One and only escrita por Amanda Viana


Capítulo 21
Close your eyes before the sleep


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores, boa noite!
Mais uma vez peço desculpas por minha demora...
Bom, espero que gostem desse capítulo, então boa leitura e até lá embaixo *-*



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Beatriz

_Mas que droga Mel! Como ele ousa estar ao lado dela desse jeito? –minha voz saiu um pouco mais irritada do que deveria, mas como poderia ser diferente? O Mateus estava sentado na poltrona ao lado da garota mais idiota de toda a escola, e que por um acaso me odiava desde que colocou os olhos em mim pela primeira vez.

_Bia pelo o amor de Deus! essa já é a décima vez que você reclama sobre a mesma coisa! Se está tão incomodada assim, por que não vai até lá e fala com ele em vez de ficar importunando meu sono? –perguntou Melissa olhando para a amiga visivelmente irritada.

_Aaah Mel, caramba! eu não posso simplesmente ir lá e dar uma de namorada ciumenta infantil, até por que eu não sou nenhuma das duas coisas, e se eu não puder falar isso com você, eu vou falar com quem? –falei em defensiva.

_Então pare de agir como tal! E me deixe dormir em paz! –disse Melissa quase gritando as palavras no meu rosto.

_Pois então durma Melissa, não se preocupe comigo, irei ficar muito bem na poltrona dos fundos! –disse levantando-me com brutalidade soando o mais irônica que pude, mas em resposta não ouvi nem um pio sequer saindo da boca da ruiva que aparentemente já dormia tranquilamente. _Argh, que ódio! –balbuciei torcendo para que ninguém houvesse ouvido e sai pisando firme pelo corredor minúsculo do ônibus ignorando as risadinhas e os casais de namorados que havia por todos os lados daquele ônibus.

Não sei se o Mateus havia notado que eu tinha saído do meu lugar, acho que ele estava muito ocupado tentando enfiar a língua na garganta da loira de farmácia ao seu lado. Mas agora ali sozinha olhando a paisagem da janela um pouco embaçada por causa da chuva, me peguei desejando que ele estivesse ao meu lado abraçando-me e me fazendo rir, sim eu estava apaixonada por meu melhor amigo, e já fazia algum tempo que eu havia constatado esse fato, mas não havia reciproca para esse sentimento, eu sabia que o Mateus me amava mas também sabia que o amor dele não passava de um amor terno e afetuoso como o amor que existe entre dois irmãos. Não sei como mas acabei cochilando, e só abri os olhos quando senti algo me fazendo cocegas próximo a minha orelha.

_Para! –disse apenas abrindo os olhos mas ainda sem olhar para quem estava fazendo aquilo!

_Você costumava gostar disso! –disse com uma voz rouca como num sussurro próximo demais do meu ouvido e de repente senti um braço passar por minha nuca fazendo com que eu me aproximasse ainda mais.

_Mas não gosto mais, simples assim! –disse rapidamente olhando nos olhos castanhos alegres de Mateus que agora estava segurando uma gargalhada.

_Não acredito que você está chateada por que eu estava sentado com a Juliana? –perguntou Mateus sorrindo largamente olhando em meus olhos.

_Mas é claro que não, seu bobo! –menti da melhor maneira que consegui.

_Você está mentido Bia! –disse Mateus ainda sorrindo.

_Não estou não! –disse apenas crucificando-me por não ter uma resposta que fizesse com que eu parecesse ter mais de 5 anos de idade.

_Ahh tá sim, mas deixemos isso pra lá, vem cá! Não gosto quando você fica chateada comigo! –ele me abraçou assim como eu havia desejado a algum tempo atrás.

_Você é tão absurdamente cínico Mateus! –disse já com a cabeça em seu colo olhando em seus olhos.

_Como assim? O que eu fiz dessa vez? –disse fazendo-se de desentendido.

_Vai me dizer que você não beijou a loira de farmácia? –falei parecendo aquela namorada ciumenta e infantil que havia mencionado e alegado que não era a exatamente uma hora atrás.

_Bom, eu não a beijei, Bia se você quer tanto saber, eu sei que vocês duas não se suportam então preferi não arrumar problemas para nós dois... –falou o Mateus sorrindo enquanto afagava meus cabelos.

_Sei... –falei apenas virando-me de lado, tentando disfarçar meu total constrangimento, porém precisava daquela seninha com direito a todos aqueles risinhos mesmo?

_Hey! Sabe que você está parecendo com aquela maluca ciumenta que namorei por duas semanas no ano passado? –perguntou o Mateus em meu ouvido baixinho fazendo-me arfar em tom de chateação.

_Eu não acredito que você está me comparando com a Duda!? Considere-se morto Mateus! –disse estreitando os olhos mesmo que ele não conseguisse ver minha reação.

_Calma calma! Não criemos pânico! Para Bia, eu não fiquei com ela tá legal!? Eu não te machucaria desse jeito, eu amo você sua boba! –disse carinhosamente beijando minha bochecha ternamente, e aquilo fora o suficiente para me arrancar um largo sorriso.

Eu havia acordado no meio da noite pois sentia-me com a boca seca demais e aquilo estava me incomodando, então resolvi ir até a cozinha para beber um pouco de água, mas agora estou completamente sem sono sentada numa poltrona ao lado da cama de Mateus, observando seu sono tranquilo, seu rosto terno, e o movimento vai em vem do seu tronco ao respirar. Ele parece tão tranquilo, que por vezes chego a pensar que nada disso está realmente acontecendo. Hoje, ele deixou claro o quanto me ama, mesmo que não tenha dito isso com todas as letras, mas o fato de querer me afastar para que eu possa ter uma vida que ele considera feliz longe dele já prova o quão profundo é o seu amor por mim. É difícil entender que uma pessoa que era tão positiva e destemida agora não acredite nem por um segundo que possa se recuperar, e isso me assusta abruptamente, pois sei do que Mateus é capaz de fazer para acabar com tudo isso, mas se depender de mim, ele vai voltar ao que era antes digo, ele será muito melhor do que antes.

_Beatriz? –ele me chama com uma voz rouca e um pouco arrastada por causa do sono, e droga! Ele ainda não voltou a me chamar de Bia como sempre fizera.

_Sim? –digo calmamente ficando de pé ao lado de sua cama.

_O que está fazendo ai? Achei que tinha permitido você dormir ao meu lado essa noite... –disse com um ar de riso na voz o que me deixou radiante.

_Eu sei, mas acabei perdendo o sono... estava me lembrando daquela viagem que você mencionou mais cedo. –deitei-me novamente ao seu lado, estava um pouco apertado mas eu não trocaria aqueles 60cm de largura por nenhuma king size do mundo.

_Foi mesmo? Aquilo tudo foi muito engraçado, me lembro como hoje da sua carinha ciumenta como uma menininha... –disse e eu pude ver um sorriso se formar em seus lábios.

_Você continua judiando de mim por isso, não é mesmo? –perguntei sorrindo aconchegando-me em seu peito.

_Um pouco, só para não perder o hábito. –disse irônico.

_Tudo bem, mas ainda terá volta! Pode acreditar! –disse sorrindo olhando para ele mesmo que não pudesse me ver.

_Okay, vou esperar aqui ansiosamente, agora vamos dormir, já estou preso a essa cama por muito tempo e se não puder ao menos ter uma noite de sono decente, será demais para aguentar! –disse ainda sorrindo ironicamente.

_Tudo bem Sr.engraçadinho! Boa noite, eu amo você! Ops, desculpe foi só para não perder a força do hábito! –disse sorrindo.

_Boa noite Beatriz! –falou apenas e infelizmente pude sentir um tom de melancolia em sua voz, talvez eu realmente não devesse mais repetir aquelas palavras.

Na terça-feira o sol raiou com todo seu esplendor e por volta das 07:00Hrs da manhã Mariana entrou no quarto despertando-nos com o barulho que fazia ao abrir as persianas. Mateus abriu os olhos vagarosamente e eu sai da cama ficando em pé ao lado da mesma observando o moreno se acostumar com a claridade como um garotinho que acaba de acordar.

_Bom dia! Tudo bem? –perguntei na esperança de que o humor da noite passada não houvesse desaparecido.

_Oi, estou bem, mas confesso que gostaria de continuar dormindo, acho que seria mais útil no mundo dos sonhos onde eu ainda conseguia me mexer... –disse Mateus com um tom de sarcasmo em sua voz.

_Mateus...! –disse em tom de repreensão estreitando um pouco os olhos.

_Tudo bem, estou bem Beatriz, mas ainda sinto um pouco de sono. Só isso! –Ele olhou para mim calmamente, então pude respirar mais aliviada afinal o bom humor não havia desaparecido.

_Querido, vou trazer seu café e daqui a pouco o Fábio virá para que vocês possam começar os exercícios de hoje! –disse Mariana sorrindo olhando diretamente para o filho.

_Hoje de novo mãe? Eu não estou me sentindo bem para esses exercícios bestas! –disse Mateus rapidamente em resposta, era incrível como por vezes ele parecia com um garoto birrento.

_Mateus, nenhuma palavra, okay? –falou Mariana notando que o filho estava mentindo sobre seu mal estar. _Bia, você vem? –perguntou olhando para mim com um largo sorriso referindo-se ao café da manhã.

_Vou, só um momento. –pedi enquanto a mulher nos deixava a sós novamente.

_o que foi? Por que está me olhando desse jeito? Eu não sou mais criança para ficar com medo dos seus olhos intimidadores Beatriz, isso só funcionava quando eu tinha 11 anos. –disse Mateus sorrindo com o canto dos lábios.

_Você sabe que está agindo como tal, não sabe? – olhei em seus olhos tentando manter o máximo de firmeza e seriedade possível.

_Não estou entendendo... –disse apenas ainda olhando para mim.

_Mateus, você precisa cooperar um pouco mais com a sua fisioterapia. Pelo o amor de Deus! O que há de tão ruim em fazer alguns exercícios? –falei sentando-me ao seu lado na cama de modo que pudesse olha-lo de frente.

_As expectativas Beatriz, expectativas demais pro meu gosto. –disse apenas com uma voz fria e firme.

_E por que não podemos tê-las? Você vai melhorar, eu sei que vai! –disse firmemente segurando sua mão que ainda tinha o mínimo de sensibilidade para que ele pudesse sentir um pouco do meu toque.

_Eu não vou melhorar Beatriz, vocês precisam parar com isso! –disse desviando o olhar para a janela.

_Mas é claro que vai! Por favor não fique assim, iremos te ajudar! Eu vou te ajudar, jamais desistirei de sua recuperação! –disse apertando sua mão.

_Okay, agora vá comer, me deixe um pouco sozinho. –disse ainda olhando para o nada.

_Tudo bem, mas se você não acredita que vai melhorar, pra mim isso não importa por que eu estou acreditando por nós dois. –disse levantando-me para sair do quarto. Mateus nada disse em resposta apenas continuou olhando para o lado.

Cheguei a cozinha quando Mariana já estava prestes a levar o café da manhã do filho numa bandeja de madeira. Eu sorri para ela e me sentei a mesa, comecei por uma torrada com um pouco de geleia e depois comi uma fatia de bolo com um copo de suco de laranja. Satisfeita fui até o quarto de Mateus pegar minha bolsa pois precisava ir até a faculdade mesmo estando atrasada.

_Bom, eu já vou, preciso dar uma passada na faculdade mas assim que dé eu volto, okay? –falei olhando para Mateus que tomava um pouco de cereal que sua mãe havia preparado.

_Tudo bem meu anjo, boa aula! –disse Mariana sem olhar pra mim. Então me aproximei dos dois e beijei a bochecha de Mateus que apenas me olhou e lançou um meio sorriso, eu beijei a testa de Mariana e voltei a olhar para Mateus.

_Eu estarei de volta o mais rápido possível! Fica bem tá!? –falei olhando naqueles olhos castanhos que eu já conhecera tão bem.

_Tudo bem. –disse Mateus apenas olhando para mim, e sinceramente naquele momento eu posso dizer que ficaria ali apenas olhando para ele o resto da minha vida.

Sai do quarto a passos largos, quando estava caminhando em direção ao jardim encontrei Victor e Fábio eles estavam conversando sobre alguma coisa com relação ao tratamento de Mateus mas eu não soube ao certo do que se tratava.

_Hey! Bom dia! –disse Victor com um sorriso abraçando-me.

_Oi e Tchau! Estou super atrasada! Mais tarde eu volto. Ah, Bom dia Fábio! –disse já andando a passos largos notando que a garagem ficava cada vez mais próxima.

Entrei no meu carro e dei partida, consegui chegar a faculdade com apenas 30 minutos de atraso, assisti todas as aulas e entreguei um trabalho que estava pendente, depois das aulas fui até a cantina e comprei um hambúrguer para viagem. Por volta das 14:00Hrs, eu já estava em meu apartamento com o Notebook no colo e o hambúrguer na mão, enquanto comia tentava aprimorar o prólogo do meu segundo livro que iria levar para uma outra editora afim de conseguir a publicação dele. Sorri ao notar o quanto aquela história estava parecida com a vida da Mel e do seu vizinho que por um acaso era o grande amor da sua vida, pena que ele ainda não sabia disso. Consegui me satisfazer com a escrita do prólogo por volta das 15:15 da tarde, dai salvei e desliguei meu notebook, caminhei até a cozinha lavei minha louça suja e logo após cai na cama, ela estava incrivelmente confortável naquela tarde. Então antes de cochilar lembrei-me que ainda não havia falado com Gabriel desde o dia anterior então como estava muito cansada para falar com ele, resolvi mandar uma breve mensagem de texto.

Hey, boa tarde!

Como você está? Espero que esteja bem!

Bom, queria apenas dar um oi... beijos e até mais!

Após uns 15 minutos depois de ter enviado a mensagem ele respondeu dizendo que estava bem e que estava com saudades, por algum momento eu deixei meus olhos parados naquelas letras que compunham a palavra “saudades” e acabei por sentir algo diferente dentro de mim, não sei bem o que era, mas me dei conta de que também estava com saudades dele, e isso acabou me assustando, meu Deus! as coisas estavam começando a ficar confusas, claro que meu sentimento pelo Gabriel ou seja lá o que isso seja não se compara com o que o amor que sinto pelo Mateus, mas confesso que estou possivelmente atraída pelo loiro gentil dos olhos claros... Droga! Porém resolvi afastar esses pensamentos da mente e conclui que apenas estava sentindo falta da segurança e do jeito atencioso do Gabriel, era só isso, precisava ser apenas isso.


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Notas finais do capítulo

É isso minhas flores! iai gostaram? odiaram? bom, se chegaram até aqui por favor deixem seus reviews!
Well, muitas surpresas ainda estão por vir, but, já estamos no capítulo 21° então preciso informar que o fim está próximo ...
um xêro e até o próximo, fiquem com Deus!
Ah, para quem está acompanhando All i need, peço minhas sinceras desculpas pois os problemas continuam mas estaremos postando até o final dessa semana! Torçam por nós! beijos



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