Unidentified escrita por nerd pirada


Capítulo 3
A sorveteria não vai me cansar!


Notas iniciais do capítulo

Olá!



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POVS XX

Estava quase dormindo no sofá, quando ouvi o barulho da porta.

– Uau! Fazia tempo que não via essa casa assim.

– Espero que não tenha achado ruim eu ter arrumado.

– Mas é claro que não. Essa casa estava mesmo precisando de uma limpeza, mas é que eu não tenho jeito com isso, e o hospital consume muito do meu tempo. – sorri. – Já jantou? – balancei a cabeça negativamente. – Então venha! – pegou em minha mão. – Como quer que eu te chame até você lembrar seu nome? – mexeu no armário.

Pensei um pouco, mas não consegui imaginar nada – Não sei... Qual nome você acha que combina comigo?

– Hm, vou te chamar de Char.

Sorri – Gostei.

– A pequena Char gosta de sopa?

– Sim.

– Então toma. – me deu um prato e puxou uma cadeira para mim, logo depois se sentou em outra.

Depois que acabamos de comer, ele levou os pratos a pia e se virou pra mim.

– Vou dormir, pequena, pode escolher qualquer quarto pra você.

– Ok, boa noite.

– Boa noite

Olhei os quartos e acabei escolhendo um que era mais diferente dos outros, olhei dentro do guarda-roupa e achei cobertas e travesseiros.

Fiz uma oração, agradeci a Deus por ter me dado a chance de acordar depois desses sete anos e por ter colocado alguém na minha vida para me acolher, em seguida dormi com aquelas cobertas cheirosas de amaciante.

[...]

Acordei e estava chovendo, levantei e saí do quarto com a mesma roupa, pois eu só tinha essa mesmo. Estava tudo silencioso e imaginei que o Jonathan tivesse ido trabalhar, olhei no relógio e vi que era bem mais tarde do que eu pensava, fui ao banheiro escovar os dentes, mas lembrei que não tinha escova de dente e nem dinheiro pra comprar. Fui pra cozinha e comi qualquer coisa sem escovar os dentes mesmo. Enquanto comia olhava o jornal que estava em cima da mesa e procurava um emprego. Achei um legal, terminei de comer e fui até o telefone que tinha na casa e disquei os números, mas disseram que a vaga já havia sido preenchida, resolvi tentar uma sorveteria, o salário era pouco, mas dava pra ajudar a pagar pelo menos uma conta da casa. Eu tinha que ir lá pra que eles me conhecerem, disse que ia a tarde e fui aprontar o almoço já que era quase meio dia.

– Hmm que cheirinho bom é esse? – me virei vi o Jonathan na porta da cozinha

– Espero que o gosto esteja tão bom quanto o cheiro- respondi.

– Deve estar. – tirava o sapato – A direção do hospital quer falar com você.

– Falar o que?

– Não sei, eles só pediram pra te dizer pra tu ires lá hoje de tarde.

– Ah ok. Eu também preciso conversar com eles.

– Eu vou tomar um banho e venho comer isso que tu cozinhaste.

Coloquei a mesa e fiquei na janela da cozinha olhando o céu. Depois de alguns minutos o Jonathan voltou e nós nos sentamos à mesa.

– Não sabia que tu sabias cozinhar

– Eu também não sabia que eu sabia

– Se você quiser, eu te levo pra o hospital quando eu for.

– É uma boa, já que eu não conheço essa cidade. Mas eu vou passar em um lugar antes de ir ao hospital.

– Pode me dizer aonde vai?

– Em uma sorveteria.

Ele deu um sorriso e disse: – A gente compra sorvete no caminho.

– Mas eu não vou só pra comprar o sorvete, eu vou demorar. É uma entrevista de emprego. – levei o garfo até a boca

– Você não está em condições de trabalhar, você acabou de sair de um coma de sete anos.

– Eu estou bem. Eu só vou ter que ficar lá esperando alguém entrar e pedir um sorvete.

– Não é bem assim, eu como medico não posso deixar você fazer isso, você precisa de repouso. Além de que não há necessidade de você trabalhar.

– Mas eu quero, eu não consigo ficar o dia todo sem fazer nada. É só numa sorveteria!

– Se você quer infelizmente eu não posso fazer nada, mas você vai ter que me prometer uma coisa.

– O que?

– Que vai se cuidar e que se não gostar do emprego vai pedir demissão e que vai se cuidar duplamente.

– Ta bom- respondi rindo

– Hm isso aqui está muito bom. – disse colocando mais uma garfada na boca

– Obrigada.

[...]

– Ah não Char, não precisa lavar a louça.

– Ah velho, me deixa lavar.

– Então ta. Eu vou pra o hospital, vem que eu te deixo na sorveteria.

–Uhuuu carona, não gosto de caminhar.

– Vai virar sedentária. Entra aí- disse entrando no carro, falei o endereço e ele me deixou lá na sorveteria.

– Oi boa tarde, eu sou candidata à vaga de emprego.

– Ah sim, como é seu nome?

– Todos me chamam de Char. – esses todos se resumiam em Jonathan

– Muito bem você está contratada, começa amanhã.

– Obrigada- ufa foi mais fácil do que eu pensei, e eles ainda me deram o primeiro salário adiantado, é semanal e eles acharam melhor que eu já entrasse no emprego e na semana com um incentivo. Depois que saí de lá, fui ao hospital, mas antes passei pra comprar algumas coisas. Comprei pouca coisa porque o dinheiro era pouco, comprei uma saia, uma calça e duas blusas e algumas coisas para uso higiênico, escova de dente, absorventes... E o dinheiro acabou. Agora sim podia ir ao hospital. Pedi a recepcionista que informasse a direção que eu estava lá e alguns minutos depois falaram pra eu entrar.

– Boa tarde- falei entrando na sala da diretora do hospital

– Boa tarde. Sente-se, meu bem. – me sentei e a mulher começou a colocar uns papeis em cima da mesa. – Tu tens o direito de saber de tudo que aconteceu. Tu estavas em um coma profundo, tentamos te acordar de todas as formas possíveis, mas o teu estado era grave, depois de um tempo tentando te acordar decidimos desligar teus aparelhos, porém uma pessoa não permitiu o hospital fazer isso, então tu foste transferida para um hospital menos desenvolvido para dar lugar a outros pacientes. Só que essa mesma pessoa te tirou de lá e colocou aqui de novo, porém não na parte publica, mas no ultimo andar, a particular. A policia concluiu que tu tiveste um acidente de carro e estava em alta velocidade, por isso tu ficou naquele local, o impulso do carro te jogou muito longe e aí tu perdeste a memória com a batida da cabeça em uma das pedras.

– Mas quem foi essa pessoa que pagou para que eu ficasse aqui?

– Eu não sei

– Como não? Ela teve que pagar pra eu estar aqui, vocês devem ter algum registro.

– Não temos. O hospital trabalha com o tipo mais moderno de pagamento e dessa forma não é preciso saber os dados pessoais dele.

– Como eu vou saber quem é se eu nem sei quem sou?

– Pode ter sido qualquer pessoa que viu nos jornais, na televisão, na internet...

– Ok- estava em estado de choque, perdi a capacidade de perguntar qualquer coisa – Obrigada. – e assim saí da sala

Estava indo para fora do hospital, mas encontrei o Jonathan no caminho.

– Char – ele disse e eu lhe dei um longo abraço

– O que houve?- ele perguntou ao me ver chorando

– Não sei. Acho que foi o impacto ao saber do que aconteceu

– Vai ficar tudo bem. Vamos pra casa

Ele me levou pra casa e não voltou mais para o hospital, pois já era o fim do seu turno.


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