A Consciência de Ricky Prosper escrita por Bianca Ribeiro


Capítulo 12
Eco


Notas iniciais do capítulo

''Now when I caught myself I had to stop myself...''



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O encontro de Prosper e Effy Sem Sobrenome simplesmente não aconteceu. E eu não tenho palavras para descrever o quanto isso me deixa aliviada.

É segunda-feira outra vez e durante todo o fim de semana Prosper esperou pelo telefonema daquela garota, que não veio. Ela simplesmente não ligou, não mandou recado nem avisou de maneira alguma que não estava a fim de sair com ele. Não dá para entender.

Não vai dizer nada? Nenhum ‘eu te avisei’?, pergunta Prosper, enquanto caminha pelo corredor até a sala de Química. Ele acabou de separar uma briga entre um esquisitão e os jogadores de lacrosse da escola, e o ingrato do garoto que ia apanhar simplesmente sumiu sem nem mesmo agradecer após Prosper livrar a pele dele.

Decidi ignorar Prosper desde que convidou Effy para sair. Onde ele estava com a cabeça, afinal? Ela o trata como um nada e ele simplesmente vai atrás dela? Qual a lógica disso?

Quando um borrão rosa entra no campo de visão de Prosper, faça força mental para obrigá-lo a olhar para o outro lado. Sei que é ela. Sei o que ela dirá. E não vou permitir.

Prosper, dê meia volta e saia de perto dela, ordeno.

O quê? De quem?, ele indaga, perdido.

E então ele a vê. Tenho vontade de me dar um tapa. Devia ter ficado quieta.

O olhar brilhante de Effy encontra o de Prosper e ela deixa a amiga com quem estava conversando e caminha na direção dele. Reviro-me em sua mente. Não gosto dessa garota, não gosto nem um pouco. Ela exala encrenca.

– Prosper... – Effy sussurra. – Eu nem sei o que dizer...

Ele sacode a cabeça.

– Não precisa dizer nada. Eu já entendi o recado.

O rosto de porcelana da garota se contorce.

– Por favor, escute – ela pede, fitando as botas pretas que não combinam nem um pouco com as meias três quartos coloridas que está usando. – Eu fiquei presa em casa – sua voz é quase um sussurro e Prosper se aproxima dela. – Não pude encontrá-lo, por mais que eu... – sacode a cabeça. – É complicado. Você devia querer ficar longe de mim.

Taí uma coisa que nós duas concordamos!, exclamo, agitada.

Toda a resistência de Prosper desaba como uma represa arrebentada. Sua mão segura a dela e seus olhos buscam os dela. É revoltante.

– Eu entendo, de verdade – ele diz, deixando escapar um meio sorriso. – Mas não pode me pedir para desistir de você, Effy.

A expressão no rosto dela se fecha.

– Você não me conhece, Ricky Prosper.

– E você me conhecia quando salvou minha vida? – ele arqueia as sobrancelhas.

Effy engole em seco.

– É diferente.

A sineta toca, indicando o início da próxima aula.

Effy ergue o queixo para olhar diretamente para Prosper.

– Tenho que ir. Não me procure mais, tudo bem?

– Effy! – grita uma garota asiática no fim do corredor.

Effy solta a mão de Prosper e desaparece na multidão de alunos caminhando para suas salas.

Sinto-me mal. Não por Effy simplesmente deixá-lo aqui como um cão abandonado, mas por Prosper experimentar sua primeira desilusão amorosa e eu ser incapaz de fazer qualquer coisa. Bem, eu tentei. Tentei avisar, aconselhar... Por que ele não quis me ouvir? Por que os humanos têm tanta dificuldade em ouvir a voz da razão?

Prosper...

Não, ele me interrompe, assustando-me. Há raiva em seus pensamentos. Estou cansado das suas reclamações e todas essas críticas idiotas. Por que você não pode ser normal como as outras consciências, hein? O que há de errado com você?

Prosper!, censuro. Ele não devia falar assim. Algo em mim dói.

Quer saber de uma coisa?, ele continua, caminhando em direção a sua sala. Estou farto de você. Desapareça. Você não tem me ajudado em nada.

Eu tenho feito o meu melhor!

Ah é?, ele ri com escárnio. Bem, o seu melhor não é o suficiente. Deixe-me em paz.

Chocada demais para dizer qualquer outra coisa, encolho-me no espacinho mais apertado e escondido de sua mente e tento “respirar”. Prosper está me culpando pelo que aconteceu com Effy? Por que eu haveria de ter algo a ver com isso? Eu só quis ajudar, ser uma boa Consciência e fazer o meu trabalho. A culpa não é minha.

A culpa não é minha.


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Notas finais do capítulo

Estou de volta após alguns dias de muitas provas e formatura. Mas, mesmo de volta, não posso prometer postar todos os dias... ou todas as semanas... ah, é fim de ano, pessoal!
Enfim, quero agradecer por acompanharem a fic até aqui e dizer que tem muuuuuitas surpresas chegando. obrigada pelo carinho e continuem acompanhando!
Beijos!



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