Rehab - Uma Luz na Escuridão escrita por Kl Godoy
Notas iniciais do capítulo
Obrigada ao Anonymous19433 por ter favoritado, estou bem empolgada!!
Estou bem contente para continuar essa história, mas ficaria muito triste e qualquer um ficaria em postar algo que não esta tendo retorno. Então favoritem, comentem, isso me deixa feliz e ativa minha criatividade. =D
Espero que gostem desse capitulo, escrevi com bastante carinho!!
À tarde, faltando alguns minutos para as 17h coloquei uma roupa básica e saí às pressas para encontrar-me com Thomas. Tudo que eu menos precisava agora era esbarrar com meus progenitores!
Quando cheguei alguns minutos atrasada, o que não é uma novidade, Thommy já estava sentado em uma mesa perto da porta de entrada. Dei um selinho nele e sentei a sua frente.
– Oi Liz! – Ele deu um sorriso fraco, isso estava tão estranho, ele estava estranho. – Pedi um Mocha Light para você, do jeito que você gosta.
– Obrigada, amor! – Dei um selinho demorado nele – E você, não pediu outro pra você?
– Não, não. Não estou com fome.
– Ah!
Ficamos nos olhamos por um tempo, o silêncio já estava ficando constrangedor. Eu sabia que ele tinha algo para me falar e que estava tomando coragem, aquele ali eu conheço muito bem. Admito, sim, eu estava curiosa. Não, curiosa é pouco, muito curiosa! Ele alisava minhas mãos enquanto parecia pensar em algo, enfim depois do que pareceu ser uma eternidade ele me olhou e começou a falar:
– Liz, eu amo você, – um sorriso se formou em meu rosto, mas ele não parecia estar na mesma vibe que a minha. – esse tempo todo em que estivemos juntos foi ótimo, você sempre será minha princesa...
– Espera aí... – eu conhecia esse papo, meu coração se apertou ao soltar o resto da frase – Você esta terminando comigo? É isso Thomas?
Ele abaixou a cabeça e soltou um longo suspiro. Não, eu não queria acreditar nisso, eu não podia acreditar no que ele estava a confirmar. As lágrimas insistiam em cair, mas eu fazia de tudo para segura-las, ainda ha esperança... Ele ainda nem confirmou!
– Thomas? – A mulher que trabalhava ali o chamou.
Ele se levantou e foi pegar meu Mocha, voltou e sentou-se novamente. Aquela enrolação estava me deixando angustiada. Dei um gole em minha bebida, mas desceu como navalhas, a empurrei para o lado e encarei-o.
– Anda Thomas, me responde logo merda!
– Liz, eu vou me mudar.
Meu corpo relaxou assim que ele terminou de falar, tanto suspense para isso! Não era a primeira vez que ele se mudava, então já estava acostumada.
– Era isso seu bobo?! – Sorri – Pensei que você fosse terminar comigo.
– Liz, espera eu terminar. – Ele se ajeitou na cadeira e continuou – Eu vou viajar com meu primo para Flórida.
– Flórida? Porque tão longe? – meu coração se apertou outra vez.
– Minha mãe achou melhor assim, disse que eu estou aprontando muito aqui e que seria melhor se eu fosse morar com minha avó lá.
– E você aceitou? Porque você aceitou? – Ainda havia chance de ficarmos juntos, não havia?
– Ela meio que me obrigou, não pude fazer nada. – Ele limpou uma lágrima que descia em seu rosto. – E é por isso que não podemos mais ficar juntos.
“Não podemos mais ficar juntos”, senti meu coração acelerar e só o que eu ouvia era essa frase repetidas vezes. Ele me olhava esperando uma reação, mas tudo o que eu conseguia fazer era tentar continuar fazendo minha respiração continuar calma.
– Amor... – Depois de muito custo consegui falar. – Não podemos terminar assim, eu te amo! E tudo o que vivemos? Nós podemos tentar a distancia...
– Não Liz – ele me interrompeu – Quero te deixar livre, não posso te prender desse jeito. A Flórida é muito longe, quase não nos veremos. Vai ser melhor assim.
– Melhor para quem? Só se for para você... Eu te amo!
Tentei o beijar, mas ele se afastou suavemente.
– Por favor, me entenda! Eu te amo também, mas temos que aceitar e virar essa página.
– Você quer se livrar de mim não é?
Enxuguei as lágrimas que caíam, algumas pessoas nos olhavam curiosas, mas eu não estava nem ligando.
– Não fala besteira! – ele pegou em minha mão e olhava em meus olhos. – Só quero que você seja feliz, e por isso não posso te prender... Se aparecer um outro alguém você não terá o peso de se sentir dividida.
– Agora quem esta falando besteira é você! Eu não daria espaço para um outro alguém.
Ele apenas negou com a cabeça. Meu coração estava se partindo em pedacinhos e nada do que eu falava parecia fazer-lo mudar de idéia. Ele se levantou, parou ao meu lado e pôs as mãos em meu rosto. Pronto, ele iria embora. Esse era o fim.
– Se cuida, minha pequena! – Ele deu um beijo demorado em minha testa, fechei os olhos tentando ao máximo absorver o cheiro do perfume dele, aquela seria a ultima vez.
Assim ele se foi sem nem olhar para trás. Fiquei alguns minutos ali sentada, encarando o nada. Criei coragem e levantei, minhas pernas pareciam moles e assim andei, ou melhor, me rastejei até em casa.
Mais tarde quando o sol se pôs dando lugar a uma lua redonda e brilhante resolvi levantar da cama para arrumar minhas malas. Ellen já havia chegado para me ajudar. Depois de quase uma hora chorando e soluçando com a cabeça no colo dela, criei coragem e comecei a separar minhas roupas.
– Acha que eu deveria levar estes vestidos? – Apontei para três vestidos de festa que estavam em cima da cama.
– Ih amiga, não sei! – Ela pareceu pensar por um instante – Leva quem sabe você precise.
– Naquele fim de mundo? – revirei os olhos – Só se houver algum milagre né!
Soltamos uma risadinha. Quando enfim terminamos de colocar as últimas peças de roupas na mala, a fechamos e nos jogamos deitadas na cama. Ellen fez beicinho enquanto me olhava.
– Me recuso a acreditar que você vai me deixar.
– Nem eu quero acreditar, mas aceitar é melhor amiga.
– Vem cá me dar um abraço! – Ela disse com a voz chorosa.
Ainda abraçadas falei baixinho:
– Thomas terminou comigo hoje.
Ela se afastou e me encarou com os olhos arregalados.
– Mentira!!
– Bem que eu queria! – Suspirei e olhei para o teto numa tentativa de fazer voltar de onde vieram as lágrimas.
– Por que ele terminou amiga?
– Ele vai se mudar para a Flórida com o primo. A mãe dele resolveu que seria melhor para ele se ele fosse morar com a avó.
– Que ridículo! Aqui ou na China ele vai aprontar do mesmo jeito, até parece que a mãe não conhece a cria!
Ri do modo como ela falou.
– Tem mãe que prefere fazer-se de cega...
– Verdade Liz. Mas como você está? – Ela me olhou analisando-me completamente, me encolhi meio tímida.
– Pra falar a verdade, a ficha ainda não caiu. Parece que é uma brincadeira e que a qualquer momento ele vai me ligar rindo e falando que nunca vamos nos separar.
Ela me olhou com a expressão triste e parecia escolher as palavras certas para falar.
– Você sabe que ele esta certo em terminar com você né minha amiga?
– Ah para, não esta ajudando!
– Desculpa, mas o quanto antes você aceitar mais rápido você conseguira seguir com sua vida. Eu sei que é difícil minha amiga, já passei por isso... Mas o tempo cura tudo e você vai ver que logo logo o que você esta sentindo não passarão de lembranças boas!
– Chega desse assunto, quem esta perdendo é ele! – Fiz bico e ela deu uma risadinha.
– Você não muda né boba!
– Não... Vamos aproveitar o restinho da noite para assistirmos um filme? Depois peço para Alexis te levar em casa. – Os olhos dela brilharam.
– Ui ui, já te falei que Alexis é o motorista mais gato que eu já vi?
– Já!
Rimos e prestamos atenção no filme que já estava começando.
O dia amanheceu nublado, assim como eu. Desliguei o despertador e me arrastei até o banheiro, me olhei no espelho e meu rosto estava horrível! Tinha olheiras embaixo dos meus olhos e meu rosto estava inchado, resultado de uma noite mal dormida. Liguei a banheira e enquanto ela enchia despejava sais de banho, provavelmente não teria um banho como aquele tão cedo. Despi-me e sentei na banheira já cheia, a água estava morna e o cheiro de rosas perfumava o banheiro.
Após meia hora ali na inércia, sai dali e me enxuguei. Peguei a roupa que eu havia separado no dia anterior, uma calça jeans, uma blusa branca de manga comprida justa, uma echarpe vinho e uma sapatilha vinho para combinar. Peguei minha bolsa e desci para tomar meu café da manhã.
– Bom dia Cida! – Ela sorriu e serviu o suco.
– Não vai esperar seus pais senhorita? Eles já vão descer.
– Hmm.. Tudo bem.
Não demorou muito e eles desceram igualmente arrumados.
– Bom dia, Elizabeth! – Papai falou sentando- se a minha frente.
– Eai!
Ele me olhou com um olhar repreensivo e colocou o guardanapo em seu colo.
– Bom dia, querida! – Mamãe sentou-se ao lado dele.
Tomei um gole do meu suco e fingi que eles não estavam ali. Mamãe suspirou infeliz.
– Suas coisas já estão arrumadas?
– Sim, pai.
– Iremos após o café da manhã.
– Ok, pai. – Ele me olhou e voltou a se servir.
– Filha, não fique com raiva da gente. Só queremos o seu bem!
– Me mandando para longe? Beleza, por mim vai ser melhor mesmo estar longe de quem me quer longe.
– Um dia você irá nos entender Liz. – Papai suspirou.
– Ou não! Com licença.
Tomei o resto do suco e saí da mesa, fui para o jardim a fim de esperar-los lá. Vi Alexis colocar minhas malas no carro do papai.
Paramos em frente a um portão imenso, enfim tínhamos chegado. O caminho para lá durou umas hora e meia, aquilo era o fim do mundo! Depois de papai se identificar o portão foi aberto e entramos. Havia 3 prédios de quatro andares e mais dois nos fundos. Paramos em frente a um dos primeiros prédios que parecia ser o principal, uma mulher alta e com um uniforme sofisticado já nos aguardava.
– Bom dia, sejam bem vindos a Rosses School!
– Obrigada – Agradeci baixo.
– Meu nome é Louise Calvet, sou a diretora do internato.
– Olá senhora Calvet, sou Ivan Campbell. Essa é minha esposa Alissa e minha filha Elizabeth. – Ele apontou para mamãe e depois para mim.
Ela assentiu com um sorriso.
– Então senhorita Elizabeth, quer um tempinho para despedi-se dos seus pais?
– Acho que não será necessário.
Meus pais me olharam triste, mas não opinaram.
– Tudo bem, venha vou lhe mostrar o colégio. – Peguei minhas malas – Com licença senhor e senhora Campbell, qualquer coisas ligaremos para os senhores.
– Ficaremos agradecidos – Minha mãe disse.
– Boa viajem!
– Obrigado – Disseram em uníssono.
Fomos andando pelo enorme jardim até chegar à porta do primeiro prédio.
– Senhorita Campbell, creio que seria melhor eu lhe mostrar seus aposentos primeiro. Assim poderá deixar suas malas lá e caminhar sem o peso delas pelo campus.
– Por mim está ótimo! – Dei de ombros.
Entramos no enorme salão de entrada e pegamos o elevador, no quarto andar na terceira porta tinha uma plaquinha escrita meu sobrenome. Entramos e analisei o quarto minuciosamente. Era de um tamanho médio, havia um pequeno guarda-roupa, uma cama embaixo de uma janela de vidro, e um criado mudo. A cor era tediosamente bege, que cor mais feia! Pensei revirando os olhos. Deixei minhas malas ali e saí trancando o quarto com a chave que havia ganhado agora a pouco.
Já havíamos visitado todos os três prédios da frente, todos eles ocupados por alunas. Alguns entrando e saindo dali, apressadas carregando livros ou só andando tranquilamente. Pareciam curiosas ao me olhar, algumas até me davam as boas- vindas, mas como meu humor estava horrível, eu apenas agradecia e voltava a andar. Fomos para os fundos, onde havia dois prédios. Não entramos, pois a senhora Calvet quis me mostrar os outros três prédios que havia mais nos fundos.
– E aqueles lá – Ela apontou para os prédios – são os dormitórios dos rapazes. Meninas não podem ir lá sem a presença de um inspetor.
– Entendido.
– Agora venha, vamos entrar nesse aqui. – Ela virou-se para um dos dois prédios a nossa frente. – Esses aqui são os prédios de estudo, o da esquerda é onde temos as salas de aulas, laboratórios e a biblioteca.
Entramos e ela me mostrou cada andar, aquilo já estava me cansando. Não sei para que tanta cerimônia! Saímos e entramos no segundo.
– Esse aqui – Ela falou enquanto entravamos num enorme salão com uma piscina olímpica. – É a área do esporte. Temos essa piscina, no segundo andar têm a quadra de basquete e no terceiro andar o grande salão de festas.
Analisei o lugar com garotos e garotas competindo nado de costas e alguns esperando sua vez de entrar. Senhora Calvet saiu do meu lado e foi em direção a um garoto, a segui sem entusiasmo algum.
– Senhor Baker, é isso mesmo que estou vendo?
Olhei para o garoto de sunga que estava sentado com um celular na mão. Seu corpo musculoso prendia minha atenção totalmente, o olhei de cima abaixo sem descrição. Ele tinha cabelos pretos, olhos castanhos, uma boca desenhada e uma expressão debochada no rosto.
– Não sei, o que a senhora esta vendo? – Ele a olhou com desdém e um sorrisinho debochado.
– Sabes muito bem que é proibido o uso do celular durante as atividades escolares.
– Hum, sei sim.
Ela o olhou parecendo irritada.
– Me de esse celular.
– Acho que não senhora Calvet. – Ele a olhou como se estivesse a desafiando.
A senhora Calvet me olhou com um sorrisinho sem graça.
– Querida, o que achas de conhecer o resto dos andares sozinha? Importar-se-ia? Tenho um assunto a tratar agora.
– Não me importo.
Só então o garoto parece ter me notado, ele me olhou de cima abaixo. Senti-me tímida, pois seu olhar parecia totalmente intimidador. Ele deu um sorriso malicioso e falou:
– Bem vinda ao hospício, novata!
Eu ein, que garoto estranho! Saí dali com passos largos, eu é que não queria perder meu tempo conhecendo o resto do lugar. Fui em direção ao prédio onde ficava meu quarto, estava muito exausta emocionalmente para continuar.
– Menino estanho. – Sussurrei sozinha ao deitar em minha cama. E assim fiquei por uns minutos, pensando no corpo sarado dele. Até a imagem de Thomas aparecer e o choro me dominar outra vez.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Se gostaram, comentem pleeease!! Beijos e até o próximo capitulo!