POV ARES.

— Eu já disse que não! Você não vai a essa festa! – Exclamei irritado a Apolo.

— Você não manda em mim e eu vou sim! – Retrucou como uma criança mimada.

— Eu não posso mandar em você, mas ainda sou um dos responsáveis por esse acampamento, portanto eu não vou autorizar a sua estadia aqui no acampamento durante a festa, sendo assim você não vai poder ir à festa nenhuma, pois também estou cheio de pirralhos para cuidar e não tenho tempo para ficar de olho em você durante a festa. – Retruquei já me virando para sair daquele quarto.

Apolo e eu já estávamos naquela discussão desde que ele havia descobrindo sobre a festa, e isso definitivamente já estava me fazendo ficar de saco cheio de tudo aquilo.

Por um momento me amaldiçoe eternamente por ter dado a ideia da festa, pois sem festa eu não teria um Apolo me enchendo o saco para deixá-lo ir a essa maldita festa.

Tudo bem que ele é um Deus e não precisa da minha autorização para faze o que bem entende, mas isso não estaria acontecendo se não fosse Zeus.

Agora vocês me perguntam: O que Zeus tem haver com isso?, e lhe respondo:ISSO TUDO É CULPA DELE!

Por quê? Porque se não fosso ele ter deixado Apolo ficar para essa maldita festa isso não estaria acontecendo, só que em vez de apenas o autorizar ficar para festa, ele fez com que Apolo só iria pode ficar se caso Quíron, Dionísio e EU estivéssemos de acordo com isso, e é claro que o coração mole do Quíron autorizou e como Dionísio gosta de ver o circo pegar fogo ele também autorizou, já eu, vocês já devem saber o que eu penso sobre isso...

— Nem sei o porquê eu estou tendo essa discussão com você. – Resmungou indo atrás de mim. — Olha aqui, eu vou sim nessa festa e ponto final, portanto pode já confirmar a todo esse acampamento que o senhor gatão aqui vai SIM a essa festa.

— Mas nem que a aquela pirralha inútil morra! - Exclamei parando bruscamente.

— Cruzes Ares! Você realmente não gosta da Anna mesmo heim. – Comentou indignado

— Anna? Você se acha tão intimo assim pra já chamar ela de Anna? Nem eu que a conheço há mais tempo que você a chamo assim!

— O que é? Ta com ciúmes é? – Perguntou dando um sorrisinho de lado. — Sabia que esse ódio todo é apenas uma fachada para esconder esse amor platônico que você sente por ela. – Debochou já rindo.

— Faça mil favores! Você acha mesmo que eu gosto daquela inútil? - Perguntei com as sobrancelhas arqueadas me virando para encará-lo.

— Sim. – Respondeu com a maior cara de obvio.

— Eu não gostaria dela, mas nem se dependesse de eu gostar dela para assim impedir o fim do mundo, que Gaia voltasse a acordar e que Cronos governasse o Olimpo! – Exclamei já voltando a caminhar.

— Ta bom, ta bom! Mas isso tudo que eu disse sobre você e a Annalisy foi palavras de Deméter.

— Aquela velh...

Nem deu tempo para eu continuar, pois assim que ia concluir minha frase a terra começou a tremer assustando todos os semideuses, sátiros e ninfas ali presentes, sem contar que isso fez com que eu e Apolo caísse com tudo no chão.

— Hey! Olha bem o que você vai falar sobre Deméter! – Exclamou Apolo se levando do chão. — Ela não anda muito bem esses dias, até parece TPM, pois tudo até a mínima coisa que existe no universo a deixa irritada.

— Ahh, essa irritação toda deve ser apenas mais uma briguinha besta que ela teve com Hades. – Falei tirando a terra que havia na minha calça.

— Pois é! Eles andam brigando mais do que o comum. Perséfone já esta até de saco cheio e cansada dessas brigas infantis deles. – Comentou voltando a me seguir.

— Correção: Perséfone já esta de saco cheio e cansada dessa brigas infantis DESDE que ela virou esposa de Hades, portanto agora ela só deve estar entediada com essa briga toda deles dois. – Disse parando de repente ao ser quase atropelado por um vulto loiro. — Ah qual é? De novo não! Dona Milene o que eu disse sobre você andar com essa má... Selena? – Perguntei ao ver que o vulto loiro não era minha filha e sim uma filha de Afrodite.

— Sim, Lorde Ares. Deseja alguma coisa? – Perguntou me fitando com aqueles belos olhos azuis enquanto dava um pequeno sorriso.

— Não... Mas por que toda essa correria aqui no acampamento? – Perguntei apontando para um garoto filho de Morfeu que acabara de passar apressado sobre nós.

— Ah isso? É por causa da festa, os filhos de Apolo estão correndo por causa das musicas e pedindo a opinião e os gostos musicais de cada semideus, os filhos de Dionísio e os demais semideuses estão ajudando com as bebidas e entre outras coisas, e os seus filhos estão ajudando a carregar algumas coisas pesadas, já eu e minhas irmãs estamos ajudando com a decoração... Bom, uma pequena parte dela, já que a maioria de nós estamos casando... Digo, procurando todos os semideuses, principalmente as semideusas.

— Sem querer me intrometer, mas já me intrometendo, eu posso saber o do por que de vocês estarem procurando as demais semideusas? – Perguntou Apolo se pronunciando pela primeira vez na conversa.

— Claro Lorde Apolo, a gente esta procurando elas para avisarmos o horário que elas devem estar no nosso chalé para se arrumarem pra festa. – Respondeu ainda sorrindo.

Estava preste a perguntar como é que iria caber toda àquelas garotas naquele chalé, até Apolo me interromper de concluir tal ato.

— Mas como vai caber tantas garotas assim no chalé de Afrodite? – Perguntou o mesmo.

— E não iria, mas não vão todas as garotas para o nosso chalé.

— Mas você disse que estavam procurando todos os semideuses, principalmente as “semideusas”! É algo preferencial? Tipo, vocês só escolhem algumas das semideusas para ajudarem a se arrumarem para festa? – Perguntei franzindo o cenho.

— Não! É que algumas semideusas, tipo as suas filhas e os filhos de Hefesto, principalmente a Annalisy, não se sentem muito a vontade de irem ao nosso chalé, justamente por causa... Ah vocês sabem! – Falou Selena meia constrangida.

— É nós sabemos. – Falou Apolo cinicamente, olhando diretamente para mim. — Não me surpreende nada que Annalisy não queira ir se arrumar no chalé de Afrodite, nem mesmo os filhos dele aqui. – Apontou para mim.

— Tanto faz! Bom, não vou ocupar muito do seu tempo, pois deve estar cheia de coisa para fazer, por tanto lhe desejo boa sorte em sua procura. – Falei voltando a caminhar e puxando Apolo junto comigo.

— Aiii! Espera ai! – Reclamava Apolo ao ser praticamente arrastado por mim.

Já um pouco longe dali escutei Selena gritar.

— Lorde Ares!

— Deseja alguma coisa Selena? – Perguntei me virando e dando logo em seguida de cara com ela. — Rápida você heim! Se já não fosse reclamada por Afrodite diria ser uma filha Hermes.

— Bem, obrigado pelo elogio, isso foi um elogio neh? – Perguntou ainda confusa.

— Sim, foi um elogio. – Respondi sorrindo.

— Então... Eu queria apenas lhe perguntar... Se você viu a sua filha, a Milene e a Annalisy por ai? É porque eu estou procurando por elas há horas e não as achei até agora.

— Desculpe em desapontá-la, mas não vi Milene até agora. – Respondi sincero.

— Nem mesmo a Annalisy? – Perguntou esperançosa. — Digo, é que se caso você viu a Annalisy é bem provável que a Milene esteja junto, já que as duas quase não se desgrudam...

— Não, não vi a pirralha também. Graça aos Deuses! – Disse a ultima parte baixinho.

— Tudo bem então, então vejo vocês mais tarde, com licença. – Falou dando pequenos passos para trás já voltando a caminhar para longe dali.

Enquanto via Selena indo embora, me lembrei que ainda tinha um estorvo bem ao meu lado para me livrar.

— E você. – Apontei para ele. — Você já sabe a minha resposta e opinião, por tanto sem mais de longa, você não ficar aqui para ir nessa festa e ponto final.

— Eu já disse que isso não depende da sua opinião e nem da sua resposta final! E eu vou sim nessa festa, e que mal tem eu ir à festa?

— Tudo! Sempre que você vai a uma festa, você acaba bebendo e conquistando as demais garotas e no final da noite nem preciso falar o que acontece. Não quero nenhum Deus ou Deusa furiosa comigo se caso o senhor garanhão ai engravidar uma de suas filhas.

— Ahh, você sabe que não é bem assim que as coisas acontece, então para de fazer drama, porquê...

Pronto, não deu nem tempo de ele concluir o que ia fala, pois foi logo interrompido por mais uma vez um vulto loiro que passara sobre nós, mas dessa vez nos fazendo cair junto a ele e mais outro alguém.

— Mas que droga! Selen... Milene? E Pirralha. – Falei a ultima parte sem nenhuma animação.

— Eu já disse que o meu nome é Annalisy e não pirralha! – Exclamou ela nervosa enquanto se levantava com uma certa dificuldade.

— Tanto faz.

— Esta acontecendo alguma coisa garotas? Por que tanta pressa? – Perguntou Apolo levantando-se com ajuda de Milene.

— É que eu e a Anna estamos meio que fugindo de algo... – Respondeu Milene meia encabulada.

— Fugindo? Do que? – Perguntei.

— De algumas garotas ai. – Respondeu ela.

— Garotas? De quais garotas?

— Dumas ai...

— Milene, dumas ai não é resposta, me diz logo de quem vocês estão fugindo. – Exigi com uma voz autoritária.

— Ahh, ta bom, ta bom! Estamos fugindo das filhas de Afrodite! Satisfeito? – Perguntou bufando.

— Sim, mas só vou estar satisfeito por completo quando vocês me disserem o do por que de vocês estarem fugindo das filhas de Afrodite.

— É porque elas são umas malucas. – Falou Annalisy bufando em resposta.

— Milene, Annalisy, vocês não estão exagerando um pouquinho?! – Falou Apolo. — Digo, é porque aquela garota Selena que acabamos de ver, não parece ser maluca.

— É porque é só uma ou outra que se salva naquele grupo cor rosa. – Disse Annalisy.

— É, e sem contar que Selena é umas das pouquíssimas filhas de Afrodite que podemos ter pelo menos uma conversa civilizada. – Completou Milene.

— Espera! – Exclamei de repente sentindo falta de algo.

— O que foi? – Perguntou Annalisy.

— Cada o seu rabo e as suas orelhas de gato? – Perguntei franzindo o cenho.

Assim que Annalisy escutou isso, ela penas bufou e revirou os olhos, Milene ficou com uma cara de tacho, já Apolo estava tão perdido quando uma bala no meio de um tiroteio.

— Rabo? Orelhas de gatos? – Apolo perguntou ainda confuso.

— É uma longa história. – Respondeu ela com uma voz cansada. — E antes de responder a sua pergunta, fala baixo porque ninguém aqui precisa ficar sabendo sobre isso. – Rosnou a mim. — E agora respondendo a sua pergunta, Max o filho de Hécate conseguiu fazer um feitiço de invisibilidade para esconder o rabo, mas como aquele pó mágico de Hécate era uma magia forte, diz ele, Max só pode fazer o feitiço de invisibilidade para esconder ou o rabo ou as orelhas, então eu escolhi o rabo, as orelhas continuam no mesmo lugar de sempre, em baixo dessa touca. – Por fim apontou para toca.

— Ah, deixa eu vê?! – Perguntou Apolo sorrindo igual a uma criança, e tirando a touca da cabeça de Annalisy antes mesmo que a mesma conseguisse o impedi.

— Lorde Apolo! - Repreendeu ela.

Apolo por fim não disse nada, os seus olhos estavam fixos nas orelhas de gato de Annalisy, nem mesmo piscava, parecia admirado com aquilo, já que não era normal ver uma garota semideusa metade gato e metade humana.

Assim que Apolo acordou do transe apenas disse:

— Nossa os feitiços de Hécate são realmente fodas. – Entregou a touca de volta a Annalisy. — E quantas vezes eu vou ter que dizer que é Apolo e não Lorde Apolo?!

— Me desculpa Lord... Apolo.

— Hey! Porque você o chama de Lorde Apolo e nunca me chamou de Lorde Ares? – Perguntei com os olhos semicerrados a ela.

— Porque você não merece o meu respeito. – Respondeu ela cheia de si.

— Não merece o meu respeito. – Imitei sua voz com uma voz enjoada. — Claro que eu mereço o seu respeito, aliás, você que tem que fazer merecer o meu respeito, eu sou um Deus e você apenas uma simples mortal! – Exclamei com raiva. — Se não fosse essa regra estúpida que Zeus me impôs, você já estaria morta há muita tempo. – Falei ainda raivoso a fazendo apenas engolir o seco.

“Ótimo, é assim que eu gosto, ela com medo de mim e eu superior a ela.”

— Oww, vamos com calma ai neh Ares?! Ela apenas uma garota que esta na fase difícil da vida, a adolescência. – Falou Apolo me cutucando enquanto tentava aliviar o clima.

— Não me importa, estou farto de não poder torce o pescoço dessa garota. – Apontei para ela. — Quando ela me desacata ou tenta me desacatar. Ninguém pode falar assim com um Deus, ainda mais se esse Deus for eu, então a partir de agora se ela não me obedece por pura e espontânea vontade eu a farei me obedecer nem se for na marra.

Nesse exato momento eu já havia prensado ela contra uma arvore que tinha ali perto, olhava bem no fundo dos seus olhos procurando por algum sinal de medo ou nervosismo, mas não encontrei nada, ela não mostrava nenhuma expressão e por mais que eu tentasse desviar os meus olhos dos dela, eu não conseguia, era como se algo me prendesse a ela, pois por mais que eu tentasse me livrar dela eu não conseguia, ela era como um imã que me atraia, me puxava e me arrastava até ela.

Definitivamente eu a odiava, com todas as minhas forças, porque por mais que eu quisesse a machucar eu não conseguia, Annalisy Black era como se fosse uma boneca, uma boneca que a qualquer momento iria desmontar em minhas mãos, e a culpa de tudo isso seria minha, apenas minha.

— O que é? Vai me matar? Vai me machucar? – Perguntou ela rosnando a mim sem ao menos desviar os seus olhos dos meus.

— Não, mas a minha vontade é essa. – Respondi me afastando dela.

— Então... Annalisy? Vamos? Se a gente não for o nosso plano não vai dar certo. – Falou Milene tentando acabar a tensão que havia se formado ali.

— Mih, eu já disse que é missão e não plano. – Falou Annalisy indo até a amiga.

— Tanto faz. – Bufou Milene em resposta.

— Missão? Posso saber que missão é essa? – Perguntou Apolo.

— Curioso até demais. – Murmurei o fazendo me lançar um olhar mortal.

Tudo bem que Apolo é curioso, mas confesso que também estava querendo saber o do que se tratava aquela missão que haviam falado.

— É um plano...

— Missão. – Corrigiu Annalisy.

— Uma missão que nós temos que cumpri até essa noite. – Falou Milene ajeitando um pouco a blusa.

— E essa missão é? – Perguntei com uma pitada de curiosidade evidente.

— Passar despercebidas pelas filhas de Afrodite. – Conclui Annalisy desviando o olhar de mim enquanto reclamava do calor ajeitando a touca que estava em cima de sua cabeça.

— Isso tudo é medo das filhas de Afrodite? – Perguntei as olhando incrédulo com tudo aquilo.

— Não pai, nós não temos medo das filhas de Afrodite, mas quando o assuntou é festa ou alguma ocasião especial em que todos do acampamento têm que ir ou participar, elas viram uns demônios.

— Uns demônios? Por quê? – Perguntou Apolo.

— Porque elas acham que todos nós temos que ir bonitos e bem arrumados, pois segundo elas, a qualquer momento a gente pode aparecer na televisão, por isso temos que sempre estar lindos e bem arrumados nessas ocasiões, e então é nessas ocasiões que a caçada começa. – Explicou Annalisy.

— A caçada começa?! – Franzi o cenho.

— É, Elas saem de seus chalés como cães farejadores e caçam por todos os semideuses, principalmente as garotas, e ai quando elas te acham querido, é melhor você estar preparado, porque elas com certeza vão te arrastar sem dó e nenhuma piedade até a casa da Barbie, para assim a tortura começar com todo aquele rosa, maquiagem, vestidos, sapatos e etc. – Explicou Milene fazendo uma careta.

— Nossa, tenso isso heim. – Comentou Apolo dando um pequeno assobio.

— É, nem me fala. – Concordou Annalisy. — Mih, vamos? Com certeza elas devem estar nos procurando, fiquei sabendo que elas já pegaram a Amara.

— A filha de Deméter? Pobrezinha, mais uma alma caridosa pega pelas cruéis garras das Barbies falsificadas. – Falou Milene como se Amara tivesse partido dessa para uma melhor.

“É cada uma que me aparece!”

— Por isso temos que nos apressar e nos esconder logo, porque assim elas vão nos achar e isso é a ultima coisa que quero que me aconteça. – Falou Annalisy dando um pequeno tchau para Apolo já arrastando Milene junto com sigo.

— Tchau. – Se despediu Milene de nós.

— Tchau. – Falamos eu e Apolo e uníssono.

Depois que elas se foram, eu e Apolo apenas ficamos olhando um para cara do outro, o silencio reinou sobre nós.

Não ter aquelas duas junta a nós, parecia que algo estava faltando, que havia alguma coisa fora do lugar, alem de sempre me sentir meio deslocado quando não estava com nenhuma delas duas.

— E então o que vamos fazer? – Perguntou Apolo cortando o silêncio.

— Vôlei? – Perguntei a ele olhando diretamente para bola de vôlei que estava caída no chão perto de nós.