***

— Te amo. – disse me abraçando.

— Eu também te amo meu amor. – falei colocando uma mecha de seu cabelo para trás. – Às vezes fico pensando o quão sortudo sou por ter uma pessoa maravilhosa ao meu lado. Você é incrível, nunca se esqueça disso, você é única futura senhora Vargas, e é isso que a faz tão especial. – a beijei novamente.

— Nem sei o que falar.

— Não fale. – sorri. – Seus olhos já disseram tudo.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Claro! – sorri.

— Eu sempre quis perguntar, só não achava a hora certa.

— Pois pergunte, eu responderei com o maior prazer. – ela suspirou.

— Por que você me ama? Digo, o que me faz ser tão especial como você diz? Por que sou única aos seus olhos? – dei uma risadinha.

— Por que eu te amo? Eu te amo pelo que você é, por sua personalidade, seu carisma, seu jeito de ser, por sua bondade. Te amo por toda essa força de querer seguir em frente independente de todos os problemas que você esteja passando, te amo pelo seu jeito teimoso de ser. E é isso que te faz especial, toda essa força que existe em você, toda essa vontade de querer viver intensamente. – sorri. – E você é única para os meus olhos por tudo isso. Mulher alguma chega ao seus pés Violetta Castillo, mulher alguma! ...

Ela me beijou como nunca havia me beijado antes, com uma paixão inexplicável, e é claro que retribui.

Como estávamos deitados, rolei para cima dela me apoiando no meu braço esquerdo e comecei a distribuir beijinhos por seu pescoço. Quando vi que o clima estava esquentando, resolvi intervir.

— Por que parou? - perguntou Violetta em um sussurro.

— Porque você não pode fazer esforço e precisa descansar.

— Mas isso não faz mal para o bebe! – resmungou.

— Não, mas como disse, você precisa descansar. Desculpe-me.

— Você é muito chato sabia? – soltei um risinho.

— Eu sei, por isso você me ama. – ela revirou os olhos. - você vai mesmo ficar brava comigo?

— Vou! – disse firme.

— Duvido, você não consegue resistir a minha beleza.

Beijei seu pescoço e vi ela se arrepiar inteira.

— Viu só? – disse rindo.

Ela se afastou e percebi que estava realmente chateada, então resolvi mudar de assunto.

 – Tenho certeza que achei a casa perfeita. Que tal amanhã cedinho irmos vê-la? Você vai se apaixonar por ela.

— Como você sabe que é a casa perfeita? – indagou curiosa.

— Porque te conheço Violetta! Somente confie em mim.

— Veremos. – ela sorriu. – Amanha estarei aqui. – Seu tom era desafiador, mas percebi que estava brincando.

Ufa, ela não estava brava comigo.

— Perfeito. – sorri. - E como vão os preparativos para o casamento?

— Não consegui me concentrar no casamento tanto quanto gostaria. Vi somente alguns arranjos de flores e enfeites, e sei que é muito pouco, mas precisamos marcar uma data primeiro. Quando você acha?

— Não sei, mas como você disse, tem que ser o mais breve possível para a madame não parecer gorda. – falei brincando

— Que sensível você é! – falou rabugenta.

— Eu só estava brincando meu amor. – beijei sua bochecha.

— É bom mesmo. – estreitou os olhos. – Agora é sério, precisamos marcar uma data.

— Temos no total noventa dias para casar. Já se passaram trinta dias desde que desembarcamos aqui em Barcelona, então temos somente 60 dias. Mas como temos que casar primeiro para que meu visto no país seja aceito e toda a burocracia demora uns três meses, temos somente um mês e meio.

— Você tá brincando comigo né Léon? Um mês e meio para organizar um casamento inteiro e uma festa? Você está ficando louco? Não dá tempo! – ela surtou.

— Eu sei amor, mas a culpa não é minha. Não dá pra prolongar o tempo.

— Vamos ter que casar no civil primeiro.

— Vamos fazer assim, todos nós trabalharemos para esse casamento. Se não der tempo de organizar tudo, casaremos antes. Mas queria que nossa união no civil fosse junto com a própria cerimonia.

— Eu também quero isso León. Mas temos que ser realistas; se temos somente um mês e meio todos tem que me ajudar pois eu não vou conseguir fazer tudo sozinha.

 - Fique tranquila que eu irei te ajudar. Semana que vem já vamos procurar um local ok?

— Obrigada. – ela sorriu. - Tenho mais uma coisa para falar. – ela estava com um sorriso no rosto.

— Diga. – estava ansioso.

— Meu pais vão pagar meu vestido e o local que escolhermos. Então só teremos que nos preocupar com os enfeites, músicos e a festa de casamento. O que é muito bom pois você só irá conseguir um emprego depois que casarmos. E não quero que você use todo seu dinheiro pro casamento.

— Você está falando sério? – fiquei surpreso. – Isso é ótimo, mas não quero gastar o dinheiro deles Vilu.

— Você não estará gastando nada, confie em mim. Eles querem que a cerimonia seja inesquecível para nós dois, só isso. – deu um sorrisinho fraco. – Eu sei que talvez não pareça mas eles se importam muito com você meu amor. Tudo o que você fez pela minha irmã...você salvou a vida dela. Eles sempre vão te admirar. Principalmente por você ser o pai do netinho ou netinha deles.

— Se é assim, fico muito honrado. Depois vou agradece-los pessoalmente. – ela me abraçou.

— Amor, vou para a casa, estou morrendo de fome e vou aproveitar para descansar um pouco.

— Tudo bem.

— Passe lá em casa para jantar, meu pai te convidou. - Estarei te esperando as dezenove horas. – disse me dando um selinho e saindo.

***

Estava em frente do apartamento dos pais da Violetta. Bati na porta e senhor German me recebeu.

— Léon, que bom que veio. – disse me dando um abraço. – Como vai?

— Eu vou bem German. – falei sorrindo.

— Entre por favor. –disse me dando passagem.

— Com licença.

Depois que adentrei aquele espaço, a Vilu e sua irmã vieram me receber.

— Sabia que viria. – selou nossos lábios.

— Como recusar a um pedido seu? – sussurrei e ela sorriu.

— Obrigada por vir, é importante para meu pai.

— Não há de que.

Sofia se aproximou.

— Oi tio Léon!

— Olá minha princesa, como está? – Sofia se sentou em meu colo.

— Eu estou bem! – sorriu. – É verdade que já vou ser titia?

— É verdade sim. – sorri para a Vilu que retribuiu.

— Mas eu não sou muito nova para isso? Afinal, como se faz os bebês? – soltei uma gargalhada e a Violetta me olhou envergonhada.

— Eu acho que você é muito nova para saber disso.

— Me conta, por favor. – suplicou.

— Sofia, chega desse assunto. – interviu German rindo da situação.

Ficamos conversando durante algum tempo até que a mãe da Violetta veio me cumprimentar.

— Olá Léon.

— Olha Maria, como está?

— Estou bem León. – ela disse educada.

Senti um clima de tensão no ar mas sei que a Maria ainda está se acostumando com a ideia de sua filha estar gravida.

— Bom. Vamos jantar? – disse a Vilu.

— Claro. – dissemos em uníssono.

Depois que todos se acomodaram em seus devidos lugares, começaram a servir a comida.

Estava deliciosa!

Um clima desagradável pairava sobre aquele lugar, quase não conversávamos e Maria não parava de me observar. Estava ficando constrangido.

Depois de algum tempo, finalmente o silencio se quebrou.

— Léon, soube que você só vai conseguir o seu emprego depois do casamento – afirmou German.

— Sim senhor, tenho que conseguir o visto oficial de morador legal do país, somente depois disso vou poder trabalhar. Mas minha vaga já está garantida!

— Que ótimo León. – sorriu. – Eu te chamei aqui para te contar sobre o dinheiro que quero dar de presente para vocês, mas a Violetta me disse que já tinha contado. – ela deu um sorriso travesso.

— Pai, você sabe que eu não consigo guardar segredos.

— Sobre isso German, queria dizer muito obrigado. Obrigado por tudo o que o senhor está nos proporcionando. – olhei para ele. – Fiquei muito grato! Principalmente por confiar em mim. Espero nunca te decepcionar...