P.O.V. Percy.

Acabo de ver a linda Annabeth Chase da minha janela. Não consigo acreditar que somos vizinhos.

—Annie!

—Oi Percy, o que está fazendo ai?

—Eu moro aqui.

—Jura? Que bom, somos vizinhos agora.

—É mesmo incrível.

—Será que posso dar uma passadinha ai?

—Tipo, agora?

—É.

—Claro, deixa que eu vou pegar você.

—Não é necessário. Sou mais independente do que pensam.

—Tá, mas cuidado com as escadas.

—Credo, tá parecendo a minha mãe.

Ela demorou um pouco pra chegar e veio usando uma bengala que estava mais pra uma vara de pescar sem a linha.

—Que tipo de bengala é essa?

—Costumava ser uma vara de pescar. Mamãe disse que ia sempre pescar com um colega dela da faculdade.

—Sabe o nome do cara?

—Poseidon Sealord.

—Meu pai?

—Esse senhor é seu pai?

—É sim.

—E como ele é?

—Loiro, olhos azuis iguais aos meus e tem uma barba mediana.

—Me parece muito bonito.

—Claro que é, ele é meu pai.

—E sua mãe?

—Ela trabalha muito, não tem tempo pra mim.

—Sinto muito.

—As vezes eu queria ter a sua mãe.

—Que nada ela trabalha pra te dar uma vida melhor.

—Eu sei. E seu pai?

—Foi embora quando descobriram que eu tinha uma mal formação na retina.

—E quando foi isso?

—Antes de eu nascer. Nunca o vi na verdade, minha mãe queimou todas as fotos que eles tiraram e cada presente que ele deu pra ela.

—Tem certeza?

—Eu confio cegamente na minha mãe.

—Mas, chega de falar de mim. Me fale sobre você.

—Tenho dezessete anos, nasci em onze de setembro. Meu pai é surfista profissional e minha mãe Sally Jackson é secretária na empresa da sua mãe.

—Legal, o que mais?

—Tenho um irmão chamado Tyson que está dormindo no quarto ao lado.

—Percy, o que tá acontecendo ai?

—Oi Tyson, estávamos falando de você.

—Oi moça bonita, qual o seu nome?

—Annabeth Chase.

—Você tem olhos bonitos.

—Obrigado.

—Eu sou Tyson Jackson e tenho nove anos e meio.

—É um prazer conhecê-lo.

P.O.V. Annie.

Conheci o irmãozinho de Percy. Ele parece ser uma gracinha.

—Ela é sua namorada irmão?

—É sim.

—Posso sentar no seu colo?

—Claro.

Percy o ajudou a subir na cama e depois o ajeitou no meu colo.

—Porque você não me ajudou a subir?

—Tyson, a Annie é cega, ela não consegue ver a gente.

—Oh, desculpe.

—Tudo bem.

—Mas, se não consegue ver o meu irmão como é que você beija ele?

—Meus olhos não enxergam, mas eu consigo ouvir, sentir o cheiro e tocar tudo a minha volta.

—Legal. É tipo um super poder?

—Isso mesmo.

—Você sabe voar?

—Não, infelizmente não.

—Ah, que droga.

Tive que rir daquilo. É por isso que eu adoro as crianças, elas são sinceras, inocentes e bem criativas.

—Você quer ver a minha escultura de sucata que eu fiz na escola?

—Seria um prazer.

O garotinho praticamente me arrastou.

—Tyson! Vai devagar, vai machucar a Annie.

—Desculpe, foi sem querer.

—Tudo bem querido, eu sei.

Ele me levou e o Percy me ajudou a ver a escultura.

—É linda. Você é um artista.