Dias depois…

Finalmente o dia da peça teatral chegou, Thiago foi o primeiro a acordar no orfanato, o motivo? Uma mensagem em seu celular em plenas 5 da manhã.

Mensagem on

Ana: Bom dia Thi :3

Desculpa eu não ter te respondido ontem.

O motivo de eu ter faltado a escola foi por causa da tia Rubi. Ela me pediu que ajudasse ela na loja de artefatos ciganos. Eu fiquei lá a manhã e a tarde toda atendendo uns clientes, tava bem movimentado. Aí quando cheguei em casa peguei no sono e só acordei agora.

Thiago: Bom dia Ana

Nossa, essa é hora de mandar mensagem?

Tudo bem, entendi, só fiquei meio preocupado, porque você não foi a escola nenhum dia essa semana.

Ana: Eu sei :/

Foi pq a minha tia me pediu ajuda a semana toda.

Thiago: Nossa, e a sua mãe? Não se incomoda de você faltar tanto na escola?

Ana: Não, pelo contrário, ela diz que os ensinamentos da escola só servem pra atrofiar a mente humana, e fazê-los se esquecer de sua verdadeira missão na terra.

Thiago: Hã?

Ana: Pois é, foi o que eu disse quando ela me falou isso kkk

Thiago: rsrs ^^

Minutos depois

Ana: Mas, e aí…

Tá tudo bem com você?

Thiago: Ta sim, e por aí?

Desculpa não ter falado mais nada, é que peguei no sono de novo kkk

Ana: rsrs, tudo bem amor, por aqui também tá tudo de boa. :D

Thiago: Q bom ^^

Nada de sobrenatural, né?

Ana: Ah… É, até agr tá de boa.

Thi, tenho que ir, a minha mãe tá me chamando…

Thiago: Ta certo…

Ah, escuta, você vai assistir a peça de teatro mais tarde né?

Ana: Claro, eu e minha mãe vamos! :)

Thiago: Okay! Beijos :*

Ana: beijos :*

Mensagem off

Depois…

Na escola

No início da tarde o pessoal do teatro chegou na escola para o ensaio final da peça que aconteceria às 17h, este era o ensaio mais importante, pois passariam o texto sem a ajuda dos roteiros, contando com a improvisação, e a sorte.

Janu e Janjão conversavam na sala de teatro, quando Bia entrou, junto de Vivi, Cris e Mili.

– Eu tô te dizendo, ela me mostrou, era rosa e de renda! – Contava Janjão.

– Caraca, não acredito que ela fez isso! – Exclamou Janu surpresa.

– Pois é, imagina se o André souber que a namorada dele…

– Caham! – Janu interrompeu o garoto, quando viu as meninas entrando na sala.

– Oi meninas. – Cumprimentou Janu.

– Oi. – Responderam as garotas.

– Oi Vivi, Cris e Mili! – Cumprimentou Janjão.

– Oi. – Responderam as meninas. Bia ficou com cara de tacho.

– Você não vai dizer oi pra Bia Janjão? – Perguntou Janu.

– Ah, oi Bia, nem tinha visto você aí. – Disse Janjão cinicamente. Bia mostrou o dedo do meio.

– Não liga Bia, eles tão só brincando. – Disse Vivi.

– Quem disse que eu to ligando? – Perguntou Bia.

– Calma… – Disse Vivi. Bia irritada, foi para fora da sala, aproveitando para falar com seu irmão por mensagem.

Mensagen on

Beatriz: Oi Carlos!

Carlos: Oi Bia! Tudo bem?

Beatriz: Mais ou menos. ¬¬

Carlos: Pq? Oq houve?

Beatriz: É um idiota aqui do teatro, ele me irrita!

Carlos: Sério? Quem é ele?

Beatriz: É o Janjão, esse ridículo, sabe nós éramos amigos, mas, agora ele me enche, porque é a fim de mim, e eu não quero!

Carlos: Ah! Entendi, nossa que otário man, se você quiser dou um jeito nele hoje!

Beatriz: kkkk Não precisa! Deixa esse imbecíl pra lá. Ah, então quer dizer que já tá confirmada sua presença hoje na peça, né?

Carlos: Claro, eu te prometi, não foi?

Beatriz: Foi *-*

Bom, eu espero que você não quebre essa promessa, porque quero muito conhecer meu irmão!

Carlos: Idem…

Beatriz: Bom, tenho que ir, o professor tá vindo, vou ensaiar para a peça… Bj!

Carlos: Beijo ^^

Mensagem off

***

Todos os alunos já estavam na sala do teatro, quando o professor chegou, logo este sentou-se e pediu para que todos sentassem-se formando um círculo no chão.

– Bom galerinha, vocês sabem que este é o nosso último ensaio antes da peça teatral. – Iniciou o professor. Todos assentiram. – Então eu espero de coração, que vocês tenham realmente se esforçado, para que não errem mais nenhuma vez, como no ensaio de ontem, né, dona Vivi!

– Ér… – Disse Vivi sem graça.

– Enfim, é isso, boa sorte! E podem começar a ensaiar, lembrem-se, como se já tivessem no palco! – Finalizou o professor.

Então estes passaram a ensaiar.

A primeira cena foi a de Bia e Vivi. Logo depois Thiago entrou em cena, e em seguida Janu, depois Janjão, seguido de Samuca, Duda e Cris. Depois foi a vez de alguns alunos figurantes, e por fim Mosca e Mili entraram em cena junto de Thiago novamente, finalizando com Vivi e Bia novamente. (Bia participou de todas as cenas, já que era a personagem principal)

Depois…

– Nossa galera, realmente, vocês me surpreenderam… – Disse o professor. – O ensaio foi ótimo!!! – Exclamou. Todos comemoraram.

– E se Deus quiser, a peça será melhor! – Afirmou Mili.

– É isso aí Milena! – Concordou o professor.

– Mas… – Iniciou Janu, fazendo todos olharem em sua direção. – E se alguém esquecer as falas, ou ficar nervoso na hora da peça, por causa do público? – Perguntou. Encarando Mili.

– Bom, quanto a isso eu tenho um conselho ótimo para vocês… – Disse o professor. – Entrem no palco como se realmente estivessem dentro da história, e ajam como se fossem os verdadeiros personagens! Assim não terá nervosismo. – Aconselhou.

***

A hora da peça chegou…

Antes de entrar no palco, Janjão foi até Bia e lhe falou algo.

– Olha, eu só quero deixar claro que eu falar com você durante a peça, não significa que pode falar comigo depois. – Disse Janjão.

– Isso também serve pra você. – Disse Bia, nessa hora Janjão assentiu, e saiu. – Idiota.

– Vem Bia, já tá na hora! – Chamou Vivi, puxando a garota pelo braço.

– Ai, calma! – Exclamou Bia.

Vivi e Bia se prepararam para entrar no palco...

– Ai Bia, tomara que a gente não esqueça nenhuma fala! – Disse Vivi.

– Não vamos, segue o conselho do professor, a partir do momento em que entrarmos no palco, deixaremos de ser Bia e Vivi, e seremos Alice e sua irmã! – Lembrou Bia.

– Okay… Vou lembrar disso! – Afirmou Vivi respirando fundo.

E assim...

Vivi e Bia, entram em cena* (Magicamente na mente das garotas, o palco tornou-se um bosque cheio de árvores. Vivi e Bia olharam em volta, porém nada disseram, logo ambas sentaram-se debaixo de uma das árvores.)

Vivi pega um livro de dentro de sua bolsa, então passa a lê-lo*

Irmã da Alice (Vivi): Napoleão Bonaparte foi um general e imperador da França. Um dos maiores mitos da História, Napoleão imortalizou o seu nome por meio de suas… – A irmã é interrompida por um bocejo de Alice – Alice! – Gritou, chamando sua atenção. – Será que dá pra prestar atenção na lição de história?

Alice (Bia): Desculpe, mas só de não ter gravuras neste livro já me faz perder o interesse.

Irmã: Então pra você, um livro só é bom se tiver gravuras?

Alice: Obviamente!

Irmã: Pois na minha opinião, há muitos livros que não tem gravuras e são ótimos! Como: Harry Potter, Jogo vorazes, Percy Jackson e os olimpianos… (risos)

Alice: Disse bem, na sua opinião! Pois pra mim nenhum desses chegam aos pés do gibi da Capitã Frenética! (risos) – Alice olha em volta. – Você ouviu isso? – Perguntou.

Irmã: Isso o quê?

Alice: Essas risadas…

Irmã: Ah, deve ser a platéia… – Sussurrou.

Alice: Que platéia? Estamos em um bosque e só há nós duas aqui. – Lembrou.

Irmã: Tanto faz… Não vou ficar aqui discutindo. Vou em casa fazer um chá pra nós, enquanto isso leia a lição, e quando eu voltar espero que tenha decorado tudo!

*Vivi sai de cena

Alice: Nossa, que estresse! – Exclamou. Alice passa a ler o livro mentalmente. – Mas que saco! Ninguém merece, esse livro é um porre! – Reclamava, quando de repente avistou um coelho branco a caminhar.

Thiago entra em cena.*

Alice: Mas o quê? Um coelho branco de colete?!

Coelho Branco (Thiago): Caracas! Como é tarde! – Exclama ao olhar as horas seu relógio.

Alice: Cumé qui é? Um coelho branco de colete, que fala?! – Exclama, assustada. – Nossa, algo me diz que eu preciso seguir ele! – Disse, passando a correr.

Coelho Branco: É tarde, muito tarde! – O coelho passa a correr.

Alice: Ei seu coelho, espere!

Coelho Branco: Não posso, estou muito atrasado!

Alice: Atrasado? Hunf, pra um coelho está atrasado só pode ter esquecido um bolo de cenoura no forno! – Zombou. (risos) – Nossa eu tô começando a ficar com medo dessas risadas… – Reparou, olhando novamente em volta.

Alice seguiu o coelho até uma toca, a qual o mesmo entrou, com curiosidade a garota resolveu entrar também, e acabou caindo num buraco infinito. – AAAAAAH!

Depois de passar “horas e horas” caindo, Alice chegou em uma estranha superfície.

Alice: Que lugar mais estranho. – Se tratava de uma sala com várias portas. – Nossa, quantas portas, pra onde será que elas levam? – Perguntou. Alice abre a primeira porta, lá nada tem a não ser tijolos. – Nossa, quem foi o imbecil que fez uma porta que leva pra parede? – Bufou. (risos) Logo, foi em direção a segunda porta e a abriu, lá encontrou um banheiro. – Hum, bem pensado… – Afirmou com cara de tacho. E por último foi à terceira porta e a abriu, porém ao fazer isso deu de cara ou outra porta, que ao abri-la revelou mais outra orta, que ao abri-la, mais outra, mais outra e mais outra, até que a última porta a ser aberta, tivesse apenas 10 centímetros de comprimento, e 5 de largura. – Só podem tá me zoando… – Disse Alice, com cara de tacho. Nessa hora a mesma avistou uma mesa onde havia um frasco escrito “beba-me”. – Já que não tem outra opção… – Falou Alice, bebendo o líquido do frasco. – Eca, chá! Só pode ser coisada Madame Esmeralda! – Afirmou. Nessa hora a garota passou a diminuir de tamanho. – Nossa, nunca mais vou zoar com a Cris por causa do tamanho! – Afirmou. (risos) – Mas, pelo menos agora dá pra passar pela porta… – Disse, tentando abri-la, porém, a porta estava trancada. Foi quando percebeu que a chave estava encima da mesa, porém Alice estava tão pequena que seria impossível alcançá-la. – Valeu Lewis Carrol! – Exclamou, num tom sarcástico. (risos) De repete avistou um pote onde havia um pequeno biscoito, escrito: coma-me. – Hum, já que também não tem outra opção… – Disse comendo o biscoito. Ao fazer isso voltou ao seu tamanho normal, então pode pegar a chave e abrir a porta. Em seguida, voltou a tomar o líquido, e voltou a ficar pequena, assim passando pela porta. – Não contavam com minha astúcia! – Exclamou convencida. (risos)

Assim que saiu da estranha sala, Alice entrou em um mundo diferente, este tinha várias flores e cogumelos gigantes, logo deu de cara com o coelho a correr, porém antes que o alcançasse foi surpreendida com uma fumaça estonteante que a impediu de ver as coisas em seu caminho.

Alice: Cof cof! Nossa, quanta fumaça! Pelo cheiro diria que o Bob Marley passou por aqui! – (risos) Alice mesmo sem enxergar nada, resolveu andar em frente, até que acabou esbarrando no causador(a) de toda aquela fumaça.

Janu entra em cena*

Lagarta Azul (Janu): Olha por onde anda! – Exclamou, em meio a anéis de fumaça.

Alice: Nossa, essa é a primeira vez que vejo uma lagarta azul fumando um narguilé.

Lagarta Azul: Uma lagarta azul fumando narguilé? Tá ficando doida? Sou eu a Janu, sua idiota! (risos)

Alice: Janu? Quem é Janu?

Lagarta azul: Quem és tu?

Alice: Hã?

Lagarta azul: Nossa, eu quem fumo e você que fica chapada? (risos)

Alice: Eu só quero saber pra onde foi o coelho branco!

Lagarta Azul: Tem certeza de que queres apenas isso?

Alice: Bom, eu também queria crescer mais um pouco, afinal 10 centímetros é um tamanho ridículo!

Lagarta Azul: Ridículo? Eu tenho exatamente 10 centímetros, e não sou ridícula! – Gritou.

Alice: Nossa quanta braveza! Se eu tivesse no meu tamanho normal, eu esmagaria você!

Lagarta Azul: Mas como você não está, agora verá minha fúria! – Nessa hora a lagarta puxou tanta fumaça, mais tanta fumaça de seu narguilé, que acabou explodindo em um gigante nevoeiro.

Alice: Caracas! – Alice ficou um tempo em choque até que avistou um ser voador a cantarolar, novamente com um narguilé em mãos.

Borboleta Azul: Se quiseres te darei um conselho, um lado de fará crescer, e outro lado te fará diminuir!

Alice: Hã? Um lado de quê?

Borboleta Azul: Do cogumelo sua idiota! – (risos) Afirmou a agora borboleta, logo esta saiu a voar.

Alice: Nossa… Narguilé, cogumelo encantado… Só podia ser coisa da Janu mesmo… – (risos) Afirmou. – Mas qual lado devo comer? Hum, como não sou tão idiota quanto a Alice do filme, vou comer os dois ao mesmo tempo! – Ao fazer isso, a garota ficou exatamente do tamanho que queria. – Hahaha, sou foda! (risos)

Xxxx: Assim não tem graça! – Disse uma voz vinda do nada. – Você devia ser mais lesada, que nem a Alice do livro.

Alice: Quem tá aí?

Xxxx: Eu.

Janjão entra em cena*

Alice: Eu quem? – De repente um sorriso surgiu no meio do céu estrelado. Então ele apareceu, o Gato de cheshire. – Hunf, um gato.

Gato de Chreshire (Janjão): Acha mesmo, obrigada!

Alice: Não foi isso que eu quis dizer.

Gato de Cheshire: Mas foi o que você disse!

Alice: Não tô aqui pra discutir, só quero saber que caminho tomar!

Gato de Cheshire: Isso depende, pra onde você quer ir?

Alice: Isso não importa!

Gato: Então também não importa o caminho que você escolha!

Alice: ...contanto que dê em algum lugar. – Acrescentou. O gato ficou em silêncio. – Aff, já vi que tô perdendo meu tempo! – Disse Alice, dando as costas para o gato. Porém o mesmo desapareceu e surgiu em sua frente, a encarando. (Nessa hora Binho que estava na platéia, cerrou os punhos de ciúme)

Gato de Cheshire: Você pode ter certeza que vai chegar, se você caminhar bastante.

Alice: Hum… – Alice engoliu seco, ficando sem argumentos. – Que tipo de gente vive por aqui? – Mudou de assunto.

Gato de cheshire: Naquela direção… – Apontou para o caminho da esquerda. – Vive o Chapeleiro, e ele é totalmente louco, se você quer saber. – Acrescentou. – E naquela outra... – Apontou para a direita. – Vive a Lebre de Março, ela também é louca!

Alice: Mas eu não quero ficar entre gente louca!

Gato de Cheshire: Você não tem saída, todos nós somos loucos aqui. Eu sou louco, você é louca.

Alice: Como sabe se eu sou louca?

Gato de Cheshire: Se você não fosse, não estaria aqui.

Alice: E onde é exatamente aqui?

Gato de Cheshire: Isso você terá que descobrir sozinha… – Concluiu o gato, voltando a desaparecer.

Alice: Nossa! Que bela ajuda… – Bufou a garota. – Se bem que ele deve ter razão, só posso estar louca mesmo, pra ouvir conselhos de um gato! – Concluiu. Logo esta passou a andar, até que chegou em um local onde haviam várias placas indicando caminhos. – Quantas placas! Pois bem, que caminho irei tomar? Que seja! Vou por aqui! – Decidiu, caminhando por entre as árvores. Logo avistou uma casa com um grande jardim, o qual havia uma enorme mesa com várias cadeiras. Porém, apenas 3 estavam ocupadas.

Samuca, Duda e Cris entram em cena*

Logo, Alice percebeu que se tratava de um homem de chapéu, quele deveria ser o chapeleiro louco, e uma Lebre, a lebre de março, o terceiro se tratava de um arganaz. Estes cantavam alegremente a uma canção. (A canção se tratava de um feliz “desaniversário”) Alice então resolveu sentar-se a mesa. Ao fim da canção, o Arganaz notou a presença de Alice ao fim da mesa.

Arganaz(Cris): Olhem, olhem, olhem! Quem é aquela?!

Chapeleiro Louco (Samuca): Seja quem for, aqui não pode ficar, pois não tem lugar! – Afirmou.

Lebre de Março (Duda): Você escutou o Chapeleiro, está cheio, então dê o fora daqui!

Alice: Chama isso de cheio? Com tantos lugares vazios assim?

Lebre de Março: Que seja! Mas mesmo assim, é muito feio sentar-se sem ter sido convidada!

Chapeleiro Louco: É muito feio!

Arganaz: Muito, Muito, Muito feio!

Alice: Nossa, desculpem, já que minha presença os incomoda, irei embora. – Dise, levantando-se.

Chapeleiro: Não!

Lebre de Março: Não!

Arganaz: Não!

Lebre: Já que está aqui, fique e tome um pouco de vinho! – Ofereceu em um tom encorajador. Alice olhou ao redor por sobre a mesa e não havia nada senão chá.

Alice: Eu não vejo nenhum vinho!

Lebre de Março: E não tem mesmo! – Afirmou, rindo.

Alice: É muito educado da sua parte oferecer algo que não tem. – Disse, num tom irônico.

Lebre de Março: E é muito educado sentar-se sem ser convidada! – Retrucou, com ironia.

Alice: Não sabia que a mesa era sua! Ela está arrumada para muito mais do que três convidados! – Alice foi interrompida por uma aproximação brusca do Chapeleiro.

Chapeleiro: Seu cabelo precisa ser cortado! – Afirmou, com uma tesoura em mãos. Este esteve olhando para Alice por algum tempo com grande curiosidade e esta fora sua primeira intervenção.

Alice: Ai, que é isso, tá ficando doido?! – Perguntou assustada, afastando-se.

Arganaz: Doido não, louco! Chapeleiro Louco! – Corrigiu.

Alice: Tanto faz! – Exclamou. – Você não vai cortar meu cabelo.
Lebre de Março: Chega de papo furado. – Interrompeu. – Já está quase na hora!

Alice: Hora de quê?

Arganaz: De comemorar!

Alice: Comemorar o quê?

Lebre de Março: O seu desaniversário!

Alice: E o que é um desaniversário?

Lebre: Ah muito simples, um desaniversário é… Vejamos… – A Lebre não soube explicar, então resolveu zombar de Alice. – Puff, ela não sabe o que é um desaniversário! – Todos riram. (risos)

Chapeleiro: Um desaniversário é um evento que pode ser comemorado em qualquer dia que não seja a data do seu aniversário.

Alice: Sério? Então hoje é meu desaniversário!

Chapeleiro: Que coincidência, também é o meu!

Lebre: E o meu!

Arganaz: E o meu!

Chapeleiro: E como presente, tome uma xicara de chá! Ofereceu, empurrando uma xícara a Alice.

Alice: Nossa, mais chá, isso tá me fazendo lembrar de alguém… – Alice perdeu as contas quando passou da décima xícara de chá. – Nossa, passei tanto tempo aqui, que esqueci o que estava fazendo!

Chapeleiro: Isso é muito simples, você estava tomando chá!

Lebre: Mais chá, mais chá! – Gritou a lebre, colocando mais chá.

Alice: Chega de chá! – Gritou. – Preciso saber que horas são, e dar o fora daqui! – De repente alguém adentrou no chá.

Coelho Branco: Que horas são? Estou atrasado! É tarde, muito tarde!

Alice: Coelho branco!

Chapeleiro: Mais é claro que está atrasado! Seu relógio está atrasado dois dias! – Disse, tomando o relógio do Coelho.

Coelho Branco: O quê?!

Chapeleiro: Deixe me consertar pra você!

Coelho: Não, não precisa. – Disse, puxando o relógio de volta.

Chapeleiro: Precisa sim! – Retrucou o chapeleiro. Logo ambos passaram a brigar pelo relógio, até que o mesmo desmontou-se em pedaços.

Coelho: Droga, olha o que você fez! Meu relógio! – Lamentou. – Ganhei de presente de desaniversário!

Lebre e Arganaz: Desaniversário?!

Chapeleiro: Então vamos tomar um chá para comemorar! – Convidou, puxando o Coelho. – Sente-se na última cadeira! – Exclamou arremessando o mesmo, porém colocou tanta força que o Coelho saiu voando para longe dalí.

Alice: Não! De novo não! Coelho, espere! – Disse a garota, correndo na direção a qual o coelho foi llançado. Logo ao sair do chá, olhou para trás, percebendo que os três loucos, haviam voltado a cantar, sem se importar com a sua saída. – Credo, esse foi o chá mais idiota da minha vida! – Afirmou. – Ah quer saber, dane-se eles, e dane-se esse Coelho idiota! Por culpa dele eu me perdi, e agora não sei como voltar para casa… – Alice caminhou, caminhou e caminhou, até que finalmente encontrou um caminho, onde estava escrito “Saída”. – Não creio! Finalmente achei a saída! Bom, é melhor eu correr, assim talvez chegue antes da minha irmã com o chá! – Porém enquanto corria, uma vassoura voadora passou, apagando todo o caminho. – Que droga… Ai não, era só o que me faltava, e agora, como irei para casa? – Perguntou, passando a chorar.

Xxxx: Ainda por aqui? – Perguntou uma voz do nada. Logo Alice olhou, e avistou um sorriso conhecido. Logo revelou-se o Gato de Cheshire outra vez.

Alice: Gato de Cheshire, é você?!

Gato: Claro, quem esperava, o Coelho Branco?

Alice: Não mesmo, daquele quero é distância! – Falou com desprezo. – Na verdade, eu só quero ir pra casa! Mas não encontro o caminho! – Afirmou, desanimada.

Gato: Mas como vai encontrar, você não pode! Pois, tudo aqui pertence a Rainha!

Alice: Rainha? Nunca vi uma rainha de perto!

Gato: Nunca viu? Pois deveria vê-la, ela ficará louca por você! – Afirmou, dando uma maléfica risada.

Alice: Mas como vou achá-la?

Gato: Uns vão por aqui. – Disse Apontando na direção da esquerda. – Outros por alí! – Completou, apontando para a direita. – Mas, quanto a mim, pessoalmente, eu prefiro ir, por aqui! – Nessa hora, o gato puxou um galho da grande árvore a qual estava sentado, revelando uma passagem secreta a Alice. Ao fazer isso, o mesmo tornou a desaparecer. Alice então entrou no que seria um grande labirinto com vista para um enorme castelo. Ao passar por ele, deu de cara com três jardineiros aflitos, pintando de tinta vermelha, rosas brancas.

Alice: Com licença, por que estão fazendo isso? – Perguntou Curiosa.

3 de paus (Figurante): O fato é moça, plantamos as rosas brancas por engano!

2 de paus(figurante): Mas a nossa rainha, só quer rosas vermelhas!

Ás de paus(figurante): Então se ela souber da nossa falha, cortará nossas cabeças.

Alice: Que horror! – De repente ouviu-se uma trombeta, anunciando a chegada da Rainha.

Cartas: Óh não, a rainha! – Nesse momento Alice notou que quem anunciara a chegada da Rainha, era exatamente o Coelho Branco, junto de outras cartas de baralho.

Coelho Branco: Com vocês, sua graça, sua excelência, sua real majestade, A Rainha!

Mili entra em cena*

De repente ouviu-se um pigarreio de fundo.

Xxx: Caham!

Coelho Brando: Ah, e o rei. – Disse com desprezo.

Mosca entra em cena*

De repente a Rainha que mantinha um sorriso no rosto, avistou uma rosa a pingar tinta vermelha no chão, revelando-se branca. Logo esta passou a caminhar furiosamente até lá.

Rainha(Mili): Quem foi o imprestável que fez isso com minhas rosas?! – Perguntou aos berros. – Idiota!

Enquanto isso na platéia…

– Nossa, nem parece a Mili! – Afirmou Maria, amedrontada.

– Verdade… – Concordou Teca.

De volta à peça…

Enquanto resmungava a rainha avistou Alice, junto aos jardineiros.

Rainha de copas: Quem é isto? – Perguntou, referindo-se a Alice.

Alice: Sou Alice, uma menina, as suas ordens majestade...

Rainha de copas: E quem são estes?

Alice: Não faço idéia!

Rainha de copas: Cortem-lhe a cabeça! Cortem-na!

Alice: Mas, mas…

Rei de Copas (Mosca): Minha querida, ela é só uma menina… – Disse, tentando amenizar a situação.

Rainha de Copas: Escute aqui menina! – Nessa hora Alice avistou o Gato de Cheshire, escondido atrás da Rainha.

Alice: Olhe só, é o Gato de Cheshire!

Rainha de Copas: Gato? Onde?

Alice: Bem aqui! – Disse, indo em direção a Rainha, porém nesta hora, a garota tropeçou e acabou caindo, derrubando a rainha junto. Nessa hora o Rei ajudou a Rainha a levantar-se porém esta estava furiosa.

Rainha de copas: Você irá pagar por isso! Cortem-lhe a cabeça!

Rei de Copas: Meu amor, escute, porque não fazemos um julgamento, apenas desta vez? – Propôs. – Já não há mais lugares para cabeças cortadas no castelo! – Sussurrou. (Risos)

Rainha de copas: Pois bem, que comecem o julgamento! – Gritou. De repente Alice foi levada até o castelo, onde seria julgada. Ao chegar lá, Alice percebeu que o Juiz era ninguém mais ninguém menos que o Coelho Branco.

Coelho Branco: Majestades! Senhores Jurados! – Cumprimentou. – Estamos aqui para julgar a menina Alice, acusada de maltratar verbalmente e criar vários constrangimentos a Rainha de copas.

Alice: Que absurdo… – Murmurou Alice.

Rainha de copas: Silêncio! Pulem logo para a sentença!

Alice: Ei, mas antes da sentença, tem que ter o veredito!

Rainha de copas: Sentença primeiro! Depois o veredito.

Alice: Mas isso não faz sentido!

Rainha de Copas: Quem manda aqui sou eu! Cortem-lhe a cabeça!

Rei de copas: Calma meu bem! Ainda faltam as testemunhas! – Lembrou.

Coelho Branco: Bem lembrado Rei! – Observou. – Que entre a primeira testemunha! – Alice reconheceu assim que viu a primeira testemunha, tratava-se da Lebre de Março.

Alice: Era só o que faltava...

Coelho Branco: Testemunha! O que você sabe sobre o caso? – Perguntou.

Lebre de Março: Eu? Nada! – Afirmou.

Rainha de Copas: Um depoimento muito claro! Jurados, anotem!

Alice: Mas ele disse que não sabe de nada!

Rainha de Copas: Calada!

Coelho Branco: Que entre a segunda testemunha! – Nessa hora, entrou o Chapeleiro.

Alice: Por que será que eu ainda me surpreendo? – Perguntou. (risos)

Rei de Copas: Chapeleiro, onde você estava na hora do ocorrido?

Chapeleiro: Em casa tomando chá. – Concluiu.

Rainha de Copas: Importante! Anotem! – Exclamou. Nesse momento Alice notou novamente o Gato, de trás do trono da Rainha.

Alice: Olhe só Rainha, é o Gato, de novo!

Rainha de copas: Gato? Mas onde está este gato?! – Perguntou sem paciência. Logo Alice teve uma ideia, ao ver um pote de tinta vermelha, lançou-o sobre o trono para que o gato que agora estava invisível, fosse visto. Porém a tinta acertou em cheio na rainha. – Você está me tirando do sério garota! Cortem-lhe a cabeça! – Neste momento todos passaram a falar de uma vez, então Alice passou a correr.

Chapeleiro: Cortem-lhe o cabelo!

Lebre de Março: Aceita mais um pouco de chá?

Arganaz: Pisca, pisca morceguinho!

Lagarta azul: Quem és tu?

Coelho Branco: Já está tarde!

Gato de Cheshire: Acorde Alice! – Alice ignorou a todos, e continuou correndo, até que a mesma tropeçou novamente, caindo em outro buraco infinito…

***

Xxxx: Acorde Alice! Já está tarde! – Exclamou alguém sacudindo a garota que acordou. Era sua irmã.

Alice: Hã? Cadê O Gato, a Rainha, a Lebre, e o Chapeleiro? Onde estão todos?

Irmã de Alice: Do que está falando? – Perguntou. – Você estava dormindo o tempo todo. – Revelou.

Alice: Mas… – Logo esta notou que estava novamente no bosque.

Irmã da Alice: Venha, vamos tomar um chá. Já está quase anoitecendo.

Alice: Chá? – Perguntou a garota, enjoada. Logo a mesma passou a caminhar com sua irmã, e enquanto isso olhou para o céu, vendo na lua que se formava, o sorriso do Gato de Cheshire.

As cortinas se fecharam*

Logo todos do elenco foram em direção ao palco, porém faltava alguém.

– Gente, cadê o Duda? – Perguntou Mili.

– Vocês logo, logo verão… – Afirmou Mosca, rindo. De repente Duda apareceu, porém este não estava mais com sua fantasia de Lebre, e sim vestido de Vovozinha da Chapeuzinho vermelho. Todos riram.

– Você me paga Mosca… – Disse o garoto.

– Você vai levar minha irmã pra Bélgica, esse era o mínimo que podia fazer. – Disse Mosca, surpreendendo a todos, inclusive Duda.

– Você deixou? – Perguntou Duda. Mosca piscou o olho, Duda sorriu. (Pata ainda não sabia da permissão do garoto) Logo as costinas novamente se abriram. O público riu da fantasia de Duda, porém o garoto apenas se divertiu com situação. Então todos agradeceram, apresentaram-se, e o espetáculo acabou.

Após o término do espetáculo, o professor foi parabenizar a todos pela ótima atuação. Foi quando de repente alguém veio na direção de Bia.

– Bia! – Exclamou. Era um dos garotos do primeiro ano.

– Sim? – Perguntou Bia.

– O seu irmão tá te chamando, no terceiro corredor do quarto andar. – Afirmou o garoto. Nessa hora Bia ficou sem reação, porém, direcionou-se ao local sem questionar, em seguida. Pata que estava nos bastidores do teatro, percebeu na hora em que a mesma se distanciou, então resolveu segui-la.

No quarto andar…

Ao chegar no quarto andar, Bia caminhou lentamente, porém antes de chegar no terceiro corredor, a mesma decidiu parar. Bia respirou fundo.

– Ai meu Deus… – Disse. – Será que finalmente eu vou conhecer o meu irmão? – Perguntou. – E se for uma armadilha?! – Questionou insegura. – Acho que não, afinal ninguém de fora sabe… Bom, é melhor eu ir logo. – Finalizou, dirigindo-se ao terceiro corredor. Assim que chegou, a mesma se deparou com um bilhete no chão, onde tava escrito “Sala 19”. Nesse momento sua ansiedade aumentou. Então caminhou até a porta da sala 19, a qual estava destrancada. Então ao abrir a porta, Bia deu de cara com um garoto virado de costas. Este era magro, e tinha cabelos lisos, usava jeans, tênis e uma jaqueta verde.

– C-Carlos? – Chamou Bia, na mesma hora o garoto se virou, causando um enorme choque em Bia.

– Oi Bia… – Atendeu Carlos, com um tanto inseguro.