POV Pedro

– KARINA ESPERA! - Gritei - POR FAVOR.
Corri mas Cobra me segurou pelo braço e ela entrou em casa. Pri e Fabi a seguiram.
– Me solta cara, preciso falar com ela!
–Tenho certeza que ela não quer falar com você. - Disse cobra ainda me segurando.
– Eu preciso me explicar. - ele me soltou
– Precisa mesmo. - Cobra me encarou - Quem você pensa que é pra iludir a K desse jeito? Você disse que estava apaixonado por ela. - Ele apontava o dedo pra mim enquanto falava.
– Eu não a iludi. Eu estou mesmo. - Ele ri sem humor
– É eu vi. Você tem um jeito muito bonito de demonstrar isso.
– O beijo não foi culpa minha. Foi aquela garota que me beijou. Eu juro.
– Você não tem que jurar nada pra mim. Mas eu só te aviso uma coisa, não iluda a Karina, não faça ela sofrer. Porque se fizer. - Ele levanta seu punho - Eu acabo com você. - Eu engulo em seco. - Fui claro?
– Cristalino.
– Que bom. - Ele senta - Você gosta mesmo dela?
– Gosto! - Me sentei também - Preciso me explicar. - Disse arrasado.
– Eu vou te ajudar. - Estou começando a gostar desse cara.
– Serio? Como?
– Todo domingo a K fica sozinha em casa. Eu sempre vou la pra ficar com ela, amanha quando eu estiver la eu te mando uma mensagem e você sobe.
– Você vai nos deixar sozinhos? - Cobra ri
– Sou legal mas nem tanto. Vou ficar na sala enquanto vocês conversam.
– Tudo bem.
Passei meu numero pro cobra e fui trabalhar, meu pai me encheu o saco quando cheguei, mas estava triste demais para importar. Depois que meu pai fechou o Perfeitão subi pro meu quarto, fica tão estranho sem minha irmãzinha aqui, Tomtom foi para o rancho da nossa tia, so volta segunda de manha, fui tomar banho e depois me deitei. O sono demorou para chegar, não consigo parar de pensar na K. Se ela ficou abalada com o beijo quer dizer que ela gosta de mim. Espero que ela me desculpe, quero ficar bem com ela, quero abraça-la, quero beija-la. Quero ela toda pra mim.

POV Karina

A tarde passou voando pra mim, ja eram 18h quando fui para casa, quando cheguei peguei meu celular e mandei uma mensagem para Cobra.

~ Mensagem de Texto On ~

DE KARINA
Passa aqui em casa 20:30h
Há 5min
DE COBRA
Sim senhora
Há 2min

~Mensagem de Texto Off~

Tomei um banho demorado e coloquei uma calça jeans clara rasgada, uma blusa preta larguinha e meu Vans preto. Me deitei na cama esperando dar a hora de descer.
– Vai sair? - Pergunta Bianca entrando no quarto.
– As meninas me obrigaram a ir com elas no cinema. - Expliquei
– So vão vocês?
– Chamei o Cobra também. - Ela revira os olhos.
– Pra variar né! - Sorrio pra ela
– Ciumes do Cobra, Bi?
– E se eu estivesse? - Ela sorri - Vou tomar banho. Ja que minha irmã não me chama pra sair com ela, eu vou sair com meu namorado.
– Dramática - rimos
Bianca entra no banheiro e eu fico olhando o relógio, ainda são 19:55h. É impressionante como os minutos não passam quando você quer que eles passem.
Finalmente deu 20:25h e eu desci, Cobra ja me esperava na porta.
– Cade as meninas? - Pergunta ele quando entro no carro.
– No cinema nos esperando.
– Bom, então vamos!
Liguei o som do carro dele, coloquei na radio, estava tocando umas musicas ate legais, fomos o caminho todo ouvindo musica e conversando, Cobra me perguntara se falei com Pedro, fui sincera, falei que não porque eu não sabia o que dizer. E não sabia mesmo! Se eu dissesse que gosto dele e não for verdade que ele gosta de mim? E se ele so esta brincando com a minha cara? Cobra me disse que eu so vou saber essas respostas se conversar com ele. Depois eu vejo isso.
Chegamos no cinema e as meninas nos esperavam onde compra os ingressos.
– Qual filme? - Pergunto. Antes quando vínhamos ao cinema sempre brigamos para escolher o filme. Até que descobrimos um gênero em comum, Terror!
– Não tem muitos de terror em cartaz. - Disse Fabi. Fiquei olhando em volta e vi um que chamou a atenção. Era o cartaz do filme Annabelle. (A boneca do filme Invocação do Mal).
– Vamos ver aquele. - Apontei
– OMG! Tava louca pra ver. - Comentou Fabi
– Parece ser muito bom - Disse Cobra.
– Então o que estamos esperando? Vamos comprar os ingressos - Falou Pri
Compramos os ingressos, o filme so começaria 21:10h, fomos comprar a pipoca também e depois nos sentamos para esperar. Faltava poucos minutos.
Quando chegou a hora fomos pra fila e entramos na sala de cinema.
O filme tinha duas horas de duração, mas valeu cada segundo, o filme é muito bom.
Cobra ofereceu uma carona para as meninas que aceitaram.
– Não quero ir pra casa agora. - Falou Pri
– Nem eu. Vamos para a praça? Lá é tao calmo a noite. - Disse Fabi
– Vocês que mandam - Fala Cobra.

Cobra estacionou em frente ao QG, quando estávamos descendo do carro Ele me pega no colo e começa a rodar comigo.
– Cobra me coloca no chão - Ordeno entre risos.
– Não - ele ri - Vou te levar ate a praça.
– Minhas muletas - aponto para o carro. Ele volta e pega e eu as seguro. Pri e Fabi ficam rindo da minha cara.
– Vocês adoram me ver brava né? - Eles concordam com a cabeça. - Amigos, é tão bom te-los. - Ironizo.
– Eu sei que você nos ama K - Diz cobra
– Eu não - Ele faz menção em me jogar no chão. Eu grito.
– Diz que nos ama, senão eu te jogo no chão. - ele faz de novo. Começo a mexer as pernas e gritar e rir ao mesmo tempo.
– ME... - Não consigo para de rir - SOLTA.
– Diz que nos ama.
– Ta bom. - Me rendo - Eu amo vocês!
– Eu sei, mas não vou te soltar. So quando chegarmos naquele banco. - Apontou.
Comecei a me remexer novamente mas sem sucesso. Ele so me largou quando chegamos ao tal banco. Conversamos mais um pouco, as meninas riam muito das palhaçadas de Cobra. Que bom que elas o aceitaram, isso significa muito pra mim.
Vi Pedro sentado em um banco perto de nos conversando com Patricia, ele pareci sério, Patricia parece muito brava, por um momento queria ser um mosquito para ir la e ouvir a conversa. Agora tenho certeza que estão discutindo, ela levanta e ele a segura pelo braço, Pedro diz algumas palavras e ela retruca e o beija. Meus olhos não acreditam no que estão presenciando, lagrimas brotam dos meus olhos e não consigo barra-las. Como o Pedro teve coragem de falar que estava apaixonado por mim? Como ele pôde? Como eu fui tão burra, a ponto de acreditar que ele fora sincero? Ainda bem que não falei nada pra ele.
Ele a empurra e diz algo que não ouvi, ela fala alguma coisa também, sorri e entra no taxi. Percebo que Cobra também viu o beijo. Ele me encara.
– K? Você ta chorando? - pergunta preocupado
– Ja vai passar - Digo e saio correndo em direçao a minha casa. Ouço Pedro gritar por mim. Minha vontade é voar no percoço dele e mata-lo. Subo as escadas de casa em disparada e corro para meu quarto e me jogo na cama, as lagrimas não cessam.
– K? - ouço a voz de Fabi do outro lado da porta.
– Fabi desculpa mas não quero conversar!
– K posso entrar? Prometo ficar calada. - Disse Pri
– Entrem. - Digo ainda deitada.
Elas sentam na cama e começam a fazer cafuné em mim, depois de um tempo paro de chorar e me sento e as encaro.
– Obrigada gente! - Agradeço
– É pra isso que servem as amigas - Fala Pri e sorri. Elas me abraçam.
– Quer conversar agora? Por que você saiu correndo daquele jeito da praça? - Pergunta Fabi
Respirei fundo e comecei a contar tudo desde o começo, elas gritavam e vibravam, são duas loucas, mas depois que contei do beijo elas se revoltaram, queriam descer e bater em Pedro, quase deixei, mas acho que Cobra ja fez o serviço pra mim, sorri ao pensar nisso. Bianca chegou e se juntou a nos, eu tive preguiça de contar tudo pra ela, então as meninas fizeram isso pra mim. Bianca também ficou com raiva de Pedro mas disse que eu tenho que conversar com ele, também disse que podia ser um mal entendido. Como se beija alguem sem querer?? Como ver isso como um mal entendido? Mas não posso cobrar nada dele também, nos não somos nada, nem "ficantes", mas que foi uma puta sacanagem ele ter me iludido isso foi.
Depois de horas, as meninas foram embora e eu fui tomar um banho, me deitei, chorei tanto que peguei no sono.
Acordei tarde no domingo e ja não havia ninguem em casa. Bianca como sempre foi para casa de Duca e meu pai para a casa de Dandara. Me levanto e faço minha higiene matinal e vou preparar algo pra comer, depois me deito no sofá e ligo a TV.
Fiquei horas passando os canais e não tinha nada de interessante pra ver. Domingo sendo Domingo.
Desligo a TV e vou para o computador, fico um tempo ouvindo musica e pesquisando algumas coisas. Ja eram 14h quando resolvo fazer o almoço. Como eu sou uma "cheff", faço um macarrão instantâneo ala Karina. Divino, modéstia parte. Ouço batidas na porta e vou abrir, com certeza é o Cobra.
– Oi - Diz Cobra com um sorrisinho de lado.
– Entra. - Digo abrindo a porta por completo. Ele senta no sofá e eu sento ao seu lado.
– Como você ta? - Pergunta me encarando. Eu nem sei como estou, mas acho que estou bem, hoje nem pensei naquele moleque. E no beijo. Só estou pensando agora, então não conta.
– Bem - Respondo somente
– K, sou eu, Cobra, seu melhor amigo. Se abre. - Ele me abraça.
– Estou bem, juro. Decidi que nunca mais vou chorar por garoto nenhum. - Eu me solto de seus braços e olho em seus olhos - E nem falar sobre eles. Principalmente dos que iludem e beijam outras na minha frente. - Cobra sorri
– Humor negro? - Ele me beija. - Parece que ja esta bem.
– Estou mesmo. - talvez não - Vamos comer?
– Macarrão instantâneo ala Karina? - Assenti - Oba, meu favorito. - Rimos.
Fomos para a cozinha e nos sentamos a mesa.
– Opa! Eu sirvo. - Ele diz pegando a colher da minha mão. - Você ja preparou.
– Nossa! Que cavalheiro. - Ele ri - Ja que esta tão gentil hoje lava a louça também.
– Folgada. - Mostro lingua pra ele.
Comemos calados, estava morrendo se vontade de perguntar se ele falou com Pedro ou se só deu um soco nele, ou se não falou nada e nem deu o soco, mas eu não queria parecer curiosa, então não perguntei. Terminamos de comer e Cobra tirou a mesa e começou a lavar os pratos.
– Bom garoto! - Disse dando um tapinha em seu ombro. Ele ri
Fui para sala, coloquei um filme e me sentei no sofá. Depois de um tempo Cobra aparece na sala com um sorrisinho malicioso, não entendi muito mas dou os ombros. A campainha toca, faço menção de ir atender mas Cobra vai na frente, continuo sentada mas com os ouvidos em pé. Quem pode ser?
– Ta la na sala. - Diz Cobra. - Vai la.
De repente vejo Pedro, isso mesmo, ele fica me olhando, um olhar triste, deve ser por que o plano dele não deu certo, a idiota aqui não caiu. Fiquei com uma pontinha de vontade de bater nele, mas sabia que cobra não iria deixar.
– O que você ta fazendo aqui? - Pergunto nervosa - Quer dizer, eu não quero saber o que você quer.
– Eu vim conversar. - ele se aproxima - Karina me ouve por favor!
– VAI EMBORA. - Gritei - EU NÃO TENHO NADA PRA FALAR COM VOCÊ!

Continua...