Living escrita por Absolutas


Capítulo 33
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

FINALMENTE VOLTEI!!
Deculpem-me pela demora. Mil desculpas, na boa! Mas prometo ser mais rápida a partir de agora, ok? Sem mais delongas, boa leitura!



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Capítulo 26

Melanie pareceu embaraçada enquanto Dorothea a encarava, os olhos castanhos da garota exalavam um pedido mudo de desculpas.

— Pensei que fosse contar tudo à eles. – murmurou.

Eu trinquei o maxilar quando ela falou, como se Dorothea tivesse algum poder real sobre ela, e não uma ligação forjada entre capitã e sargento.

— Eu iria. – afirmou. – Mas você já se adiantou, não é mesmo?

— Peço desculpas pelo inconveniente. – Melanie apressou-se em dizer.

— Me poupe das suas desculpas, Sargento Walt. – disse a psicopata, a voz tão rude e cortante que, por um breve segundo, senti pena de Melanie.

— Sim, senhora.

— Enfim, - Dorothea voltou-se para o restante de nós. – ao menos tiveram a capacidade de intercepta-los. – ela suspirou e varreu o local com os olhos, demorando seu olhar sobre mim. – Já sabem o que deve ser feito.

— Espera! – gritou Lorena, antes que eu pudesse tê-lo feito.

— O que foi agora? – Dorothea quase gritou, expondo sua irritação. – Algum problema?

— Na verdade, sim. – rebateu.

Era o momento perfeito. Eu sabia que Lorena iniciaria uma barganha afim de livrar Nathan e o restante e isso distrairia  a psicopata por tempo o suficiente.

— E qual é o problema? – questionou.

— Você diz que o plano é levar a nós e matar o restante, certo? – confirmou. Dorothea apenas assentiu e continuou encarando-a, esperando. – Não acha que seria um desperdício de dons? Não acha que essa diversidade poderia ser útil para o seu propósito, seja lá qual for ele?

— Lorena, - ela sorriu, um sorriso condescendente. – não subestime minha inteligência. Pensa que não sei que poderiam se rebelar? Levar a todos somente significa deixa-los mais fortes, dando-lhes chance de desvirtuar meus soldados.

— Já estamos em número reduzido! – alegou Taylor, exasperada. Seu olhar vagava de Dorothea para Josh, tentando encontrar uma forma de salvá-lo.

— Vocês estão testando minha paciência. – os lábios dela se comprimiram em uma linha fina, o olhar gélido fixo nas duas.

Eu não teria muito mais tempo, tinha que agir imediatamente. Uma olhada rápida mostrou-me que o recruta que segurava Josh parecia distraído. Não havia tempo para pensar. Tentando ser discreta, levei minha mão à bota e saquei minha faca de arremesso. Para a minha sorte, ninguém notou. Ótimo, pensei.

No segundo seguinte a minha lâmina estava no ar e então enterrada no pescoço do recruta, o qual com um gorgolejar, largou a arma que segurava, livrando Josh.

A partir daí algo pareceu explodir com uma luz alaranjada e então tudo estava em chamas. Dorothea olhava Lorena com os olhos arregalados e um sorriso de canto nos lábios. Não esperei a reação de ninguém, apenas avancei.

Era difícil enxergar qualquer coisa com a fumaça e o fogo, mas obriguei-me a manter-me alerta. Pude ver, ainda que meio nebulosamente, vários outros recrutas correndo em nossa direção para ajudar seus companheiros. Um deles parou na minha frente e tentou ferir-me com um tiro, mas meu escudo foi mais rápido, impedindo a bala de me tocar. Em seguida eu o estava desarmando e acertando-o com um chute no estômago. O homem, o qual eu mal podia ver devido a fumaça, engasgou e aproveite para pegar sua arma no chão e atirar nele. Sangue começou a jorrar da ferida aberta em seu peito e ele caiu de joelhos, os olhos castanhos arregalados.

Aproveitei a munição para acertar alguns outros que se aproximavam o suficiente para que eu pudesse ver. Eu me sentia sozinha, sufocada pela névoa espessa e cinza, mas não podia parar. Não antes de tê-los extinguido.

Algum tempo se passou sem que ninguém mais viesse até mim e tive de me locomover. Sem conseguir enxergar muito coisa, comecei a caminhar às cegas, até trombar com alguém. Estava pronta para atirar, quando consegui distinguir os cabelos ruivos de Taylor. Ela parecia assustada, mas seu dom a ajudava ver além da fumaça – ela tinha um escudo incrível.

— Você está bem?– perguntei, analisando-a afim de encontrar algum ferimento. De fato havia uma queimadura razoavelmente grave em sua coxa, mas ela deu de ombros quando notou que eu olhava.

— Estou. – falou por fim. – Mas me sentiria melhor se encontrasse os outros. Onde está Josh? Vi você o libertando e depois o perdi...

— Eu não sei, essa fumaça está dificultando tudo. – admiti. – Mas tenho certeza de que ele está bem.

— Só gostaria que... – ela começou, antes de seus olhos se arregalarem. Não tive tempo de questionar-lhe o motivo, tampouco de virar-me e averiguar o que havia, pois ela ergueu a mão, com a qual segurava uma flecha e arremessa-la.

Quando me virei, vi uma garota loira com uma flecha enterrada no pescoço.

— Onde conseguiu essa flecha?

— Um cara tentou me acertar com ela. – ela então andou até a garota e tirou a flecha de seu pescoço. – Não posso ficar sem arma. – explicou.

— Devo dizer que está se saindo melhor do que eu imaginava. – confessei, vendo-a matar dessa forma. Taylor sempre pareceu a mais frágil de todos nós, o que sempre me fez subestimar sua força, mas eu nunca a havia visto em batalha antes.

— Costumo esquecer sentimentos na hora a necessidade. – ela me deu um meio sorriso. E então se virou, voltando a ficar invisível em meio a fumaça, procurando Josh, suponho.

Voltei minha atenção aos sons a minha volta. Apenas vultos eram visíveis, mas havia sons de tiros, e gemidos de dor. Comecei buscar com afinco. Além de Josh, precisava encontrar Elliot também, afinal, ele estava ferido e não tinha nenhum poder para se defender.

Em algum momento a fumaça começou a dissipar devido a pingos grossos de chuva que caíam do céu. Admito que melhorou  o ar e a visualização, mas isso incapacitou Lorena, inclusive a vi soltar um xingamento próximo à mim. A chuva tornou-se mais forte e a batalha também se intensificou. Eu não sabia quem estava vencendo, era tudo uma confusão de corpos, sangue e chuva. Todas as vezes que eu identificava um inimigo eu atacava – ora com minha faca, ora com a arma que eu roubara; mas minha mente permanecia em Elliot e Josh. Ambos haviam sumido desde a explosão provocada por Lorena e eu não conseguia não me preocupar.

Concentre-se, dizia a mim mesma, sentimentos só atrapalham durante a batalha.

Eu não podia sentir, não podia me deixar levar pela preocupação e pelo desespero e acabar metendo os pés pelas mãos. Precisava ser prática e letal. Isso sempre fora fácil para mim. Mas Josh era meu melhor amigo e nunca o vira em uma situação desse tipo antes; tanto que provocara essa batalha unicamente para salvá-lo. E Elliot... Bem, Elliot era o homem pelo qual me apaixonara – ainda que totalmente contra a minha vontade. Meu coração parecia rachar a cada batida, somente pela possibilidade de perdê-los. Isso sem contar Nathan. Eu não podia deixa-la vencer. Eu tinha que mata-la.

Depois de alguns minutos de tortura, atacando quando era atacada, localizei Elliot. A fumaça já havia se dissipado em sua maior parte e pude reconhece-lo em meio a confusão de corpos. Ele se defendia de um recruta que o atacava com uma espada. Comecei a caminhar em sua direção – minhas balas haviam acabado e eu só precisava chegar um pouquinho mais perto para arremessar a faca no soldado. Mas não houve tempo de ajuda-lo. Afinal, eu fora negligente e não percebera que a ameaça não vinha dele especificamente. Não notei Dorothea movendo-se à esguelha. Ela me fitou quando alcançou Elliot, o qual estava ocupado demais se defendendo para sentir a presença dela atrás de si. Não tive tempo de alertá-lo. Ela só sorriu e estendeu a mão em sua direção, tocando-o de leve no ombro. Prendi a respiração e seu grito de agonia ecoou na Academia de Não-Humanos.


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Notas finais do capítulo

Reviws?



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