A casa com certeza não me lembrava que estávamos na Califórnia.As únicas lembranças que estávamos no sul da Califórnia eram as palmeiras oblíquas que
cercavam a casa.

Nós nos encaminhamos para a entrada da casa mas antes que pudêssemos bater,,uma mulher humana de meia idade a abriu primeiro ,ela vestia roupas de empregada e parecia ser a governanta da casa . A ficha me caiu , ela era a alimentadora, por que tinha algumas marcas no pescoço, indicando uma alimentação recente e seus olhos estavam desfocados um pouco. Ela nos disse que seu nome era Dorothy.

– podem entrar , o Senhor Donahue esta esperando.

Ela nos guiou para dentro da casa ,caminhamos por um longo corredor com piso de madeira escura e corte que parecia absorver toda a luz. Pesadas portas francesas nos encontraram no fim do corredor. O vidro era fosco e manchado, obscurecendo o que estava lá dentro. Bati na porta e esperei até que um voz chamou , nos convidando para entrar.

Quando vi quem estava lá dentro, tive que parar minha mandíbula de cair de boca aberta . Abe Mazur , meu pai , estava aqui. Claro, eu sabia que ele viria , mas achei que chegaríamos primeiro , mas ele foi mais rápido do que nós pelo jeito.

Uma outra pessoa estava sentada na sala com ele, pessoa que eu não reconheci. O desconhecido, um idoso Moroi com queda de cabelo e um grande bigode branco, tinha que ser nosso anfitrião, Clarence.

Minha breve pesquisa pela sala,como qualquer guardião teria feito, logo levou-me a Abe, que estava observando e parecia se divertir com o meu obvio revogar dele. Um sorriso malicioso distribuísse pelas suas feições.

–Por que, Rose,– ele disse lentamente. –Não vai para dizer ‘Olá’ para o seu pai?

– olá , pai - falei secamente , eu não entendia por que ele estava aqui , com certeza não queria ficar de fora. - Satisfeito?

– quase, eu queria que você não fosse tão rude com suas palavras dirigidas à mim.

–vai sonhando, velho.

Ele sorriu. Abe tinha o tipo de aparência que poderia deixar muitas pessoas sem palavras, mesmo se soubessem nada sobre ele. Alheio ao calor exterior, o Moroi estava vestido em um terno completo e gravata. O fato era branco, pelo menos, mas ainda assim parecia ser quente. Sua camisa e gravata eram roxos, tal como a rosa escondida no bolso. Ouro brilhava em suas orelhas e garganta. Ele era originalmente da Turquia e tinha mais cor do que a maioria dos Moroi, mas foi ainda mais pálida que os seres humanos, cor de pele que eu herdei.

Depois desse encontro familiar , os outros atrás de mim vieram até Abe para o cumprimentar. Eu caminhei até ao homem Moroi mais velho e estendi minha mão para que pelo menos um de nós tivesse mostrado que tínhamos boas maneiras.

–Você é o Sr. Donahue? Sou a Guardiã Rose Hathaway. – achei que falar meu titulo guardião poderia causar mais impacto, e causou. Clarence sorriu e apertou minha mão com a sua mão enrugada. Eu não vacilei, mesmo que o desejo estivesse lá. Diferente da maioria dos Moroi que eu conhecia, ele não escondeu suas presas quando sorriu.

–Estou tão feliz em conhecê-la–, disse ele. –Eu já ouvi coisas maravilhosas sobre você.

–Oh?–, eu perguntei, arqueando uma sobrancelha e perguntando o que tinham falado sobre mim. Abe.

Clarence assentiu enfaticamente.

–Você é bem-vinda em minha casa. É uma delícia ter tanta companhia –. Introduções foram feitas para todos os outros. Eddie e Jill estavam um pouco reservados, mas ambos amigáveis. Adrian e Jimmy pareciam tediados e murmuravam juntos e reviravam os olhos. Mas depois pararam , Jill chamou a atenção de Jimmy, e eles se viraram para encarar Abe e Clarence.

Depois das apresentações , todos estava se dando muito bem , até o filho de Clarence apareceu,ele tinha uma idade perto da minha e de Eddie,ele era alto e magro, claro ele era um moroi, mas tinha características interessantes, eu supunha, com o cabelos encaracolados preto e olhos cinzentos. O sorriso que ele ofereceu parecia sincero. Seu olhar estava fixo em Jill, intrigante.

–Sou Lee Donahue–, disse ele, estendendo a mão. Eu e os outros, menos Abe , a tomamos.

Ocorreu um corro de todos :

–É um prazer .

Ele sorriu novamente.

– meu também, em conhecer vocês - em especial Jill, observei.

–você não mora aqui? - perguntou Adrian, foi uma surpresa para mim, já que ele e Jimmy , que costumavam falar sem parar , não tinham dito nada ainda , a não ser para se apresentar .

– regularmente, não–, disse Lee –Eu vou para a faculdade em Los Angeles, mas minha agenda é apenas a tempo parcial neste semestre. Então, eu quero tentar passar mais tempo com meu pai.

Abe olhou para mim.

–Você vê isso?–, Disse. – Isso é devoção.– Eu revirei os olhos
para ele.

–não seja ridi...

– preciso ir fumar , faz tempo desde a ultima vez - falou Jimmy , de repente me cortando.- não , não faz - falei secamente para ele, não gosto de ser ininterrompida - foi a menos de meia hora.

–que...? Meia hora seria um record - ele revirou os olhos - vejo você depois- falou para Jill.

– vai estar aqui quando os Alquimistas chegarem?

–vou estar aqui , não vou fugir, sabe, estamos no meio do nada. E mais, só vou lá fora um pouco.

Ele se encaminhou para a porta. Quando ele a abriu, já tinha alguém esperando para entrar.

Um casal humano, Alquimistas, antes mesmo de reparar em seus rosto eu pude ver o Lirio dourado que se destacava em suas bochechas. Foi quando percebi que a mulher era Sydney Sage , uma velha amiga que tinha me ajudado a fugir da prisão quando me acusaram de matar Tatiana.

O homem eu não conhecia, mas pelo horror em seu rosto, ele não gostava nem um pouco de estar aqui , principalmente por que tinha um moroi em sua frente impedindo sua passagem. Ele usava roupas neutras, tipico dos Alquimistas. Sydney vestia roupas neutras também, uma saia marrom, meia-calça e uma blusa leve com estampa floral.

–Então. Vocês estão aqui para me converter ou para vender materiais? – perguntou Jimmy em seu sarcasmo habitual. Mas ele parecia ter assustado os Alquimistas, principalmente o homem.

–Você deve ser o moroi que está acompanhando Jill , Sr. Darling – disse Sydney educadamente, como se estivesse falando com qualquer pessoa e não um vampiro, ela era boa. –É um prazer conhece- lo.

Agora quem ficou surpreso foi Jimmy , aposto que ele não esperava que eles o conhecessem.

–Eu não sei quem você é. Eu te conheço? – ele parecia confuso, parecia que ele não tinha visto muitos Alquimistas. Então, um certo entendimento passou por seus olhos –Certo. A Alquimista .

–Sydney Sage.– ela olhou para o lado e viu seu ''amigo'' em estado de choque –Keith, este é Jimmy Darling, o moroi que nos falaram que viria junto com a garota, o da foto - pelo jeito, ''a garota'' era Jill, e fiquei me perguntando quando eles tinham conseguido uma foto de Jimmy - Jimmy, este é o meu colega Keith Darnell.

Jimmy estendeu a mão, mas Keith não abanou. Se isso era porque Keith ainda estava chocado ou porque ele simplesmente não queria tocar um vampiro, eu não poderia dizer. Jimmy não pareceu se importar. Ele baixou a mão e pegou um isqueiro, passando por nós enquanto fazia isso. Ele balançou a cabeça em direção á porta.

–Eles estão esperando por você. Vá dentro – Jimmy inclinou-se perto do ouvido de Keith e falou com uma voz sinistra. –Se. Você. Ousar. –Ele cutucou o ombro de Keith e deu uma espécie de –Muhahaha–como riso.

Keith quase saltou 10 pés no ar. Jimmy riu e deu uma volta por um caminho ajardinado, acendendo o cigarro enquanto caminhava.