O Mar de Vingança escrita por iOblivion


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

E aqui começa realmente. Boa leitura!



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"Vingue-se"

Desespero e raiva. Era isso o que Lucius sentia em seu sonho. Lembrou cada momento daquele fatídico dia, o dia em que todos aqueles que conheciam foram assassinados a sangue frio. As palavras daquela mulher não saiam de sua cabeça, nem a visão de seus pais mortos saia de seus sonhos. Foi assim durante 7 anos, e talvez prossigam por mais alguns. Tinha sido demais para um garoto de 13 anos presenciar. Após acordar, percebeu que não estava naquele lugar. Já não aguentava mais tudo isso.

Durante todo esse tempo, ele esteve a treinar e treinar, somente com um pensamento e um objetivo: vingar-se. Por conta disso, se tornou um assassino frio e cruel, sendo conhecido por todos os países de força na época, além de ser chamado por vários nomes. A sombra, o tigre negro, lâmina do demônio. Tornou-se tão bom no que fazia que sempre estava com algum "serviço". Matava por prazer e diversão, além de ganhar a vida com isso.

Ao sair de sua barraca, percebeu que ainda era noite. O céu estava coberto de nuvens, o que o fez lembrar-se de seu primeiro assassinato. Ele tinha apenas 17 anos na época. Estava treinando perto da floresta de Arshton quando um grupo de ladrões o rodeou. Eram 3 ao total, o que o deixou em grande desvantagem. Não fosse seu parceiro de treino Will ter voltado com as lenhas, provavelmente estaria morto. A batalha durou pouco mais que 20 minutos, mas os 3 bandidos estavam despreparados para lutar contra dois espadachins bem treinados. Will saiu com um pequeno corte no rosto e na perna esquerda, enquanto Lucius levou a pior. Sofreu um profundo corte em seu braço esquerdo, deixando sua adaga de prata cair. Além de seu peito ter sofrido um pequeno ferimento.

No momento em que sua espada perfurou seu oponente, sentiu, pela primeira vez, o gosto de sangue. Aquilo o fez querer mais, então logo começou a desferir golpes desenfreados, sem se importar com o cansaço que começou a sentir. Cortava o segundo atacante de todos os modos possíveis. Até que, por fim, foi atingido por trás, sofrendo seu primeiro corte de batalha.

Deu um leve sorriso e balançou a cabeça, voltando a realidade. Aquela lembrança sempre o deixava contente. Queria voltar a dormir, mas o medo de ter o mesmo sonho novamente não deixou. Desmontou sua barraca e seguiu caminho, montado em seu cavalo. Trotou durante horas a fio até o primeiro raio de sol aparecer no horizonte. Uma das coisas que A Fera havia tirado dele foi a sensação que ele mais amava. Todos os dias, ele acordava seus pais antes do sol raiar para poder contemplar, juntos, o nascer do sol. Sentia-se sempre alegre em poder compartilhar essa linda visão com eles, ainda mais quando eles iam todos ao lago. Mas agora, tudo não passava de lembranças, e isso era o que ele menos queria. Não gostava de lembrar-se do passado, pois sabia que, se nada daquilo tivesse acontecido, ele não seria um assassino como hoje é.

Enquanto seguia pela estrada, notou, pelo canto do olho, que estava sendo seguido. Fingiu não notar, seguindo normalmente, esperando o momento certo para atacar. O que não demorou muito. Num rápido movimento, sacou sua adaga e saltou do cavalo, caindo sobre seu perseguidor. Ou melhor, perseguidora. Assim que percebeu os olhos assustados da garota, a encarou e perguntou:

– O que fazes aqui, me seguindo logo cedo? Não sabes, por acaso, quem sou?

– N-não estou te seguindo, senhor. E-eu... - E começou a chorar. - Por favor, não me mate!

Ela não estava mentindo. Pelo menos, não demonstrava nenhum sinal. Sua voz soava verdadeira e sincera. Lucius guardou a adaga e se levantou, deixando a garota jogada no chão.

– Não volte a me seguir, a menos que queira um corte em sua garganta. - Disse, por fim.

– E-espere, por favor! Vo-você é aquele quem chamam de lâmina do demônio, não é?

– Tenho muitos nomes, mas esse é um dos mais conhecidos. O que queres? - Manteve-se firme, assim como começou. - Saiba que preciso sair daqui rápido, tenho trabalho a fazer.

– Essa estrada leva até a cidade de Faregorr, que é para onde estou indo, e parece que o senhor também. Será que posso acompanhá-lo? - Ainda estava a chorar, mas sua voz era doce. - Não me sinto muito bem em seguir esse caminho até lá, existem muitos relatos de assaltos nessa região.

– E por que eu permitiria? Por acaso pareço um guarda costas?

– Eu posso pagá-lo, se quiser! Aqui, tenho 500 moedas de prata. Isso é suficiente?

Por mais que não quisesse aceitar, o olhar penetrante da garota o convenceu. Olhou novamente para ela e percebeu que era de boa aparência e logo se interessou por ela.

– De fato, estou a caminho de Faregorr. 500 moedas e uma noite. Quero que deite-se comigo. Essa é minha proposta. Se quiser seguir junto a mim, esse é o preço. - Havia malícia em sua voz. Já se passara meses desde a última vez que deitara com uma mulher, e isso estava começando a fazer falta.

Ela ficou calada por alguns instantes, perplexa e pensativa.

– Vamos, responda algo, não tenho o dia todo. - Estava realmente com pressa, o prazo para chegar até o local marcado era naquele dia, e ele não queria colocar tudo a perder.

– Sinto muito, mas não posso aceitar me deitar com você. Ainda sou virgem, e se meus pais descobrirem que me deitei com alguém antes de casar-me, eu seria expulsa de ca... - Mas antes que pudesse terminar de falar, Lucius atirou uma faca em direção a mata. Ouviu-se um grito e um homem caiu morto, com a faca em seu peito.

– Ainda tem mais de onde esse saiu - ele começou a falar, com tom de seriedade - a menos que queira ficar sozinha com eles, aceite minha proposta.

E estendeu sua mão a jovem. Não se surpreendeu quando gritos de ódio e maldições começaram a soar. Rapidamente, a jovem agarrou a sua mão e montou em seu cavalo.

– Boa garota. Vamos amigão. - E assim, colocou seu cavalo a correr. Em poucos segundos se afastou de onde acabara de matar um homem, vendo seus companheiros correrem em sua direção, com espada em punho, mesmo sendo uma tentativa em vão, pois não conseguiriam acompanhar os passos do cavalo. - Agora que temos um acordo, qual seu nome, garota?

– Me chamo Valencia, senhor.

– Pois bem, Valencia. Daqui algumas poucas horas chegaremos à cidade. Iremos direto para a primeira pousada que encontrarmos. Prometo ser gentil com você. - Disse, com um sorriso malicioso em sua boca, encarando-a.

Seguiram viagem sem se falar. E, assim como ele disse, em poucas horas chegaram a Farengorr.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro que notarem, por favor, me falem para que eu concerte. Espero que tenham gostado e até o próximo!