Living escrita por Absolutas


Capítulo 34
Bônus 7


Notas iniciais do capítulo

Olá! Espero que curtam o bônus! Boa Leitura!



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Bônus 7

Elliot

Um ano antes...

Eu não sabia quanto tempo estava ali. Estava escuro e úmido. Meu coração retumbava desde a última sessão de testes. Ainda podia sentir meus músculos rígidos devido aos choques. Pensei que morreria, mas não tive toda essa sorte. O pior de tudo fora o vazio que se instalara em mim desde que acordei. Algo estava errado, eu sabia; porém não estava lúcido suficiente para identificar o quê.

O ranger da minha grade abrindo fez-me levantar os olhos a tempo de ver Joshua entrando.

— Como você está? – questionou.

— Bêbado. – murmurei com a voz arrastada. – Ao menos é assim que eu me sinto.

— A Capitã mandou busca-lo. – ele avisou analisando-me.

— Capitã. – zombei. – Aquela ordinária...

— Elliot. – Joshua repreendeu-me. – Não na minha frente.

— Ah, por favor. – pedi. – Não haja como se ela fosse um ser divino. Vocês parecem seus devotos, isso é doentio.

— Ela nos salvou.

— Seu irmão não pensou assim quando recusou ingressar no exército.

— Meu irmão é um idiota! – ele gritou. – Deve estar morto a essa altura, não poderia sobreviver sozinho.

— Será? – desafiei. – Joshua, eu... – suspirei. – Eu juro que não te entendo. Como pode estar do lado dela? Concordar com o que ela faz?

— Ela nos salvou. – ele repetiu, fitando-me como se pudesse convencer-me a colaborar apenas com um olhar convicto.

— Não. – neguei. – Há mais. Você não é o tipo grato. Você... – engoli em seco. – sente algo por ela? – perguntei com espanto, uma retrospectiva de todos os seus atos em relação à Dorothea vindo a mente, fazendo-me chegar a uma conclusão no mínimo assustadora.

— Soldado, isso não vem ao caso. – tentou escapar.

— Como não? – gritei, exasperado. – É claro que vem ao caso! Vocês tem algo, não? Diga!

— Você não tem nada a ver com a minha vida, Elliot.

— Pensei que fossemos amigos. – falei.

— Eu também. Mas você ia fugir sem me falar nada.

— Porque você tentaria me impedir! – expliquei-me. – Cara, você, mais do que ninguém, deveria saber que eu abomino esse lugar. Que eu sempre quis sair daqui.

— Você está pagando pelas suas escolhas, Elliot.

Eu bufei e encostei a cabeça na parede atrás de mim, fechando os olhos. De certo, eu concordava com ele, devera ter lhe dito que planejava minha fuga, mas quantas outras tentativas foram impedidas por ele? Joshua, com toda a certeza tentaria me demover da ideia. E eu não podia, simplesmente não podia passar a vida treinando para lutar por uma causa que eu nem sabia qual era. A minha única certeza nesse reformatório era que Dorothea, definitivamente, não era alguém que se movia por causas nobres. E eu não ficaria parado esperando a hora de ir à luta. Não mesmo.

— Ela está te esperando e, a não ser que queira ser morto, sugiro que levante-se daí, Soldado. – disse Joshua em tom de repulsa.

— Eu prefiro ser morto, se não se importa. – respondi, sem mover um musculo sequer para me levantar.

— Ah, mas que droga! – exclamou, andando até mim e pondo-me de pé a força.

Eu nada fiz. A sensação de dormência ainda dominava meu corpo, então apenas me deixei ser levado até uma sala diferente da que e estava acostumado. Não era mais a torturante sala branca e vazia, exceto pela cadeira elétrica. Mas sim, uma sala menor, com alguns objetos dispostos em uma mesa encostada na parede à esquerda e uma cadeira com algemas no meio da sala. Josh me colocou sentado e prendeu meus pulsos com as algemas, segundos antes de Dorothea entrar pela porta com um sorriso satisfeito no rosto.

— Elliot. – cumprimentou-me.

Eu não me movi, ou mesmo falei qualquer coisa. Ela estava mais do que ciente do meu desdém para com ela.

— Desculpe por isso, ele ainda está meio... anestesiado devido a última sessão. – falou Joshua.

— O que você quer? Vai me matar finalmente?

— Ora, porque eu o faria?

— Não vou responder a sua pergunta. – recusei-me.

— Como quiser. – ela deu de ombros e indicou que Joshua saísse o qual atendeu prontamente.

— Preciso que faça algo por mim, Elliot. – falou delicadamente. – Está vendo aquela mesa cheia de objetos à sua frente?

— Acho que minha visão ainda funciona, Capitã. – falei com um toque de repulsa.

Ela riu.

— Sempre irônico. – comentou. – Bom, está vendo aquele livro roxo? A chave para as liberdade está embaixo dele. Pegue a chave debaixo do livro e será livre para ir.

— Suas promessas não me interessam, Capitã.

— Estou sendo sincera, Soldado. – ela se virou para me fitar. – Use seu poder para pegar a chave das algemas debaixo do livro e está livre do reformatório.

— Não tenho nada a perder, de qualquer forma. – murmurei e voltei-me para o livro indicado. Ele estava repousado sobre a mesa de metal, no canto esquerdo da mesma. Concentrei-me por um instante para mover o livro, porém, para a minha surpresa, nada aconteceu. Franzi o cenho e dobrei a minha concentração, mas o livro permanecia no mesmo lugar.

Foi então que o vazio em minha cabeça ficou ainda mais perceptível, como se para me mostrar o que exatamente havia de errado. Havia uma parte de mim que eu não conseguia encontrar, a parte que impulsionava e controlava a minha telescinésia. Era como se eu não possuísse mais meu dom.

Meus olhos vagaram do livro para Dorothea, arregalados. Eu estava incrédulo diante dessa situação; eu nunca ouvira falar que isso fosse possível.

— Exatamente como eu pensava. – ela sorriu e parecia radiante. Dorothea andou até a mesa a passos lentos enquanto eu lutava para assimilar o que estava acontecendo. Eu não conseguia sentir o meu poder! Ela levantou o livro e pegou a chave debaixo dele, andando até mim e abrindo as algemas que me prendiam. – Está livre. Aproveite o restante da sua vida como um cara normal, Soldado Jones.


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Notas finais do capítulo

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