Living escrita por Absolutas


Capítulo 19
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/551016/chapter/19

CAPÍTULO 15

Eram cerca de 1.912,4 milhas de Illinóis até Óregon, aproximadamente 28 horas de carro, mas é claro que o nosso jatinho era dez vezes mais rápido que um carro!

O caminho demorou apenas algumas horas e foi inquietantemente silencioso no início: todos estávamos nervosos e ansiosos, acredito que tenha sido esse o motivo do silêncio e da tensão palpável. Apenas algumas horas depois, quando Taylor alegou não estar mais aguentando manter os olhos abertos e eu tomei seu lugar como copiloto que o silêncio se desfez.

– Sarah, tem certeza? – Josh perguntou, lançando um olhar de esguelha para Elliot que estava sentado mais no fundo, o olhar desfocado, divagando.

– Sim. – falei, fria e rapidamente. – Eu confio nele.

– Mas eu não. – nós conversávamos baixinho, mas por algum motivo sentia que Elliot podia nos ouvir. Só não demonstrava.

– Mas eu sim e fim de papo. – eu suspirei. – Josh, quantas vezes tenho que lhe dizer que todos estamos no mesmo barco? Ele é tal como nós!

– E quantas vezes eu tenho que te dizer que eu não engoli aquela história?

– E quantas vezes tenho de lhe dizer que não me importo? – rebati arqueando uma sobrancelha.

– Ok, Sarah. Ok. – ele assentiu e se voltou para os controles do pequeno e potente avião. – Depois não diga que não avisei.

– Se for para ficar repetindo isso você vai ficar sem copiloto!

– Tudo bem. – ele bufou. – Mas você percebeu que desde que aquele cara apareceu nós estamos brigando mais? Na verdade, estamos brigando muito! Não era assim antes, Sarah.

– Josh... – eu soltei o ar devagar antes de olhar para ele. – Você tem razão. E digo mais, talvez essa briga toda seja por conta de todo o seu preconceito.

– Ok. – falou, meio seco.

Novamente o silencio. Mas eu podia ter a certeza que não era minha culpa. Josh estava se mostrando extremamente relutante em aceitar Elliot e eu não poderia aceitar isso. Eu confiava em Elliot, mesmo que nunca tenha admitido isso à ele, mas sim, eu confiava. E ainda faria Josh sentir a mesma confiança que eu, pensava que era só uma questão de tempo.

A viagem se seguiu assim por algum tempo, o qual eu aproveitei para pensar no que faria quando chegasse lá. A primeira coisa que teria de fazer era conversar com meu tio, e é claro, levando Elliot comigo; afinal, fora ele quem ouvira tudo. Após conseguir fazê-lo acreditar, o qual eu achava ser a parte mais fácil, deveria pensar numa estratégia, talvez até pudesse criar uma agora... Eu sabia que ela estava à caminho, ou no mínimo, estaria pronta para partir, o que eu realmente não sabia era a motivação real dela; isso com certeza seria útil para armar algo...

– Se importa...? – perguntei à Josh, fazendo menção de me levantar. Ele negou e eu segui andei pelo jatinho, passando por Elliot e sentando-me em uma poltrona que se encontrava ao lado de Taylor, a qual tinha os olhos fechados.- Taylor? – chamei.

Os olhos de Taylor se abriram devagar e me encararam duvidosamente.

– Sim?

– Tenho que te fazer uma pergunta. Sobre Dorothea. Talvez ajude a derrota-la.

– Faça. – incentivou.

– Por que ela está fazendo isso?

Taylor se endireitou no acento e voltou-se para mim antes de começar a explicar.

– Ela me contou uma vez. À mim e a Lorena. – ela deu pausa breve. – Ela disse que foi basicamente por causa de um cara que conheceu, pois tal como eu, ela também acabou em um reformatório. Ela é meio psicopata, sabe disso, e quer o mundo aos seus pés. Mas garanto-lhe que é mais vingança, que qualquer outra coisa.

– Como assim?

– Ela nasceu com o dom bem explícito, devo dizer. Passou a infância em um laboratório sendo submetida à testes e por fim, foi parar em um reformatório; é até cômico que ela tenha construído um depois. – ela soltou um riso frio e meio dissimulado. – Enfim, esse garoto comum que ela conheceu no reformatório acabou morto pelos guardas de segurança e ela ficou presa lá até os vinte e um anos. Após, arrumou um emprego de garçonete para se manter, mas já tinha um planinho de vingança contra o reformatório no qual estivera presa. Mas aí, certo dia, deu de cara com seus pais no meio do expediente , os quais a humilharam e ela acabou demitida. Isso mexeu muito com a cabeça dela, e agora ela pensa que todo e qualquer ser humano comum é um monstro. Mas não o tipo de monstro que somos, e sim um tipo pior. Que fere sentimentos, destruidores de corações e essa coisa toda.

– São motivos meio ridículos. – assinalei.

– Não para uma psicopata perturbada. – ela me lembrou.

– Tem razão. – assenti, desviando o olhar dela para o teto. Essas informações tinham de ser úteis para alguma coisa. Deveria ter algo que a atingisse a ponto de fazê-la parar. Algo que a abalasse emocionalmente. Mas como mexer com os sentimentos de alguém tão frio quanto ela? – Esse cara que você disse, pelo qual ela se apaixonou quando era adolescente, ele morreu mesmo?

– Ela disse que sim, mas não posso estar cem por cento certa, pois não tenho nenhum outra fonte. Mas duvido que ela estivesse mentindo sobre algo assim. Ela detesta ser fraca, não inventaria uma paixão.

– Ou sim. – contradisse-a. – Pense comigo, se ela odeia parecer fraca, porque expos essa fraqueza à vocês.

– Faz sentido. Mas por que ela inventaria isso?

– Eu não sei e talvez eu esteja errada por pensar assim. – ficamos quietas por um momento, divagando sobre as opiniões ditas. – Ela disse o nome dele? – me ocorreu tardiamente. Talvez pudéssemos encontrar alguma reportagem na internet ou algo assim.

– Bem, ela disse que ele se chamava Thomas.

– Thomas? Só Thomas? Nenhum sobrenome? – questionei.

– Ela não revelou nenhum.

– Droga. Assim dificulta bastante. Mas talvez possamos achar algo. – murmurei, levantando-me e indo até minha mala, onde peguei meu notbook e o liguei. Conectei-me à internet e coloquei em meu site de busca favorito. Digitei a frase “morte de Thomas em um reformatório”, e dei uma lida nos resultados. –Nada!

– Não encontrou nada? – confirmo Taylor.

– Nada compatível pelo menos. Achei apenas um Thomas que morreu em um reformatório, mas esse se suicidou com uma faca de desossar carnes que achou quando invadiu a cozinha. O resto são vários Thomas comuns. Até o Thomas Edison aparece aqui! – exclamei, sacudindo a cabeça de frustração. – Estou começando a achar que esse Thomas não existe.

– Não tenho tanta certeza, considerando que não temos seu sobrenome. – disse Taylor.

– Eu concordo com a Sarah. – a voz de Elliot nos interrompeu. Ele ainda se encontrava sentado um pouco a nossa frente, contudo, agora não estava mais distraído como antes. – E tenho uma teoria sobre isso.

– Exponha-a. – incentivei.

– Acho que ela inventou isso para manipulá-las. Taylor, isso se parece com algo que conheça? – ele perguntou, mirando os olhos verdes em Taylor.

– Não, e é por isso que não acho que ela tenha inventado.

– Mas porque ela iria contar isso à vocês? – reforcei.

– Porque pensou que já tivesse ganhado a guerra!

– Não sei não, Taylor. Acho que precisamos averiguar isso se quisermos ganhar essa briga. – Eliot enfatizou.

– Nós? – perguntei.

– Sarah, me sentiria inútil se não ajudasse. Afinal, estou indo até lá, não faria sentido ficar olhando.

Eu sorri.

– Certo. – falei, satisfeita. – Nesse caso precisamos chegar o quanto antes. – eu me levantei, afim de voltar ao meu posto de copiloto. – Precisamos fazer uma investigação rápida e eficaz e sei quem pode nos ajudar com isso. Com Taylor do nosso lado, só preciso conseguir que Nathan esteja próximo a ela para que faça-a falar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviws.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Living" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.