Urano, O Senhor dos Céus escrita por Amante Imortal


Capítulo 2
Capítulo Um - Companheiro De Cela


Notas iniciais do capítulo

Hey... eu sinto muito pela demora!

Eu perdi o capítulo todo duas vezes e por um bom tempo fiquei com um tanto de raiva pra escrevê-lo.... maldita falta de inspiração pra começar sabe?

Enfim está ai e espero que gostem... mas antes queria dar duas explicações...
Primeiro quanto ao Orfanato o qual Cat se refere no Prólogo e que vocês verão aqui que Spark (o narrados da vez) se refere como Manicômio...

O orfanato é mais como um abrigo para crianças psicológicamente doentes que não têm pais ou adultos reponsáveis. O mesmo aceita maiores de 16 anos uma vez que possuem problemas psicológicos, tanto de loucura quanto amnésia (a questão da Cat), mas em troca devem fazer alguns serviços para o orfanato (os que estão sãos)



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CAPÍTULO UM

“Companheiro de Cela”

Michael Speed

Lembro me da voz do meu falso pai falando que ela era horrível e que ele não fora criado para isso, e então ele bateu nela, bateu em minha mãe até que ela caísse inconsciente no chão, uma poça de sangue saindo de sua cabeça. Lembro-me da raiva que senti com aquilo e então de ter disparado um soco no homem e de como ele ficou imóvel depois disso, um circuito estragado.

Foi o dia em que descobri que vivi a vida toda com um autônomo, que o mesmo saiu do controle e matou minha mãe. E, que eu era filho do deus que o construiu.

Eu fugi depois daquilo, mesmo estando prestes a ter uma guerra contra os Titãs no mundo de meu pai eu não me importei, evitei ser achado, para todos os efeitos eu sou Mike o órfão e não Michael Speed o desaparecido e acusado de assassinar sua própria mãe.

Eu sai de Veneza para Porto Rico, de Porto Rico para Espanha, da Espanha para Londres. Viajei assim desde os 13, até que, por descuido, fui preso em um manicômio enquanto tinha que enfrentar a herança de meu pai – os monstros que sempre me perseguiriam —, fui tachado como louco, homicida, psicótico... tudo porque tentei avisá-los que aquilo era um monstro.

Fizeram tratamentos comigo, dignos de um verdadeiro louco, eu não tentei mais fugir com o tempo. Fiquei por lá, recebendo choques, vendo vídeos e ficando confinado a minha própria existência por muito tempo.

Isso pode acabar com a mente de alguém.

Dois anos preso em um manicômio acabariam com qualquer um. E com tudo isso eu esqueci – tentei esquecer – de quem eu era, do que eu era. E me tornei o louco que queriam.

Até minutos atrás pelo menos. Até antes dele aparecer. Graecus. Semideus. Meio-Sangue.

Família.

Mesmo se passado alguns minutos desde sua entrada ele não olhara pra mim. Apenas tentava abrir a porta, e eu fiquei grato por isso. A raiva em meus olhos era perceptível e o descontrole também, não precisava de um semideus insignificante para me encher de perguntas.

Cat por favor chegue logo. Eu não aguentarei mais um minuto com esse garoto.

Talvez nem segundos, percebi quando ele decidiu largar a espada – que fora por segundos uma caneta em seu bolso – e socar a porta de metal. Pelos deuses ele era louco. Ou muito burro.

— Se você não percebeu, isso não vai funcionar. – Eu disse entre dentes. – Se sua lamina não funcionou porque sua mão iria?

— Você consegue ver a espada? – Ele finalmente me encarou, e nossa, semideuses podem ser parecidos. Podíamos ser irmãos se os meus olhos não fosse castanho-claros e os deles daquele verde-mar. Bem, talvez eu fosse um pouco mais moreno que ele por causa do tempo que passei em Porto Rico, e ele um tanto mais alto. Mas continuávamos com o mesmo porte físico e aparentemente a mesma idade.

— Não sou cego sou?

— Um mortal arrogante e com visão da névoa... Tudo o que eu precisava. – Ele murmurou e eu fiquei muito tentado a responder que não era um mortal, e até responderia se um explosão lá fora não tivesse interrompido minha linha de pensamento.

— Adoraria conversar com você, mas este é meu sinal para ir embora. – Levantei do canto onde estava sentado e me aproximei da porta, colando o ouvido na mesma para ouvir o que acontecia lá fora.

Era uma cela pequena, 4x4 pode-se dizer, sem janelas. Havia uma pia e um pano no chão. A porta era de um metal grosso, uma fechadura magnética como se soubessem que se eu tocasse em uma normal a porta se abriria facilmente, ela também não me ajudava muito em saber o que acontecia lá fora, mas com esforço...

Atentei-me ao passos que ecoavam pelo corredor e nas vozes desesperadas que falavam algo embolado e inteligível.

Não tínhamos combinado explosões, ainda mais porque o especialista nas mesmas sou eu. Mesmo assim fora uma ideia fantástica esta das meninas. Me permiti um sorriso, esquecendo por um segundo todo o estresse que aquele garoto me causara.

Pensar em Cat e suas ideia loucas me deixa contente, ela era o meu porto seguro naquele mundo horrível, e eu o dela.

Sua história não era como a minha, na verdade eu não faço ideia de qual sua história. E nem ela o faz. Cat Wyle, seu nome, é tudo o que eu sei da minha namorada além de seus gostos e manias, e é tudo que ela mesma sabe. Há um ano ela chegou aqui, não se lembrava de nada, nem mesmo de seu nome, depois de um tempo de terapia ela se recordou de parte do mesmo, apenas o apelido, talvez até metade dele. Cat Wyle.

Nos conhecemos naquela terapia que a fez lembrar de mínimas coisas como:

Não ter pais (de certo modo, como eu), ter dezessete anos (um ano mais nova que eu) e ser de lugarzinho perto de Long Island...

Nós nos aproximamos assim, e continuamos mais próximos ainda quando ela decidiu trabalhar como assistente no Orfanato/Manicômio em troca de comida e casa.

Foi o máximo e ainda é, porque assim como eu e Lyn tentamos todos os dias à ajudar a se lembrar de quem é, ela também me ajuda à nunca perder a cabeça. Se não fosse por ela, eu com certeza teria virado algum tipo de psicótico/psicopata.

Balancei a cabeça e me afastei da porta quando ouvi sons da passos se aproximando. E então ri com os xingamentos que uma desferia a outra sobre não saberem qual era a chave eletrônica correta.

— É a com a fitinha vermelha, Cat. – Falei contra a porta e ouvi um pequeno riso dela... só que era diferente, o riso era nervoso. Como se ela precisasse se apressar ou uma bomba a explodiria.

A porta se abriu rapidamente e eu à abracei instantaneamente, esquecendo totalmente do menino atrás de mim.

— Você é louco Spark! Dois dias preso de novo, o que você fez desta vez? – Ela olhou pra mim um tanto alarmada e com raiva, mas suas expressões se suavizaram ao ver uma pequena queimadura na minha clavícula. – Meu deus, você está bem? Eles te machucaram?

Ela levantou um pouco meu pescoço tentando procurar por mais queimaduras provocadas pelos choques da maldita terapia.

— Estou bem, estou bem, só vamos sair logo daqui, não aguento mais este lugar e... – Eu interrompi minha própria frase quando vi que ela encarava um ponto atrás de mim. O garoto.

E algo mudou ao vê-lo. Sua respiração ficou pesada, e ela oscilou por um momento, se escorando em mim pra não cair.

— Er... eu ganhei um companheiro de cela, mas se for ruim para o plano podemos simplesmente deixa-lo aqui...

— Não é isso Mike. Ele... – Ela olhou para mim, seu olhos mais do que apenas alarmados, espantados, com um terror que eu jamais a vira sentir. Aquela expressão acentuava o vermelho escondido por uma névoa cinza de seus olhos, era incrível. – ...Eu sonhei com ele.

Eu sonhei com ele.

Eu sonhei com ele.

Eu sonhei com ele.

Eu sonhei com ele.

Eu sonhei com ele.

Aquela frase martelou na minha cabeça repetidamente em conjunto com um não não não não não não não NÃO! Aquilo não podia estar acontecendo.

Se ela sonhou com ele, um sonho que eu sabia qual era por ser o único que ela estava tendo desde muito tempo, e ele existia mesmo. Só poderia ter uma explicação, uma explicação que eu recusava a acreditar, porque isso faria dela algo ruim algo... não!

Ela ainda é sua ancora, seu porto seguro, não se esqueça disto por uma bobagem qualquer. Algo em mim disse.

— Como assim sonhou com ele? – Eu tentei dizer, mas ela já se afastava de mim e se dirigia ao semideus.

Ela o olhava como se visse um fantasma, ou pior, um inimigo. E ele fazia o mesmo, mas de um modo mais feliz, como se tivesse ganhado um tão sonhado prêmio.

— Então era verdade? Você está mesmo viva? – O garoto sussurrou para Cat algo que confirmou todas as minhas suspeitas. Foi minha vez de oscilar.

— Viva? Como assim viva? – Ela o examinou, procurando algum sinal que a fizesse reconhece-lo ainda mais. – É obvio que eu estou vida.

— Sim. Você está! Viva e bem. Òh pelos deuses, Nico vai ficar louco. E Quíron? Ou até mesmo seus irmãos? – Ele passou a mão pelos cabelos e então riu. – Depois de um ano não acredito que te encontrei!

Então ele fez menção de se aproximar dela e aquilo foi demais para mim. Me pus entre eles, com uma mão no peito do rapaz, a fim de dizer para que ficasse longe, meu cérebro e sua raiva pouco se importando com a espada em sua mão.

— O que acha que está fazendo? Você tem algum problema ou o que? – Minha voz estava um tanto alterada, e eu sabia que estava tendo um ataque.

— Cara eu... Desculpe, falei demais, mortais tendem a não entender ainda mais se... – Ele olhou ao redor, e eu soube exatamente o que ele falaria.

— Ainda mais se o que? – Eu o empurrei com a mão e senti Cat apertar um tanto meu ombro, o medo dela quanto as minhas ações era evidente.

— Ainda mais se... forem loucos. – Ele disse falando baixo. E eu teria pulado pra cima dele. E me preparei para fazê-lo, mas Cat me segurou com muita força. Uma força não maior que a minha, mas da quantidade certa para que eu notasse que ela estava muito nervosa.

— Vocês podem se acalmar? – A voz dela soou uma oitava mais alta. – Isso é muito confuso, por favor deixem—me pensar sem enlouquecer.

Olhei com o canto do olho para ela, falar enlouquecer era quase uma traição.

— Spark, eu te amo e você sabe que não falei por mal! – Ela tentou dar um meio sorriso, mas sua expressão ficou um tanto mais sombria quando seus olhos voltaram a se pousar no garoto. – Mas é tudo muito estressante, porque isso não pode ser possível.

— O que não pode ser possível? – O menino se virou para ela de novo, e eu fui esquecido como um simples observador novamente.

— Eu conhecer você, isto não é possível. – Ela então olhou para baixo. – Eu ter sonhado com você, ter irmãos, casa e...

— E eu ser filho de Poseidon, deus dos mares? – O menino zombou. – Cater, saiba que tudo isto é verdade.

E o meu medo se instalou, o jeito como ele se dirigiu a ela, como riu dela, ele a conhecia mesmo. E o pior, ele dizia a verdade. Um filho de um dos três grandes, de toda à Londres, fora parar justo no manicômio em que em me encontrava, e agora, dizia que conhecia minha namorada como se fossem velhos amigos.

— Quem é você a final?

— Eu sou Perceu Jackson.

Me respondeu o garoto quando uma nova explosão sacudiu o ambiente e nos libertou do torpor da conversa.


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Notas finais do capítulo

Olá novamente... e então o que acharam?

Este foi um capítulo pequeno, e com partes confusas, culpem a loucura do Spark (sim, foi proposital), com o tempo voces verão mais dele e de um modo mais extravasado.

Espero comentários... e desculpe mais um vez pela demora, o próximo já tem metade pronto logo logo ele está ai!! ;)



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