Unidentified escrita por nerd pirada


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá liamdos(as)! Boa leitura e espero que gostem.



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POVS XX

Já fazia um mês que tinha saído do coma. Li todos aqueles jornais e descobri que sou “Uma jovem que foi encontrada entre pedras de um rio, em Mullingar” e que o carro que eu dirigia estava totalmente destruído. Inicialmente eu fiquei no Midland Regional Hospital, lá de Mullingar, mas depois tinha sido transferida para o Bradford Royal Infirmary. Não entendi o motivo de ser transferida para um hospital em outro país, até que li que ninguém tinha me identificado, e que meu tratamento estava sendo pago por um desconhecido.

Faltava somente um dia para minha alta e eu não sabia sequer meu nome, como iria achar algum familiar? Como iria conseguir dinheiro para alugar uma casa? Eu iria morar na rua, e ainda nem sabia quem estava bancando os aparelhos ligados e essa comodidade toda daqui.

O doutor Jonathan entrou no quarto para verificar como eu estava, era bom sentir as pessoas dando-me tanta atenção, preocupando-se tanto comigo.

– Como está? – sentou-se na cadeira ao lado da minha cama.

– Preocupada. – respondi simplesmente.

– Com o que uma moça que não se lembra de nada pode estar preocupada? – tinha um quase sorriso nos lábios.

– Justamente com o fato de não saber de nada, inclusive de como vou viver e pra onde vou ir depois que sair daqui.

Ele ficou alguns segundos em silencio. – Você pode ir pra minha casa.

Ri – Estou falando serio, não sei pra onde ir.

– Também estou falando serio. Você pode ir pra minha casa.

– Não, não, sua esposa não irá gostar.

– Eu sou solteiro

– Sua família não irá gostar

– Eu moro só

Fiquei em silencio, eu deveria aceitar? Eu não tinha outro lugar para ir, era ficar na casa dele ou morar na rua.

– O senhor tem certeza?

– Claro. – sorriu.

– Ok.

Uma enfermeira apareceu na porta– Doutor, a paciente do 502 teve uma convulsão.

O medico saiu do quarto rápido, acompanhado da enfermeira e eu fiquei ali, encarando aquele teto branco.

[...]

Quando acordei, o hospital estava muito agoniado, pude perceber mesmo não podendo sair do quarto. Enfermeiras passavam centenas de vezes pela frente da porta do meu quarto e ouvia choros desesperados.

Somente algumas horas depois, tudo tinha se aquietado. Jonathan entrou no quarto para me dar alta, e eu lhe perguntei o que tinha acontecido.

– O paciente do quarto ao lado que estava em coma por cinco anos, faleceu de uma hora para outra.

Aqueles choros deveriam ser dos familiares, e isso ficou em minha mente por um bom tempo. O seu familiar morreu e eles estavam ali para chorar por ele, no entanto eu acordei e ninguém estava aqui pra se alegrar por mim.

– Está liberada, senhora. – comunicou após desconectar o soro de mim.

– Não me chame de senhora, não sei minha idade e nem se sou casada, mas não me sinto uma senhora. – ele riu.

– Bem senhorita, lhe aconselho a esperar até que seja a hora do meu almoço, pois poderei te levar até minha humilde residência. – ia saindo, mas voltou. – Hm, você não poderá sair com a roupa do hospital. – fez um gesto entortando a boca. – Vou providenciar uma para você. – e saiu do cômodo.

Depois de duas horas, Jonathan entrou no quarto novamente, me deu um short e uma blusa e disse pra eu ir me trocar, pois ele já ia me levar pra casa dele.

Fui até o banheiro e me troquei, abri a porta do quarto e vi tudo muito calmo lá fora, diferentemente de mais cedo. Jonathan estava saindo do quarto à frente do meu e deu um sorriso.

– Vejo que as roupas prestaram. Fiquei muito confuso no momento de comprar, pois não tinha ideia do tamanho que você veste. – ele comprou essa roupa pra mim? Que gentil.

– Obrigada por ter se importado em comprar algo pra que eu saísse do hospital. – dei um sorriso que foi retribuído.

– Já podemos ir. Vou só colocar o jaleco ali. – entrou em uma sala que na porta tinha a placa “Só para funcionários” e da porta vi o mesmo tirando o jaleco e colocando-o dentro de uma das portas do armário de ferro. – Eu vou comprar almoços para a viagem aqui, pois eu almoço todos os dias no hospital, aí não tem pronto em casa. – entrou em uma lanchonetesinha.

Eu estava começando a me sentir envergonhada, pois não tinha como lhe pagar tudo aquilo. A roupa, o almoço e nem todas as despesas que iria fazer a partir do momento que fosse morar com ele. A conta de energia, a conta de água, a conta do supermercado... Tudo ia aumentar.

Logo ele voltou com dois pratinhos cobertos e entramos no seu carro.

– Doutor, tem certeza que não serei um incomodo?

– Sim, eu tenho certeza e não precisa me chamar de doutor, nós vamos morar juntos agora, esqueça o formalismo, ok?

– Então ta.

– Chegamos– disse estacionando o carro e entramos na casa, por fora era um tom claro de azul e por dentro era quase toda verde. Acho que ele queria uma cor mais viva, depois de ficar entre paredes brancas o dia todo – Ei, aqui uma chave da casa. – jogou pra mim uma chave que ele tinha pegado de uma gaveta do armário da cozinha.

– Obrigada, por tudo.

– Não precisa agradecer. Espero que goste desse tipo de comida. – removeu o plástico de um dos pratos. Me sentei na cadeira em frente a sua e retirei o plástico do meu prato também.

Depois que terminamos de comer, ele olhou para o relógio no pulso e disse que tinha que voltar para o hospital. Levei os pratos de papel para a lixeira e respondi um “ok”.

– Queria poder ficar aqui com você pelo menos hoje que você acabou de chegar, mas infelizmente preciso ir.

– Tudo bem. – respondi com um sorriso tentando lhe tranquilizar

– Fique a vontade. – sorriu de volta e saiu.

Respirei fundo. Isso era tão surreal. Eu estava na casa do meu medico depois de dormir sete anos e ser bancada por um desconhecido, agora praticamente estava novamente sendo bancada por um desconhecido.

A casa estava meio desarrumada, normal para um homem que vive sozinho e tão ocupado. Peguei uma vassoura e varri a casa, depois arrumei mais algumas coisas, tentando ao máximo não mudar nada de lugar.


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