Capítulo 1 - Parte 2 - Apenas um sonho.

Voltar à escola foi horrível, eu já não era o centro das atenções como era em Forks, mas enquanto caminhava por aqueles corredores completamente cheios com os alunos que nem sequer sabe a minha existência, com os raios de sol emergindo filtragem através das janelas, minha mente vagava longe. Até a escura e úmida Forks, a minha casa.

Hoje foi um daqueles dias do ensino médio. Saí da cama com relutância, eu só queria me esconder debaixo das cobertas até que chegasse a hora de pegar um avião para Seattle. Cheguei segundos antes da primeira aula do professor, o Sr. Martins. Eu caí pesadamente sobre minha cadeira, e minha cabeça foi caindo lentamente até eu estar com a testa grudada na mesa.

- Você está bem Bella? - Minha colega de mesa perguntou.

Virei a cabeça ligeiramente e levantei meu olhar para encontrar com a clássica menina Arizona: loira, olhos azuis e pele bronzeada. Ela me olhava fixamente e pude perceber que no seu olhar havia um toque de preocupação. Mas eu não consegui responder, da minha boca somente saiu um leve grunido.

Emma, era o nome da menina. Nós éramos "amigas" em todos os sentidos da palavra, éramos mais que companheiras de mesa. Não tínhamos muitas coisas em comum, mas ela é uma daquelas pessoas que você poderia falar sobre qualquer coisa, seus pensamentos iam mais além que os meninos e a moda.

- Vai me dizer o que se passa contigo? - voltou a perguntar.

- Necessito sair daqui - eu disse em um sussurro.

- Eu também - sorriu - Eu odeio o Sr. Martins.

- Não só o instituto, eu preciso sair do estado. Eu só quero estar em Forks - minha voz era quase um sussurro.

- Forks? - perguntou levantando as sobrancelhas.

- Washington, é lá que vive o meu pai. - expliquei.

- Ah ...

A conversa parou por ai. Se antes Emma pensava que eu não era uma menina muito normal, aseguro que agora faltava pouco para ela achar que eu estava completamente louca.

Os dias passavam lentamente, era de vinte de dezembro. Faltando poucos dias para o Natal, e o mais importante: menos de um mês para eu embarcar naquele avião.

Toda noite eu ia dormir chorando recordando o seu rosto, seu cheiro, sua voz... Só queria passar o tempo rápido para ter Edward e Nessie em meus braços.

Eu implorei e pedi de joelhos para Renee para me deixar passar o Natal com Charlie em Forks, mas foi em vão. Parecia que ela e o tempo, este se empenhava em passar cada vez mais lento, haviam conspirado contra mim para tentar me enlouquecer.

Os presentes debaixo da árvore de Natal não me interessavam, eu sabia de antemão o que estava nos pacotes. Renée me comprou uma blusa vermelha e saia preta, ao vê-las eu tive que reprimir uma risada, se Alice visse estes presentes ficaria ultrajada. Phil me deu um livro, “Cúpulas tempestuosas”, meu velho exemplar já estava a ponto de pedir aposentadoria. Charlie me enviou o seu presente por correio, um som novo. Nada de anormal, tudo era como eu me lembrava, mas isso não me tranqüilizava, pelo contrário, todavia faltavam vinte e quatro dias e catorze horas para eu subir naquele avião e vinte e seis dias e dezoito horas para ver Edward na hora do almoço na escola. Suspirei sem vontade, do mesmo jeito ainda me faltavam algumas semanas de tormento, de um insuportável tormento.

Sem que Renée desconfiasse de nada, fui fazendo minha mala aos poucos. Talvez tenha sido algo totalmente estúpido, mas ajudou-me a sentir um pouco mais perto da hora da colocado minhas poucas roupas de frio na mala, e aproveitava qualquer oportunidade para comprar mais algumas me lembrando do inverno rigorozo que iria fazer em Forks. Saber de antemão tudo o que eu precisava estava me ajudando muito, e os conselhos sobre moda de Alice estavam ajudando muito bem também. Espero que tudo esteja igual em relação aos Cullens, Jake e principalmente em relação ao Edward.

E o grande dia chegou. Uma tarde depois de chegar do colégio fui para meu quarto e me tranquei lá,eu necessitava mesmo de tempo para pensar no que fazer quando eu chegasse lá. Minutos depois Renée bateu na porta interrompendo meus pensamentos.

- Querida, nós podemos conversar? - Perguntou colocando sua cabeça através da minha porta.

Apenas acenei afirmativamente com a cabeça e ela veio se sentar ao meu Aldo na cama.

- Phill tem que passar uma temporada em Jacksonville, será de cerca de três semanas- disse. Eu vou estar uns dias aqui com vocês e depois eu vou com ele. Eu não gosto de deixá-lo sozinho, mas você sabe ...

- Mãe, -a cortei - está viajem não será a única, não é?

Ela olhou para baixo e não disse nada. Era hora de executar meu plano, eu tinha que jogar todas as minhas cartas que tinha na mão. Mas a vitória estava quase assegurada, nas minhas "memórias" do sonho tinha conseguido convencê-la sem muita dificuldade.

- Porque eu não vou morar com o papai? - soltei de uma só vez.

Ela ficou um momento de silêncio, ponderando a possibilidade.

- Você odeia Forks. - disse ele finalmente.

- Será apenas por um tempo, quando vocês se instalarem permanentemente eu voltarei. - a tranqüilizei.

Estivemos discutindo amigavelmente sobre as vantagens e desvantagens de eu me mudar para lá. Mas depois de muitas perguntas -por parte da minha mãe- e repostas totalmente seguras da minha parte, minha mãe assentiu o meu pedido sem hesitar.

- Querida, você tem certeza do que você diz? - minha mãe me perguntou um pouco angustiada.

- Sim, Mãe, não se preocupe. Saberei cuidar do papai. - disse a ela totalmente despreocupada e com um leve sorriso em meu rosto.

Ela me devolveu o sorriso tristemente e suspirou.

- Agora irei falar com Charlie para ver se ele está de acordo. - disse enquanto ficava de pé e saia do meu quarto.

Quando a porta de fechou, meu queixo caiu no chão !Eu tinha conseguido! E foi muito mais fácil do que eu lembrava. Sufoquei um gritinho histérico enfiando minha entre meus travesseiros e comecei a me preparar para o que estava por vir.

Os dias seguintes passaram muito rápidos, mesmo eu estando cada vez mais impaciente. Com a mala quase proto eu já tinha uma pequena vantagem, isso me deu mais tempo para pensar e quebrar a cabeça com o que eu poderia fazer daqui pra frente. Se a história já estava em curso, logo eu enfrentaria James e, em seguida, Jasper tentaria me atacar, Edward iria embora e eu... Só de pensar uma onda de tristeza me puxava. Edward não poderia deixar-me, isso seria evitado a todo custo. Esse capítulo da minha vida tinha que se iniciar novamente, se possível, ser apagado das minhas memórias.

No fim do dia embarquei no avião com o estômago rvirando, a ansiedade estava me consumindo, eu quero ver o verde de Forks e sentir o cheiro da chuva. Às quatro horas de vôo para Seattle me pareceram eternas, e isso sem falar que eu ainda tinha mais uma hora em outro vôo até Port Angeles e outra no carro de patrulha de Charlie. Mas hoje eu entraria naquele carro, totalmente orgulhosa de ser filha do Chefe Swan.