Laços de Guerra - 3ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 5
Capítulo 5 - Mais um ano em Hogwarts




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1º de Setembro de 1996.
Assim que entraram no castelo, foram submetidos à investigação por parte de Filch (com um detector que passou em volta de todos). Todas as malas estavam jogadas em um canto, sendo revistadas. Muitos alunos reclamaram quando tiveram itens confiscados (para serem analisados com cuidado e, caso não houvesse problemas neles, seriam devolvidos a seus donos).
Por sorte, nem Amber nem nenhum deles tinham sido confiscados, caso contrário o processo teria demorado mais. Aparentemente, nenhum aluno tinha coragem de levar objetos tenebrosos, nem mesmo os Slytherin.
Quando todos foram liberados, se dirigiram ao Salão Principal, sob supervisão da professora McGonagall, e se acomodaram em suas respectivas mesas.
Por sorte, a atmosfera de perigo não impediu que o Salão se enchesse de conversas, afinal eles estavam em Hogwarts e Dumbledore estava em seu lugar, pronto para protegê-los de qualquer perigo.
Não demorou muito para que a professora McGonagall entrasse com os estudantes do 1º ano que eram poucos comparados aos anos anteriores.
O Sorting Hat, como de costume, abriu a boca e começou a cantar uma música de sua composição. Era bem parecida com a do ano passado, falando sobre o perigo e que todos deveriam se unir.
Uma olhada para a Slytherin e ficou claro que nem a Gryffindor nem eles estavam dispostos a se unirem por coisa alguma. Até porque a maioria dos Slytherin compartilhava a ideologia de Voldemort.
Amber pôde enxergar Astoria conversando com Theodore Nott, pelo que ela tinha lhe dito Theo era o mais tolerante para com ela. Poderia muito bem ter ido para a Ravenclaw se não fosse a sua linhagem.
A seleção acabou e todas as mesas se encheram de comida, no momento em que um atrasado Hagrid chegava.
— O Harry tá com a capa da invisibilidade ou o que? — Sarah murmurou para ela.
— Eu não tenho ideia — retrucou Amber, procurando em volta.
Minutos depois, Harry entrou apressado no Salão Principal com roupas muggles, com Snape atrás dele, indo para longe do Salão Principal. Amber dirigiu seu olhar para a mesa da Slytherin e viu Malfoy rindo com os seus amigos, enquanto olhava para Harry.
Provavelmente ele tinha se esgueirado para o vagão dos Slytherin para espiar e Malfoy o pegou em flagrante, deduziu.
— Ele está coberto de sangue. Por que ele está sempre coberto de sangue? — perguntou Ginny.
— Dessa é diferente. O sangue é dele — respondeu Rony, enquanto Harry se dirigia para perto deles.
— Harry! O que aconteceu com o seu rosto? — perguntou Hermione, na hora em que se sentou.
— Por quê? O que tem de errado com ele? — perguntou Harry, pegando uma colher para ver seu reflexo.
— Está cheio de sangue. Vem cá — disse Hermione, puxando a varinha das vestes e apontando para ele — Tergeo.
O sangue sumiu do rosto dele.
— Obrigado — agradeceu Harry — Como está o meu nariz?
— Normal. Por que não deveria? — perguntou Hermione, ansiosa — Harry, o que aconteceu? Nós estávamos aterrorizados!
— Digo para vocês depois — ele disse rapidamente, dando um olhar rápido para Seamus, Neville, Ginny e Dean que pareciam curiosos.
— Desista, ele nunca conta em público — murmurou Ginny para Dean e Seamus, sem que os outros escutassem.
Amber escreveu em um guardanapo e entregou para Harry, que leu e assentiu com a cabeça. Ela bufou, olhando-o repreensivamente.
Seu prato estava ainda na metade porque estava preocupada por Harry, mas assim que ele apareceu, ela começou a comer o que restava rapidamente.
Boa decisão, já que logo depois as sobremesas apareceram.
— Perdeu o jantar, Harry — observou Sarah.
— Tudo bem — ele disse resignado, pegando um pedaço de torta de melancia — Dumbledore mencionou Voldemort?
— Ainda não, mas ele sempre guarda o discurso em si para o fim. Pode ser longo, agora — respondeu Hermione.
— Snape disse que Hagrid estava atrasado para a festa — disse Harry.
— É, ele está — disse Amber, antes que Hermione pudesse — Foi ele quem te encontrou?
— Como assim encontrou? — perguntou Hermione, em voz baixa.
— Não, foi Tonks — respondeu Harry, também em voz baixa para que não ouvissem a conversa — Mas o castelo está trancado e precisava de alguém para abrir.
— Quando chegamos, Filch nos passou um detector e a maioria das malas já estavam na porta sendo revistadas — disse Amber.
— Falta de privacidade — resmungou Sarah — Sorte que eu não trouxe nenhuma bomba de bosta naquela mala.
— Hagrid só se atrasou um pouco — disse Hermione, fuzilando Amber com o olhar, odiava não saber alguma coisa — Olhe, ele está olhando para você, Harry.
Harry se virou e Hermione lançou um olhar inquisidor para Amber que tirou o guardanapo que ainda estava com Harry para e mostrou para ela, fazendo um sinal para ela ficar quieta.
— Amber nos contou que Slughorn estava entrevistando vocês — começou Hermione — O que ele queria saber?
— O que aconteceu no Ministério — respondeu Harry, voltando sua atenção para a comida
— Ele e todo mundo — reclamou Hermione — As pessoas estavam nos interrogando sobre isso no trem, não estavam Rony?
— Eu não vi isso! — exclamou Amber, surpresa.
— Foi antes de você chegar. Foi um dos motivos de termos pedido para Sarah te procurar — explicou Hermione, contendo um riso.
— Você amedrontou aquelas garotas — disse Rony.
— Vocês não estavam lá quando isso aconteceu — disse Amber, corada.
— Culpada — disse Sarah, sorrindo largamente.
Enquanto Amber discutia com Sarah, Nick quase sem cabeça trocou algumas palavras com o Golden Trio. Parece que os acontecimentos estavam sendo discutidos até entre os fantasmas.
Dumbledore se levantou e todo o Salão ficou em silêncio.
— A melhor das noites para vocês! — ele disse abrindo os braços e sorrindo largamente.
Nesse momento, o Salão inteiro encheu-se de sussurros ao ver a mão de Dumbledore. O diretor ao perceber, sorriu e puxou sua capa roxa e dourada para cobrir a ferida.
— Para nossos novos alunos: boas vindas. Para os antigos: bem-vindos de volta a mais um ano que vos espera com muita educação mágica — ele continuou.
Após dar os avisos sobre a floresta proibida, a lista do Filch que incluía todos os itens da WWW, o que fez Sarah sorrir orgulhosa, sobre os times de quidditch que precisavam além de jogadores também de comentaristas.
— Nós estamos dando as boas vindas também ao novo membro das escola esse ano — ele continuou — Professor Slughorn é um grande colega meu que concordou em assumir o posto de mestre de poções.
E então o maior medo de Amber se concretizou. O Salão voltou a se encher de murmúrios. Harry olhou para Amber, que se encolheu no assento sem retornar.
— Professor Snape, enquanto isso, irá estar dando aula de Defense Against the Dark Arts — esclareceu o diretor.
— Não — disse Harry, fazendo a maioria se virar para olhá-lo.
— Mas Harry, você disse que Slughorn estava vindo para ensinar DADA — disse Hermione.
— Era o que supúnhamos — sussurrou Amber.
— Eu achei que ele ia! — exclamou Harry, olhando fixamente para Snape — Bem, aí está algo bom! Snape vai ter ido embora ao fim de ano. Esse emprego é enfeitiçado. Ninguém durou mais que um ano.
— Talvez ele apenas volte a dar poções no fim do ano — disse Rony.
Dumbledore limpou a garganta e o Salão voltou a se silenciar. Seguiu falando sobre as proteções do castelo, o que fez uma tensão pairar sobre todos.
Ele parou de falar por um momento, mas dava para perceber que ele não tinha acabado. Todos olharam o diretor esperando o que ele iria falar.
— Um dia um aluno sentou nesses salões, andou por esses corredores e para todos parecia ser um aluno normal. Hoje ele é conhecido no mundo por outro nome e venho aqui lembrar-lhes que nesse momento forças das trevas possam estar tentando penetrar-se nas paredes desse castelo, mas no fim a única esperança dele são vocês.
Dumbledore passou o olhar pelos estudantes, antes de voltar a sorrir.
— Mas agora, suas camas os esperam quentes e confortáveis como vocês podem desejar e eu sei que a maior prioridade é estar bem descansados para suas lições amanhã. E vamos todos dizer boa noite — ele finalizou.
Ouviu-se o som de cadeiras arrastando e conversas alheias enquanto os alunos saíam do Salão. Hermione correu para acompanhar os alunos do 1º ano, enquanto Rony ficou para trás para conversar com Harry.
— E ele disse alguma coisa? — perguntou Amber rapidamente.
— Disse que não estaria aqui no próximo ano e que suas habilidades serão mais bem utilizadas — murmurou Harry, enquanto fingia amarrar o cadarço — E eu preciso te contar uma coisa.
— Harry, eu ouvi a conversa — ela interrompeu — Saiba que eu acredito em você, Voldemort recrutava alunos de menos de 16 anos da primeira vez. Regulus Black foi um desses alunos. Rony, se eu fosse você prestaria atenção no que o Harry diz. Ele já esteve certo várias vezes quando vocês não acreditaram nele.
Rony olhou surpreso para Amber, mas ela não prestou atenção, dando um beijo na bochecha de Harry, saiu correndo atrás de Sarah para que ele explicasse a situação para Rony e cumprimentasse Hagrid que estava indo na direção deles.
E eles precisavam conversar com este último, já que não cursariam a sua aula este ano.

2 de Setembro de 1996.
Sarah, milagrosamente, acordou cedo naquela manhã, então ela e Amber foram juntas para o Salão Principal tomar café da manhã com Ginny que estava sozinha.
A professora McGonagall demorou mais a entregar o horário, já que tinha que confirmar quais as matérias que os estudantes cursariam de acordo com os OWL’s que tinham obtido.
Assim que chegou a vez delas, passou os horários de Ginny e Sarah e foi confirmar o de Amber.
— Potter... Não, esse é do seu irmão. Aqui está — ela disse, enquanto puxava a folha do meio de outras tantas — Astronomy, Care of the Magical Creatures, Defense Against the Dark Arts, Divination...
Ela fez uma careta enquanto Amber apressava-se a dizer:
— Não, por favor, professora. Eu não quero fazer essa matéria.
A professora deu um sorriso contido, enquanto voltava a conferir o boletim.
— Bem, então será Astronomy, Care of Magical Creatures, Defense Against the Dark Arts, Herbology, History of Magic, Potions, Spells e Transfiguration.
— Vai cursar tudo isso? — murmurou Sarah.
— Isso porque eu não entrei nas materiais opcionais — retrucou Amber.
A professora McGonagall deu uma batida na folha e os horários apareceram, ela entregou e seguiu andando.
Assim que a professora saiu, Harry veio apressado para perto delas.
— Ginny, Sarah, vocês vão se inscrever para fazerem os testes de quidditch? — ele perguntou — A professora McGonagall já tem gente na lista.
— Eu já me inscrevi — respondeu Ginny, olhando para o seu prato.
— Eu não sei... — Sarah hesitou.
— Você é uma ótima beater, Sarah. A Angelina me contou quais eram as segundas opções, acredite você pode salvar o time — tentou convencê-la Harry.
— Tá bem — cedeu Sarah — Você me faz um sinal, se a situação estiver ruim.
— Tá — concordou Harry — E você, Amber?
— Nem tenta — interrompeu Amber — Tenho que me esforçar esse ano, Harry. Amo quidditch, mas o meu sonho é mais importante.
— Onde está a Hermione? — perguntou Ginny, olhando em volta.
— Foi para Ancient Runes — respondeu Rony.
— Temos que ir para a aula, Amber. Nos avise quando for fazer os testes, Harry. Tchau para vocês — disse Sarah, levantando e puxando Ginny com ela.
Sem opções, Harry, Amber e Rony foram para o Salão Comunal aproveitar o primeiro tempo vago.

Uma hora mais tarde…
Eles encontraram Hermione na porta da sala de Defense Against the Dark Arts, cheia de deveres de Ancient Runes. Todas as conversas cessaram-se no momento em que Snape abriu a porta da sala.
— Para dentro — ele ordenou.
Todos foram para dentro, olhando para a nova decoração da sala.
“Ele quer dar medo em nós” pensou Amber, olhando para os quadros que mostravam pessoas sofrendo.
— Eu não lhes pedi para pegarem seus livros — disse Snape, fechando a porta e indo para a frente da sala.
Todos que tiraram os livros voltaram a guardá-lo nas mochilas.
Então, o professor começou o seu discurso amedrontador que não fascinou Amber nem um pouco. Ela apenas encarou o quadro com uma expressão indiferente.
— Vocês são, eu acredito, novatos no uso de encantos não-verbais — ele começou, por fim, a aula e Amber desviou o olhar do quadro negro.
“Não” ela pensou, mas não respondeu.
— Qual a vantagem de encantos não-verbais? — ele perguntou.
Hermione, como sempre, levantou a mão. Amber imaginando o que iria acontecer, também levantou a mão. O professor olhou em volta, procurando se mais alguém queria responder, passou o olhar por Hermione e apontou para Amber responder.
— Senhorita Potter — disse o sobrenome com repugnância, mas ela ignorou.
— Ninguém terá ideia de qual feitiço você vai usar — ela resumiu do livro sem usar as palavras.
Snape não deu pontos para a Gryffindor, mas também não fez nenhum comentário depreciativo.
— Sim, aqueles que progridem em usar magia sem falar os encantamentos ganham um elemento surpresa ao fazer feitiços. Nem todo bruxo pode fazê-lo, claro; é uma questão de concentração e poder mental que alguns não possuem.
Snape deu um olhar de soslaio para Harry, claramente indicando sua opinião sobre sua capacidade mental.
“Occlumency não tem relação alguma com feitiços não-verbais” pensou, mas não disse nada. Até porque ninguém sabia que Harry treinava essa matéria ano passado.
— Vocês irão se dividir em pares. Um irá tentar azarar o outro sem falar. E o outro irá tentar repelir a azaração no mesmo silêncio. Comecem.
Amber acabou fazendo par com Theodore Nott. Confiava em Astoria, mas não conhecia Nott o suficiente para saber se ele não iria trapacear. Para sua sorte, isso não aconteceu.
Os dois permaneceram em silêncio, com a varinha apontada um para o outro se concentrando. Estava pensando em alguma azaração para usar, quando sentiu magia saindo da varinha de Nott.
“Revertum” ela pensou, urgentemente.
O feitiço do Slytherin bateu na barreira dela e voltou para ele que conjurou rapidamente um Protego que desvaneceu o feitiço.
Os dois se entreolharam extasiados.
— Muito bom, Nott. Dez pontos para a Slytherin — elogiou Snape.
Evidentemente, “esqueceu” de dar pontos a Gryffindor. Theo e Amber continuaram treinando até que Snape se meteu no “duelo” entre Rony e Harry que não tinham avançado em nada.
— Patético, Weasley — disse em tom depreciativo e todos, inclusive Theo e Amber, pararam de treinar para observar.
O professor girou a varinha para Harry, mas este gritou:
— Protego.
Snape perdeu o equilíbrio e bateu em uma mesa.
A sala foi tomada por um intenso silêncio enquanto Snape se ajeitava irritado.
— Você se lembra de que nós estamos praticando feitiços não-verbais, Potter? — perguntou.
— Sim — disse Harry, tenso.
— Sim, senhor — corrigiu Snape.
— Não precisa me chamar de “senhor”, professor.
Amber e outros engasgaram ao ouvir Harry dizer isso, já outros como Rony, Dean e Seamus tiveram a coragem de rir.
Realmente, Harry não ajudava nem um pouco no relacionamento de ódio entre ele e Snape. Não negava que o professor o odiara desde o começo sem motivos, mas Harry agora retrucava. Por outro lado, ninguém agüenta ser criticado assim em silêncio. Ninguém tem sangue de barata.
— Detenção, sábado à noite, no meu escritório — disse Snape, calmamente, mas dava para perceber a raiva que ele sentia — Eu não aceito insulto de ninguém, Potter... Nem mesmo do “Eleito”.
Amber ficou tão impressionada que não se meteu na conversa do Trio até que Hermione lhe chamou:
— Amber? O que você acha?
— Você é louco... — ela murmurou, olhando nos mesmos olhos verdes que os seus — E o Snape não soou como o Harry, Hermione. Você só diz isso porque defende todos os professores.
— Isso não é verdade! — exclamou Hermione, indignada.
Nesse momento, Jack Sloper, que competiu no ano passado pelo posto de beater, correu na direção de Harry segurando um pergaminho.
— Isso é para você — ele disse — Escuta, eu ouvi dizer que você é o novo capitão. Quando é que ocorrerão os testes?
— Ainda não tenho certeza. Eu te aviso quando decidir — respondeu Harry.
Jack soltou um muxoxo, mas ninguém lhe prestou atenção, voltaram a andar.
Harry abriu o pergaminho, se tratava da primeira aula com Dumbledore. Eles passaram o resto do intervalo tentando descobrir o que seria que Dumbledore ensinaria a ele e fazendo o dever de DADA.
Assim que o sinal tocou, Hermione e Amber se despediram e seguiram para Potions. — Uma pena que não aceitem estudantes com E.E — disse Hermione.
— Na verdade, Slughorn aceita — contradisse Amber.
As duas pararam no corredor, entreolhando-se.
— Deveríamos voltar para lhes dizer? — perguntou Hermione.
— A professora McGonagall lhes dirá — Amber deu de ombros, antes de elas voltarem a andar.
Elas desceram para as masmorras onde se encontraram com os outros alunos e logo entraram na sala de aula, que já estava aberta.
— Preparei algumas poções para vocês darem uma olhada, só por curiosidade, vocês sabem. São o tipo de coisa que vocês precisam ser capazes de fazer depois de completarem seus NEWT’s — começou Slughorn, assinalando os caldeirões com as poções — Vocês já devem ter ouvido falar nelas, mesmo que vocês nunca as tenham feito ainda.
Nesse momento, a porta da sala foi aberta e todos olharam para ela. Era apenas Harry e Rony entrando afobados.
— Harry, meu garoto! — cumprimentou Slughorn — E vejo que trouxe um amigo.
— É, mais eu sou um desastre em Potions então eu acho que já vou... — Rony tentou ir para a porta, mas Harry o puxou de volta.
— Besteira! Se é amigo de Harry, é meu amigo também. Podem se sentar — o professor voltou-se para a turma.
— Professor, é que não temos os livros — explicou Harry.
— Não tem problema, podem pegar do armário — disse o professor, apontando.
Os dois dirigiram-se para lá, enquanto o professor voltava a atenção para a turma e apontava para um dos caldeirões.
— Alguém pode me dizer qual é esta aqui? — perguntou o professor Slughorn, ao que Harry e Rony brigavam no armário de canto para pegar o livro menos gasto.
Amber lhes lançou um olhar repreensor e, por isso, Hermione respondeu a pergunta:
— É Veritaserum, uma poção sem cor nem odor que força quem a bebe a dizer a verdade.
— Muito bem, muito bem! — elogiou o professor.
“Já vi que Hermione entrará para o Clube do Slug” pensou Amber, com um sorriso de canto.
— Agora, essa outra é bem conhecida — continuou Slughorn, apontando para outro caldeirão — e também apareceu em alguns folhetos do Ministério ultimamente... Quem sabe...?
Amber e Hermione levantaram a mão na mesma hora. Quando perceberam o fato se olharam e Amber sorriu envergonhada abaixando a mão, mas Slughorn abriu um largo sorriso ao reconhecer a ruiva.
— Sim, senhorita Potter?
— É a Polyjuice Potion — respondeu, notando que Harry pareceu reconhecer o líquido. Perguntaria mais tarde o que ela deveria entender por isso — Serve para transformar uma pessoa em outra, necessitando de algo da pessoa que se pretende transformar. O efeito é temporário, durando apenas uma hora e não se deve ser usada em semi-humanos ou para assumir uma forma animal.
— Excelente! Excelente! — disse o professor Slughorn, enquanto Hermione fazia uma careta pela última frase — Agora, esta outra aqui... Sim, minha cara?
Dessa vez, apenas Hermione levantou a mão. Amber percebeu que Theodore Nott lançava um olhar nem um pouco amistoso para Hermione, já que ela sempre respondia as perguntas sem dar oportunidade para outros estudantes.
— É Amortentia! — respondeu Hermione.
— De fato. Parece quase tolice perguntar — comentou o professor parecendo impressionado com a inteligência de Hermione, mas também observava Amber — Mas presumo que você saiba que efeito produz, não?
“Hermione não saber alguma coisa?” se perguntou Amber divertida.
— É a poção do amor mais poderosa do mundo! — respondeu Hermione, uma coisa que as duas compartilhavam bem era o gosto por Potions, apesar do professor Snape.
“Quem sabe agora que Snape saiu do cargo, Harry pegue gosto pela matéria” pensou Amber. Era engraçado como Amber pegou gosto pelas mesmas matérias que seus pais: Potions e Transfiguration, já Harry se identificou mais com DADA. Normal considerando o fato de ter Voldemort atrás dele. Sarah se dava melhor com Spells, tinha que ser boa para azarar os Slytherin.
Balançou a cabeça para sair dos seus pensamentos. Tinha perdido uma parte da conversa.
— Ora muito bem. Vinte pontos muito merecidos para a Gryffindor, senhoritas Granger e Potter — disse Slughorn.
Hermione cochichou com Harry e Rony, mas Amber estava prestando atenção no que o professor dizia. O professor Slughorn tampou o caldeirão que continha a Amortentia, no momento que Amber travou. Ela tinha percebido um cheiro familiar...
Ernest MacMillan perguntando sobre a Felix Felicis poderia estar acontecendo a milhares de quilômetros de distância de onde ela estava. Então era verdade. Amber sentiu o coração acelerar ao lembrar-se do último cheiro que sentiu. Isso mudava as coisas...
— Amber? — sussurrou Hermione, soando preocupada, depois de ter ganhado mais dez pontos para a Gryffindor — Você está bem?
Amber assentiu com a cabeça, fazendo de tudo para voltar a prestar atenção na aula.

Salão Comunal da Gryffindor.
— Quando é o próximo passeio a Hogsmeade? — perguntou Amber, olhando para as chamas da lareira.
— 12 de Outubro — respondeu Hermione, escrevendo no pergaminho — Por quê?
— Por nada.
Ainda faltava muito tempo para 12 de Outubro e ela estava tensa de que Hermione tivesse percebido seu comportamento estranho e ligasse os pontos.
— Preciso falar com Ginny — disse, repentinamente — Onde ela está?
— Eu não sei. Acho que tem aula de CMC agora — respondeu Hermione, olhando estranha para Amber.
Harry e Rony não prestavam atenção no que acontecia, o ruivo estava desesperado fazendo o dever e Harry estava folheando o livro de Potions, o que Amber estranhou.
— Tudo bem, depois eu falo com ela... — disse Amber, escondendo sua ansiedade — Mas e vocês? Já falaram com Hagrid?
— Ainda não tivemos tempo — quem respondeu foi Harry.
— Como você consegue continuar com a matéria? — perguntou Rony, tentando ler o pergaminho de Hermione.
— Não vou nem lhe responder, Ronald — retrucou Amber, friamente, antes de sair andando até o quadro da Fat Lady.
— Rony! Hagrid é nosso amigo! — ela escutou Hermione reclamar.
— Mas Hermione! Você não pode negar que os animais de Hagrid são bem perigosos — disse Harry, como sempre defendendo Rony.
Empurrou o quadro e saiu do Salão Comunal, suspirando. Decidiu já ir descendo até a casa de Hagrid já que sua próxima aula seria CMC, aproveitava e falava com Ginny e Sarah.
Quando chegou, os meninos estavam em um canto conversando, enquanto as meninas estavam em volta dos unicórnios. Lembrava-se dessa matéria sendo dada pela insuportável da Grubbly-Plank.
— Oi, Hagrid! — cumprimentou Amber, sorridente.
Sarah deu um arrastão em um garoto que olhava Amber embobado, fazendo-o cair de cara no chão e olhá-la fuzilante, tentando se ajeitar.
— Olá, Amber. Não deveria ser seu tempo livre? — perguntou Hagrid, desconfiado.
— Sarah deixou o seu livro no Salão Comunal — justificou-se Amber, mostrando o livro que realmente tinha sido esquecido no dormitório.
— Ooops — disse Sarah, pulando em uma raiz de árvore e pegando o livro — Valeu, Amber!
— A sua aula começa daqui a pouco, se quiser me ajudar — ofereceu Hagrid.
— Claro! — aceitou Amber, não tinha nada melhor para fazer e seria perda de tempo voltar para o castelo faltando menos de 10 minutos para começar a aula.
Ela foi para perto de Ginny e Sarah com a desculpa de ajudar na aula.
— Hoje demos várias poções — contou Amber — Slughorn é bem melhor do que Snape.
— Mal posso esperar para me livrar de algumas matérias... — disse Ginny, suspirando — Ancient Studies é interessante, mas não consigo me concentrar com Sarah falando a aula inteira.
— Posso te emprestar o livro depois, Amber. Vai te interessar — ofereceu Sarah.
— Obrigada — respondeu, acariciando o unicórnio.
— Não veio aqui só para contar o seu dia, não é? — perguntou Ginny, perspicaz.
— Não — admitiu Amber — Nós demos Felix Felicis, Veritaserum, Polyjuice Potion...
A risada de Ginny interrompeu-a.
— Me desculpe — pediu Ginny — Continue.
— Não. Agora você vai contar o que aconteceu — exigiu Sarah.
— Hermione me contou que ela fez uma dessas no 2º ano — disse Ginny.
— É por isso que Harry reconheceu? — perguntou Amber.
— A poção deu certo para Harry e Rony, mas... Ela pegou pelo de gato para colocar na poção — contou Ginny, com um sorriso contido.
— A poção é feita para transformações humanas... — disse Amber, entendendo.
— Mas continua — pediu Ginny.
— Bem, demos Veritaserum, Polyjuice, Felix Felicis e Amortentia.
— Ouvi que umas garotas do 7º estavam planejando colocar uma dessas na comida do Harry. Se eu fosse você avisaria seu irmão para ter cuidado com o que come — aconselhou Sarah.
Ginny olhou maliciosa para Amber, que corou.
— E quais foram os seus cheiros, amiga? — debochou Ginny.
— Cheiro do ar depois da chuva, cheiro de livro novo — ela corava a cada palavra — e café recém feito.
— Você odeia café — observou Sarah.
— Mas quando se é um jogador de quidditch profissional tem que beber muita cafeína para ficar acordado cedo durante os treinos — provocou Ginny.
— Cala a boca.
A sineta tocou e todos os alunos do 5º pegaram as suas mochilas e foram andando até o castelo.
— E qual seria o cheiro da digníssima Sarah Black? — perguntou Ginny.
— Suponho que pão fresco, cheiro de vira-lata e menta — disse Sarah, jogando a mochila por cima do ombro.
— Vou contar ao meu irmão essa do vira-lata — brincou Ginny, correndo para o castelo.
— O seu irmão é menta! — gritou Sarah, correndo atrás dela.
Amber negou com a cabeça, divertida, ajudando Hagrid a levar os unicórnios de volta para a floresta.
— Vamos aprender muitas coisas esse ano e o próximo — disse Hagrid, empolgado — Infelizmente, não serão muitos que poderei fazer aula prática. É difícil conseguir um Runespoor, por exemplo.
“Ainda bem” pensou Amber, acariciando um dos unicórnios antes dele ir atrás de seus companheiros.
Os dois voltaram para a área perto de sua casa, onde mais oito alunos estavam esperando. Poucos de cada casa tinham sido aprovados, então todas as casas do 6º ano estavam cursando naquele horário.
— Vamos ter a nossa aula no castelo hoje — anunciou Hagrid, fazendo todos estranharem — O que tenho para lhes mostrar está lá.
Isso tranqüilizou um pouco os estudantes, não colocariam coisas perigosas dentro do castelo. Mas para Amber que já tinha ouvido falar de Fluffy, isso não a tranqüilizava tanto assim.
O grupo caminhou até uma área do terceiro andar que só tinham salas de aula inutilizadas, no meio do caminho Amber viu Madame Nor-r-ra a espreita de Hagrid.
Ela esfregou os dedos e a gata deu um pulinho não natural, antes de sair correndo miando.
— Onde estão Rony, Harry e Hermione? — perguntou Hagrid, em voz baixa para Amber.
— Eles não vão fazer as aulas esse ano — murmurou Amber, olhando para o chão.
Assim que Hagrid abriu a porta, chateado com a notícia, todos tamparam o nariz com a mão. Era como se alguém tivesse morrido ali dentro.
— Bundimun — anunciou Hagrid, entregando alguns panos umedecidos para eles amarrarem no rosto, que todos aceitaram de bom grado — Alguém poderia me dizer o que são esses?
— São criaturas mágicas que infestam as casas através de tábuas do soalho e rodapés — respondeu Megan Jones, uma amiga de Hannah.
— Anunciada por um cheiro de decomposição, secreta uma substância que apodrece até as fundações da habitação em que se encontra — finalizou Amber.
— 10 pontos para a Gryffindor e Hufflepuff — disse Hagrid — Filch encontrou esses outro dia e reclamou com Dumbledore. Como é nossa matéria esse ano, ele me pediu para dar um jeito nisso. Alguém poderia me dizer como nos livraremos deles?
— Feitiços de Limpeza — respondeu uma Ravenclaw.
— 5 pontos para a Ravenclaw. Temos bastantes aqui e se não quisermos que dêem problemas, é melhor começarmos logo.
Era difícil de acreditar, mas eles levaram todo o restante da aula nessa simples tarefa, lançando feitiços de limpeza em cada parte do piso. Quando restavam 5 minutos para a sineta tocar, todos se arriscaram em tirar o pano para conferir como estava a situação. Por sorte, o cheiro já havia sumido.
— Na próxima aula aprenderemos sobre Salamander — anunciou Hagrid, enquanto tocava a sineta — Estão liberados. E nem pensem em fazer experimentos, eu vou estar de olho em vocês!
Os Gryffindor riram, lembrando-se de quando os gêmeos roubaram algumas Salamander e levaram para o Salão Comunal.
Mas apenas Amber pôde sentir o tom de tristeza em Hagrid por não ter os seus alunos favoritos com ele.

Salão Comunal da Gryffindor.
Assim que entrou no Salão Comunal sentiu o ambiente tenso que estavam Ginny, Rony, Harry e Hermione.
— O que está acontecendo? — ela perguntou, deixando a mochila em uma das cadeiras.
— Se você estivesse prestando atenção na sala teria visto que Harry ganhou o prêmio do professor Slughorn — disse Hermione.
— Eu sei, eu errei de propósito — disse Amber.
— O que? Por que você errou de propósito? — perguntou Ginny, estranhando.
— Para o Harry ganhar. Ele precisa mais do que eu — respondeu Amber, ajeitando a franja.
— Ele não ganhou honestamente! — exclamou Hermione.
— É claro que ele ganhou, Hermione — protestou Rony — Ele só não seguiu as instruções do livro.
— Quando alguém quiser me dizer o que está acontecendo... — murmurou Amber.
— Lembra que pegamos os livros do armário da sala? — perguntou Harry, falando pela primeira vez.
— Sei... — disse Amber, estimulando-o a continuar.
— Eu peguei um livro que tem várias anotações falando uma forma diferente e mais fácil de fazer as poções.
— E o que tem de errado com isso?
— Como assim o que tem de errado? — exclamou Hermione — Nem se sabe de quem são essas instruções.
— Me deixa ver isso, Harry — pediu Amber, entediada, estendendo uma mão.
Harry entregou hesitante para ela, que folheou as páginas até que encontrou a última página.
— Príncipe Mestiço — leu Amber, devolvendo o livro a Harry.
— Você não vai falar nada? — perguntou Hermione.
— Eu acho que você está fazendo tempestade em copo d’água, Hermione — disse Amber, calmamente.
— Pode ser perigoso!
— Hermione, todo mundo sabe que esmagando a semente se obtém mais líquido do que cortar — interrompeu Amber — Sinceramente, creio que os livros atrapalham bastante.
— Você só está do lado do Harry porque quer se aproximar dele! — acusou Hermione, frustrada.
— Amber, isso pode ser perigoso. Seguir instruções de um livro — disse Ginny.
— Então, estamos em perigo todos os dias — explodiu Amber — Já que seguimos as instruções do livro de Potions, de Spells, de Transfiguration...
— É diferente! Foram escritos por um autor conhecido — gritou Hermione.
— Conhecido só porque o colégio pede esses livros — replicou Amber — Me diga um autor de livros escolares bruxo que já não tenha caído na lista de materiais. E isso não é o diário de Tom Riddle, Ginny.
— Têm feitiços aqui — Ginny apontou para o livro.
Amber respirou pedindo paciência e pegou o livro de novo, lendo as páginas.
— Levicorpus e Liberacorpus são feitiços antigos que saíram de moda — disse Amber, antes de hesitar.
— Por que parou? — perguntou Hermione, perspicaz.
— Era o feitiço que o meu pai usava nas brincadeiras dele — cuspiu Amber, jogando o livro de volta para Harry que estava assustado com a discussão — Satisfeita? Ou está insinuando que meu pai usaria feitiços das trevas?
— Eu nunca disse que... — começou Hermione, parecendo arrependida.
— Esquece — retrucou Amber, pegando a mochila.
Dito isso, ela saiu andando até o dormitório feminino.


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Notas finais do capítulo

Eu amo esse discurso que o Dumbledore faz no filme



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