Tomorrow Heroes — The Heirs of Avengers escrita por Lady Twice


Capítulo 21
Chapter XX - Gabrielle Ward


Notas iniciais do capítulo

*levanta escudo para se defender de todas as pedras*

Heyoooo, migos e migas! Aqui é a Lady Twice!
Quatro meses, cara. Sinto-me o George R. R. Martin lmao.
Bom, vamos lá. Primeiramente, eu queria pedir desculpas. Esse cap já tá pronto faz um booooom tempo, mas eu meio que esqueci dele e a Duda também, até que outro dia ela me mandou uma MP lembrando dele e eu 'opa! Verdade, eu tenho de postar!'. Mas, naquele dia, não consegui achar o doc com o texto [fica tudo no e-mail e eu recebo MUITOS e-mails (do twitter, mostly, mas recebo)], então fui só adiando e adiando. Até que ontem, sem querer, postei um capítulo aqui por engano, então decidi tomar vergonha na cara e aparecer logo.
So, yeah.
De qualquer maneira, acho que esse capítulo é uma boa maneira de retornar. Não é exatamente uma obra-prima, mas está bom o suficiente, fora que uns troço mutcho loko rolam nele hehe. Como ficamos muito tempo sem postar, em todos os casos, fiz um 'anteriormente' sobre os caps que se passam na Terra logo no inicinho. Como sou eu que escrevo o próximo de Asgard também [que não é o que vem imediatamente depois dess], vou fazer isso nele. Só pra, sabe, dar aquela refrescadinha.
Não queria pedir, mas sou chata então aí via: comentem! Xinguem-nos! Taquem pedras pelas asks do tumblr!
Mas agora taquem na Duda porque o próximo cap é com ela ;) [sorry duda]
Enfim. Boa leitura!
XOXO,
Lady Twice.



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Anteriormente em Tomorrow Heroes...

"Olho para eles com cara de ponto de interrogação.

— Logan acertou uma ICER em Gabrielle. Noah e Valentin não deram conta do sexto cara, que fugiu. A escola já parou de pegar fogo — Katherine me explica num resumo. — Lammar dispensou os alunos.

***

— Poderíamos fazer a mesma pergunta — Valentin chura uma pedrinha. — Por que raios vocês estavam lutando contra eles? Quem são? Afiliados à que equipe?

— É, mas, felizmente, nós perguntamos primeiro — Logan devolve, um pano quente na testa de Gabi. [...]

— Já pararam para pensar em nossos sobrenomes?"

***

"— Eu não acredito nisso — Gabrielle diz, mexendo na tela e fazendo com que ela se torne 3D. — É o maior sistema do planeta e nós o invadimos.

[...]

O file se abre, e é uma explosão de informações. Correndo os olhos enquanto ando, consigo captar as palavras Bifrost, Erik, desaparecimento e ameaça. Várias vezes. E nada daquilo me cheira bem. Ao que parece, eles mandaram a mãe de Gabrielle para o New Mexico junto com tio Tony e tio Fitz, para investigar o lugar onde Bifrost usualmente se abre, com uma equipe do local. Enquanto isso, tia Jane, tio Peter e o resto investigam possíveis anomalias interdimensionais ali mesmo, na Torre Stark. Erik, por sua vez, é uma foto isolada no canto da tela, como se fosse uma coisa menor no momento.

***

— O pendrive?- ela pergunta. — Seu pai pegou?

— Não — eu bato no bolso de minha jaqueta, indicando a presença do objeto. — Acho que ele viu, mas, de qualquer jeito, não disse nada.

***

No caminho para lá, recebo uma ligação de Henry Pym. Ele e a irmã, Ângela, pareciam ter acabado de descobrir sobre o que acontecera - justificável, vez que haviam ido visitar os pais da mãe em outro estado por causa do aniversário de Hen. Também parecia que, em sua mais atual crise de superproteção tio Hank havia levado a chave do carro que Henry ganhara dos avós consigo para o trabalho, e, agora, ele estava preso. Depois de Lizzie arranjar um jeito de ele ir para sua casa e eu desligar, disco para Joshua."

***

"Meu telefone treme assim que entramos no saguão, indicando uma mensagem. É Lizzie.

—Blusa branca, cabelos negros, olhos azuis. Talvez cheire à...- Angie para a leitura em voz alta, surpresa, e um menino como o descrito brota à nossa frente

—Enxofre?- ele pergunta, e eu assinto –Sou o seu cara. E o que eu vou fazer agora será nosso segredinho.

—Mas que mer-

—Ah, ah, ah- ele me repreende –Olha a boca, Pym. E pelo amor de Deus, não vomitem nos sapatos. São novos.

Ele segura nossos ombros e, depois do que me pareceu uma dose rápida e efetiva de enjoo marítmo, vejo à porta dos Banner à nossa frente. O garoto larga nossos ombros e eu me curvo sobre minha barriga enquanto Ângela descarrega seu café no arbusto mais próximo. Ele ri.

—É sempre assim- explica –Mas, depois disso, tenho de ir pessoal.

—Espera- ajeito a postura, engolindo a ânsia de vômito –Muito obrigado, garo... Qual é o seu nome mesmo?

—Troy Wagner. Mas podem me chamar só de Troy- seu celular bipa, e ele o pega no bolso –Opa. Minha deixa, Pyms.


***

—Não seria incomum- Gabi o completa –Pacientes de amnésia normalmente se lembram em algum ponto. Soltar informações que lhe soam familiares deveria puxar algo lá no fundo, mas o que poderia ser familiar?

—Informações pessoais devem funcionar. Quero dizer, o sobrenome funcionou- arrisco, recebendo olho arregalados de Fitz-Simmons e Ward.
***

Minha irmã, ofegando pesadamente, só consegue dizer:

—Verde e amarelo, serpentes. Na esquina- ela faz uma pausa e golfa mais um pouco de ar –Querem levar o Erik."

—x-x-x-

Em um piscar de olhos, estávamos eu, Joshua, os Pym, Katherine, Lizzie e meu irmão na esquina perto do café. A cena lá era meio caótica, devo admitir.

O lugar estava todo revirado, as mesinhas do lado de fora de cabeça para baixo ou quebradas. Havia café pelo chão, assim como copos, e pedaços de comida não terminada. Vidro quebrado se espalhava por todo lado, vindo tanto das mesas quanto da vitrine quebrada. E, em meio a essa cena toda, um gigante verde e um menino alto e loiro socavam alguns caras vestidos de verde e amarelo, com serpentes e caveiras estampadas em seus peitos, que nem o cara que eu tinha visto no elevador e na escola naquela mesma manhã.

Sinto-me meio culpada por admitir que estava feliz por um pouco de ação. Quero dizer, eu havia crescido para lutar. E, em nosso primeiro embate sério, Logan me acerta com uma ICER e me apaga pela luta inteira. Cada célula do meu corpo implorava-me que desferisse um soco em qualquer um ali.

Graças à Deus, meus amigos conseguiram não ficar perplexos. Josh, assumindo sua postura usual de líder, gritou:

— Protejam Erik! A qualquer custo! — nós todos olhamos para ele e, sem pensar duas vezes, assumimos posição de combate.

Josh se colocou no ar, e eu retesei meus músculos. Vi Angel diminuir rapidamente, e Henry crescer até ficar da altura de um prédio (ótima hora pra contar que ganhou novos poderes, Pym. Realmente ideal), além de Katherine retesar sua corda (de onde raios o arco tinha saído?), Logan e Thomas sacarem ICER’s, e Lizzie começar a ficar verde (devo mencionar que ela me lembra um grinch sarado). Era agora ou nunca, e quase parecíamos um time decente. Joshua abriu a boca de novo, e eu pensei que fosse dizer algo extremamente inspirador (Vingadores, Avante!, teria sido especialmente legal), mas só saiu um:

— Vamos estar numa roubada muito grande se levarem ele!

Bom, fazer o quê? Talvez nosso bordão pudesse vir depois de sermos uma equipe de verdade.

Eram mais caras do que na escola, algo como uma dúzia, e não tínhamos Howlett ou LeBeau daquela vez. Então, pra te ser sincera, era uma luta perdida. Mas nós, herdeiros dos Vingadores, somos completamente insanos, então fomos lá de qualquer jeito.

Pela formação que estávamos assumindo, deduzi que a melhor posição para mim e Logan era bem perto de Erik. Por pura sorte, meu amigo pensou o mesmo, e colocou um cara, que estava entre nós e o loiro, para dormir com a ICER. Ponto pra você, Logan, por não ter me acertado de novo.

Corremos até ele, fazendo como que uma muralha (somados à Victor, claro, o grande monstro verde) protetora em volta de Erik. Logan se agachou ao lado dele, para analisar um grande corte em sua testa, mas não tive tempo de ficar observando: um dos caras de verde e amarelo apareceu na minha frente, determinado a me levar pro chão.

Entre várias esquivas e pontapés, pude reparar que era o mesmo cara do elevador naquela manhã. A cartola que eu jogara no chão, a bengala estúpida com a qual ele acertou meu ombro com força, era ele mesmo. O que é que um dos vilões estava fazendo no meu prédio?

Meus pensamentos foram interrompidos por um soco que quis me acertar no maxilar, mas pude me curvar a tempo de sair da linha. Já perto do chão, não perdi tempo em lhe passar uma rasteira, mas o cara somente apoiou a bengala em um ponto que eu não acertara com o pé e pulou para cima. Coloquei-me de pé mais uma vez, desferindo um soco no formato de gancho com minha mão esquerda, mas ele se abaixou e colocou a bengala no caminho, fazendo com que o estúpido pedaço de madeira me acertasse na cara. Ele, já abaixado e se aproveitando da bengalada que eu levara, me passou uma rasteira. Eu vi o movimento chegando, mas, por causa da dor na bochecha, pulei um segundo depois do que deveria.

Um segundo, em momentos assim, é sempre crucial. Pode anotar.

Não caí com tudo no chão (graças à Deus, porque teria doído muito), mas me desequilibrei o suficiente para não ver o chute eu minha coxa chegando. Um pouco mais do meu equilíbrio foi embora, mas eu me forcei a ajeitar a postura e ficar de pé. Eu era filha de Grant Ward e Daisy Johnson. Não iria perder um corpo-a-corpo tão fácil assim.

O cara pensava diferente. Ele sorriu sinistramente para mim, parecendo exatamente tão ridículo quanto um cara de verde e amarelo com uma bengala é na sua imaginação, e sibilou:

— Eu esperava mais resistência de uma Inumana.

Cutucou a ferida. Ka-boom.

— Cala a boca — cerrei os dentes antes de começar uma série de socos.

O cara era bom, eu tinha de confessar. Mas, bem, eu era melhor. E, por mais que eu estivesse começando a entender que ele estivera me estudando - por isso estava no meu prédio naquela manhã -, ninguém conhecia Gabrielle Ward bem a ponto de conhecer todas as suas séries. Não o culpo por não ter conseguido se desviar do meu segundo chute consecutivo, coisa que ninguém nunca me vira fazendo, que o atingiu um cheio no estômago. Nem por ter acabado levando três socos no rosto, ou por ter caído no chão, somente semi-consciente, depois deles.

Mas, para ter certeza absoluta e acabar de extravasar minha raiva, me agachei ao lado dele e o suspendi pela roupa. Joguei o cotovelo para trás e estava prestes a descer meu punho com tanta força que deveria quebrar o maxilar dele, quando alguém segurou meu braço. Virei-me para trás e vi um Joshua com cara preocupada, e pude enxergar Thomas com a ICER apontada pra mim.

— Gabrielle — meu irmão me chamou, a mão da arma firme. — Abaixe o braço.

Sério isso? Nem socar a cara de um vilão eu posso mais?

— Gabi. Já acabou — Joshua explicou. — Abaixa o braço.

Eu olhei novamente para o bastardo que segurava, o braço ainda retesado. Veja bem, eu realmente queria socar a cara dele e quebrar a estúpida bengala. Minha bochecha e coxa latejantes pediam por isso.

— Menos, Gabrielle. Abaixe logo a porcaria do braço — Katherine praticamente cuspiu, e eu fiquei com ainda mais vontade de descer a mão no desgraçado. E nela, talvez, quem sabe.

Olhei em volta, constatando que não havia nenhum movimento, e encontrei Logan. Ele parecia terrivelmente assustado, e me olhava com aquela cara de quem vê fantasma que só ele tinha. Suspirei, então, e abaixei o braço.

Quando eles pararam de prestar tanta atenção em mim, pude analisar melhor o local. Havia mais um cara de verde e amarelo jogado no chão, vítima da ICER do Fitz-Simmons, mas era só. De resto, as mesas estavam quebradas duas vezes mais do que quando chegamos, os cabelos de Lizzie estavam uma bagunça e os óculos de Victor quebrados. O corte na testa de Erik ainda sangrava, o que deveria ser um recorde, e reparei que Angel parecia ter sido esbofeteada na forma de vespa, considerando que ela estava caída nos braços do irmão mais velho. Fora isso, Katherine tinha marcas azuis claras pelo punho direito, o que significava que uma ICER a pegara de raspão, e Josh tinha um arranhão fenomenal no rosto. Meu irmão parecia ter sido o único a realmente sair intacto.

Pus-me de pé de maneira decente, mas pude ver o cara sorrindo do chão para mim. Olhei para ele com nojo, mas ele só sorriu mais debilmente ainda.

— Quando você corta uma cabeça, nascem duas no lugar — ele recitou, e eu perdi a paciência. Tirei-o do chão, fazendo com que meus colegas me mirassem de novo, e comecei a falar.

— Bom, agora sabemos que você é H.Y.D.R.A — senti meu sangue esquentar enquanto falava. — Nós ouvimos histórias, sabe? E tenho certeza absoluta que, dentro desse seu ouvido imprestável, tem uma escuta. Então, mande uma mensagem para os seus chefes. Diga à eles que somos os Vingadores, e que, quando acharmos eles, vamos esmagá-los como moscas.

Ele sorriu mais largamente.

— Mensagem dada.

Eu nem tentei me segurar: fechei o punho e o acertei no nariz, o que fez com que seus olhos rodassem na órbita antes de suas pálpebras caírem com força. Meu punho quase doeu, tamanha a força com que eu lhe acertara, mas eu não liguei. A sensação de satisfação que me percorria não deixava espaço para qualquer outra.

— Desnecessário — Katherine opinou.

— Olha, eu descobri que eles são a H.Y.D.R.A. e essa cara definitivamente merecia. Me deixa em paz, ok? — rosnei de volta para ela, que me deu um sorriso sarcástico. Ignorei-a.

— Vamos logo para casa. Já tivemos bastante briga por um dia — Lizzie disse, e saiu andando na frente.

Josh pegou um dos caras e o carregou até a casa dos Banner, e eu acabei fazendo o mesmo com o outro (friendly reminder de que sou uma Inumana que não passou pela terrigênese, o que me garante força e velocidade aumentadas). Lizzie arranjou alguns curativos e um kit de primeiro socorros, ao passo que Victor achou algumas amarras e fita isolante no porão. Por garantia, usamos os dois nos pulsos dos caras.

E então, após limparmos nossas feridas e enfaixarmos a cabeça asgardiana ridícula de Erik, decidimos que estava mais que na hora de fingirmos sermos razoavelmente comportados e descansarmos um pouco. O que, traduzindo, quer dizer sentar em frente à TV ou computador e fazer absolutamente nada.

Ninguém perguntou qual seria o próximo passo, apesar de Erik parecer muito inquieto. Aparentemente, todos concordávamos que já tínhamos tido ação o suficiente para um dia.

Eu peguei no sono, vou admitir. Quero dizer, Logan havia realmente colocado mais um episódio de Grey’s Anatomy, com o apoio de Lizzie, na TV. Minha cabeça ainda doía, mesmo depois de eu ter quebrado a bengala, e minha coxa começava a dar indícios de roxo (eu colocara um short para que examinássemos, uma vez dentro da proteção quentinha da casa dos Banner). Eu merecia um cochilo.

Mas, em retrospectiva, preferia ter ficado acordada. Principalmente porque acordei com uma frente fria vinda da porta e meu pai olhando para nós com ar de acusação.

— O que raios vocês fizeram? — ele perguntou, mas eu não sorri. Pela primeira vez desde que Thomas abrira sua maleta de trabalho, quando ainda éramos bem pequenos, meu pai parecia realmente fora do sério.

Deixei que Josh, Katherine e Henry explicassem o acontecido, o que eles fizeram com eficácia impressionante. Então, obviamente, tomamos mais um sermão sobre como deveríamos ter ficado quietos em casa, vindo de Hank Pym; e nossos pais decidiram que já tínhamos tido tempo mais do que o necessário juntos naquele dia. Eu observei a sala se esvaziar, os Pym indo embora primeiro, uma vez que Angel ainda não parecia muito bem, e Katherine os seguindo sob a justificativa que passaria em casa antes de seguir para a de tia Carol. Meu pai conversou por um tempo com Bruce e Carol, os dois únicos restantes, antes de nos avisar que Logan também iria conosco para casa naquele dia. Foi quando me lembrei que, teoricamente falando, eu estava com o carro da mamãe o dia inteiro. Em vez disso, ele ainda deveria estar no estacionamento da Stuy. Avisei meu pai que iria pegar carona com Josh, que estava em um carro diferente do da mãe, e levaria Logan comigo, e foi aí que ele devolveu que Logan poderia ir e levar Thomas até nossa casa.

Achei graça, mas esperei que eles saíssem antes de falar com meu pai. Ele achava mesmo que podia me enganar? Eu era uma Inumana, não ele, afinal de contas.

— Onde está o cristal? — joguei, direta, e ele me encarou com surpresa.

— O quê?

— Eu não sou burra, pai. Você me segurou aqui com um gênio da biologia-barra-química-barra-física e uma super-heroína de herança kree — expliquei, o que me rendeu um sorriso de Carol. — Além do mais, eu já vi um cristal antes. Quase dá pra palpar a essência dele no ar.

Tio Bruce coçou sua cabeça. Ele parecia nervoso.

— É algo sério, Gabrielle — ele colocou, e eu o mirei, tentando manter a compostura. — Nós tentamos calcular as chances de você sofrer alguma mudança muito contrastante, mas a verdade é que eu nunca vou conseguir entender tecnologia inumana.

— O que o Bruce quer dizer é que não temos ideia do que pode acontecer à você — tia Carol tomou a palavra. — Sua mãe fez bem em prepará-la a vida inteira para isso, mas a verdade é que às vezes todo o preparo do mundo pode não fazer diferença.

— Ou pode ter sido desnecessário, no caso de as mudanças não afetarem em nada seu físico — meu pai a completou. — Você entende o risco disso, não é, filha?

Assenti. Eu cresci ouvindo o risco daquilo, minha mãe não perdia uma oportunidade de me cutucar. Mas, bom, eu mal podia me conter de tanta euforia e nervosismo. Minha mãe saberia o que fazer se estivesse aqui.

Minha mãe. Eu estava prestes a passar pela maior transformação da minha vida sem ter minha mãe ali.

— E a mamãe? — indaguei antes mesmo que pudesse reconsiderar. — Vou fazer isso sem ela?

Meu pai recebeu um olhar de eu avisei de Carol, e revirou os olhos para ela.

— Ok. Gabrielle, vamos te passar informações muito confidenciais aqui — ele se virou para mim de novo. — Se você soltar isso, juro que te tranco em seu quarto até você fazer dezoito anos.

— Não jure. Ela não vai conseguir não soltar — Carol disse, meio triunfante e meio decepcionada.

— É muito importante, né? — perguntei, e tio Bruce assentiu.

— Acontece que, na vasta gama de dons inumanos, já conseguimos ver alguns com o dom da vidência ou premonição, Gabi — o Hulk disse, e eu arregalei os olhos enquanto algo se encaixava na minha cabeça. — Então, se calcu—

— Vocês não estão fazendo isso porque acham que estou pronta ou mereço. Estão fazendo isso porque, depois de um dia de investigações, estão desesperados por não terem nenhuma pista sobre o que está acontecendo — acusei, mas nenhum deles esboçou reação. —Deus. Vocês realmente estão. E é por isso que vou passar pela terrigênese sem minha mãe.

— Gabrielle, fique calma — meu pai disse. — E, pelo amor de Deus, seja razoável.

Enquanto ele tentava me tocar, para me acalmar, pude ver tio Bruce tirar algo de seu bolso com os movimentos mais leves que alguém poderia fazer. Um pequeno cristal azul brilhava entre seus dedos.

— Eu quero minha mãe — disse, me sentindo uma criança de dois anos de idade, antes de ele jogá-lo no chão e uma névoa azul começar a se espalhar pela sala.

Eu me lembro das duas únicas vezes que bebi álcool na vida. Foram exatamente o mesmo: eu bebi, me senti feliz, bebi mais ainda e então comecei a ficar tonta. Muito tonta, a ponto de vomitar tudo o que havia entrado no meu estômago nas últimas quatro horas. Na primeira vez, vi duas da minha mãe quando Logan me carregou até em casa.

Passar pela névoa foi quase como tomar uma garrafa inteira de vodka, tirando a parte da alegria e enfatizando a da tontura. Olhei para as minhas próprias mãos, e vi que pareciam ser cinco em vez de somente duas. A sala começou a brincar de bambolê, girando num ciclo vicioso, e eu caí no chão duro. Ouvi meu pai gritar, mas era como se eu estivesse ouvindo tudo de debaixo d’água.

A última coisa que me lembro? Escuridão. Escuridão total.


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