Rehab - Uma Luz na Escuridão escrita por Kl Godoy


Capítulo 3
Bem vinda ao internato!


Notas iniciais do capítulo

Obrigada ao Anonymous19433 por ter favoritado, estou bem empolgada!!
Estou bem contente para continuar essa história, mas ficaria muito triste e qualquer um ficaria em postar algo que não esta tendo retorno. Então favoritem, comentem, isso me deixa feliz e ativa minha criatividade. =D
Espero que gostem desse capitulo, escrevi com bastante carinho!!



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À tarde, faltando alguns minutos para as 17h coloquei uma roupa básica e saí às pressas para encontrar-me com Thomas. Tudo que eu menos precisava agora era esbarrar com meus progenitores!

Quando cheguei alguns minutos atrasada, o que não é uma novidade, Thommy já estava sentado em uma mesa perto da porta de entrada. Dei um selinho nele e sentei a sua frente.

– Oi Liz! – Ele deu um sorriso fraco, isso estava tão estranho, ele estava estranho. – Pedi um Mocha Light para você, do jeito que você gosta.

– Obrigada, amor! – Dei um selinho demorado nele – E você, não pediu outro pra você?

– Não, não. Não estou com fome.

– Ah!

Ficamos nos olhamos por um tempo, o silêncio já estava ficando constrangedor. Eu sabia que ele tinha algo para me falar e que estava tomando coragem, aquele ali eu conheço muito bem. Admito, sim, eu estava curiosa. Não, curiosa é pouco, muito curiosa! Ele alisava minhas mãos enquanto parecia pensar em algo, enfim depois do que pareceu ser uma eternidade ele me olhou e começou a falar:

– Liz, eu amo você, – um sorriso se formou em meu rosto, mas ele não parecia estar na mesma vibe que a minha. – esse tempo todo em que estivemos juntos foi ótimo, você sempre será minha princesa...

– Espera aí... – eu conhecia esse papo, meu coração se apertou ao soltar o resto da frase – Você esta terminando comigo? É isso Thomas?

Ele abaixou a cabeça e soltou um longo suspiro. Não, eu não queria acreditar nisso, eu não podia acreditar no que ele estava a confirmar. As lágrimas insistiam em cair, mas eu fazia de tudo para segura-las, ainda ha esperança... Ele ainda nem confirmou!

– Thomas? – A mulher que trabalhava ali o chamou.

Ele se levantou e foi pegar meu Mocha, voltou e sentou-se novamente. Aquela enrolação estava me deixando angustiada. Dei um gole em minha bebida, mas desceu como navalhas, a empurrei para o lado e encarei-o.

– Anda Thomas, me responde logo merda!

– Liz, eu vou me mudar.

Meu corpo relaxou assim que ele terminou de falar, tanto suspense para isso! Não era a primeira vez que ele se mudava, então já estava acostumada.

– Era isso seu bobo?! – Sorri – Pensei que você fosse terminar comigo.

– Liz, espera eu terminar. – Ele se ajeitou na cadeira e continuou – Eu vou viajar com meu primo para Flórida.

– Flórida? Porque tão longe? – meu coração se apertou outra vez.

– Minha mãe achou melhor assim, disse que eu estou aprontando muito aqui e que seria melhor se eu fosse morar com minha avó lá.

– E você aceitou? Porque você aceitou? – Ainda havia chance de ficarmos juntos, não havia?

– Ela meio que me obrigou, não pude fazer nada. – Ele limpou uma lágrima que descia em seu rosto. – E é por isso que não podemos mais ficar juntos.

“Não podemos mais ficar juntos”, senti meu coração acelerar e só o que eu ouvia era essa frase repetidas vezes. Ele me olhava esperando uma reação, mas tudo o que eu conseguia fazer era tentar continuar fazendo minha respiração continuar calma.

– Amor... – Depois de muito custo consegui falar. – Não podemos terminar assim, eu te amo! E tudo o que vivemos? Nós podemos tentar a distancia...

– Não Liz – ele me interrompeu – Quero te deixar livre, não posso te prender desse jeito. A Flórida é muito longe, quase não nos veremos. Vai ser melhor assim.

– Melhor para quem? Só se for para você... Eu te amo!

Tentei o beijar, mas ele se afastou suavemente.

– Por favor, me entenda! Eu te amo também, mas temos que aceitar e virar essa página.

– Você quer se livrar de mim não é?

Enxuguei as lágrimas que caíam, algumas pessoas nos olhavam curiosas, mas eu não estava nem ligando.

– Não fala besteira! – ele pegou em minha mão e olhava em meus olhos. – Só quero que você seja feliz, e por isso não posso te prender... Se aparecer um outro alguém você não terá o peso de se sentir dividida.

– Agora quem esta falando besteira é você! Eu não daria espaço para um outro alguém.

Ele apenas negou com a cabeça. Meu coração estava se partindo em pedacinhos e nada do que eu falava parecia fazer-lo mudar de idéia. Ele se levantou, parou ao meu lado e pôs as mãos em meu rosto. Pronto, ele iria embora. Esse era o fim.

– Se cuida, minha pequena! – Ele deu um beijo demorado em minha testa, fechei os olhos tentando ao máximo absorver o cheiro do perfume dele, aquela seria a ultima vez.

Assim ele se foi sem nem olhar para trás. Fiquei alguns minutos ali sentada, encarando o nada. Criei coragem e levantei, minhas pernas pareciam moles e assim andei, ou melhor, me rastejei até em casa.

Mais tarde quando o sol se pôs dando lugar a uma lua redonda e brilhante resolvi levantar da cama para arrumar minhas malas. Ellen já havia chegado para me ajudar. Depois de quase uma hora chorando e soluçando com a cabeça no colo dela, criei coragem e comecei a separar minhas roupas.

– Acha que eu deveria levar estes vestidos? – Apontei para três vestidos de festa que estavam em cima da cama.

– Ih amiga, não sei! – Ela pareceu pensar por um instante – Leva quem sabe você precise.

– Naquele fim de mundo? – revirei os olhos – Só se houver algum milagre né!

Soltamos uma risadinha. Quando enfim terminamos de colocar as últimas peças de roupas na mala, a fechamos e nos jogamos deitadas na cama. Ellen fez beicinho enquanto me olhava.

– Me recuso a acreditar que você vai me deixar.

– Nem eu quero acreditar, mas aceitar é melhor amiga.

– Vem cá me dar um abraço! – Ela disse com a voz chorosa.

Ainda abraçadas falei baixinho:

– Thomas terminou comigo hoje.

Ela se afastou e me encarou com os olhos arregalados.

– Mentira!!

– Bem que eu queria! – Suspirei e olhei para o teto numa tentativa de fazer voltar de onde vieram as lágrimas.

– Por que ele terminou amiga?

– Ele vai se mudar para a Flórida com o primo. A mãe dele resolveu que seria melhor para ele se ele fosse morar com a avó.

– Que ridículo! Aqui ou na China ele vai aprontar do mesmo jeito, até parece que a mãe não conhece a cria!

Ri do modo como ela falou.

– Tem mãe que prefere fazer-se de cega...

– Verdade Liz. Mas como você está? – Ela me olhou analisando-me completamente, me encolhi meio tímida.

– Pra falar a verdade, a ficha ainda não caiu. Parece que é uma brincadeira e que a qualquer momento ele vai me ligar rindo e falando que nunca vamos nos separar.

Ela me olhou com a expressão triste e parecia escolher as palavras certas para falar.

– Você sabe que ele esta certo em terminar com você né minha amiga?

– Ah para, não esta ajudando!

– Desculpa, mas o quanto antes você aceitar mais rápido você conseguira seguir com sua vida. Eu sei que é difícil minha amiga, já passei por isso... Mas o tempo cura tudo e você vai ver que logo logo o que você esta sentindo não passarão de lembranças boas!

– Chega desse assunto, quem esta perdendo é ele! – Fiz bico e ela deu uma risadinha.

– Você não muda né boba!

– Não... Vamos aproveitar o restinho da noite para assistirmos um filme? Depois peço para Alexis te levar em casa. – Os olhos dela brilharam.

– Ui ui, já te falei que Alexis é o motorista mais gato que eu já vi?

– Já!

Rimos e prestamos atenção no filme que já estava começando.

O dia amanheceu nublado, assim como eu. Desliguei o despertador e me arrastei até o banheiro, me olhei no espelho e meu rosto estava horrível! Tinha olheiras embaixo dos meus olhos e meu rosto estava inchado, resultado de uma noite mal dormida. Liguei a banheira e enquanto ela enchia despejava sais de banho, provavelmente não teria um banho como aquele tão cedo. Despi-me e sentei na banheira já cheia, a água estava morna e o cheiro de rosas perfumava o banheiro.

Após meia hora ali na inércia, sai dali e me enxuguei. Peguei a roupa que eu havia separado no dia anterior, uma calça jeans, uma blusa branca de manga comprida justa, uma echarpe vinho e uma sapatilha vinho para combinar. Peguei minha bolsa e desci para tomar meu café da manhã.

– Bom dia Cida! – Ela sorriu e serviu o suco.

– Não vai esperar seus pais senhorita? Eles já vão descer.

– Hmm.. Tudo bem.

Não demorou muito e eles desceram igualmente arrumados.

– Bom dia, Elizabeth! – Papai falou sentando- se a minha frente.

– Eai!

Ele me olhou com um olhar repreensivo e colocou o guardanapo em seu colo.

– Bom dia, querida! – Mamãe sentou-se ao lado dele.

Tomei um gole do meu suco e fingi que eles não estavam ali. Mamãe suspirou infeliz.

– Suas coisas já estão arrumadas?

– Sim, pai.

– Iremos após o café da manhã.

– Ok, pai. – Ele me olhou e voltou a se servir.

– Filha, não fique com raiva da gente. Só queremos o seu bem!

– Me mandando para longe? Beleza, por mim vai ser melhor mesmo estar longe de quem me quer longe.

– Um dia você irá nos entender Liz. – Papai suspirou.

– Ou não! Com licença.

Tomei o resto do suco e saí da mesa, fui para o jardim a fim de esperar-los lá. Vi Alexis colocar minhas malas no carro do papai.

Paramos em frente a um portão imenso, enfim tínhamos chegado. O caminho para lá durou umas hora e meia, aquilo era o fim do mundo! Depois de papai se identificar o portão foi aberto e entramos. Havia 3 prédios de quatro andares e mais dois nos fundos. Paramos em frente a um dos primeiros prédios que parecia ser o principal, uma mulher alta e com um uniforme sofisticado já nos aguardava.

– Bom dia, sejam bem vindos a Rosses School!

– Obrigada – Agradeci baixo.

– Meu nome é Louise Calvet, sou a diretora do internato.

– Olá senhora Calvet, sou Ivan Campbell. Essa é minha esposa Alissa e minha filha Elizabeth. – Ele apontou para mamãe e depois para mim.

Ela assentiu com um sorriso.

– Então senhorita Elizabeth, quer um tempinho para despedi-se dos seus pais?

– Acho que não será necessário.

Meus pais me olharam triste, mas não opinaram.

– Tudo bem, venha vou lhe mostrar o colégio. – Peguei minhas malas – Com licença senhor e senhora Campbell, qualquer coisas ligaremos para os senhores.

– Ficaremos agradecidos – Minha mãe disse.

– Boa viajem!

– Obrigado – Disseram em uníssono.

Fomos andando pelo enorme jardim até chegar à porta do primeiro prédio.

– Senhorita Campbell, creio que seria melhor eu lhe mostrar seus aposentos primeiro. Assim poderá deixar suas malas lá e caminhar sem o peso delas pelo campus.

– Por mim está ótimo! – Dei de ombros.

Entramos no enorme salão de entrada e pegamos o elevador, no quarto andar na terceira porta tinha uma plaquinha escrita meu sobrenome. Entramos e analisei o quarto minuciosamente. Era de um tamanho médio, havia um pequeno guarda-roupa, uma cama embaixo de uma janela de vidro, e um criado mudo. A cor era tediosamente bege, que cor mais feia! Pensei revirando os olhos. Deixei minhas malas ali e saí trancando o quarto com a chave que havia ganhado agora a pouco.

Já havíamos visitado todos os três prédios da frente, todos eles ocupados por alunas. Alguns entrando e saindo dali, apressadas carregando livros ou só andando tranquilamente. Pareciam curiosas ao me olhar, algumas até me davam as boas- vindas, mas como meu humor estava horrível, eu apenas agradecia e voltava a andar. Fomos para os fundos, onde havia dois prédios. Não entramos, pois a senhora Calvet quis me mostrar os outros três prédios que havia mais nos fundos.

– E aqueles lá – Ela apontou para os prédios – são os dormitórios dos rapazes. Meninas não podem ir lá sem a presença de um inspetor.

– Entendido.

– Agora venha, vamos entrar nesse aqui. – Ela virou-se para um dos dois prédios a nossa frente. – Esses aqui são os prédios de estudo, o da esquerda é onde temos as salas de aulas, laboratórios e a biblioteca.

Entramos e ela me mostrou cada andar, aquilo já estava me cansando. Não sei para que tanta cerimônia! Saímos e entramos no segundo.

– Esse aqui – Ela falou enquanto entravamos num enorme salão com uma piscina olímpica. – É a área do esporte. Temos essa piscina, no segundo andar têm a quadra de basquete e no terceiro andar o grande salão de festas.

Analisei o lugar com garotos e garotas competindo nado de costas e alguns esperando sua vez de entrar. Senhora Calvet saiu do meu lado e foi em direção a um garoto, a segui sem entusiasmo algum.

– Senhor Baker, é isso mesmo que estou vendo?

Olhei para o garoto de sunga que estava sentado com um celular na mão. Seu corpo musculoso prendia minha atenção totalmente, o olhei de cima abaixo sem descrição. Ele tinha cabelos pretos, olhos castanhos, uma boca desenhada e uma expressão debochada no rosto.

– Não sei, o que a senhora esta vendo? – Ele a olhou com desdém e um sorrisinho debochado.

– Sabes muito bem que é proibido o uso do celular durante as atividades escolares.

– Hum, sei sim.

Ela o olhou parecendo irritada.

– Me de esse celular.

– Acho que não senhora Calvet. – Ele a olhou como se estivesse a desafiando.

A senhora Calvet me olhou com um sorrisinho sem graça.

– Querida, o que achas de conhecer o resto dos andares sozinha? Importar-se-ia? Tenho um assunto a tratar agora.

– Não me importo.

Só então o garoto parece ter me notado, ele me olhou de cima abaixo. Senti-me tímida, pois seu olhar parecia totalmente intimidador. Ele deu um sorriso malicioso e falou:

– Bem vinda ao hospício, novata!

Eu ein, que garoto estranho! Saí dali com passos largos, eu é que não queria perder meu tempo conhecendo o resto do lugar. Fui em direção ao prédio onde ficava meu quarto, estava muito exausta emocionalmente para continuar.

– Menino estanho. – Sussurrei sozinha ao deitar em minha cama. E assim fiquei por uns minutos, pensando no corpo sarado dele. Até a imagem de Thomas aparecer e o choro me dominar outra vez.


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Notas finais do capítulo

Se gostaram, comentem pleeease!! Beijos e até o próximo capitulo!



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