Semanas se seguiram na batalha da trunda, o maior evento de Freljord. Semanas se não meses. Trolls brigavam com yetis, ursos com os mais fortes guerreiros, e os arqueiros atiravam flechas aos bárbaros. O grupo que lutava a favor de Ashe estava ficando menor e mais fraco, não aguentavam mais. Estavam desistindo.

– Anivia, diga a Braum que a rainha Ashe está pedindo que todos se agrupem! – Ela pediu, vendo a criofênix partir.

Ordenou que seus amigos arqueiros, que estavam em maior número, maior que os bárbaros, trolls e ursos, se juntassem aos yetis e aos guerreiros.

– Precisamos ficar juntos! – Ela gritou. Não era uma voz poderosa no meio dos barulhos de armas se chocando.

Correu até o grupo de guerreiros, procurando um em especial. Era um homem que lembrava muito Jarvan. Era doce e gentil, loiro e olhos verdes, lembrando-a daquele menino que conhecera quando era pequena.

– Jonah! Jonah! – Ela gritava, se enfiando no meio dos guerreiros.

– Ashe! – Ele a abraçou. – Ashe, você está bem ?

– Eu estou, e você, meu amor ? – A arqueira o abraçou. – Fique comigo. Iremos perder essa guerra, o resultado é óbvio, mas Avarosa não vai deixar que eu me machuque. Fique comigo, por favor…

– Ashe, tudo bem. – O forte guerreiro segurou o rosto dela. Suas mãos estavam com sangue, mas ela não se importou. – Nós vamos ganhar essa guerra, vamos voltar para Rakelstake. Sejuani se unirá a nós e nos casaremos.

Ela sorriu e acreditou nele. – Minha fé pertence a você, assim como o meu coração. Fique bem, Jonah.

– Eu ficarei.

Ela virou-se e viu uma mulher montada em um grande javali vindo em direção a ela, Jonah e seus amigos. Tudo aconteceu muito rápido. Todos foram nocauteados por uma grande pedra de gelo, ela não sabia o que era, a nevasca a atrapalhava. Ela foi a única que caiu de joelhos, atordoada. Depois tudo ficou preto e ela sentiu seu rosto cair contra a neve.

– Princesa Sejuani ? – Ela ouviu alguém chamar. Estava caída na neve de olhos fechados. Não ousou abri-los. – Princesa Sejuani ?

– O que é ? – Uma voz grossa respondeu.

– Este aqui está morto. – Ashe abriu os olhos. Era Jonah.

– Então corte sua cabeça.

– Como quiser. – A arqueira viu a cabeça do cavaleiro ser separada do corpo, cortada com uma adaga. O sangue manchando a neve. Ela não chorou. Não desviou o olhar. Só fechou os olhos quando sentiu seu capuz ser puxado.

– Droga de touca, não sai… – Ashe abriu um pouco os olhos e viu que era um troll. O troll, com raiva do capuz que cobria seu corpo, desferiu um soco na cara da arqueira. Um filete de sangue escorreu do nariz e da boca da arqueira. – Ora ora.. Princesa Sejuani ?

– O que é agora ?

– Acho que achei a rainha Ashe.

– Não diga bobagens, a rainha Ashe é loira. Corte a cabeça.

– Tudo bem. – Ele ergueu a adaga quando uma voz de fundo falou:

– Acho que EU achei a rainha Ashe. Venham ver!

E assim, todos largaram a rainha sozinha. Se certificou de que estava segura e levantou. Limpou o sangue que escorria do seu rosto e olhou a todos. Corpos sem cabeças e ensanguentados. Todos. Ela abaixou a cabeça em um estado de negação. Temendo ser vista, se arrastou até a floresta, achando seu cavalo são e salvou, e cavalgou o mais rápido que pode para Rakelstake, se perguntando o porque de prejudicar todas as pessoas que ela amava.