Laços de Guerra - 3ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 1
Capítulo 1 - Despedidas e Reencontros


Notas iniciais do capítulo

Quase não posto hoje por causa da professora ignorante. Não queria nos dar aulas, dá para acreditar?



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12 de Julho de 1996.
The Burrow às 22h35min.

Rony, Hermione e Ginny conversavam na sala, após a ceia, enquanto Fleur ajudava a Srª Weasley a lavar a louça, quando eles ouviram o som de aparatação e o de batidas fracas na porta. Eles se entreolharam entre si.
— Está esperando alguém, mãe? — perguntou Ginny.
— Eu já volto — disse a Srª Weasley, saindo apressada da cozinha e voltando, logo depois, ao ver o horário — Subam! Já está ficando tarde! E agradeça por eu tê-los deixado ficarem acordados até essa hora. Não discuta, Ronald — acrescentou ao ver que Rony iria reclamar.
Os três subiram rapidamente, Rony um pouco mal humorado.
— Você também já pode ir — disse a Srª Weasley, tentando soar o mais gentil possível, para Fleur.
— Obrrigade — respondeu Fleur, seguindo o caminho dos outros três.
Assim que os quatro subiram pelas escadarias, a Srª Weasley abriu a porta da frente, deixando Tonks entrar na casa. Foi para a cozinha rapidamente e voltou para a sala com uma bandeja, onde estavam depositadas duas xícaras de chá cheias e um açucareiro.
— Como está, Tonks? — perguntou, colocando a bandeja na mesa de centro.
— Você sabe... — respondeu a metamorfomaga, bebericando um pouco da bebida.
— Me conte o que está acontecendo — pediu a ruiva, preocupada, enquanto colocava um pouco de açúcar na sua xícara.

Diagon Alley às 22h35 min.
Enquanto isso, ouviu-se o som de aparatação no beco e três mulheres apareceram na região, ambas usando capuzes negros, que cobriam seus rostos.
— Escreverei assim que for possível — sussurrou a mais alta das três.
— Não se preocupe, mãe — respondeu Sarah, ajeitando a mala da mala, evitando olhar nos olhos da mulher.
— Você é a coisa mais importante para mim, minha filha — disse Marlene, seus olhos lacrimejando levemente — Não tem como eu não me preocupar... Não saia sozinha e tome cuidado.
Sarah soltou a alça da mala e jogou seus braços em volta da mãe.
— Eu odeio ter que fazer isso — choramingou Marlene.
— A Order precisa de você, mãe — disse Sarah, apertando-a mais forte — Ainda mais depois da morte de Emmeline. Eu vou ficar bem...
Marlene assentiu com a cabeça, tentando se recompor.
— Qualquer coisa me envie Halo — ela acrescentou.
— Olha só quem fala — Sarah riu, sem humor.
Elas afastaram-se do abraço e Amber permaneceu olhando para a loja chamativa, sentindo se estivesse atrapalhando aquela despedida entre mãe e filha.
— Nos vemos 1º de Setembro, Lily — disse Sarah, abraçando-a.
— Antes, Susan. Ainda temos que comprar os materiais! — retrucou Amber, finalizando o abraço.
— Eu já vou fazer isso logo de uma vez — disse Sarah.
— Amanhã. Já está tarde! — reforçou Marlene.
Sarah mordeu a língua para não retrucar e concordou com a cabeça, antes de voltar a pôr sua mão na alça da mala e ir arrastando-a em direção a loja. Marlene e Amber permaneceram até a garota entrar na loja, sumindo de vista. Então, a mais velha pegou a mão de Amber e elas aparataram.

Weasley’s Wizard Wheezes às 22h40min.
Assim que Sarah entrou na loja, sentiu o seu humor melhorar. A loja já estava vazia, havia passado da hora de fechar, mas mesmo assim dava para perceber que a atmosfera colorida do local.
— Olhe só quem veio nos visitar! — disse George, largando umas caixas no chão e correndo para abraçar a amiga.
— Se afasta dela, Weasley! — gritou Fred, começando a descer de uma escada que estava apoiada a uma prateleira alta.
George continuou abraçando-a para provocar o irmão e Sarah não pôde evitar gargalhar ao revê-los novamente, após a breve visita que eles fizeram a estação King’s Cross.
— Ao que eu saiba você também é Weasley — retrucou George, por cima do ombro.
Quando Fred foi se aproximando, George beijou a bochecha da amiga e saiu correndo sob o olhar fuzilante do irmão.
— E serei o único se você continuar assim — gritou de braços cruzados.
— Ainda temos mais quatro irmãos e uma irmã — respondeu George, do outro lado da loja.
— Não precisa ficar com ciúmes — disse Sarah, abraçando-o por trás.
Fred virou-se, beijando-a.
— Senti saudades — ele disse, assim que se separaram.
— Não fui eu a idiota que resolveu sair voando de Hogwarts — retrucou Sarah.
— Eu falei com você antes.
— Eu sei. Também senti saudades.
— Ah! O amor é lindo! — eles escutaram George gritar.
— Licença, vou calar a boca dele — murmurou Fred, antes de ir atrás dele.
Sarah negou com a cabeça, divertida, enquanto colocava um fio de cabelo para trás da orelha.
A placa da porta já indicava que o estabelecimento estava fechado e as persianas das vitrines já haviam sido puxadas, cobrindo a visão da loja para quem visse de fora. Ela passou a chave na porta, antes de arrastar as suas malas para o fundo da loja, onde estava a porta que dava para o andar de cima.
Talvez passar as férias ali realmente lhe fizesse bem...

The Burrow às 22h40min.
Era a segunda vez que soava o som de aparatação em St. Ottery Catchpole, naquela noite. Se houvessem muggles no povoado, eles já teriam pensado que estava ocorrendo um tiroteio. Mas, dessa vez, eram visitas esperadas para Molly Weasley.
Marlene não soltou a mão de Amber até pararem no batente da porta da casa. Ela deu algumas batidas antes de ouvirem passos do outro lado.
— Quem está aí? — elas ouviram a Srª Weasley perguntar um pouco nervosa.
— Marlene McKinnon trazendo Ambrose Lily Potter — respondeu Marlene, quase que mecanicamente.
A porta abriu-se rapidamente.
— Desculpe-me, eu quase me esqueci da vinda de vocês! — desculpou-se a Srª Weasley.
— Não tem problema, Molly — Marlene sorriu fracamente — São tempos para se ter medo — ela respirou fundo — De qualquer forma, demorei um pouco porque deixamos Sarah na loja, então...
Amber surpreendeu-se que a Srª Weasley sabia sobre a estadia de Sarah com os gêmeos e não disse nada, parecia que ela até estava aceitando melhor a escolha de carreira dos filhos.
— Entendo — disse a Srª Weasley, sorrindo bondosamente — Não gostaria de comer alguma coisa?
— Adoraria, mas eu tenho que ir — respondeu Marlene, fazendo carinho nos cabelos de Amber — Deixei para arrumar as minhas coisas em cima da hora. Não queria perder o último tempo que tinha com as meninas.
Por fim, ela virou-se para abraçar a afilhada.
— Você também tome cuidado — ela murmurou — E cuide da Sarah em Hogwarts.
— Você também tome cuidado — repetiu Amber, frisando o “você” — Não vá atrás de Bellatrix. Você é a única pessoa que a Sarah ainda tem.
Marlene afastou-se e concordou com a cabeça.
— Entre, Amber — disse a Srª Weasley, afastando-se enquanto a ruiva passava pela porta de entrada.
— Boa noite, Molly! — Marlene acenou com a cabeça, antes de virar de costas e sair andando.
— Boa noite, Marlene! — respondeu a Srª Weasley, antes de fechar a porta.
As duas seguiram até a sala.
— Tonks! — exclamou Amber, sorrindo para ela.
— Olá, Amber — Tonks sorriu, apesar de parecer um sorriso forçado pelo seu estado.
— Deixe-me pegar alguma coisa para você comer — disse a Srª Weasley, fazendo menção de ir em direção a cozinha.
— Não precisa, Srª Weasley — contestou Amber.
— Eu já quase ia me esquecendo! — disse a Srª Weasley, puxando um pedaço de pergaminho do bolso de seu avental e estendendo na direção da garota — Dumbledore me mandou para lhe entregar isso assim que chegasse.
Amber pegou a carta das mãos da Srª Weasley e abriu-a.

Cara Ambrose,
Creio que lhe agradaria a possibilidade de buscar Harry na Privet Drive 4, nessa sexta-feira, às onze horas da noite. A buscarei em The Burrow às dez para as onze.
Se não se incomodar, eu gostaria que você e seu irmão pudessem me ajudar com um assunto antes de voltarem a The Burrow. Explicarei melhor quando nos virmos.
Atenciosamente,
Albus Dumbledore.

Ela percebeu a curiosidade no rosto da Srª Weasley e lhe entregou a carta para lê-la. Assim que a matriarca terminou de ler, seu rosto encheu-se de compreensão e um pouco de repreensão pelo possível horário que os garotos retornariam.
— Creio que poderei me vingar dos meus tios... — Amber refletiu, sentando-se em uma das cadeiras.
— Acredito que seja para convocar Slughorn — a Srª Weasley pensou alto.
— Eu acho melhor eu... — começou Tonks.
— Fique mais um pouco, Tonks — pediu a Srª Weasley — Você praticamente acabou de chegar.
A metamorfomaga concordou, a contragosto.
— Eu vou lá conversar com Hermione e Ginny — disse Amber, levantando-se e indo subir as escadas, arrastando suas malas junto.
— Eu acho que elas já foram dormir — disse a Srª Weasley lá de baixo.
Mas assim que alcançou a porta do quarto de Ginny, ela ouviu vozes femininas lá de dentro. Ela abriu a porta devagar e as vozes silenciaram-se.
Ela segurou o riso enquanto arrastava a mala para dentro do quarto, elas deveriam estar pensando que era a Srª Weasley.
— Olá! — ela disse, fechando a porta e acendendo a luz, novamente.
— Que susto você nos deu, Amber! — reclamou Ginny, jogando o edredom para o lado e levantando-se da cama.
— Vocês não sabem nem disfarçar — disse Amber, sorrindo — Sarah faz bem mais convincente do que isso.
— Onde ela está? — perguntou Hermione, envergonhada por ter sido pega no flagra.
— Loja dos gêmeos — quem respondeu foi Ginny.
Amber concordou.
— A casa está meio lotada — disse Ginny — Você vai ter que dormir no chão também.
— Não tem problema — Amber deu de ombros — Se quer saber, eu até prefiro.
A porta abriu-se novamente e as três pularam de susto, mas a Srª Weasley parecia mais preocupada com a acomodação de todos do que com o fato de que Hermione e Ginny ainda estarem acordadas.
— Acho melhor você ir para o quarto dos gêmeos — ela disse, por fim — Os quartos estão ficando um pouco apertados com a chegada de Bill e Fleur...
— Fleur está aqui? — perguntou Amber, cética.
— De qualquer forma, o quarto vai ficar muito apertado com vocês três aqui — continuou com a boca levemente franzida.
— Eu não me importo — elas se apressaram em acrescentar.
— É melhor assim, mas vocês podem continuar conversando até a hora de Dumbledore chegar — disse a Srª Weasley, pegando as malas de Amber e fechando a porta.
— Dumbledore? — perguntaram Hermione e Ginny, curiosas.
— Parece que ele quer que eu e Harry o ajudemos em alguma coisa — disse Amber, dando de ombros, enquanto se sentava ao lado de Hermione, no colchão dela — Então... O nível de relacionamento de Fleur e Bill está tão alto a ponto de ela conhecer a família?
— Alto até demais — resmungou Ginny.
— Eles vão se casar — esclareceu Hermione.
— Honestamente, não sei como conseguiu conviver com ela por todos esses anos. Ela fica me tratando como se eu fosse criança — disse Ginny.
— É o jeito dela... É só você deixar claro que não gosta — disse Amber, dando de ombros.
— Eu já deixei, mas ela parece não se tocar — retrucou Ginny, caindo de costas na cama.
— Quando vocês a conhecerem melhor, perceberão que ela é legal!
— Eu preferia a Tonks.
Amber começou a rir da ideia absurda.
— Bill e Tonks? É sério isso? — perguntou, ainda rindo.
— Eu também gosto muito mais da Tonks — concordou Hermione.
— Seria mais fácil a Tonks namorar com Charlie do que o Bill — retrucou Amber — De qualquer forma, eu não acredito que vocês não tenham percebido de quem a Tonks realmente está gostando.
Ginny sentou-se rapidamente.
— Quem? — ela perguntou, com os olhos arregalados.
— Eu não vou falar! — exclamou Amber.
— Hum... Vou começar a ficar mais atenta... — Hermione murmurou para si mesma — Como foram as suas férias? Quer dizer, até agora.
— Meio depressivas... Quando você chegou?
— Há uns 2 dias atrás.
Elas ficaram sem assunto por um momento, até que Ginny provocou:
— Confesse, Mione! Você não gosta da Fleur por ciúmes.
— Ciúmes de quem? — ela tentou se fazer de desentendida, mas falhando miseravelmente por causa do seu rosto vermelho.
Ginny e Amber olharam-na céticas.
— Pelas pantufas azuis de Merlin! — exclamou Ginny — Até mesmo a Amber já admitiu e você não!
— Eu vou azarar a Sarah! — exclamou Amber, indignada.
— Não planejava contar a sua melhor amiga sobre a sua paixonite? — perguntou Ginny, com um olhar inocente e um beicinho nos lábios.
— Tá, vai — rendeu-se Amber.
Hermione olhou para elas com uma sobrancelha erguida e logo um sorriso apareceu brincando em seus lábios.
— Então o que a Sarah estava dizendo desde o ano retrasado era verdade? — perguntou — Você gosta do Oliver?
— Acho que “gostar” é fraco demais... — murmurou Amber, sorrindo — Mas voltando ao assunto “Fleur”...
— Vai! Desvia o assunto!
— Podemos falar em algo que não tenha a ver com a Phlegm? — pediu Ginny, mal humorada.
— Ginny! — bronqueou Amber — Por que você escolheu o Dean Thomas para sair?
— Ele quem me chamou, na verdade. Eu só concordei — ela deu de ombros.
— Você sabe que ele está saindo com você para se vingar do Harry, não?
— Como assim?
— É óbvio, Ginny! Harry saiu com a Parvati no Yule Ball e o Dean gosta dela — respondeu Hermione.
— Eu tô fazendo a mesma coisa com ele — disse Ginny, restando importância — De qualquer forma isso é bom: assim um ajuda o outro e nenhum dos dois fica com a ilusão de se apaixonar com o Corner ficou.
— Você mesma disse que o Corner foi correndo para os braços da Chang quando vocês terminaram — disse Amber.
— Tanto faz! Pelo menos ele parou de pegar no meu pé.
— E a Chang idem. Deixando o Harry todinho para você!
Antes que Ginny pudesse responder, a Srª Weasley entrou no quarto.
— Amber, o professor Dumbledore já chegou — ela disse, colocando o rosto para dentro do quarto.
Amber levantou-se e seguiu a Srª Weasley para fora do quarto.
— Até amanhã — despediu-se, vendo Hermione bocejar.
— E vocês duas vão dormir. Agora! — disse a Srª Weasley, fechando a porta.
— Boa noite para você também, mamãe — resmungou Ginny, de dentro do quarto.
As duas desceram as escadarias da casa. Tonks ainda estava lá, mas sua xícara de chá estava a muito vazia e Dumbledore decidira esperar do lado de fora da casa, pois estava com pressa. Assim que Amber passou pela porta da casa, os dois aparataram em Privet Drive.

Privet Drive às 23h00min.
O professor Dumbledore retirou o Deluminator de suas vestes e o pressionou, fazendo todas as luzes da rua apagaram-se.
— Por que tenho a sensação de que não vou gostar dessa visita? — perguntou Amber, para ninguém em específico.
— Pelo menos terá a oportunidade de assustar a sua tia novamente — disse Dumbledore, com um olhar divertido.
— Essa é a única parte que faz tudo isso valer a pena.
Eles chegaram em frente a casa número 4 e Dumbledore apertou a campainha. Amber ofegou ao ver a mão do diretor, que a recolheu no mesmo instante.
— Maldição Degenerativa? Com o senhor ainda está vivo? — perguntou ela, assustada.
Dumbledore arregalou os olhos pelo conhecimento da garota, nem mesmo Hermione Granger seria capaz de reconhecer tal maldição. Mas ele se recompôs sua expressão a tempo da porta ser aberta, enquanto Amber perguntava-se em que tipo de objeto o diretor andara tocando.
— Boa noite. O senhor deve ser o Sr. Dursley. Será que Harry não o preveniu que eu viria buscá-lo? — cumprimentou, sendo educado como sempre, mesmo com as pessoas que não mereciam sua educação.
Amber conseguiu ver, pela porta, Harry paralisar a alguns degraus do fim da escada com um telescópio na mão e um tênis na outra. Deve ter deixado para fazer as malas de última hora.
— A julgar pelo seu ar aturdido e descrente, Harry não o avisou da minha vinda — disse Dumbledore, agradável — Mas vamos presumir que o senhor tenha me convidado, cordialmente, a entrar. Não é sensato demorar demais à soleira das portas nestes tempos conturbados.
Dumbledore e Amber entraram na casa e o diretor fechou a porta após eles entrarem.
— Faz muito tempo desde a minha última visita — continuou Dumbledore, tentando começar uma conversa amigável — Devo dizer que seus agapantos estão bem floridos.
Vernon Dursley continuava calado, observando furioso ao homem, sem perceber a presença da sobrinha na sala.
— Ah, boa noite, Harry — cumprimentou Dumbledore, desistindo da conversa com Dursley — Ótimo, ótimo.
— Não quero ser grosseiro... — começou Vernon, acordando de seu estado de torpor.
— ...Contudo, a grosseria ocidental ocorre com alarmante freqüência — finalizou Dumbledore, seriamente — É melhor não dizer nada, meu caro. Ah, e esta deve ser Petúnia.
Curiosa pelo visitante inesperado, Petúnia Dursley havia aberto a porta da cozinha. Seu rosto expressava grande choque e certo medo, principalmente ao perceber a presença da sobrinha.
— Albus Dumbledore — apresentou-se, desnecessariamente — Temos nos correspondido, é claro.
Pela expressão de Harry, essa lembrança parecia diverti-lo e Amber olhou-o curiosa.
— E esse deve ser o seu filho Dudley, não? — perguntou, vendo Dudley pôr a cabeça para fora, curioso pelo silêncio da casa, talvez.
“Desista, Dumbledore. Os Dursley jamais serão gentis com um bruxo. Não conseguem ser agradáveis nem com o próprio sobrinho” pensou Amber, lançando um olhar de pena ao primo.
Esse não tinha culpa de ter pais tão ignorantes quanto os que ele tinha e, pelo que ela soube, ele também havia dado de cara com os dementors, e ela sabia o quanto isso era uma sensação desagradável.
— Posso presumir que os senhores tenham me convidado a sentar em sua sala de estar? — sugeriu Dumbledore, quando eles não disseram nada. Agradáveis como sempre...
Dudley afastou-se rapidamente quando Dumbledore passou pela porta da sala de estar. Harry e Amber logo o seguiram.
— Não vamos embora, professor? — Amber não surpreendeu-se ao perceber a ansiedade na voz de Harry.
— Certamente, mas primeiro há umas questões que precisamos discutir. E preferia não fazer isto ao ar livre. Por isso, vamos abusar da hospitalidade dos seus tios por mais uns minutinhos — respondeu Dumbledore.
— E como vão!
Os Dursley entraram na sala, apenas para marcar presença.
— É. Abusaremos — disse Dumbledore, simplesmente.
Então ele sacou a varinha rapidamente fazendo o sofá arremessar-se para a frente, derrubando os Dursley em cima dele, logo depois o móvel voltou ao normal.
— E é melhor fazermos isso com conforto — completou.
— Professor... que aconteceu com sua...? — Harry perguntou, olhando para a mão do diretor.
— Mais tarde, Harry — respondeu Dumbledore, desviando o assunto — Sente-se, por favor. Você também, Amber.
— Visivelmente é um assunto dirigido apenas a Harry, portanto irei lá para cima terminar de arrumar as malas de certo atrasado, pois aposto que o mesmo não as terminou — disse Amber, bagunçando os cabelos do irmão e pegando o telescópio e tênis das mãos do garoto, que ficou envergonhado. O diretor observou os dois visivelmente divertido.
Petúnia parecia relutante a deixar uma bruxa andando livremente pela casa, mas um olhar atravessado da garota a fez encolher-se no sofá, sem dizer uma só palavra.
Vernon a olhou de soslaio, mas, por fim, considerou o diretor maior ameaça do que uma garota de 15 anos.
Amber subiu rapidamente as escadas e reconheceu o quarto de Harry ao ver Hedwig presa a gaiola, em cima da mesa. Visivelmente foi a única atitude que o irmão tomou para a viagem. Ela negou com a cabeça, divertida.
Ela retirou todos os itens de dentro da mala, a conversa lá embaixo demoraria e ela não queria ficar olhando para as paredes. Tudo estava jogado de qualquer jeito. Ela dobrou todas as roupas e colocou cada item, de modo que tudo coubesse. Quando terminou, acariciou Hedwig com o dedo, até ouvir gritos lá embaixo. Então decidiu conferir o que estava acontecendo.
— O que está...? — ela parou — Ah! Kreacher!
Ela revirou os olhos e voltou para cima.
— Já estamos terminando — disse Dumbledore, em voz alta, para ela ouvir.
Ela não desceu até que Harry entrou no quarto, olhando surpresa para o malão já pronto.
— Sabe, eu joguei algumas coisas... — ele começou, constrangido.
— Embaixo da cama, embaixo da tábua de madeira do chão, dentro do armário... — enumerou Amber, divertida, parando de acariciar a cabeça de Hedwig — Você e Sarah deveriam competir para ver quem consegue ser mais desorganizado.
Harry deu um sorriso envergonhado, pegando a gaiola de Hedwig e o malão na outra mão.
— Ela continua com raiva de mim? — perguntou Harry, enquanto eles desciam as escadas.
— Vai superar — respondeu Amber — É a primeira vez que você vai comemorar o aniversário fora daqui?
— É — disse Harry, simplesmente, parecendo feliz por isso — Comemoraremos juntos.
Eles entraram na sala de estar.
— Fico feliz de estarem pondo o papo em dia, mas creio que terão tempo o suficiente para isso depois — disse Dumbledore, sorrindo amigavelmente para os gêmeos bivitelinos, logo depois se dirigiu aos Dursley — Uma última coisa, então. Como os senhores sem dúvida sabem, dentro de um ano Harry atinge a maioridade...
— Não — interrompeu Petúnia.
— Perdão? — perguntou Dumbledore, aparentemente não sabendo que a maioridade muggle é de 18 anos.
— Não. Ele é um mês mais novo que o Dudley, e meu filho só vai fazer dezoito anos daqui a dois anos — para a irmã de uma bruxa, ela sabia bem pouco sobre o mundo do qual ela secretamente desejou fazer parte, um dia.
— Ah! Mas, no mundo dos bruxos, atingimos a maioridade aos dezessete — “que absurdo” Vernon resmungou, mas Dumbledore fingiu que não escutou.
Então, o diretor fez um discurso sobre a volta de Voldemort, mas logo depois começou a dar uma bronca sobre o modo que trataram Harry durante todos esses anos e, por fim, pediu para que eles deixassem que Harry voltasse para a casa mais uma vez, no verão seguinte, antes que ele completasse dezessete anos.
— Bem, está na hora de irmos andando — disse Dumbledore, levantando-se — Até a próxima.
Os irmãos seguiram o diretor até o hall, que pediu para que Harry pegasse sua capa da invisibilidade e, logo depois, mandou a mala e a gaiola dele para The Burrow.
Então Dumbledore disse mais uma de suas frases profundas de efeito e os três foram caminhando para longe do número 4.


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Notas finais do capítulo

Eu sei: a parte da Tonks entrando quase onze da noite e saindo lá para umas duas da manhã foi meio mal feito, mas eu achei que era melhor descontrair antes de começar com a cena da Marlene, Sarah e Amber.
Gêmeos bivitelinos: são os gêmeos que nasceram ao mesmo tempo, mas não possuem as mesmas características físicas e podem ser de sexos diferentes.
Eu só não viro professora porque não tenho paciência para explicar uma coisa milhares de vezes, todo mundo reclama da minha letra (inveja) e o salário é baixo. Entonces...
Espero que tenham gostado e bem-vindos a terceira temporada!



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