Living escrita por Absolutas


Capítulo 18
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpaaaas! Houveram vários imprevistos e minha vida tá uma correria, quem me conhece sabe e.. Enfim, espero que não me odeiem...
Boa Leitura!!



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CAPÍTULO 14

Inevitáveis e imprevisíveis, é assim que descrevo os acontecimentos que sucederam à minha decisão de sair de Óregon. Não posso dizer que todas as consequências foram ruins. Prefiro pensar que se não tivesse me arriscado a tentar uma vida longe de tudo o que eu conhecia, de tudo que acreditava, nesse exato momento eu estaria lá, praticando meus conhecimentos em batalha, completamente alheia à sentença de morte que estava sobre minha cabeça. O fato de ter vindo à Illinois, ter retornado à Chicago, minha cidade natal, talvez possa ser uma chance de salvar muitas senão todas as vidas inocentes dos raros integrantes da Academia de Não-Humanos. Mas há mais que isso. Há uma consequência que, embora me assuste, eu considero equivalente à primeira. É estranho e assustador considera-la tanto, quando nem ao menos a conheço direito. Sim, eu realmente gosto dessa consequência indesejada, mas e daí? O que poderia fazer com essa estima infundada, quando essa “consequência” não pretende me seguir, quando me afastarei dela sabe-se lá por quanto tempo, ou se é para sempre.

Eram esses os pensamentos que rondavam minha cabeça enquanto eu ajuntava todos s meus pertences, os quais estavam espalhados no pequeno espaço do meu quarto na pensão, em uma mala grande. Josh já estava ciente de tudo à essa altura, mesmo estando exaltada, havia passado em seu quarto assim que saíra do quarto de Elliot. Ele já sabia parte da história quando fui informa-lo, Taylor o havia contado; mas como ambos desconheciam o plano descabido da inútil da Dorothea, consegui deixa-los surpresos ao revela-los tudo o que Elliot descobriu. E apesar do acesso de raiva de Josh, por fim conseguimos chegar à um consenso: partiríamos o quanto antes. Desse modo, assim que a decisão foi tomada, cada um de nós nos encaminhamos para os respectivos quartos alugados, afim de recolher nossos pertences e seguir rumo à Óregon no jatinho particular em que Taylor e Josh vieram. E mesmo com a adrenalina ligada à batalha e a ligeira felicidade ao retornar à minha verdadeira casa, era difícil pensar em deixar Elliot par trás.

– Sarah. – ouvi a voz de Taylor ligeiramente abafada pela porta de madeira que nos separava. Ela estava nos corredor, provavelmente pronta para a viagem. – Já terminou aí?

– Sim, já estou indo. – respondi quase gritando para que ela me escutasse claramente.

– Ótimo! Estaremos na sala de estar lhe esperando.

– Ok. – falei e ouvi o som de seus passos se afastando.

Com um aperto no peito, puxei lentamente o zíper da mala e me pus de pé. Suspirei uma vez, depois outra.

– Adeus vidinha monótona e acolhedora. – sussurrei como uma despedida para meu quarto e abri a porta, fechando-a logo em seguida com um baque surdo. Me virei e quase soltei um palavrão. Não devia estar surpresa por ele estar ali. Estava tal como o deixei horas atrás: os cabelos castanhos desalinhados, vários curativos e gaze enrolada na testa e nos pulsos, jeans e camisetas puídos, o olhar levemente triste e a respiração irregular.

– Veio se despedir? – soltei sem pensar.

– É difícil deixa-la ir assim.

– Por quê? – perguntei simplesmente ajeitando a mala com rodinhas para que eu pudesse apoiar meu peso nela.

– Você sabe o por que.

– Sei, só não consigo decidir se acredito ou não.

Então sua expressão mudou de desolada para raivosa. Os olhos verdes ganharam um brilho diferente e ele bufou.

– Pode duvidar e questionar qualquer coisa que eu fiz, mas não duvide dos meus sentimentos por você. Ele é uma das poucas coisas bonitas que restaram na minha vida.

– Quer dizer além de seu rostinho bonito e de seus modos galanteadores? – perguntei sarcástica, arqueando uma sobrancelha.

– Se você acha. – ele deu de ombros, entrando no meu jogo.

– Elliot me poupe, por favor.

– Te poupar do que? Dos meus sentimentos? Da minha presença? – questionou.

– Da sua indecisão. Da sua covardia. Do seu comodismo.

– Eu chamo de instinto de autopreservação.

– Chame como quiser, não vai mudar o que é de fato.

– Sarah, já conversamos sobre isso.

– Tem razão, então é melhor eu ir. – eu ri sem humor. – Tenho algumas pessoas inocentes para alertar. – eu me endireitei, preparando-me para seguir em direção as escadas.

– Espere! – ele segurou meu braço. – Você tem razão, eu vim me despedir.

Eu encarei sua mão segurando meu braço por um momento antes de direcionar meu olhar para o seu. Seu olhar era desesperado, como se quisesse prolongar ao máximo o momento. Foi então que me dei conta de que também queria. Sabia que tinha pressa, que tinha que chegar à Óregon o quanto antes para criarmos uma estratégia de batalha, para reforçarmos os treinos, mas nesse momento, fitando-o, não me importei. Talvez fosse o sentimento mais egoísta do mundo, mas senti vontade de deixar tudo para lá e ficar aqui; curtindo a pacata vida forjada que eu construíra.

Movida por esse sentimento, soltei a alça da mala e me movi rapidamente, jogando-me contra o corpo de Elliot. Ele pareceu surpreso, mas aceitou de bom grado meu abraço. Meus lábios famintos procuraram os seus para enfim os encontrarem em um beijo longo e voraz. E nesse instante, me esqueci completamente de tudo, só existia nós dois no mundo e uma pequena parte de mim se assustou com essa falsa percepção que seu beijo me provocou. Eu não era apaixonada por Nathan...? Não consegui ir muito além com esse pensamento, pois Elliot intensificou ainda mais nosso beijo, apertando minha cintura com mais força, eliminando qualquer resquício de espaço entre nossos corpos. Eu já não respirava direito, eu mal conseguia pensar em algo coerente, pois o que eu mais queria naquele momento era jamais ter que soltá-lo. Suas mãos acariciaram meu rosto como que memorizando os traços que o compunham e eu me senti amada, adorada. E amei isso.

– Não vá, Sarah. – ele suspirou em meus lábios, mordendo de leve meu lábio inferior. Um som estranho saiu pela minha garganta, algo que estava a meio caminho de um gemido, ou um suspiro... não sabia dizer ao certo.

– Vem comigo. – sussurrei de volta.

– Eu não posso. – ele separou seus lábios dos meus e sacudiu um pouco a cabeça em negação.

– Sim você pode. – murmurei, mesmo sabendo que ele continuaria irredutível em sua decisão.

– Eu...- para minha surpresa ele pareceu hesitar. E eu não podia deixar de aproveitar tal oportunidade.

– Por favor. – pedi. Eu quase não pedia por favor, e isso o deixou ainda mais hesitante. Tive que reprimir um sorriso ao ver minha técnica funcionando.

Após alguns segundos, Elliot se afastou um pouco para olhar em meus olhos. Ele os sondou por uns momentos até que enfim falou.

– Diga-me porque quer que eu vá. Preciso saber. – pediu.

Eu respirei fundo.

– A verdade? – confirmei.

– Sim.

– Bem... a verdade é que eu sou apaixonada por um dos meus melhores amigos. Porém não é e nunca foi recíproco e ele está com outra garota...

Antes que eu terminasse ele soltou uma risada sádica.

– E você quer me usar para mostrar que superou. Ou quer me usar como prêmio de consolação? – sua expressão era de extrema raiva agora.

– É claro que não! – eu quase gritei, tamanha a minha frustração e decepção para com sua pergunta infundada. – Não sabia que tinha essa idéia sobre mim.

– Não tenho, é só... a forma como falou, foi o que deu a entender.

– Porque você não me deixou terminar. – esclareci. – Eu não quero te usar, de forma alguma. Jamais faria isso. Não estaria deixando que você me beijasse se não sentisse alguma coisa, Elliot!

– Como assim alguma coisa?

– Vai me deixar terminar de responder à sua pergunta?

– Sim, continue por favor.

– Obrigada! – agradeci, sarcástica. – Enfim, nunca foi recíproco e isso me incomodou por um longo tempo. Inclusive, foi essa uma das grandes razões para eu ter vindo à Chicago. – dei uma pausa, respirando lentamente antes de continuar. – Quando conheci você, eu realmente não queria ter contato com ninguém, apenas queria dar um tempo por aqui e me recuperar o suficiente da minha decepção amorosa para então voltar para Óregon. Mas eu não pude lutar contra a afinidade que senti por você, o que pouco depois evoluiu para uma estima especial e agora...

– Agora..? – incentivou ele quando hesitei.

– Bom, agora não sei exatamente o que sinto; mas sei que não é só atração física. Há mais que isso. Mas não acho que possa dizer que sou apaixonada por você. Não ainda. – analisei seu rosto ele parecia pensativo. – Então o principal motivo para eu querer que você vá comigo é que quero dar à esse sentimento tempo para evoluir de forma correta, entende? É claro que também quero seu apoio, porque vai ser difícil enfrentar tudo sozinha. – admiti com a voz baixa. Era vergonhoso para mim admitir que pela primeira vez na minha vida eu sentia medo. – Não vai falar nada? – perguntei quando seu silêncio se prolongou demais.

– Sarah, você disse que estava pronta, eu... – a voz de Taylor sumiu ao nos ver, próximos demais para parecer algo casual. – Ah, desculpe. – ela corou. – Mas, Josh está com um pouco de pressa. E você também estava há uma hora. – ela me acusou.

– Ainda estou. - Eu revirei os olhos e me afastei de Elliot, olhando-o cuidadosamente enquanto o fazia, procurando qualquer sinal de que fosse ceder. Não sabia o que concluir da sua expressão neutra. Andei então até a mala e a peguei novamente.

– E então Elliot? – perguntei, fixando o meu olhar sobre o seu. – O que vai ser?


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Notas finais do capítulo

Não vou pedir comentários, porque eu sei que não mereço, mas se vocês quiserem fazer uma pessoa feliz... Já sabem!kkkkk
Bjs e até o próximo.



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