.

—Uau, Mione! Que potência no feitiço! _ espantou-se Harry, enquanto gemia. A fratura realmente estava bem dolorida e seu antebraço apresentava um estranho desvio. Um pouco mais e seria uma fratura exposta.

 

Logo Harry estava cercado por uma multidão e, no meio dela, uma pessoa disse:

—Fratura dupla de rádio e ulna. _ disse ele _ Não se preocupe, Harry. Vou dar um jeito nela.

—Ah, não! O senhor não, Sr. Lockhart. _ disse Harry _ Prefiro esperar Madame Pomfrey.

—Calma, é fácil. _ disse Gilderoy Lockhart, com vestes azul-cobalto, empunhando a varinha e apontando-a para o braço de Harry.

—Lockhart, não! _ exclamou Mason _ Lembre-se do que aconteceu quando Lupin quebrou o pé e você tentou consolidar a fratura dele.

—Não se preocupe, Derek. Tenho tudo sob controle. “BRACHIUM EMMENDO”!!

Um brilho envolveu o braço direito de Harry depois do feitiço. O garoto notou que algo estava errado. E bem errado.

—A dor passou. _ disse Harry _ Mas o senhor não precisava fazer tudo isso para corrigir a fratura.

—Como assim, Harry?

—Não precisava ter removido TODOS os ossos do meu braço. _ o braço direito de Harry Potter estava flácido e pendente, sem a sustentação da estrutura óssea.

—Aconteceu o mesmo que daquela vez. Mas o senhor não aprende mesmo, não é, Sr. Gilderoy Lockhart? _ disse Derek Mason, com um suspiro _ Você nunca conseguiu dominar bem esse feitiço.

 

Naquele mesmo instante, Gilderoy Lockhart sentiu um forte impacto no traseiro, que o jogou uns três metros para diante. Ao voltar-se, ainda viu a Megabota conjurada por Tiago, antes que ela desaparecesse.

—Afaste-se do meu filho, seu pavão dos diabos! _ exclamou Tiago, furioso, apontando a varinha para Lockhart _ E suma daqui, antes que eu faça brotarem urtigas-bravas de você, novamente. E desta vez não será das orelhas e sim de outro orifício do seu corpo que vai fazer você lembrar-se de mim todas as vezes em que for sentar-se! SUMA DAQUI!!!

—Melhor fazer o que ele diz, Gilderoy. _ disse Dumbledore, sério _ Eu conheço Tiago e sei que ele é capaz de cumprir o que prometeu.

Lockhart vazou do local e Madame Pomfrey chegou.

—Em nome de Merlin e Viviane! Eu não vivo dizendo que esses feitiços devem ser executados por profissionais? Vamos para a enfermaria.

—Já sei o que me espera. _ disse Harry, que conhecia a história do que havia acontecido com Remus Lupin _ Aquela coisa ainda tem o gosto horrível de antes, Madame Pomfrey?

—Remus Lupin lhe contou, não foi? Vamos lá, Harry. Vamos recuperar os ossos do seu braço. _ disse Madame Pomfrey.

 

Deitado em uma maca flutuante, Harry Potter foi transportado para a Enfermaria. Lá chegando, viu que Draco estava deitado em outra cama, com uma aparência um pouco melhor. Um biombo no fundo da Enfermaria ocultava um leito, no qual estavam Filch e Madame Nor-ra, petrificados.

—O que aconteceu, Harry? _ perguntou ele.

—O Sr. Lockhart fez uma besteira e perdi todos os ossos do meu braço direito. E você, como está?

—Bem melhor. Acho que já dá para ir embora.

—Então pode ir, Sr. Malfoy. Não se preocupe, pois a continuidade da sua linhagem não foi comprometida. _ disse Madame Pomfrey.

Draco levantou-se e saiu, encontrando-se com seus pais. Logo a cama de Harry estava cercada de pessoas.

—Tudo bem, filho? _ perguntou Tiago.

—Não sinto dor nenhuma, mas sei que vou sentir. Aliás, a Megabota foi muito bem conjurada.

—Não tanto quanto seriam as urtigas-bravas que eu faria aparecer, se o pavão continuasse por ali.

—Quase chego a ficar com pena dele, Sr. Potter. _ disse Rony.

—Bem, agora é preparar-se para o procedimento. Lá vem Madame Pomfrey, com a garrafa de poção. _ disse Lílian.

A enfermeira colocou sobre a mesinha de cabeceira uma garrafa, em cujo rótulo lia-se “ESQUELESCE” e encheu um copo.

—Tome tudo, Sr. Potter. _ disse ela, enquanto Harry tomava a poção, fazendo uma careta de desagrado.

—O gosto realmente é horrível, como Remus Lupin havia dito. _ disse Harry.

—Infelizmente não deu para fazer com que ficasse com sabor de suco de abóbora fresco. _ disse Madame Pomfrey _ OK, agora deixem o garoto em paz. Ele precisa recuperar todos os ossos do braço. Dá para tomar um banho e vestir o pijama sozinho, Sr. Potter?

—Sim, dá para fazer, Madame Pomfrey. _ respondeu Harry.

—Ótimo. Então, vá.

 

Harry foi para o banheiro, enquanto todos saíam.

—Sei que com você ele estará em excelentes mãos, Papoula. Confio inteiramente em sua habilidade. _ disse Lílian.

—Vindo de uma das maiores Medi-Bruxas da atualidade, heroína dos Dias Negros, é um dos maiores elogios que já recebi. Pode deixar, Lily, cuidarei bem do seu garoto, como sempre.

 

Todos saíram e Harry logo voltou do banheiro, já vestindo o pijama.

—Foi meio diferente, fazer tudo somente com uma das mãos, mas deu certo. Estou sentindo um certo formigamento no braço, de dentro para fora. Já é o efeito do Esquelesce, Madame Pomfrey?

—Sim. E lhe digo que vai doer, pois os ossos estão sendo recriados. O senhor deverá tomar mais uma dose de Esquelesce, às 21:30 h, Sr. Potter... Ah, o que foi, Srta. Weasley?

—A senhora me disse para passar aqui, depois do jogo, para pegar um frasco de Poção para Cólicas. _ disse a ruiva.

—É mesmo. Vou lá, buscar. _ disse a Enfermeira, propositalmente demorando-se um pouco mais.

—Eu não poderia deixar de vir vê-lo, Harry. _ disse Gina _ Lá no campo não deu tempo de chegar perto, Madame Pomfrey já havia tirado você de lá.

—É, depois que o pavão do Lockhart fez a besteira.

—Removeu todos os ossos do seu braço, com aquele feitiço mal executado?

—Todos. Sabe, eu chego a estranhar que um cara com o conceito que ele tem na Bruxidade, Investigador e Caçador de Criaturas das Trevas, tenha feito uma burrada daquelas. A gente chega a duvidar da suposta competência dele.

—Suposta?

—Ele nunca me pareceu aquilo tudo, Gina. Leva mais o jeito de um cara ávido por fama. Poção para Cólicas? _ perguntou Harry.

—É... bem, parece que a “Menina Weasley” tornou-se a “Moça Weasley”, justamente nesta manhã. _ disse Gina, corando.

—Hmm, entendo. _ disse Harry, já pensando nas possíveis TPMs posteriores.

—Não faça essa cara de vítima, Harry. _ disse Gina, pegando um travesseiro e dando uma travesseirada na cabeça do namorado _ O que sobra da TPM para vocês é só uma fração do que nós sentimos.

—Eu sei, ruiva. Estou brincando. _ disse Harry, dando um beijo em Gina, abraçando-a com um só braço. Um pigarro fez com que os dois se voltassem. Madame Pomfrey havia chegado e encarava o casal, com um sorriso.

—Está na hora, Srta. Weasley. Poderá vir vê-lo amanhã, quando ele tiver alta.

—OK, Madame Pomfrey. Até amanhã, Harry. _ Gina deu um último beijo em Harry e saiu, levando o frasco de poção.

 

 

A noite ia avançada, Harry dormia um sono agitado, enquanto o Esquelesce fazia seu efeito. Certa hora o bruxinho despertou, devido à dor no braço, transpirando profusamente e sentindo como se o braço estivesse repleto de pontas que teimavam em querer sair pela pele. Ao abrir os olhos, viu uma pequena mão, segurando uma compressa e enxugando o suor de sua testa. Focalizando a vista, sem os óculos, conseguiu ver a quem ela pertencia, a figura meio embaçada de...

—Dobby! O que faz aqui? _ o elfo doméstico estava à sua cabeceira, com Algie ao seu lado.

—Dobby ficou preocupado, quando aquele bruxo fez um feitiço defeituoso, após o jovem senhor Harry Potter haver sido atingido pelo balaço de Dobby.

O QUÊ?!?!?! Aquele balaço foi obra sua?!

—Acredite ou não, mano, esse cara foi quem alterou o balaço. _ disse Algie, olhando feio para Dobby _ Não se tocou que poderia ter matado o meu irmão, seu elfo maluco?

—Não era essa a intenção de Dobby, jovem senhor Algie Potter. Dobby achava que, se o jovem senhor Harry Potter ficasse bastante ferido, não haveria outra alternativa a não ser tirá-lo de Hogwarts e levá-lo embora, para Londres ou para Godric’sHollow, onde estaria em segurança.

—E quanto a mim? _ perguntou Algie _ Não, nem precisa responder, Dobby. Estou certo de que eu seria o seu próximo alvo, não é?

—Bem, é que... Dobby... realmente estava preparando um meio de também tirar o jovem senhor Algie Potter daqui. Me desculpem.

—Cara-de-pau. _ disse Algie _ Diga, Dobby, aconteceu alguma coisa com você, por ter ido nos avisar?

—Dobby foi severamente punido por ter se ausentado da casa de seus senhores, sem permissão. Dobby teve de passar os dedos a ferro, por causa daquilo.

—Que crueldade. _ disse Algie, sacando a varinha e apontando-a para os dedos de Dobby, envoltos por faixas que cobriam feias queimaduras infectadas _ “Desinfectio vulnera. Vulnera cautherium. Vulnera reparo. Vulnera curantur.”

 

Em um instante, as queimaduras nas mãos de Dobby estavam curadas.

 

—Muito obrigado, jovem senhor Algie Potter. Dobby ficará eternamente agradecido.

—Basta desistir dessa ideia maluca de querer nos tirar daqui. Não há lugar mais seguro do que aquele onde Alvo Dumbledore estiver. _ disse Algie.

—Está bem, jovem senhor Algie Potter. Dobby não vai fazer mais nada.

—Você aprendeu bem os feitiços de cura que a mamãe ensinou, hein, Algie? E como veio parar aqui, se não pegou minha Capa de Invisibilidade? _ perguntou Harry.

—Bem, acontece que Luna tem um mapa das passagens secretas e atalhos de Hogwarts, feito pelos pais dela, quando eram alunos. Parece que Nigel Xenophillus Lovegood e Boadicea Lynch Lovegood dedicaram boa parte do seu tempo do curso para mapearem todos os cantinhos do castelo que conseguiram.

—Ah, então foi assim que vocês dois entraram aqui sem que ninguém os visse, quando Rony e Draco viraram lesmas.

—Ah, o Malfoy virou uma lesma naquele dia? Pois olhe que eu não consegui notar diferença alguma. _ disse Algie, enquanto Dobby disfarçava um pequeno sorriso.

—E quanto a você, Dobby, cuide-se ou qualquer dia desses seus senhores irão lhe dar roupas. _ disse Harry.

—Não darão, jovem senhor Harry Potter. Dobby conhece segredos demais de seus patrões para que eles arrisquem-se a libertá-lo... DOBBY MAU! DOBBY MAU!— disse o elfo, enquanto batia a cabeça na cama.

—Calma, Dobby. _ disse Harry _ Não faça barulho ou vai atrair a atenção de Madame Pomfrey. Agora, falando sério, tem certeza de que o tal perigo que nos aguarda não é obra de Voldemort?

—Não, jovem senhor Harry Potter. _ disse Dobby _ Não é obra d’Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, Dobby já disse.

—OK, Dobby. Nós acreditamos. _ disse Algie.

—Parece que vem vindo alguém aí. _ disse Harry _ É melhor vocês sumirem.

—Está bem, jovem senhor Harry Potter. _ disse Dobby, desaparatando. As leis de desaparatação dos elfos eram diferentes, por isso eles conseguiam fazê-lo em Hogwarts.

—E você, mano?

—Terei de ficar, a entrada da passagem secreta está fora de alcance. _ e Algie ficou escondido atrás da cama de Harry, bem quieto. Por sorte, um biombo separava os leitos uns dos outros. Três bruxos, Mason, McGonnagall e Madame Pomfrey carregavam um objeto que, no escuro, parecia um tronco. Prestando mais atenção, viram que era uma pessoa, hirta como uma estátua.

—O que houve? _ perguntou Madame Pomfrey.

—Foi encontrado num corredor, perto daqui. Havia um cacho de uvas ao lado dele.

A luz de uma tocha revelou quem era: Colin Creevey, com a câmera em frente ao seu rosto, como se fosse bater uma foto. Petrificado.

—Ele me disse que, depois do jantar, daria um jeito de vir vê-lo e trazer algumas frutas, daí o cacho de uvas. _ sussurrou Algie.

Dali a pouco, chegaram Dumbledore, Lockhart e Snape.

—O que houve, Minerva? _ perguntou Dumbledore.

—O jovem Sr. Creevey foi encontrado aqui perto, petrificado. Provavelmente estava vindo visitar o Sr. Potter, escondido.

—Entendo. O que você acha, Severo? _ perguntou Dumbledore.

—A causa provavelmente foi a mesma do Sr. Filch, Diretor.

—Concordo com Severo. _ disse Lockhart _ O aspecto da petrificação do corpo do Sr. Creevey é idêntico (“Excelente dedução do óbvio, pavão idiota. Mas é mais do que eu esperava de você”, pensou Harry). Ele está com a câmera em posição de fotografar. Será que ele pode ter tirado uma foto de quem ou do quê o atacou?

 

—Ora, de vez em quando ele demonstra alguma inteligência. _ sussurrou Algie, novamente.

—Às vezes coisas estranhas ocorrem em Hogwarts, mano. _ sussurrou Harry, de volta.

 

—Pode ser, Gilderoy. _ disse Mason _ Vamos tentar retirar a câmera das mãos dele e levá-la ao laboratório de Severo.

—Certo, Derek. _ disse Snape _ Tenho material para revelação e posso conjurar uma câmara escura. Tentaremos revelar o filme e saber o que há nas fotos.

—Vou tentar, então. _ disse Lockhart, procurando tirar a câmera das mãos de Colin. Mas, na primeira tentativa, a tampa traseira da câmera abriu-se e ouviu-se um chiado e todos sentiram o odor acre do celuloide queimado.

—Não se preocupe, Gilderoy. _ disse Minerva _ Mesmo que você não tivesse aberto a tampa da câmera, o filme já estava inutilizado. Alvo, o que significa isso?

—Significa que aconteceu o que eu temia, Minerva. Meus caros amigos, Minerva, Papoula, Derek, Severo e Gilderoy, devo dizer-lhes que Hogwarts já não é mais um lugar totalmente seguro. Uma petrificação de um “Aborto”, seguida pela de um bruxo nascido trouxa, só pode estar relacionada à Câmara Secreta de Salazar Slytherin. Temos de supor que ela realmente existe e precisamos encontrá-la, para podermos lacrá-la de uma vez por todas.

 

Ocultos pelo biombo, Harry e Algie Potter olharam um para o outro, estarrecidos.


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