Living escrita por Absolutas


Capítulo 22
Bônus 4


Notas iniciais do capítulo

Hey, boa tarde! Postando na semana seguinte ao último capítulo postado? Que milagre é esse? kkkk Sim, gente, estou tendo uma onda de inspiração ultimamente e estou conseguindo arrumar umas brechinhas para escrever. Mas ainda estou decepcionada por quase ninguém ter comentado no capítulo anterior (no caso, só a Rafa Book Freak se deu ao trabalho :( ). Mas td bem, eu sei que mereço o gelo que vcs estão me dando, e enquanto essa onda de inspiração durar, vou tentar recompensar vocês com o máximo de capítulos possíveis, ok?
Mas td bem, alguém aí se lembra das irmãs ruivinhas de Burning? Elas voltaram! Aí vai um bônus na perspectiva da Katherine. Boa Leitura!



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Bônus 4

Katherine

Um som estrondoso ecoou de repente pela Academia, sobressaltando-me, seguidos de mais e mais sons semelhantes. Franzi a testa. Havia gritos tentando se sobrepor ao som das explosões. O que estaria havendo afinal?

Eu estava sozinha em casa, o restante dos moradores, ou haviam ido treinar ou andar por aí, o que me deixou extremamente preocupada; nada de bom poderia estar acontecendo lá fora. Apurei minha audição mais um pouco - o que não me era difícil, ou mesmo para a minha irmã Kiara; por algum motivo peculiar que Jerry chamava de dom, temos os cinco sentidos extremamente mais sensíveis do que o de um humano comum. Pude ouvir alguns choros e murmúrios de desespero além dos sons mais altos, os sons de explosões. Alguém parecia lamentar não muito longe dali, mas não podia ter certeza, pois suas palavras eram ininteligíveis. Contudo reconheci a voz. Josh! Sim, era ele, mas não sabia que já havia voltado.

Corri para fora da minha casa sem me dar ao trabalho de fechar a porta e segui na direção em que ouvia o som da voz de Josh. Parei assim que olhei em volta. Tudo estava em chamas. A Academia de Não-Humanos era um amálgama de caos, fogo e desespero. O medo era palpável, as pessoas corriam, o pavor estampado nos olhos. Alguém trombou em mim, e tive que segura-lo para que não caísse. Raoul, um garoto louro de olhos castanho-esverdeados, de altura mediana que me fizera cair em minha primeira aula de luta.

– Ei! – chamei-o quando o mesmo tentou se soltar de mim e voltar a correr. Ele me fitou por alguns segundos, parecendo não me reconhecer, o medo estava claro em seus olhos arregalados que combinavam com sua respiração descompassada. – Katherine, se lembra? Você me derrubou na aula de luta uma vez...

– Essa não é a melhor hora para fazer amigos. – ele me interrompeu. – Preciso me esconder antes que a próxima bomba... – antes que ele sequer terminasse, ouvimos o som de um avião militar passar a alguns metros de nós e então, outra explosão. E mais gritos. Ambos permanecemos encolhidos enquanto o som se propagava. Alguns segundos depois, abri os olhos, voltando minha atenção para o garoto em minha frente.

– Não quero fazer amigos, só quero entender o que está havendo. – expliquei às pressas, minha audição atenta a qualquer outro avião que pudesse passar perto de nós.

– Como se eu soubesse. – ele riu, desdenhoso. – Nenhum de nós sabe. Começou de repente, à apenas alguns poucos minutos. Acho que você ouviu... – houve outra explosão, cortando-lhe as palavras. – Agora deixe-me ir, pelo amor de Deus! – ele implorou.

– E você vai para onde? – perguntei, arqueando uma sobrancelha. – A menos que tenha um porão, qualquer outro lugar está propenso a ser atingido.

Raoul bufou.

– Por favor, só me deixe ir. – ele pediu.

– Tudo bem, faça o que lhe aprouver. – falei, soltando seu braço. – Mas depois, não me culpe por nada que possa te acontecer.

Não houve tempo de ele correr. Outro avião passou, dessa vez à apenas poucos metros de nós – perto o suficiente para a explosão nos ferir seriamente. Num átimo, empurrei-o para trás da casa ao nosso lado e caímos, trombando com a aparede dos fundos da construção.

– Droga! - Raoul gemeu quando caí sobre sua perna.

– Desculpe-me. - falei, levantando-me e estendendo minha mão para ajudá-lo. Meus braços ardiam pelos arranhões e alguns resquícios de queimaduras eram visíveis em meus tornozelos e panturrilhas que estavam mais próximos à explosão. Raoul também não saíra ileso da nossa manobra repentina: havia um rasgo em sua pele próximo ao cotovelo que sangrava, sua camiseta amarela havia se levantado na queda, resultando em uma porção de arranhões em suas costas e seu braço estava parado em um ângulo estranho.

– Seu braço...

– Eu sei - interrompeu-me. - É meu ombro, há nove meses desloquei-o em um treino e depois disso, ele desloca com quase qualquer atrito. - Ele murmurou sua explicação tão rápido que tive de me concentrar para absorver tudo; mesmo embora ainda estivesse atenta ao bombardeio. Ele ignorou minha mão ainda estendida e apoiou o corpo com a outra mão, sentando-se com alguma dificuldade. - Vou precisar que faça algo por mim, Catrina...

– É Katherine! - exclamei, cortando suas palavras.

– Tanto faz ruiva. - falou, impaciente. - Preciso de sua ajuda...

– O que tenho de fazer? - Eu revirei os olhos.

– Preciso que coloque meu ombro de volta no lugar.

Uma bomba caiu ao longe, cortando-o novamente. Dei uma olhada em volta. Quase tudo estava destruído a essa altura – as bombas atingiam algumas das casas, transformando-as em, nada mais, nada menos que destroços. Eu nunca havia visto nada parecido em toda a minha vida. Era como as cenas de guerra que eu via nos filmes, só que a diferença era que que estava nela, como participante ativa. Kiara estaria apavorada se estivesse aqui agora... Kiara! Onde estava ela afinal?

Pelo amor de Deus, pensei, que ela esteja bem. Eu precisava encontra-lá...

– Ei! - senti uma mão agarrar o colarinho da minha camisa preta, quando fiz menção de sair dali. Raoul. - Não vai me deixar aqui desse jeito não é, ruiva? Preciso que coloque meu ombro no lugar por favor....

– Minha irmã... Precido encontrá-la!

– Por favor Katherine! - Seus olhos eram temerosos, ele temia que eu o deixasse sozinho e ferido; vulnerável para ser atingido por qualquer outra bomba que caísse por ali, e meu instinto de solidariedade foi mais forte naquele momento. Kiara está bem, garanti à mim mesma, ela está com Lorena, Chloe e Jeff, eles cuidarão dela.

– Me diga que vai ser rápido. - pedi.

– Vai ser. Prometo. Mas precisa ter um pouco de sangue frio.

– Mais fria que eu, só a Antártica. Como faço isso? - perguntei, indo direto ao ponto.

– Você deve colocar a mão no meu braço, acima do cotovelo, e empurrar para cima . Com força. E por favor, não importa o quanto eu grite, você só deve parar quando meu ombro estiver no lugar, certo?

Eu assenti e envolvi meus dedos envolta de seu braço esquerdo.

– Pronto?

– Vá em frente. - disse ele apenas.

Segurei seu braço com firmeza e o fitei por um breve segundo antes de começar a pressioná-lo para cima. Imediatamente um grito de dor lhe escapou pelos lábios, mas eu continuei. Tal como ele me pedira, sem nem pestanejar. Não foi tão rápido quanto imaginei, seu ombro parecia lutar para continuar como estava e eu tive que aumentar a minha força contra o mesmo, fazendo um grito ainda mais agonizante sair dos lábios de Raoul. Não demorou muito para que um estalo indicasse que eu havia conseguido. Sorri, por um breve momento, orgulhosa de mim mesma.

– Ok. – Raoul ofegou. – Valeu, ruiva.

– Você vai ficar bem, não é? – perguntei, simplesmente para manter minha consciência limpa.

– Eu me viro, obrigada. Vá procurar sua irmã. –falou.

Eu assenti e, com uma última olhada para o garoto estendido no chão ainda ofegante de dor, disparei para onde ouvira a voz de Josh.

Pude vê-lo antes que ele detectasse minha presença - não só pelo motivo de minha visão ser mil vezes melhor do que a dele, mas porque ele estava de costas, debruçado sobre algo. Alguém na verdade, pois ele murmurava para esta pessoa, parecia triste. Apurei meus ouvidos mesmo à distancia, tentando identificar o que saia de seus lábios, enquanto notava, tardiamente que Taylor, Sarah e um garoto que eu nunca havia visto antes estavam ao lado dele; ladeando a pessoa que estava no chão. Havia mais pessoas junto com eles, mas seus rostos ficavam escondidos do ponto em que eu estava.

Josh parou de falar, quando a voz outra voz se apresentou. Lorena. Não a havia visto antes.

– Ela pode ver as bombas antes que qualquer um o pudesse. - sua voz parecia embragada... estaria ela chorando? – Não disse o que era, só correu e quando percebi o que estava acontecendo tentei impedi-la, mas Ian estava na direção em que a bomba caía e ela chegou perto demais. Os dois estavam perto demais e... Mas Ian é mais rápido, conseguiu escapar... e eu tentei alcançá-la... – um soluço interrompeu suas palavras. Lorena lutava contra o choro e o desespero e algo me dizia que eu devia estar da mesma forma. Eu estava da mesma forma, mas não podia acreditar que o que ela dizia, era o que eu pensava que significava. Para minha angústia, lembrei que Kiara estava treinando muito perto dali momentos antes.

– Acalme-se. – Sarah pediu e vi-a se mover em direção a garota que chorava desconsoladamente. Sarah consolando Lorena? Minha preocupação dobrou. Estava à apenas alguns metros deles, então continuei caminhando; analisando minuciosamente o grupo à minha frente. Havia uma brecha na roda que eles formavam e me posicionei estrategicamente para conseguir ver algo. Meu coração já acelerado dobrou a velocidade e não pude conter as lágrimas que escorreram em uma torrente fresca por meu rosto ao ver um emaranhado de fios ruivos estendidos pelo tapete de grama verde.

– Kiara! – eu gritei. Todos se viraram em minha direção e as expressões de seus rostos denunciavam o que realmente havia acontecido. Disparei até o grupo, passando por todos sem nem ao menos olhá-los e me ajoelhei ao lado dela. Seu corpo estava repleto de bolhas, a pele antes branca, agora tinha uma aparência inflamada. O cheiro de carne queimada impregnava o ar a nossa volta. – Kiara. – minha voz falhou. Passei a mão em seus cabelos ruivos delicadamente enquanto as lágrimas escorriam do meu rosto. – Isso não pode ser verdade.

Senti alguém se aproximar e colocar a mão em meu ombro. Era Josh.

– Eu juro que tentei. – disse Lorena, mas não me dei ao trabalho de olhá-la ou sequer responde-la. Ainda estava mortificada.

– Kathie... Eu sinto muito. – senti algo molhado cair em minha perna. Uma lágrima. De Josh. – Deus sabe o quanto eu amava essa garota, como uma irmã, você sabe.

– Isso não importa mais... – consegui soltar em um fôlego só. – Ela se foi. – ao dizer essas palavras, a percepção real do significado delas caiu com um peso semelhante ao do planeta sobre minhas costas e eu desabei em lágrimas, abraçada ao que restara de Kiara Jamily Prince.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Espero comentários e só para constar, aquela enquetezinha do capítulo anterior ainda está de pé. Então, por favor, respondam! Ainda tem muito para acontecer...



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