Living escrita por Absolutas


Capítulo 14
Bônus 2


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas gente!! Sério mesmo, eu sei que demorei demais, mas eu tive meus motivos: trabalho, escola, TCC... Enfim, acho que já deu para ter uma noção, né? Bom, vamos à leitura...



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BÔNUS

Elliot

Senti-me ser arremessado contra algo, minhas costas batendo contra alguma coisa dura e houve um baque, como uma porta de carro se fechando e... silêncio. Minhas mãos estavam amarradas nas costas e meus pés presos um no outros. Havia um saco na minha cabeça, tornando impossível enxergar e difícil respirar. Meu rosto estava molhado de sangue, por conta da pancada que eu havia levado. Senti o chão abaixo de mim tremer, e o som de um motor sendo ligado ecoou no local onde eu estava, o qual eu desconfiava ser um porta-malas, por conta da sensação de claustrofobia e o ronco do motor.

Não me lembrava exatamente o que havia acontecido: em um momento eu estava em frente a Biblioteca Pública de Chicago esperando Sarah sair e no outro senti uma dor aguda na lateral da cabeça e fiquei apagado por alguns minutos, e quando acordei, estava sendo carregado.

Mas eu sabia porque estava aqui. Sabia quem eram essas pessoas que me sequestravam. Só não sabia direito quem estava por trás disso tudo. Pois, até onde eu sabia, a única pessoa que se interessaria em me sequestrar estava morta.

Movi meus pulsos, forçando as cordas que os prendiam. Mesmo não sendo Dorothea a pessoa que estava solicitando minha presença, sabia que não era seguro continuar aqui e esperar para ver o que iria me acontecer – talvez eu nem saísse vivo se continuasse. Forcei ainda mais girando um pouco os pulsos e senti a ardência onde corda cortou minha pele. Gemi de dor e respirei fundo, tentando pensar. Isso certamente não adiantaria, meus pulsos não eram afiados, nunca iriam cortar as cordas, e eu também não podia contar com o meu dom. Ele fora extinto há algum tempo.

– Droga! – murmurei.

Alguns minutos depois, senti o carro parar e congelei. Não havia mais nada que eu pudesse fazer, eu estava condenado ao que quer que estivesse me esperando fora desse porta-malas.

A porta se abriu e mãos tiraram o saco de estopa da minha cabeça. Reconheci imediatamente o rosto da pessoa.

– Joshua Hanks. – falei.

– Elliot Jones . – respondeu.

– Quem diria que estaríamos em lados opostos agora.

Joshua deu um sorriso de lado, mas não disse nada; apenas gesticulou para que eu me levantasse. Eu arqueei uma sobrancelha e ergui minha mãos presas uma nas outra - havia sangue fresco escorrendo pelo meu braço - e gesticulei com a cabeça para meus tornozelos amarrados.

– Ah, claro. - murmurou e então pegou uma faca no bolso do casaco marrom e cortou as cordas envoltas em meu tornozelo. - Mas suas mão vão continuar amarradas. - avisou.

Dei de ombros, levantei-me e o segui, só agora reparando no local a minha volta.

Estávamos em algo parecido com uma empresa de logística. Várias caixas enormes vagavam pelo local em empilhadeiras. Pessoas uniformizadas transitavam, mas não pareciam se importar com um cara com os pulso amarrados e o rosto fraturado.

– Qual é o esquema? - perguntei quando notei que Joshua não iria falar nada.

– Siga-me e descubra. - falou simplesmente.

– Eu ao menos mereço saber onde estou, não acha?

– Não, não acho.

Em outra situação, eu teria rido de sua resposta, pois eu provavelmente teria dito a mesma coisa no lugar dele. Porém, agora estava preocupado demais com o que me aconteceria a seguir para fazê-lo. Mas não tão desesperado aponto de não articular nenhum plano, por mais tosco e improvável que fosse. Como um flash, uma idéia me surgiu: eu precisava arrumar um jeito de ficar para trás nessa caminhada; assim poderia pegá-lo de surpresa. E quem sabe até pudesse ganhar um combate rápido corpo a corpo se conseguisse deixa-lo a meio caminho da inconsciência no primeiro golpe.

– Eu exijo saber! – falei deixando toda a irritação que eu sentia transbordar por minha voz. Ele devia pensar que eu estava irritado.

– Você não está em condições de fazer exigências, Elliot. – falou simplesmente, o tom de voz debochado. Bufei e me deixei ficar para trás propositalmente, sem que ele percebesse; para que pensasse que era por causa da irritação. Ele continuava andando tranquilamente, provavelmente achando que eu tivesse desistido.

Então, com um sorriso de triunfo por ele ter reagido exatamente como eu havia imaginado, andei silenciosa e vagarosamente até estar atrás dele e quando estava perto o suficiente para conseguir tocar seu ombro, saltei sobre suas costas e tentei envolver seu pescoço com meus braços presos um no outro, afim de sufoca-lo.

Porém ele não estava tão alienado quanto eu pensara e se esquivou antes que eu pudesse “laçar” seu pescoço, aplicando-me uma joelhada em seguida, no meio da coxa. Soltei um gemido baixo de dor, e ergui minha perna direita e acertei em cheio seu joelho o qual deslocou no momento em que meu pé o acertou. Joshua caiu, os lábios se abrindo em um grito de agonia e eu aproveitei a deixa para sair correndo, mas não antes de roubar a faca que ele escondia dentro do casaco e cortar, com um pouco de dificuldade, a corda amarrada em meu pulso.

Minha perna machucada latejava e meus pulsos ardiam por conta do ferimento aberto, mas eu não me importei; a única coisa em que eu pensava era em sair daqui, antes que eu descobrisse realmente porque haviam me trazido.

Estava tão absorto pensando em como encontrar a saída que não ouvi o som dos passos no corredor, só me dei conta de que não estava sozinho quando trombei em alguém. Fios vermelhos tomaram conta da minha visão, antes que eu caísse sentado no chão com Taylor por cima de mim.

– O que está fazendo aqui? – perguntei, alto demais, tamanha a surpresa em ver Taylor naquele lugar. O que ela poderia estar fazendo ali? Será que me seguira? Será que teria sido sequestrada também? Ou pior, será que estava do lado deles?

– O que você está fazendo aqui ? – retrucou, tentando se levantar.

–Fui sequestrado. – falei de forma rude, enquanto a ajudava.

– Então era você quem eles estavam levando ? Com um saco de estopa na cabeça ? Perto da biblioteca... ?

– Sim, acho que sim. – ela piscou, parecendo tentar absorver tudo.

– Por que eles o fariam ? – seu tom de voz era curioso, porém pude distinguir uma pontada de desconfiança.

– Também gostaria de saber... – falei. – Ou melhor, não gostaria. Acho melhor sairmos daqui antes que eu descubra. – ela me fitou confusa. – Vamos! – falei entredentes puxando-a pelo corredor.

– Ei! – protestou. – Para onde está me levando ?

– Para a saída.

– Temos que encontrar Sarah antes!

Eu parei abruptamente, prendendo a respiração.

– Sarah está aqui ? – perguntei apavorado. – Por que ela veio ? Por que vieram ?

– Viemos salvar você. – esclareceu, revirando os olhos. – Por que outro motivo viríamos ?

– Salvar à mim ?

– Sim, mas não sabíamos que era você! – ela suspirou, parecendo irritada por ter de explicar. – Vimos alguém sendo sequestrado e Sarah reconheceu os sequestradores como “aqueles que te bateram em um beco”... Foi o que ela disse, ao menos.

– Sabe para onde ela foi ?

Taylor se virou para o lado oposto de onde estávamos e apontou com o dedo indicador.

– Para lá.

Eu assenti.

– Vamos buscá-la então. Antes que a encontrem primeiro. – Taylor concordou e parecia disposta a me seguir, mesmo eu desconfiando que ainda não gostasse muito de mim. Contudo, era uma situação de vida ou morte - ou quase isso, então era compreensível que se apoiasse em alguém que parecia saber o que estava fazendo. Embora eu certamente não soubesse. – Tenho a impressão de que eles não gostam muito de visitas aqui.

– Mas é claro que gostamos. – disse uma voz feminina e familiar atrás de mim. Eu congelei no lugar e percebi que Taylor também parecia apavorada. Viramo-nos e demos de cara com uma pessoa que jamais imaginaríamos ver novamente. Nem em nossos piores pesadelos. – Principalmente uma visita de vocês dois. – ela sorriu. Um sorriso de triunfo que me deu vontade de quebrar ela no meio. – Porque não me acompanham? Temos muito o que conversar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero os comentários de vocês...



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