Survival Game: O Começo escrita por Catelyn Everdeen Haddock


Capítulo 15
14


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo!



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– Qual foi a minha nota? - pergunto, curioso.

– Você verá no outdoor, hoje à noite. - responde a mulher. - Ah, me chamo de Martha Logan. - terminou por se apresentar. - Está liberado.

– Muito obrigado. - agradeço, por fim.

Assim que eu saía, Anne era a última que esperava. Martha a chamou:

Zimmer, Anne!

Ela logo se levantou, mas, antes que ela entrasse, retribui o "Boa sorte". Ela agradeceu sem demonstrar nenhum entusiasmo e entrou na sala de Simulações. Eu pensei em ficar para ver o desempenho de Anne, se não fosse pelo alarme estridente me obrigando a retirar do local.

– Tá, já entendi! Não precisa ser histérico! - falo com o alarme, enfezado com o som irritante.

Dois minutos depois, entrei no quarto 700, me joguei na cama, sem ao menos me dar conta de que eu não estou em casa. Penso no meu teste e no resultado. Se escalar uma sequóia exige muito esforço, imagina escalar o Monte Everest! Pensei no que Martha me dissera. Quando estava sob o efeito da droga âmbar, minhas mãos estavam calejadas, vermelhas, enquanto escalava a sequóia. Minhas pernas doíam. No momento em que abri os olhos, a dor passou de uma hora pra outra. Olhei em volta. Desmond ainda não havia chegado. Anne está no teste. E Margot, que era para estar aqui? Parece que foi tratar do nosso figurino para o desfile. É claro, ela é nossa tutora! Dava cinco horas, quando conferi o relógio embutido na parede. Retirei as botas e fiquei descalço.

Senti cócegas com a Cruz do Sol tocando a minha clavícula direita, que fiz uma careta. Enfiei a mão debaixo da gola e retirei o pingente bronzeado. Segundo D. Amélia, o ex-participante do reality usava o pingente durante o programa até vencer e dá-lo para ela guardar, até que o outro o usasse. E esse outro era eu. Gozado, nas edições anteriores, eu nunca vi esse cara usar a Cruz do Sol durante o programa. Parece que ele a escondia debaixo da blusa.

Me perdi na reflexão do raio da lâmpada no bronze, quando, repentinamente, uma porta se abriu. Era Anne. Guardei rapidamente. Ela parecia aborrecida e aflita.

– E aí, como é que foi? - me arrisquei em perguntar.

– Cai sob o efeito da droga e ao acordar, fui praticamente ignorada. - ela respondeu, irônica.

– Como assim, ignorada? - perguntei, curioso.

Anne me contou que, sob o efeito da droga âmbar, ela estava em uma cordilheira. Sua tarefa era chegar ao cume da montanha mais próxima dela. E essa montanha próxima dela era maior que as demais. Ela teve que escalar, apesar da falta de ar, que ardia os pulmões, e das palmas das mãos em carne viva, consegui chegar ao topo. Mas ao acordar, no momento em que olhou para cima, apenas um jurado tomava nota, enquanto os demais estavam acompanhado uma bandeja de cerveja da Bavária, que estava sendo servida (Anne, Desmond e eu viemos de Munique. Munique fica na Bavária. Logo, nós três viemos da Bavária.). Tudo bem, essa foi a gota d'água para Anne, quando acertou uma faca na direção deles, atingindo em cheio o bigode de Hitler II (era mais um dos retratos ufanistas do führer). Isso surpreendeu até a Martha, que ficou atônita com aquilo. E na hora em que Anne saiu da sala, os jurados e Martha brigavam. Eu ri.

– Qual é a graça? - perguntou, erguendo uma sobrancelha.

– Aquela parte do bigode de Hitler foi muito engraçada. - respondi, rindo. Anne também, mas a diversão cedeu o lugar à preocupação.

– Mas o problema é que eles podem confiscar os meus bens e matar a minha família, pois para eles, eu transgredi a regra. - desabafa, assustada.

– Calma, - tentei confortá-la. - Você fez bem em acordá-los. Eles mereciam isso.

– O dever deles é avaliar o participante. - uma voz feminina completou. Era Margot.

– Como é que você sabe? - Anne balbuciou.

– Martha me contou. - ela respondeu. - Você fez o certo.

– É, mas acertei o bigode do Hitler. - debateu.

– Hitler não é idiota em confiscar os seus bens e matar a sua família por ter que dar um simples susto nos jurados. Pelo contrário, eles é que estavam desobedecendo às regras.

– Mas, por pouco não foram mortos. - deduzi.

– Exatamente, Heinrich. - Margot concordou comigo e depois dirigiu o olhar para Anne. - Quanto a você, não precisa se preocupar, foi só um acidente.

Anne suspirou.

– Obrigada. - por fim, agradeceu.

***

Seis horas. Nós fomos para o camarim para a preparação para o desfile pré-Reality. Nós fomos para o andar mais alto, onde situava o camarim. Na verdade, até os camarins são distribuídos por cidade alemã: sete camarins. Quando entramos, três funcionários se encarregavam de fazer mudanças em nós. Enquanto um cuidava do rosto e do corpo em geral, o outro cuidava do cabelo e o último cuidava da maquiagem.

Eles nos receberam com muito carinho e começaram a pegar no pesado. Desmond era o primeiro, sendo que o esteticista cuidava da sua pele. Anne ficou com o cabeleireiro, enquanto eu, com o maquiador, que aplicava uma pasta verde, que nada mais era que uma máscara facial. Além de colocar pepinos nos meus olhos.

Pareço uma bicha! Ainda por cima de toalha no cabelo! Logo que Desmond saía da banheira, depois de um banho com sais dissolvidos na água, ele caiu em gargalhada ao me ver assim.

– Você parece um Drag Queen! - ele afirmou, rindo.

– E você parece um daqueles mulherengos que acabou de sair do banheiro com a amante! - devolvi, retirando os pepinos dos olhos.

Desmond ficou constrangido. Imagina eu.

Depois que os três esteticistas fizeram o trabalho em nós, chegaram os figurinos. Anne estava em um outro compartimento, enquanto Desmond e eu, no outro. Na hora em que os esteticistas e Margot me ajudaram a vestir, me virei para o espelho que estava atras de mim. Eu estava deslumbrante. Eu estava trajando um terno marrom, colete marrom, camiseta branca, gravata borboleta também marrom... Até os sapatos eram marrons! Eu estava estiloso! Além do cabelo, em que minha franja estava para trás graças à brilhantina. Desmond também estava, só que o terno era azul índigo. O topete era grande!

Por fim, Anne chegou. Ela estava deslumbrante! Magnífica! Ela trajava um vestido decotado em V, cujas tiras cruzavam, cobrindo o tecido do vestido que cobria o seio... Na verdade, não era um vestido, mas sim, um macacão! Um macacão bege com vários adornos dourados. O cabelo era perfeitamente impecável. Uma chapinha e um topete alto, com uma rede dourada presa a uma tiara bege.

– Eu estou esquisita, não é? - ela perguntou, constrangida.

– Perfeitamente perfeita... - falei em tom alongado, admirado com a garota que mais parecia uma escultura que uma pessoa de verdade.

Margot olhou pela janela e viu sete carros Wolksvagen (seis Amarok e um Fox) estacionados em frente ao hotel. Concluiu que estava na hora.

Nós descemos o elevador, e de lá, fomos para o últmo Amarok. Anne ficou entre eu e Desmond. Suspirei e disse a mim mesmo:

– Chegou a hora.


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