Urano, O Senhor dos Céus escrita por Amante Imortal


Capítulo 1
Prólogo - O Sonho


Notas iniciais do capítulo

Oie Semideuses, espero que gostem desta história, aceito criticas, elogios, quero a opinião de voces!! ;)
(Bem vindos de volta velhos leitores o que acham dessa mudança na escrita?)

Ps: Este é um capitulo mais dinâmico, lotado de falas e falas...
Curtam o prólogo, qualquer errinho só falar... ;)

Bjss,
Amante Imortal.



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PRÓLOGO

“O Sonho”

Cat Eve Wyle

Haviam oito adolescentes, todos carregavam cortes e arranhões, roupas rasgadas e sujas. Suas expressões eram um misto de tristeza, desespero, e tudo o mais que se poderia sentir depois de uma luta.

Uma mulher também se apresentava lá, bem ao centro do salão, aparentava estar em seus 30 anos, sentada, seus cabelos negros caiam em cascatas sob os ombros, parecia deslocada naquela cena, seu vestido roxo impecável contrastando com o péssimo estado das crianças, sujas e machucadas.

Esta percepção mudava assim que se notava que ela acariciava os cabelos de uma menina, deitada imóvel em seu colo. Ela tinha cabelos pretos do mesmo jeito que os da mulher, mas estes estavam espalhados e sujos, haviam arranhões em seu rosto imóvel e sereno, suas roupas negras possuíam marcas de cortes e sangue. Claramente houvera algum tipo de batalha, e, claramente a menina não estava apenas dormindo.

Ela estava morta.

— Por que você não faz nada? — Indagou um dos garotos, vestido de preto como a menina, ele chorava descontroladamente, quase não se podia ver seus olhos castanhos pela cortina de lágrimas, mas se podia sentir sua raiva.

— Você é a deusa da magia, tem que saber fazer algo! — Ele voltou a gritar para a mulher, que mesmo assim continuou de cabeça baixa, olhando a garota com tristeza.

— Nico... — Tentou interferir uma das garotas, ela possuía cabelos encaracolados e pele escura. — ...Pare, por favor.

— Não! Você tem que tentar fazer algo, não é possível que... — O menino — Nico — começou a dizer, mas sendo surpreendentemente interrompido pela deusa:

Minha filha está morta, meu jovem. Não há nada que eu possa fazer, sua alma está além de meus domínios. Você mais do que ninguém deveria ver isso. — A sua voz era cansada e ela nem mesmo se deu ao trabalho de tirar os olhos da filha, de um jeito ou de outro fora derrotada naquele dia e sua ignorância trouxera a morte da menina.

— Não! Ela é minha última família. Não pode morrer. Não deve ser assim! Que tratamento é este dado aos Heróis Do Olimpo? — O desespero e ultraje era notado em sua voz como nunca.

— Salve o mundo... E morra! — Ele ironizou, os olhos fervendo de raiva. — Tem que haver algum feitiço, qualquer coisa que mude isso. Aposto que é possível! Sua magia não pode ser tão fraca assim....

— Talvez houvesse algo. Mas nunca saberemos, nunca saberemos porque eu fui estúpida demais para ver que ela tinha o valor necessário. — A deusa finalmente tirou os olhos da filha e encarou Nico. Ela tinha os olhos de íris vermelhas inundados por lágrimas, e também raiva, raiva e tristeza por sua própria impotência.

— Se eu tivesse o feito, ela não ficaria tentando se provar... Ela não estaria morta agora. — Ela completou em um tom mais baixo e voltou os olhos para a menina. — Agora é muito tarde.

— T-talvez, — Gaguejou uma loira que se encontrava ao lado da morena que falara antes. — Talvez não seja. Eu... Já li sobre seus poderes. Você poderia tentar concedê-la agora a magia total... Tecnicamente, ela teria um poder necessário para se manter viva no feitiço que a matou e....

— Mas eu não posso ressuscitar os mortos, criança. — A deusa respondeu, com uma sabedoria que colocava em suspeição a sua suposta idade. — Diga-me do que adiantaria ela ter o poder se está morta? Temos mais é que preparar sua mortalha.

— Não, mas ai é que está! — Disse a menina com mais confiança, tentando tirar da cabeça a ideia de sua amiga vestida com uma mortalha. — Nico está certo. Tantos de nós morrem pelo bem do Olimpo, derrotamos seres que os próprios deuses não são capazes de o fazerem sozinhos. Não é justo que sempre seja assim, esse... Final.

Ela então respirou fundo, medindo as palavras do pedido que estava prestes a fazer, talvez tivesse passado dos limites, mas os deuses tinham que ouvi-la. Deviam isto a ela e a todos os semideuses. Olhou então para o céu, como se para uma prece, e, sentiu que não falava mais apenas com Hécate, deusa da magia, falava com todos os deuses e, por todos os semideuses.

— Vocês, quando Percy salvou o mundo, concederam-no um desejo, qualquer coisa que estivesse ao alcance de vocês. Hoje, derrotamos Gaia. Ela — Apontou então para a menina estirada no chão. — ...derrotou. Deu sua vida por isso, não é justo que vocês devolvam menos a ela.

Voltou ô olhar para todos no salão, com um pedido de confiança silencioso nos olhos e um pequeno sorriso quando percebeu que o mesmo fora aceito pelos amigos.

— Este é nosso pedido. Vencemos a mais poderosa de seus inimigos, ela não conseguirá retornar novamente. Agora, quebrem sua regra primordial em concordância e consenso, pelo menos uma vez. Por seus filhos que lutaram até a morte, tragam-na de volta.

E como se uma mensagem tivesse sido enviada telepaticamente à deusa pela garota, a mesma começou seu feitiço, rezando mais do que nunca para que desse certo.

— Que seja minha feiticeira. — sussurrou uma última vez no ouvido da filha.

Então começou a recitar algo, algo que nem mesmo as arvores mais antigas do mundo uma vez ouviram. Na língua tão antiga quanto o próprio tempo, a deusa e todos os semideuses depositavam a esperança de uma vida.

A menina e a deusa brilharam por fim em um dourado, de um modo tão forte que todos na sala foram obrigados à afastarem seus olhos. Então aconteceu. A menina ficou dourada, dos pés à cabeça, como uma estátua de ouro.

Hécate parou com o feitiço, mas o brilho da filha não diminuiu, ao contrário, aumentou intensamente, até que se pôde notar um lampejo de movimento em meio a luz.

Os olhos dela se abriram minutos antes que desaparecesse. Como se nada tivesse acontecido.

— Mas como...? — Tentou começar um dos garotos que ainda não se pronunciara, seus olhos eram verdes como o mar, mas tudo que recebeu de resposta foi um sorriso da deusa seguido de um riso amplo, sem tristeza ou pesar.

Ela estava genuinamente feliz e nem se importou em dar qualquer tipo de explicação quando se levantou, tirando a poeira do vestido, simplesmente aguardando que algo acontecesse.

E assim o foi. Uma rachadura se abriu do chão, fazendo a terra tremer e obrigando a todos que se segurassem uns nos outros, a mulher radiante permaneceu firme em seu lugar quando uma figura sombria saiu da fissura sob seus pés.

— Pai. — Sussurrou Nico, quando o homem de vestes negras aproximou-se um pouco mais.

— Hades. — Foi a vez de Hécate se pronunciar, dando um simples cumprimento de cabeça, que não representava muito bem a gratidão estampada em seu olhar.

Hades fez um breve aceno para Nico e por fim encarou a deusa, seus olhos frios e inexpressivos não davam dicas de uma notícia boa ou ruim. De qualquer forma todos imaginavam o que ele viera fazer ali.

— Hécate, que sua filha tenha uma nova vida e que seja grata pela vontade dos deuses. — Ele disse, olhando fixamente para a deusa.

— Como assim “nova vida”? — Nico pareceu confuso. O que o pai quis dizer com nova vida? Ela tinha uma vida, era com ele e bem longe dos deuses...

— O feitiço que fizemos é muito poderoso, e como Annabeth mesmo disse, quebrou algumas regras... — Respondeu Hécate.

— Então deu certo? — Voltou à dizer o garoto de olhos verdes interrompendo.

— Sim. — Desta vez foi Hades quem disse. — Mas como Hécate dizia, — desta vez lançou um olhar de arrepiar até mesmo os ossos para o mesmo garoto — o feitiço quebrou algumas regras para ser realizado, mas há outras que ninguém pode impedir de serem concretizadas, como esta.

“Ela não se lembrará de quem era ou quem é. Pode neste momento estar na Antártica, ou até mesmo falar Alemão. Não se pode controlar totalmente feitiços como esse.”

— Então ela vai ser outra pessoa? Simples assim? Sem nenhuma memória! — Outro menino interveio, ele tinha cabelos dourados e olhos azuis, e mesmo com os cortes e a sujeira, em seu antebraço era notável uma tatuagem romana, o símbolo da Legião.

— Bem, apenas seus poderes se manterão, mas se ela não souber usá-los não fará diferença alguma. — Hécate deu de ombros. — Eu não me importaria com isso, afinal o que importa é que ela esteja viva.

— Mas, isso não pode ser definitivo! Demoraríamos séculos para achá-la, e se... — Nico não estava “não se importando” como sugeriu a deusa, ele estava desesperado, o que aconteceria se ele nunca pudesse voltar a vê-la?

— Não há “mas” ou “se” neste assunto, garoto. — Hades queria pôr um fim na conversa, não se importava se estava sento hostil com o filho que acabara de perder quem amara durante toda a vida. — Ninguém pode lembrar de sua própria morte estando vivo. É uma regra antiga que eu não quebrarei pelo romancezinho adolescente de um filho meu, cresça menino.

Dito isso uma sirene alta invadiu o salão, eles não pareceram notar e continuaram a discutir, mas eu notei quando não foi mais possível distinguir o que se era dito.

Fui puxada por uma névoa, as imagens se dissipando da minha mente e dando lugar ao escuro das minhas pálpebras ainda fechadas pelo sono. Abri os olhos devagar e tentei espantar o bocejo que se formava, esperei que minha visão se adequasse a luz da manhã e em alguns segundos eu encarava um teto rachado, semi-mofado e com tintura descascando. Lar Doce Lar.

Tentei relembrar das conversas do sonho e das novas cenas daquela noite, ele finalmente parecia ter tido um final, por mais que eu ainda não entendesse quem eram eles ou quem era a menina, estava considerando fortemente que aquilo era parte de alguma peça de teatro que eu assisti enquanto ainda tinha minha memória, e minha família.

Só, que formular hipóteses se tornou impossível quando Madame Jannes entrou no dormitório e começou a gritar para irmos tomar café.

Repetindo... Lar Doce Lar.


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Notas finais do capítulo

Oie novamente... :3
O que acharam? O que deve ser melhorado?

Leitores antigos: E então gostaram da atualização ou a antiga versão estava melhor? Obrigada por ler! :)

Vejo você nos comentários...
Bjss,
Amante Imortal.