Losing my Humanity escrita por Jae Renald


Capítulo 23
Cap. 22 — One week


Notas iniciais do capítulo

Oi povo bom.
Deixa eu dizer que os comentarios de voces me deixou tão feliz que até agora eu to rindo a toa :D
Espero que gostem desse.



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Uma semana. Foi o prazo que pedi a Parrish devido a meu castigo, e o prazo que me dei para por a cabeça no lugar. Se alguém me visse agora, diria que está tudo bem comigo, principalmente porque tenho sorrido mais ultimamente do que pelo ano inteiro provavelmente. Mas a sensação de bagunça me deixa tão frustrada que apenas preciso de um tempo para descobrir o que tem de errado e consertar tudo. Apenas uma semana.

Bem, se contar o dia que meu castigo foi decretado, podemos dizer que me restam apenas seis dias. Nunca pensei que diria isso, mas o castigo podia ser mais longo.

É claro que parece estupidez, mas apenas não consigo prever o que vai acontecer a seguir entre mim e Parrish, e eu tenho medo, e simplesmente não tenho coragem de mentir para ele como sempre fiz com todos ao meu redor. Por que minha vida é uma bagunça e eu sou um monstro. Eu devia sequer ter a chance de ser feliz? Eu sequer mereço?

No fundo, mas não tão fundo assim, algo me diz que não mereço. Ele parece ser uma cara legal, e não parece justo arrastá-lo pra minha vida, pros meus problemas, e pra minha fome sobrenatural. Eu apenas queria ter pensado nisso antes de ter o beijado.

E agora ele me manda mensagens todos os dias quando chega em casa, com apenas uma frase :“ Sobrevivi mais um dia. Promessa cumprida” . E cada vez que recebo mais uma dessas, tenho praticamente que me torturar para não responder pedindo para nos encontrarmos. A pior parte é que sei que devo colocar algumas coisas no lugar, mas apenas não sei o que, ou como começar. Então, fico desejando que meu castigo seja apenas um pouco mais longo.

Stiles vem passar a noite aqui em casa, porque seu pai vai trabalhar e ainda estamos traumatizados o suficiente pra não ficarmos sozinhos à noite em casa, e aceitar o primeiro convite pra dormir fora que aparecer. Meus pais abriram essa pequena exceção, o que me deixou tremendamente feliz.

Mais cedo, vou ao mercado, compro nossos antigos lanches favoritos e alguns refrigerantes. Separo dois sacos de dormir, para acamparmos na sala de tv, como há muito tempo não fazíamos. Meus pais não gostam da ideia de um garoto dormindo no mesmo cômodo que eu, mas desde que estejamos num lugar visível, e nossos sacos de dormir estejam a um metro do outro, está tudo bem para eles.

***

Stiles chega perto das dez. Montamos acampamento e colocamos um filme qualquer que está passando na TV. Estou empurrando um pacote pequeno de fritas goela abaixo, numa falha tentativa de parecer uma adolescente normal, e para acalmar meu estomago feroz. Stiles está sentado no sofá, olhando para a tv, com um olhar perdido no rosto.

─ Ei ─ digo, o tirando do transe. Ele desvia o olhar lentamente da Tv e mal olha pra mim. ─ Quer conversar?

Por um milésimo de segundo penso em perguntar “Está tudo bem?”, mas pessoalmente já estava cansada dessa pergunta idiota de resposta óbvia. Stiles sorri fracamente e brinca com os próprios dedos enquanto responde:

─ Desculpe. Venho tendo alguns apagões. Nada muito serio, antes que se preocupe. Apenas lapsos de memoria.

─ Quer falar sobre isso?

─ Na verdade não.

Voltamos a olhar na direção da televisão, mas é perceptível que nenhum dos dois está prestando atenção. Algo me vem à mente, e antes mesmo de processar, eu despejo:

─Lembra-se da nossa música?

Stiles me encara confuso por um segundo, depois ri. Ele balança a cabeça levemente e posso ver que a lembrança é tão boa pra ele quanto pra mim.

─ Você sempre dá os melhores presentes ─ ele diz, antes de começar a cantarolar baixo.


“Quando você estiver abatida e com problemas

E precisar de uma mão para ajudar

E nada, nada estiver dando certo

Feche seus olhos e pense em mim

E logo eu estarei aí

Para iluminar até mesmo suas noites mais sombrias”

Se me esforçar um pouco, ainda posso ver Stiles nas vésperas de sua festa de nove anos. Era o primeiro aniversário que ia passar sem a mãe, e ele estava bem triste. Scott e eu não sabíamos como lidar com esse tipo de sentimento e perda na época. Então, tentamos compensar dando presentes, o chamando para festas do pijama, mas nada parecia melhorar seus ânimos. Até que ouvi uma música no rádio do carro dos meus pais enquanto ia pra escola num dia qualquer, e pareceu o presente perfeito. Não só porque era uma boa musica, mas porque expressava meus sentimentos de uma forma poética, boa o suficiente pra crianças de oito anos.

“Apenas chame meu nome,

E você sabe, onde quer que eu esteja

Eu irei correndo

Para te ver novamente”

No dia da festa, eu estava muito nervosa, mas consegui cantar a musica completa ,na frente de todos. Stiles ficou sentado, murcho na cadeira até eu terminar, depois saiu correndo para o quarto.

Scott e eu fomos atrás dele e o encontramos chorando. Novamente não sabíamos o que fazer. Eu comecei a querer chorar também, achando que ele tinha detestado a musica, e que eu havia passado uma grande vergonha por nada. Até que Stiles se levantou e me abraçou, dizendo que havia sido o melhor presente que ele havia ganhado naquele dia. Lembro-me de nos três fazendo um pacto de amizade, prometendo que seguiríamos o significado da música, até o fim de nossas vidas, o que parecia um grande exagero na época. E também lembro, que foi naquele dia, que prometi a mim mesma sempre estar lá quando um amigo precisasse de mim.

“Inverno, primavera, verão ou outono

Tudo que você tem de fazer é chamar

E eu estarei lá, sim, sim, sim

Você tem um amigo”

─ Ainda é o melhor presente de aniversario que já ganhei ─ ele diz, bagunçando meu cabelo.

─ Mas o skate também foi legal. ─ lembro

─Ah sim, skate também foi demais!

Aproveito o momento descontraio para perguntar:

— Como estão você e Scott?

— Ele está tentando muito não me ignorar completamente, mas dá pra ver que é difícil — ele responde, com os ombros caídos — Pedi pra que ele ensinasse algumas coisas a Malia, e ele concordou, mas foi só.

— É, ele vem me evitando também. — comento

— Não dá pra o culpar, cada vez que ele olha pra mim, tudo que deve ver é o cara que matou a Allison.

— Stiles, não. — digo rápido — Quero dizer, é claro que deve ser delicado, mas não pense que Scott seria irracional a esse ponto. Sabemos que não é sua culpa.

— Talvez ele não pense assim.

— Ele está de luto. Ás vezes, tudo que precisamos é ficar um tempo sozinhos pra endireitar as coisas.

— Talvez eu devesse estar sozinho agora. — ele diz se levantando do sofá, como se fosse pegar suas coisas e voltar pra casa.

— Não foi o que eu quis dizer, também precisamos dos amigos. Apenas dê um pouco de tempo a ele.

— Tudo bem— ele diz, se sentando no saco de dormir —Provavelmente devíamos dormir.

— Provavelmente — respondo enquanto desligo a televisão, e me entrego o sono enquanto observo Stiles dormir.




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Notas finais do capítulo

Entao pessoinhas, esse e o proximo cap ia ser aenas um, mas comecei a screver com vonade e terminou ficando bem grande, então os separei pra não ficar cansativo ok?
espero que tenham gostado, e amusica deles é essa aqui ó:

http://33.media.tumblr.com/68483061e47c911778053b4b18efa7c9/tumblr_n6rr6cw02X1tpb8sfo1_500.gif
é perfeita pra vc mandar pro melhor amigo ^_^