Eu o amo.
Não, não é platônico, não é só na minha cabeça e definitivamente, não é "gostar" de uma pessoa só porque estou carente.
Eu o amo, de verdade. Com toda a intensidade desses amores de livros e filmes, com toda intensidade de uma garotinha de 13 anos enlouquecendo por seu primeiro e doentio amor ou até mais que isso.
Sabe quando você se deita de noite mas não consegue dormir, e então vem mil e um pensamentos na sua cabeça? Então, quando eu me deito só consigo pensar na minha vida com ele. Vejo nós dois com nossos netos, com certeza os avós mais malucos da face da terra, acrescente ai tatuagem e meu cabelo colorido. Avós malucos ou não?
Eu vejo todo um futuro ao lado dele. Vejo casamento, filhos, cachorros, gatos, coelho, tartaruga. Não, não tudo que é bicho, mas deu pra entender. Bom, já estou falando do futuro demais. Vamos voltar um pouco, vamos voltar alguns meses antes disso tudo dar certo.
Não faço a minima ideia da data, mas foi em meados de outubro ou novembro de 2013, nos conhecemos pelo Facebook, da pra acreditar? Através de um grupo de filhos de Poseidon, da pra acreditar menos ainda né? Mas é a pura verdade. Nem lembro quem mandou solicitação pra quem (acho que fui eu), só sei que começamos a conversar, nos damos bem, afinal, eramos "irmãos". Temos muitas coisas em comum, gostamos dos mesmos estilos musicais, varias bandas em comum, mesmo amor por livros e principalmente, Harry Potter. Ele me contava de uma suposta namoradinha dele e eu desabafava sobre uma paixonite infantil que acabou dando errado.
Começamos a nos falar via sms, conversávamos praticamente todos os dias, sobre todo e qualquer assunto, até que parei de vê-lo como irmão. Eu realmente não entendia o que estava acontecendo na minha cabeça, eu não parava de pensar nele e toda vez que ele falava da garota eu sentia uma raiva, um ciume doentio. Era bem estranho. E continuei tratando-o como irmão, eu preferia esconder o que estava sentindo por ele, achava que iria dar errado, ainda mais pelo fato da "namorada".
Eu finalmente contei que estava gostando dele, ele disse que também gostava de mim. Disse que largaria tudo pra ficar comigo se eu realmente quisesse ficar com ele, eu disse que se desse certo ficaria com ele, ou alguma coisa parecida com isso. Então ele disse que iria conversar com ela na manhã seguinte, na escola.
Não falei com ele a manhã toda, a tarde quando eu estava na escola contei tudo pra duas amigas minhas, Carolina e Hayane, contando todas minhas expectativas, afinal ele tinha apagado minha "paixonite" de vez da minha cabeça. Mostrei a conversa no facebook pra elas e contei tudo. Elas diziam que a gente ia se dar bem de verdade, que eramos bem parecidos, que talvez nosso relacionamento desse bem certo.
Abri o perfil dele e ele tinha me excluído. Fiquei sem entender. Mandei um sms pra ele:
" O que aconteceu? Porque me excluiu?"
E a resposta:
"Quem é?"
Eu não sei ao certo o que passou na minha cabeça. Só me senti uma completa idiota.
"Como assim quem é, Daniel? É a Nanda, quem mais seria? Porque me excluiu do face? Porque excluiu meu número?"
"Ata. Não fui eu. Foi a Carol."
Carol no caso, era suposta namoradinha dele.
Eu nunca senti tanta raiva dela na minha vida. Quer dizer, senti, mas isso não vem ao caso agora.
"Como assim ela me excluiu cara? Você não disse que ia terminar com ela?"
"Disse, mas não da, ela brigou feio comigo e eu amo essa garota cara. Eu gosto de você, mas eu a amo mesmo e não posso ficar sem ela."
Eu não conseguia pensar direito, não conseguia nem escrever uma única palavra pra enviar para ele. Mostrei as mensagens pra Hayane e ela respondeu por mim. Disse algo como: "Como você consegue fazer isso? Não se brinca com o coração de ninguém desse jeito. Você é uma pessoa totalmente sem carácter."
Ele respondeu mais alguma coisa e eu deixei de lado, apaguei o numero dele, não voltei a chamar ele nem em sms e nem no chat do face. Estava tentando realmente apagar ele da minha cabeça. Mas me fazia um mal muito estranho ficar sem falar com ele. Porque, mesmo tendo acontecido muito rápido, eu gostava bastante dele e ele me fazia muito bem, ele ter desistido de ficar comigo por causa dela só me fez desacreditar mais no amor ou acreditar que não fui feita pra ser amada.