N: Pamela.

Acordei feliz e sai da cama quase pulando. Lavei meu rosto, fiz minha higiene pessoal, tomei café e fui para a igreja. Era domingo e eu tinha um “histórico” de nunca chegar atrasada. Dês do começo do nosso namoro, ele tem vindo à igreja comigo e isso é muito importante pra mim. Como sempre, ele chegou e eu já estava lá. Com todo o respeito, eu segurei sua mão e fomos para dentro. A ruiva estava com o marido conversando com o pastor Franklin. Provavelmente, ela falava da gravidez.

_Bom dia, pastor._ digo me aproximando.

_Pamela! É bom vê-la! Como vai?

_Minhas paradas cardíacas estão menos frequentes. Ou seja: estou bem!

_Que Deus continuo te abençoando. Eu estava agora falando sobre isso com Allysson e o Cris.

_Já soubemos das novas._ disse Lawrence.

_É bom tê-lo entre nós, Lawrence._ disse o pastor.

Minutos depois, começou o culto e no final, eu e Ally fomos para a minha casa, enquanto os rapazes foram pro estúdio da Banda Light, para se lembrarem dos velhos tempos de escola. Ally estava cansada e se sentou na poltrona, dizendo:

_É tanta coisa acontecendo junta que está difícil de acompanhar.

_Deixe-me ver: sua banda foi a primeira banda gospel da história a competir no American Music Awards, você reviu seu antigos amigos e sua antiga banda, tirou suas luvas e está deixando a tatuagem aparecer, está grávida, a tecladista da banda está namorando o tecladista da sua antiga banda, meu problema cardíaco quase não me dá sinal de vida, acho que aquele tal de Dewey está quase se juntando ao “clube dos salvos por Cristo”...

_O que disse?!_ ela perguntou surpresa.

_Foi o que Lawrence disse!_ digo feliz.

_Deus o abençoe! Fico feliz por ele.

_Você pegou muitos costumes do Dewey.

_Sim, eu tenho manias dele, mas isso não quer dizer que eu sou como ele.

_Sei disso.

Ela olhou para o alto e grunhiu dizendo: _Meu cabelo já está desbotando, Pam! Ele está ficando laranja de novo! É minha marca o ruivo vermelhão!

_Deixa de frescura, ruiva! Vai ser ruiva do mesmo jeito!_ tentei motivá-la.

_Nove meses sem pintar o cabelo vai ser difícil.

_Quem mandou se identificar tanto pela cor, Grey?!

_Lá vem você..._ ela põe as mãos no rosto.

_Só eu acho que ruivo, apelido de “Fênix” e sobrenome “Grey” é meio estranho?_ pergunto sinceramente.

_Prefiro “Jean Grey” a “Fênix do Rock”._ ela diz olhando pra mim e dando de ombros.

Dei uma risada e disse: _Só você mesmo, hem ruiva!

Rimos juntas. Aquela é a ruiva que eu conheço. Andava meio abatida, ultimamente. Enfim estava animada. Ela se levanta e diz:

_Vamos marcar alguma coisa, sei lá! Falta pouco para o aniversário do Cris e eu queria dar uma festa na piscina. O que acha?

_Não perco! Mas está longe ainda. E vou viajar para Nova York para ver meus pais.

_Não! Se você não pode, então ninguém vai!

_Que isso! Não se preocupe! Acho que posso cancelar, sabe... eles são meus pais, mas posso marcar pro natal.

_Saquei._ ela concordou com a cabeça.

_E o novo DVD?

_Preocupada. Ele vai ser gravado daqui a nove meses.

_Nossa! E seu medo é da criança atrapalhar tido na metade do show?!

_Foi a pior data possível! Não tem como adiar?!

_Vou falar com o empresário, ok?

_Cris está com ele quase sempre. Deixa que eu falo com ele e ele repassa meu recado!

_Se prefere assim...

Meu celular tocou: Lawrence! Então me levantei e sai da sala para poder falar com ele sem a ruiva me encarando e me zoando.

_Oi, Law!

_Oi, flor!

_Então...? O que faz você me ligar?

_Gosto do som da sua voz.

_Meloso, mas fofo!

_Sorvete? Hoje?

_Por que não?

_Alergia a lactose?

Afastei o celular e dei uma risada alta! Voltei e disse: _Eu nunca tive alergia a nada. Basta esse meu coração que vive me dando sustos.

Ele riu e perguntou: _15:00 horas?

_Pode ser! A gente se encontra na sorveteria ou na casa de um de nós?

_Sua casa.

_Olha, estou na casa da ruiva... mas deixa pra lá. Vou em casa, me troco... vai ser melhor assim.

_Então tá!

_Beijos!

_Eu queria estar aí pra recebe-los._ ele desligou.

_E logo vai receber._ digo pra mim mesma mordendo o lábio.

Fui para casa e almocei. Fiquei de meio dia até três horas da tarde me arrumando. Escolher roupas, lavar o cabelo, fazer maquiagem e muito mais.

Então, deu três horas e eu ainda estava escolhendo meu sapato. A sapatilha dourada ou a plataforma coral? Qual combinava mais com blusa rosa de estampa floral e saia jeans? Ouço a buzina do carro do Lawrence. Soltei as sapatilhas e coloquei as plataformas corais nos pés. Peguei minha bolça e sai.

Fomos novamente à mesma sorveteria. A do primeiro encontro. Sé havia duas paixões que dividíamos eram teclados e sorvete. Imaginem: “Teclados e Sorvetes”, a biografia romântica da tecladista Pamela Vincent! Eu lançaria esse livro! Fiz esse comentário e Law riu:

_E eu leria ele!

_Não precisa ler! Você estaria nele.

_Verdade?

_Não. Você está nele.

Nos encaramos por um tempo (momento de êxtase rsrs), e então ele resolve falar:

_Todos estão dizendo que estamos namorando.

_Não neguei, e você?

_Nem eu.

_Só é meio estranho._ admiti.

_O que?

_É que não houve o momento “Você quer namorar comigo?” ou coisa parecida.

_Quer que eu te peça em namoro?!

_Pra que se a gente já está?

Ele ficou quieto e sorriu. Como eu queria o poder de ler mentes! Mas isso nem a “Grey Ruivona” (outro jeitinho meu de dizer “Allysson”) tem! Rsrsrs... Brincadeiras à parte, depois do sorvete, batemos um papo, rolaram uns beijinhos, umas zoeiras (falei sobre a “Grey Ruivona” e ele riu muito) e depois de tudo, ele me deixou em casa as sete da noite. Um momento magico. Eu iria abrir a porta, mas ele perguntou:

_É muito cedo pra dizer?

_Dizer o que?

_Que te amo.

Senti um pequeno choque no meu peito (normal, uma parada cardíaca evitada). Eu acho que a minha cara de surpresa foi engraçada. Ele riu. Eu tentava falar algo, mas nada saia da minha boca. Só depois de um tempo eu consegui falar:

_Talvez sim. O que você acha?

_Acho que ninguém nunca me deu tanto valor quanto você. Me apresentou a Aquele que mudou minha vida e é tão parecida e ao mesmo tempo diferente de mim... Eu nunca vou conseguir te descrever, mas sei como descrever nós dois: amor.

_Foram as palavras mais lindas, nesse sentido, que eu já ouvi. E eu já ouvi muitas._ ah, como eu espero que aquela sensação molhada no meu rosto não tenha sido uma lagrima...!

_Acho que sim. Eu te amo._ respirei fundo e fiquei sem resposta _Você me ama?

_Ainda é cedo pra mim responder. Eu lamento.

Ele me beijou e foi para o carro. Entrei em casa e encostei na corta com um sorriso do tamanho do mundo.

Ai, meu coração! MEU DEUS!!!! Ele disse que me A-M-A! AMA! O LAWRENCE ME AMA! SENSACIONAL!!!!!