Let Me Go escrita por Mrs Jones, QueenOfVampires


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoinhas! Queen aqui. Então, nos perdoem pela demora! Foi um final de ano bem corrido e também temos as nossas outras fics para atualizar, enfim, é uma fic que depende de duas pessoas um tanto ocupadas kkkkk Mas de qualquer forma, desculpem a demora e esperamos que gostem do capítulo. O número de comentários continua baixo em relação ao que já foi antes, é um tanto triste. Se tiverem alguma crítica podem fazer, aceitaremos de bom grado e estamos fazendo de tudo para melhorar. Boa leitura!



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Depois que Killian se convenceu de que teria apenas Ruby como mercadoria, decidiu seguir a viagem, pois logo precisariam de um modo para atravessar o portal e isso não seria uma coisa simples.

– Podemos procurar portais... – Smee sugeriu.

– Muito tempo... Até lá a lua passaria de novo. – O capitão estava pensativo olhando para o horizonte – Quem sabe um feijão...

– Mas... Não foram extintos?

– Algumas pessoas foram espertas o suficiente para guardá-los até que algum desesperado pudesse pagar muito por eles. – Killian se apoiou em um barril cruzando os braços.

– Devo presumir que nós somos os desesperados... – Sr. Smee deu uma risadinha – Mas quem seria a pessoa esperta?

– Barba Negra.

– Ah... Aquele Barba Negra? – Smee de repente pareceu um pouco amedrontado.

– E por acaso existe outro, Sr. Smee?

– Não, senhor!

– Enfim... Soube que ele está atracado em um vilarejo recrutando uma nova tripulação, não gosto muito do lugar, mas podemos ir lá, negociar rapidamente e ir! – Killian explicava já marcando a rota no mapa – Vá seguindo enquanto eu vou dar uma olhada na Catherine.

O capitão deixou o marujo comandando o navio e foi para a cozinha, de onde Cath não saía mais de jeito nenhum. Pelo menos não ficava mais tanto tempo trancada no quarto. Quem via Catherine de longe dificilmente acreditava que vivia no meio dos piratas, pois a garota era quieta, arrumada, a pele bem clara, já que ela passava mais tempo trancada, e muito culta, pois depois de tanto tempo em um navio, não restava nada além de ler todos os livros que encontrava, mas ela obviamente não tinha toda a maturidade que deveria.

– Sabe, você tem que começar a se mostrar mais adulta... Quem sabe seu pai passe a te tratar menos como uma criança. – Ruby aconselhava a garota enquanto preparava o almoço.

– Eu nunca tive quem me ensinasse as coisas, meu pai é péssimo para cuidar de uma garota! – Catherine descascava batatas sentada no balcão.

– Não diga isso, acho que para um pirata arrogante... Ele fez um ótimo trabalho.

– Ah, você o chama de pirata arrogante, mas sei que gosta dele! – Catherine deu um pequeno sorriso observando Ruby pelo canto do olho.

– Não sei de onde tirou isso, eu não gosto dele! – A moça rolou os olhos.

Killian parou na porta da cozinha escutando a conversa das duas, além de querer manter os olhos em Ruby, ele ficou curioso pra saber o que a loba pensava realmente dele. Mas é claro que ela não iria admitir que na verdade estava muito atraída pelo capitão.

– Seu pai pode até ser legal às vezes... Mas ele ainda é um cabeça dura que me sequestrou e me manteve acorrentada! Isso eu não vou perdoar!

– E ainda tentou esconder de mim! – Catherine se virou para Ruby – Se eu não tivesse ido aquela noite lá na masmorra, nunca teria descoberto a verdade... Porque obviamente você não iria me contar.

– Seu pai me mataria, ainda acho que ele vai me matar se souber que você sabe! – Ruby deu um sorriso forçado.

Killian ouvia tudo chocado, Catherine sabia de tudo e mantinha escondido... Mas por quê? Conhecendo bem a filha que tem, ela no mínimo ia tentar mover céus e terra para reparar a injustiça do pai. Ele pensou em entrar, mas decidiu escutar um pouco mais.

– Ele não vai saber! Eu nunca deixaria que ele fizesse mal a você... Eu sei bem do que meu pai é capaz... – A garota chegou mais perto de Ruby – Embora que eu tenha certeza que ele tem outros interesses em você.

– Com outros interesses ou não, ainda vamos manter nosso plano não é?

– Sim, quando chegarmos ao destino final... Daremos um jeito de você fugir antes de ser entregue.

– Estão planejando nas minhas costas... – Killian falou para si mesmo, ainda abismado que tamanha traição estivesse acontecendo bem debaixo do seu nariz, ainda mais vindo de sua filha. Ele não sabia o que dizer ou o que fazer, apenas adentrou a cozinha assustando as duas, que soltaram pequenos gritos.

– Nossa, capitão, que susto nos deu... - Ruby falou nervosa, torcendo para que ele não tivesse escutado a conversa delas.

– Hum... Parece que estavam muito distraídas aí... Imersas na própria conversa... Digam-me, sobre o que falavam? - Killian andou pela cozinha, Catherine o olhava assustada já vendo a maldade nos olhos do pai. Ele havia escutado.

– Não era nada demais... - Ruby começou a falar sendo interrompida pelo murro que o capitão deu na mesa com brutalidade.

– Acha que eu sou idiota, loba? - Ele se aproximou da moça, apenas a alguns centímetros separavam seus rostos e suas respirações nervosas - Acham que podem esconder alguma coisa de mim? - Ele virou-se para Catherine.

– Você escondeu a Ruby de mim! - A garota pôs as mãos na cintura - Eu, pelo menos, tive um bom motivo para não te contar a verdade, sabia que você iria fazer mal a ela!

– O que eu faço e os meus motivos só dizem respeito a mim... Eu sou o capitão e sou seu pai, portanto você me obedece e me respeita. - Ele estreitou o olhar para a filha - Em vez disso, ficou cheia de segredinhos e tramando nas minhas costas!

– Killian, ela só queria me ajudar! - Ruby tocou o ombro do capitão que se afastou repentinamente.

– Sabia que você não era confiável... Como pôde mentir na minha cara?

– Eu não menti, apenas estava tentando proteger a mim mesma... Nunca disse a verdade à Catherine, ela que me descobriu em uma noite dessas que você me manteve enjaulada sem necessidade...

– Tentando proteger a si mesma... - Killian soltou uma risada - Instinto animal não é?

– Pare de tratá-la assim! Ela é tão humana quanto nós! - Catherine bateu o pé.

– Vá para a cabine agora! Só vai sair de lá quando eu mandar... Estou muito decepcionado com você... Você andava por aí mentindo, tramando contra seu próprio pai...- Killian estava verdadeiramente magoado pelo o que sua filha estava fazendo, ele sabia que ela não toleraria seu comportamento ao descobrir a verdade, mas não imaginava que ela fosse agir de tal maneira.

A menina apenas abaixou a cabeça e saiu, ela não iria desistir de ajudar Ruby, mas naquele momento se sentiu atingida pelas palavras de seu pai. Ela poderia ter lidado com isso de muitas maneiras, pois nunca tivera medo de se opor a ele. Mas foi pelo mais fácil e, além de ter sido descoberta, não podia nem imaginar o que seu pai faria à moça.

– Quanto a você... Vai voltar para a masmorra, acabou a mordomia e eu nem preciso mais te tratar bem uma vez que minha filha já sabe que você é um animal... - Killian não queria tratar Ruby daquele jeito, mas se sentia traído e isso despertou o seu lado ruim de volta, o lado do pirata arrogante e sem coração.

Ele foi a puxando pelo braço pelo convés, os marujos olhavam confusos e alguns até suspeitavam do que poderia ter acontecido, principalmente depois de ouvir os gritos e ver Catherine indo para a cabine. O capitão deixou claro que ninguém levasse comida para a loba até que ele autorizasse, nem que a libertassem. Pelo contrário, seria permanentemente acorrentada até o destino final.

– O que é isso? - Killian viu a capa no canto da masmorra depois de acorrentar Ruby.

– Minha capa... - Ela sussurrou tentando se acomodar com as correntes.

– Como a conseguiu?

– Catherine pegou com a minha avó durante a nossa parada na vila... Mas não se preocupe, ela não disse onde eu estava ou o que havia acontecido, eu só a pedi para deixá-la despreocupada quanto a mim. Do contrário ela passaria a vida me procurando... - Ruby falou seca, ela viu todas as suas esperanças sumirem na sua frente, não iria mais implorar misericórdia.

– Tão cheia de armações, não é? Eu fui muito burro em confiar em você... - Ele pegou a capa do chão - Isso não vai te servir de nada no local para onde estou te levando.

– Eu sei... Mas é a única coisa que me liga a minha família.

– Que pena. - Killian deu de ombros e subiu levando a capa.

Uma raiva foi crescendo dentro de Ruby e ela começou a desabar em choro, não tinha mais esperança alguma de que sairia daquela situação e seguiria sua vida com seu filho. Não sabia nem se chegaria ao final da gravidez.

Os dias foram se passando a caminho do local onde pegariam o feijão com Barba Negra. Como o capitão havia ordenado, ninguém levava comida para Ruby exceto quando ele mandava. Ele o fazia duas vezes ao dia, no amanhecer e no pôr do sol. A moça estava fraca e temia pelo o que poderia acontecer com seu filho, mas não podia fazer mais nada além de comer aos poucos e se manter consciente, ela precisava de duas vezes mais energia e o que era oferecido mal dava para uma pessoa sobreviver. Às vezes Smee trazia algo melhor quando descia na masmorra, mas nunca era o suficiente.

Catherine passou os dias sem nem olhar para o seu pai, ela ficou completamente indignada com tamanha falta de humanidade e piedade. Killian era quem estava mais perturbado com toda a situação, não conseguia se desculpar com a filha, se sentia culpado pelo mal que fazia à Ruby e se sentia um monstro. Mas é claro que seu orgulho não permitira que ele mudasse a situação. E pra completar tem esse lugar que eles estavam indo, tantas lembranças ruins rondavam aquele vilarejo.

– Creio que iremos chegar amanhã, pelo horário do almoço. - Sr Smee dizia, consultando o mapa.

– É, tudo tem que ser muito rápido... Não quero demorar lá e me arriscar a encontrar algumas pessoas indesejáveis, muito menos deixar Catherine perto de tais pessoas. - Killian estava seriamente preocupado.

– Como o Senhor das Trevas?

– Também... Mas se ele quisesse me encontrar, já teria feito... Me preocupo mais é com o filho dele... Sabe lá o que aquela criança se tornou e o tipo de ideias que o monstro que é o pai colocou na cabeça dele.

– Acha que ele poderia querer fazer mal a senhorita Catherine? - Smee olhou assustado para o capitão.

– Quem poderia me fazer mal? - A menina falou despreocupada, subindo as escadas em direção ao leme.

– O que faz aqui fora? - Killian perguntou olhando nervoso para a filha.

– Estou com fome, desde que você trancou a Ruby ninguém tem comido direito... - Catherine deu de ombros e depois voltou a encarar o pai - Mas você não respondeu minha pergunta.

– Não é ninguém que você deva se preocupar...

– Vai continuar escondendo as coisas de mim? Sabe que não dá certo e que mais cedo ou mais tarde eu descubro a verdade do pior jeito... Pode achar que acabou por não influenciar em nada o fato de que eu sei a verdade sobre a Ruby, mas eu vejo o quanto está destroçado por essa situação. Não vai querer isso se repetindo, vai?

Killian encarou a filha, erguendo uma sobrancelha, ao mesmo tempo em que ela fazia o mesmo. Ela era igual ao capitão no lado forte da sua personalidade. Tão teimosa quanto ele.

– Então... Se é a verdade que quer, é o que vai ter... Mas nem ouse sonhar em mudar os planos da viagem, nós vamos no vilarejo, pegamos o feijão e saímos. Você vai estar trancada na cabine com dois marujos na porta.

– Conte logo. - Catherine rolou os olhos.

– Bom... - Ele indicou que sua filha sentasse no caixote ao seu lado - Esse lugar que estamos indo é o vilarejo onde conheci sua mãe. - Cath ficou ainda mais interessada, Killian não falava muito de Milah - E você sabe que a nossa história não foi lá muito boa, digo... Ela abandonou sua antiga família por mim.

– Sei, o marido covarde...

– É que... Não havia apenas o marido covarde, ela tinha um filho.

***

COMO É QUE É?! – Catherine se levantou de um pulo, chocada. – Quer dizer que eu tenho um irmão?

– Meio-irmão – corrigiu o capitão, ainda mais nervoso.

NÃO ACREDITO QUE ESCONDEU ISSO DE MIM! POR QUE NUNCA ME CONTOU?

– Eu não sabia como ia reagir – ele bem tentou justificar, mas Cath estava irada. Ele imaginara que ela fosse fazer escândalo. Na verdade, fora um dos motivos pelos quais ele não contara nada a ela. Sabia o que aquilo ia gerar.

NÃO SABIA COMO EU IA REAGIR E RESOLVEU ESCONDER TUDO POR DEBAIXO DOS PANOS, NÃO É? APOSTO COMO TODOS SABIAM, MENOS EU. APOSTO COMO AMEAÇOU TODOS ELES PRA QUE NÃO ME DISSESSEM NADA!

– Catherine, por favor...

ESTOU CANSADA DAS SUAS MENTIRAS! – a garota voltou a se sentar, os olhos marejados. Não era apenas raiva o que ela sentia, mas frustração por nunca ter conhecido um irmão que ela nunca sonhara existir, e indignação por saber que Milah abandonara aquele filho por um pirata. Como ela tivera essa coragem?

O capitão ficou em silêncio por longos minutos, enquanto Cath ainda absorvia o impacto da enorme bomba que ele jogara sobre ela. Senhor Smee saiu de fininho, consciente de que aquele era um momento entre pai e filha e de que não devia se intrometer. Quanto aos outros marujos, estes trocavam olhares, mas não diziam uma palavra.

– Entendo que esteja chateada – Killian finalmente quebrou o silêncio – Sei que errei por ter escondido de você, mas sou humano e estou sujeito a cometer erros...

– Bem, então foi o maior erro da sua vida... depois de mim, é claro – disse a menina, o olhar perdido no horizonte. Sua voz estava normal e não transpassava emoções.

Killian a encarou um tanto chocado. Talvez Catherine não entendesse o que realmente significava para ele.

– Você não foi um erro – disse ele – pelo contrário, foi a coisa mais certa que já fiz na vida. Acredite ou não, querida, é a coisa mais preciosa que tenho.

A menina pareceu pensar nisso por uns instantes. Ainda evitava encarar o pai, mas gostou de saber o quanto significava para ele. É claro, isso não mudava o fato de ele ter escondido a existência daquele irmão. Ou o fato de continuar a tratá-la como uma menininha ingênua e incapaz.

– Onde ele está? – ela perguntou, referindo-se ao irmão – Quero conhecê-lo!

– Quê?! – o capitão a encarou, esquecendo-se do leme por breves instantes – De jeito nenhum!

– É meu irmão! Temos o sangue da mesma mãe! Eu quero conhecê-lo! – bradou, cruzando os braços.

– Isso jamais irá acontecer! – Killian estava irritadíssimo. Aquela situação o deixava confuso e de coração apertado pelo remorso de nunca ter dito a verdade à menina. – Você vai ficar aqui, trancada no navio.

– Você me deve isso! – ela se pôs de pé e enfrentou o pai – Ou melhor, você nos deve isso! Ele tem o direito de saber sobre mim.

– Acredite, ele não vai querer saber de você – o homem largou o leme, fazendo sinal para que Smee o substituísse. Virou-se para olhar a garota – Ficaria muito zangado se sequer soubesse que existe. Odiaria você.

– Porque ela o abandonou, não é?

– Sim...

– Por quê? Por que ela escolheu você ao invés do filho?

– Eu não quero falar disso, Catherine. Vá para a cabine!

Bem, ele não podia reclamar da curiosidade da garota. Ele pedira por isto quando escolhera esconder todo o passado que tivera com Milah. Agora que tudo estava vindo à tona, ele achava que não ia agüentar reviver toda a dor que aquele passado problemático representava.

– Mas...

EU LHE DEI UMA ORDEM! – berrou para a garota, que fez cara de choro e saiu correndo.

Ela odiava que o pai gritasse com ela, assim como ele odiava tratar sua garotinha daquela maneira. Às vezes a raiva era incontrolável, ele não podia evitar. Assistiu enquanto ela se afastava, a culpa o corroendo por dentro.

– Ela vai ficar bem – falou Smee, mantendo o leme estável – É uma garota forte, como o pai dela.

– É, eu sei... – o capitão assentiu, pensativo. A essas alturas, já não se sentia tão forte assim...

– Talvez seja melhor que ela veja o irmão, pelo menos de longe! - Smee sugeriu - Ainda tem a chance de que talvez ele não tenha sido contaminado pelo mal do Senhor das Trevas.

– Mesmo assim... Ele ainda não vai gostar nem um pouco de saber que além de ter sido abandonado, sua mãe teve uma filha!

– Talvez ele seja uma pessoa boa, Capitão! Sempre há esperança! - Sr. Smee deu de ombros e Killian continuou pensativo.

Na masmorra, Ruby ainda se lamentava pelo acontecido. Não havia esperanças e nem mesmo alguma coisa que a fizesse melhorar, estava jogada ao destino e começava a pensar que morrer fosse a melhor opção. Nunca iria conseguir escapar das maldades do mundo e com certeza não iria livrar seu filho disso. Ela pensava nas boas coisas que tivera e que quase a fizeram acreditar que tudo poderia ser diferente; A amizade de Catherine, o beijo do Capitão, o respeito dos marujos... Mas nada mudou. Ela ainda era o animal enjaulado indo ser entregue nas mãos de quem quer que fosse para um fim pior do que poderia imaginar.

– Ruby... - O sussurro veio das escadas, era Catherine.

– O que faz aqui? - Ruby perguntou com a voz fraca, jogando a cabeça de lado para olhar na direção da menina.

– Vim trazer sua capa. - Cath colocou a capa no colo de Ruby e sentou ao lado dela segurando suas mãos - Me perdoe por tudo, eu tentei vim aqui antes.

– Não se preocupe, a culpa não é sua... - Ruby puxou a capa mais para perto - Eu já aceitei o meu destino.

– Eu ainda não desisti de te ajudar! Você vai sair daqui com vida e vai ser livre.

– Não, eu nem quero mais sair daqui com vida... Eu fujo e no dia seguinte me pegam de novo, ou pior! Sou uma aberração... - Ela soltou um riso fraco.

– Não diga isso, você é a coisa mais próxima que eu tenho de uma amiga... Ou de uma mãe! - Catherine já estava com a voz embargada - Eu preciso de você, Ruby!

– Me desculpe, Cath... Mas o que eu posso fazer estando aqui?

– Eu vou te tirar daí! Nós chegaremos logo ao vilarejo onde pegaremos o feijão e lá as coisas vão mudar!

Catherine explicou para Ruby sobre seu irmão, na verdade sobre toda a sua vida e como o Capitão conhecera sua mãe. Ruby não ficou nem um pouco surpresa por uma mulher trocar o marido covarde pelo diabolicamente lindo Killian Jones, mas abandonar o próprio filho fora uma atitude mais covarde ainda. Ela também achava justo que Catherine tivesse a chance de conhecer o irmão e mesmo que ele não a aceitasse, pelo menos saberia de sua existência.

– Bom, eu espero que dê tudo certo para você... Como eu disse, não posso fazer nada estando aqui. - Ruby encorajou a garota - Vá conhecer seu irmão, você é esperta e vai conseguir fugir rapidinho desse navio quando necessário.

– Eu sei, mas seria bem mais fácil se meu pai me levasse com ele...

– Ele vai leva-la, apesar de tudo ele te ama mais que tudo no mundo e só quer que você seja feliz.

– Ele não está fazendo isso direito. - Catherine riu acompanhada por Ruby - Eu vou voltar para a cabine antes que ele dê pela minha falta e grite comigo de novo.

– É, eu ouvi daqui... Ele sabe ser bem malvado quando quer. - Ruby deu um meio sorriso pensando no quanto odiava o jeito charmoso do Capitão.

– Aham, as vezes ele é bem teimoso e não sei como está aguentando te manter aqui! Ele está se apaixonando por você Ruby e está se corroendo por te manter presa aqui!

– Um jeito estranho de demonstrar os sentimentos... Por favor, ele não sente nada por mim! Sou apenas a mercadoria dele. - Ruby rolou os olhos.

– Se você diz... Até depois! - Catherine subiu de volta ao convés, ela já estava chegando à cabine quando deu de cara com Killian.

– Você não sabe obedecer, não é? - Ele perguntou cruzando os braços e encarando a menina.

– Não se preocupe, Capitão. Sua loba ainda está no mesmo lugar, só fui conversar com ela e saber se está bem... E se quer saber, ela não está! - Catherine cruzou os braços imitando o olhar acusatório de seu pai.

– Ela merece! Mas enfim, preciso te contar mais umas coisinhas... Caso você ainda queira conhecer seu irmão.

– O quê?! Mas é claro que quero! - Catherine ficou surpresa com aquilo - Por favor, eu quero!

– Certo, vamos conversar na cabine.

Killian foi andando até a cabine com sua filha quase saltitando de alegria ao seu lado. Assim que Catherine se aquietou e ficou sentada para ouvir o que seu pai tinha a dizer, ele começou a falar.

– Bom, primeiro você deve se lembrar de que sua mãe foi morta pelo Senhor das Trevas, certo?

– Certo...

– O que você não sabe é que, na verdade, o Senhor das Trevas era o marido da Milah. Ele conseguiu o poder e veio para se vingar de mim. Na hora eu disse que sua mãe já havia morrido, é óbvio, não queria que ele a tirasse de nós. Mas ele ia me matar por ter sido o culpado por ela abandonar a família... - Killian olhou para o lado, pensativo - Então sua mãe apareceu e ele ficou com mais raiva ainda pois durante esse tempo todo ela viveu com piratas enquanto ele "batalhava" para criar o filho.

– E foi aí que ele a matou?

– É, depois de jogar na cara dela tudo que ela havia feito... É claro que sua mãe não queria ter abandonado o filho e não passou um dia sem que ela se arrependesse da escolha, mas ela já não podia mais voltar.

– E o que aconteceu com meu irmão?

– Eu não sei. É por isso que decidi te contar tudo... Não sei o que ele se tornou e não sei até onde foi a influência do pai dele. Então, ele poderá te odiar e querer te fazer mal. Ao mesmo tempo que existe uma pequena possibilidade dele ter escolhido um caminho melhor... De qualquer forma, você não deve criar expectativas. - Killian encarava Catherine - Eu vou te levar até ele, vou com você para garantir que ele não te faça mal algum... Só não vá ficar magoada caso...

– Não se preocupe. - Catherine o interrompeu - Eu estou preparada para isso


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Notas finais do capítulo

É isso aí meu povo, espero que estejam gostando e comentem bastante!
Para quem ainda não sabe eu escrevo uma fic Hooked chamada Ladykiller que está nos momentos finais, o barraco tá correndo solto lá, enfim, se quiserem ler, é bem legal.
Beijos e até o próximo!



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