LUKE

–Tem certeza de que é uma boa ideia? - Sammy perguntou.

–Por que não seria uma boa ideia? - Cat rebateu.

–Porque é estúpido e muito provavelmente vai dar merda - falei.

–É exatamente assim que você sabe que é uma boa ideia!

–Não, é exatamente assim que você acaba sendo presa - retruquei.

–Não se pode ser preso por jogar uma substância nociva, porém não letal no uniforme de quadribol de alguém!

–Na verdade tenho quase certeza de que você pode - Sammy observou. -Além de isso parecer trapaça.

Cat olhou feio pra ela.

–Olha, eu não estou trapaceando! Ele já vai estar bem no próximo jogo, só vai ficar uns três dias na enfermaria.

–Ah, por favor, vai mandar o cara pra enfermaria por três dias só por que ele rasgou uma folha do seu livro?

Ela me lançou um olhar que me fez agradecer o fato de ela não ter uma metralhadora.

–E se fosse o seu livro? O que você faria?

–Me vingaria de um jeito que não fosse detectável e que não tivesse 70 % de chance de dar errado. E QUE NÃO MANDASSE NINGUÉM PRA ENFERMARIA!

–Por que você acha que tem 70% de chance de dar errado?

–Primeiro: você não tem certeza se esse é mesmo o uniforme dele. Segundo: ele pode decidir usar o uniforme só no jogo. Terceiro: ele pode emprestar o uniforme pra alguém. Quarto: ele pode perceber que tem alguma coisa errada com o uniforme antes de usar. Quinto: ele pode descobrir que foi você. Quer que eu continue?

–Eu já chequei tudo isso, ok? Vai dar certo.

Sammy fez sinal de "esquece, ela não vai desistir" com a cabeça.

Suspirei e esperei ela acabar.

* * *

–Não acredito que deu certo - falei.

–Eu disse que ia dar certo - Cat lembrou.

–Por isso mesmo que eu não acreditei.

Ela me deu um soco.

–Ai!

–Pode parar que a única pessoa que tem direito de socar ele sou eu! - Samny gritou.

Então ela levantou e me deu um soco também.

–Ai! Mas o que...?

–Só pra dar ênfase.

–Cat, a McGonagall pediu pra você ir à enfermaria - disse Ethan.

–Se ferrou.

–Cala a boca, Sammy.

Quinze minutos depois ela estava de volta:

–Temos um problema.

–Que problema?

–O Elliot sabe que foi a gente.

–A gente?

–É, ele tem uma testemunha que viu nós três no vestiário da Lufa-Lufa.

Oh, shit!

–Ferrou.

–Mas ele concordou em não denunciar a gente...

–Não estou vendo problema aí... - Sammy interrompeu.

–Se fizermos uma coisa pra ele.

–Ah, olha ele aí.

–O que a gente tem que fazer?

–Só cuidar do bichinho dele nos próximos três dias, enquanto ele tá na enfermaria.

–Ah, tranquilo. O que ele tem? Uma coruja? Um gato? - Sammy perguntou.

–Na verdade é um erumpente filhote.

–Um erumpente? - Perguntei. -Achei que só existissem na África!

–É, pois é. Aparentemente Elliot conhece um cara.

–Vamos ter que cuidar de um erumpente filhote por três dias? - Sammy estava com cara de quem ia vomitar.

–É...

–Você não pode ir sozinha não? - Sammy perguntou. -Foi você que deixou ele de cama!

–Quantas vezes eu podia ter deixado vocês dois se ferrarem sozinhos mas ajudei os dois?

Ok, ela tem um ponto.

–Tudo bem, a gente vai - disse Sammy.

–Nós vamos?

–Vamos.

* * *

Aleluia! Hoje é o último dia em que temo que ir olhar o erumpente! Sabe quanto trabalho dá cuidar de um bicho que, explode as coisas?

–Vem logo, criatura! - Sammy gritou pra mim.

–Sammy, não importa o quanto você queira, eu não consigo virar o Flash.

Estávamos quase chegando quando Cat, que estava uns cinco passos na frente parou e virou pra gente.

–Temos um problema.

Claro que temos um problema.

–Por favor, me diz que ele não morreu - pediu Sammy.

–Ele fugiu. Talvez ainda esteja vivo.

–Ah, que ótimo! Como isso aconteceu?

–Alguém deve ter deixado o portão aberto - Cat disse.

–Quem saiu por último ontem? - Sammy perguntou.

–Não fui eu.

–Nem eu.

As duas olharam pra mim.

–Eu juro que eu fechei o portão!

–Fechou o cadeado?

–Fechei! Eu acho...

Cat bateu a mão na testa.

–Como você sabe que ele não explodiu o cadeado?

–Porque a cerca é enfeitiçada para não explodir!

–E quem garante que não deu lag no feitiço?

–Porque não tem como um feitiço dar lag!

–Ainda assim, você não pode provar que fui eu.

Cat ia responder quando um som de alguma coisa explodindo interrompeu.

–Bem, acho que não vai ser difícil encontrar ele - comentou Sammy.

–E como vamos trazê-lo de volta?

–Podemos enfeitiçar uma rede pra não explodir.

–Sabe fazer isso?

–Não, mas a Hermione deve saber.

* * *

Seguimos as explosões pela floresta, até chegar uma clareira onde encontramos o pequeno erumpente explodindo pedras aleatórias, feliz da vida.

–Certo - sussurrou Cat. - Eu distraio ele enquanto vocês dois...

Um esquadrão de patos invadiu a clareira e colocou o bebê erumpente numa caixa. Ah, claro. E eu ainda ouso ter esperança de que vai ser fácil.

Cat suspirou.

–Vamos voltar para o castelo e vestir nossos uniformes ninjas. Temos uma base secretas de patos para invadir.