Ressurgente escrita por Carolina Rondelli


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, quero muito agradecer a todos que estão fazendo meus acompanhamentos subirem! Obrigada pelos comentários e por estarem lendo Ressurgente, espero que curtam esse capítulo!



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Liv

— Tris! — é a primeira coisa que Tobias exclama assim que acorda.

— Tobias, está tudo bem — Cara diz, empurrando-o de volta para a cama.

Levamos Tobias para o apartamento da mãe depois que o encontramos desmaiado no primeiro andar do antigo prédio da prefeitura. Enquanto para todos a causa disso é um mistério, eu sei exatamente o que aconteceu. Ou quem aconteceu. Beatrice.

Tobias parece sobressaltado, e não é uma surpresa, ele viu que o amor de sua vida está vivo, e, enquanto absorvia o choque, foi nocauteado pelo mesmo.

— Onde ela está? Vocês a viram?

— Quem, filho? — Evelyn se aproxima dele, pegando sua mão.

— Tris, ela estava lá — ele coloca a mão na cabeça, onde um galo se formou —, ai, ela que fez isso.

— Deve ter batido a cabeça, Quatro — Zeke diz.

— Não, na verdade ela bateu na minha cabeça! — ele diz, em um tom irritado.

— Já tivemos essa discussão antes — Zeke continua. — Vimos o corpo de Tris, nós a queimamos, você espalhou as cinzas dela.

— E se ela estivesse viva — Shauna intervém —, correria para os seus braços, e não te atacaria.

— Ela estava... diferente — ele diz, se sentando.

— É impossível... — Zeke prossegue.

— Eu acredito — Christina se pronuncia pela primeira vez desde que foi resgatada.

— Acredita?! — Tobias diz, estupefato.

— A pessoa que me deixou lá era menor que eu, pode muito bem ter o corpo de Tris. E ela fez um esforço muito grande para não falar comigo, mas, ela praguejou algo quando a empurrei, achei ser a voz de Tris, mas ignorei isso, não devia ser possível...

— Ela estava lá — jurou Tobias —, só que parecia fora de si.

— Deve ser um engano — Evelyn diz.

— Tris está viva! — Tobias gritou.

— Acalme-se, Tobias — digo. — Se ela está mesmo viva, vamos encontrá-la.

— Estava pensando... — Christina começa. — Você espalhou as cinzas de alguém pela cidade, Quatro. Se Tris não morreu naquele dia, então alguém o fez.

E o que eu mais temia acontece, quase desejo que Christina não tivesse sido recuperada do sequestro. Se começarem a juntar as peças, vão chegar na menina que morreu quase na mesma data da suposta morte de Beatrice, podem chegar aos contatos dessa menina, e, consequentemente, ao seu assassino. Chegariam a Derek, e não posso deixar que isso aconteça.

— Não acho muito provável... — começo.

— Não, ela pode ter razão, faz sentido — Tobias me interrompe.

— Por que ela estaria trabalhando com rebeldes? — Shauna indaga.

— Talvez estejam obrigando ela a fazer o que mandam — Evelyn especula.

— Não... — diz Tobias, pensativo. — Se ela estivesse sendo forçada, seria diferente, ela parecia estar gostando, ela comentou algo sobre não deixarem ela me matar, como se ela quisesse isso, entende?

— O que mais ela disse? — Zeke pergunta, ainda pouco convencido.

— Para que eu não a chamasse de Tris — Tobias diz, com uma expressão de dúvida e confusão.

Antes que alguém possa responder, o telefone de Tobias toca, e, quando este olha na tela, faz cara feia.

— É Anthony — diz —, deve estar se perguntando por que faltamos ao trabalho.

— Diga a ele que precisamos fazer uma reunião, precisamos contar sobre os rebeldes — digo.

— Mas se Tris estiver com ele...

— Não podemos arriscar a segurança de pessoas inocentes, Tobias, atenda logo — e é o que ele faz.

Depois de algumas desculpas esfarrapadas, Tobias fala sobre a reunião e marca para a manhã seguinte.

Christina, Zeke, Cara e Shauna já se preparam para sair, e eu me adianto com eles. Mas Tobias me chama.

— Liv, precisamos conversar — diz em voz baixa.

— Talvez, mas não agora, Estou cansada, e amanhã vai ser um longo dia. Eu te vejo depois.

Sem esperar que ele tente me impedir, eu me despeço de Evelyn e dos outros, e saio. É Derek quem está correndo risco a partir de agora. Não que Tobias não esteja, mas não é como se eu me importasse.

***

É o rosto de Derek que quero ver quando chego ao prédio que moramos, mas, infelizmente, é Beatrice a primeira pessoa que vejo.

— O que ele disse? — pergunta ela, animada demais para o meu gosto.

— Para você tudo é uma grande brincadeira, garota? — pergunto irritada.

— Está nervosa? — uma voz chama, e sei que é Nita.

— Um pouco, depois da surra que ela deu em Tobias — respondo.

— Isso lhe incomoda? Dói vê-lo machucado ou algo assim?

— Não, mas agora ele sabe que ela está viva, ele não vai parar de procurar...

— E que venha — Beatrice interrompe.

— Não tem cabimento discutir sobre isso — e as deixo para trás, indo para o quarto de Derek.

Quando chego lá, não o acho, mas dou de cara com Trevor no corredor. Quase nunca nos falamos, mas ele pergunta:

— Está procurando por Derek?

— Sabe onde ele está?

— No terraço.

— Ele está bem?

— Por quê?

— Por nada, obrigada.

Vou em direção ao terraço. Sei que Derek quase nunca vai lá, e quando vai, é porque não está bem.

— Derek? — chamo ao chegar lá.

Ele está debruçado sobre a mureta que dá para fora. Ele me olha, e faz um movimento com a cabeça para que eu me aproxime.

— O que houve? — pergunto, depois de dar um beijo nele.

— Ele sabe, não sabe?

— Sim — sussurro.

— É só uma questão de tempo para ele descobrir quem era a menina que morreu e chegar até a mim — ele diz, ainda mais baixo que eu.

— Mesmo que ele te ache — digo —, ele nunca vai ser páreo para você, sabe disso.

— Não estou com medo dele, nem de ser preso ou morrer. Mas não posso pensar em encarar as pessoas que amavam aquela garota. Sabia que ela disse que tinha um cachorrinho? Ganhou da avó. Será que ela passou mal depois de saber que a neta sumiu?

Derek pode ser grande, corpulento, mas nunca o vi tão frágil e pequeno como agora, sendo corroído pelo remorso.

Não sei como consolá-lo, então não consolo. Só o abraço e ficamos no terraço até tarde da noite, quando vamos para o quarto dele e dormimos lado a lado. E muito, muito mais tarde, sabendo que ele já está dormindo, sussurro como se para mim mesma:

— Será que justiça, igualdade ou vingança valem tudo isso?

Mas sei que não vou obter resposta por um longo tempo.

***

Quando chego ao atual prédio da prefeitura, ele está movimentado. A força policial está presente, e mais membros do Governo do que me lembro.

Avisto Tobias conversando com alguém, e, quando me vê, pede licença em vem ao meu encontro.

— Que bom que está aqui — diz —, Anthony está esperando na minha sala, precisamos falar com ele em particular primeiro. Preciso contar sobre Christina.

— Vamos contar sobre o roubo?

— Não se puder, mas acho que ele já sabe.

— Tudo bem, então — digo e seguimos para a sala.

Anthony já está sentado na sala, mas levanta para nos cumprimentar.

— Diga que me traz boas notícias, prefeito — ele diz, voltando a se sentar.

— Bem que gostaria, Anthony, mas tenho péssimas notícias. As pessoas que nos atacaram são rebeldes.

— Rebeldes?! — exclama. — Como sabe?

— Uma amiga minha, Christina, foi raptada por eles.

— Deixe-me adivinhar, eles pediram uma alta fiança, que teve o atrevimento de me pedir para arcar e, não satisfeito, roubou o Centro. Certo?

— Tive de fazer isso...

— Onde estava com a cabeça? Se aquele idiota do David tivesse se lembrado de algo e denunciado, a cidade estaria arruinada, porém não mais que vocês.

— Espere — digo —, o que ele disse?

— Que foi atingido na cabeça e não se lembrava de nada.

Olho para Tobias e ele para mim, ambos surpresos. Ou ele colocou fé nas nossas ameaças, ou resolveu ser bondoso, ou guardaria isso para mais tarde, para nos chantagear, talvez?

— Tiveram sorte, de qualquer forma, e isso não sairá daqui. Para onde foi destinado o dinheiro?

— Foi distribuído para várias famílias em um conjunto de casas que vieram da fronteira — Tobias explica.

— Eles são os rebeldes?

— Poderia estar entre eles, mas não acho provável. São pessoas da fronteira, mas não aquelas pessoas que moram ali — Tobias diz.

— Entendo... — reflete Anthony. — Prestem atenção, quando os senhores que estão lá fora começarem a reunião, quero que digam que o dinheiro que eles pediram, vocês tiraram de caixa pessoal, não importa a eles se são ricos ou não. Compreendem?

— Sim — respondo.

— Claro — diz Tobias.

— Chame-os — Anthony diz para mim, e saio para chamar as pessoas do Governo que se encontram lá fora, bem como os policiais.

— Bom, senhores — Tobias começa, com ar incerto, depois que todos se sentam —, temo que estejamos enfrentando uma situação de crise. Temos rebeldes na cidade.

Olho em volta e todos trocam olhares nervosos.

— E estão se rebelando contra o quê? — Amar, o chefe da força policial, pergunta.

— Pelo passado — Tobias responde. — Pelo maltrato às pessoas consideradas GD que moravam na Fronteira.

— E o que eles querem? — exclama um homem que nunca vi antes, de cabeça branca, parece bem velho. — Que voltemos ao passado e tiremos eles das ruas e da humilhação?

— O que pediram até agora foi dinheiro, senhor. Raptaram minha amiga e mandaram que distribuísse dinheiro entre moradores que vieram da fronteira para cá. Deixou minha conta pessoal vazia — Tobias responde, olhando de soslaio para Anthony enquanto conta a mentira.

— Não poderia ter dado o que querem assim tão rápido — rebate o mesmo velho —, vão julgar que temos um prefeito fraco.

— Não poderia ter deixado minha amiga morrer, isso que eu não poderia.

— Existe possibilidade de pedirmos reforço para a força policial de fora de Chicago? — Amar pergunta a ninguém em especial.

— Creio que não — responde um homem forte, que parece ser da força policial, mas é de fora de Chicago. — Não acho que concordariam...

Ele é interrompido pelo toque de um celular. É o de Anthony, que se precipita para atender.

— Tenho que atender, com licença, senhores — diz ao sair da sala.

— Acredito que devemos avisar a população — Tobias diz.

— Não, causará medo e alarde por nada — diz Amar.

— Por nada? Acha que vão deixar morrer seus esforços depois de conseguir algum dinheiro para algumas famílias? — indaga Tobias.

E então um burburinho de vozes começa, e dura por muito tempo. Todos discutindo sobre qual é o melhor jeito de conduzir a situação. Até que a voz de Tobias sobressai a todas as outras:

— Entremos em um consenso, senhores! O que vamos fazer?

Mas, nesse momento, Anthony entra na sala, com a expressão dez vezes mais cansada do que quando saiu.

— Acabaram de ligar do hospital — ele anuncia, — John, que estava lá depois do ataque à prefeitura, não resistiu, e morreu agora há pouco. Não há outra coisa a se fazer. Vamos retaliar.


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Notas finais do capítulo

E aí, vocês gostaram? Não gostaram? Qualquer coisas que gostariam de tirar ou acrescentar, comentem, é muito importante para mim.
Beijos, até o próximo capítulo!



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