Meu imbecil escrita por Talufa


Capítulo 2
capitulo 1 - Antes de dividir a melancia. Part 2.


Notas iniciais do capítulo

Mais um dia de capitulo. Espero que gostem.



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Ficar inerte dentro de um carro não se compara a ser a pior coisa do mundo, pois ultrapassa mil vezes isso. Fiquei encarando a janela, sem me mexer, sentindo seu olhar curioso sobre mim. Ao escutar a voz de Rodrigo, sempre que respondia o pessoal, meu corpo implorava para sair do carro. Mas calma, Tina, ele mudara. Pensei. E no meio desses pensamentos, decidi agir de forma normal. Ou pelo menos o que eu achava que seria normal. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo firme e levantei meus braços para espreguiçar-me, até que:

— Tina? — Parei do ar.

Ele percebeu, droga, droga, droga. Virei-me lentamente, já com os braços em seus devidos lugares.

— Perdão? — Fiz-me de desentendida, com a voz mais fraca o possível.

— Valentina, irmã de Vinicius. Estou certo? — Mesmo sendo uma pergunta, sua expressão estava de afirmação.

— Sim. — Quase sussurrei. — E você?

Como a péssima atriz que sou, deu exatamente para perceber minha falsidade nas palavras. Claro que eu sabia quem ele era. Eu nunca esquecera seu rosto malicioso que sempre quisera me enfiar em complicações nas ferias da Bahia, tanto que quase morri em uma. Agora ele estava com seu corpo todo virado para meu lado, mas com minha maravilhosa bolsa no meio, separando nossos corpos.

— Está brincando, não é? — Juntou as sobrancelhas e depois deu um sorriso largo.

— Não. — Mais uma mentirinha.

Nessa hora, Duda estava dormindo no banco da frente, e Heitor estava tão concentrado na estrada cheia de pedrinhas que rangia os dentes.

— Rodrigo... Da Bahia. — Ele continuou, dizendo na maior naturalidade, como se não tivesse acontecido o que aconteceu.

"Ah, então você é aquele que me afogou? Que prazer te reencontrar assim!" Essa seria a melhor resposta?

— Hum... - Fingi pensar olhando para meus dedos quentes. Mas era só uma desculpa para não encarar seus olhos pretos.

— Lembrei... Bons tempos. — Que diabos de resposta, Tina!

— Wow... — Parou um pouco me analisando. — Você continua com uma boca grande. — Ouvi Heitor rir baixinho.

Eu o encarei tão mortalmente, que ele se encolheu no banco, e pela primeira vez, tirou os olhos de mim.

— Não foi uma ofensa. — Murmurou, quase para si mesmo.

Ignorei aquilo e voltei a olhar para a janela, já com meu pescoço doendo. Passara-se 40 minutos, o calor estava de matar. Fazia 30 graus, e era um pouco incomum estar tão quente assim na cidade. Eu ouvia Duda reclamar, Heitor reclamar e Rodrigo continuava calado. Talvez ele tenha ficado um pouco constrangido pela fala mal dita, ou pelo menos eu espero que tenha.

— Alguém me passa a água, pelo amor de Deus. — Duda quase gemeu essas palavras, depois de acordar, derretendo-se no banco.

Heitor parou o carro perto de uma vendinha, que incrivelmente apareceu do nada. Saímos do carro derrotados e fomos em direção a ela. Separamos-nos, acho que para cada um comprar o que precisava. Passei pelos frios, e depois fiquei analisando uma fila de compotas, de todos os tipos. Eu queria agarrar aquelas azeitonas e não soltar nunca mais. Pareciam tão frias, tão gostosas...

— O que você pegou? — Desejei rapidamente estar no carro.

— Deixei meu dinheiro no carro, Rodrigo. — Falei sem olhá-lo.

— Pode pegar qualquer coisa, eu pago pra ti. — Virei o olhando friamente.

Eu não precisava do dinheiro de matadores de crianças.

— Não, obrigada.

— Nem para esse pote de azeitona que tá em sua mão? — Olhei para ela e realmente havia um.

Acho que minhas mãos queriam aquilo. Por um momento pensei: Eu devia aceitar, ele me deve uma! Na verdade, me deve mil!, mas respirei fundo e coloquei o pote na prateleira.

— Cuida do que é teu, ok? — Respondi seca. E voltei a caminhar, mas ouvi longos passos atrás de mim, como os de corrida.

— Isso é por causa da boca? — Ele continuava a me azucrinar. E eu ignorei. — Tina... Tina! — Ele segurou meu braço fortemente. Por incrível que pareça, por um momento, o calor de toda a cidade invadiu meu corpo. — Eu quero esquecer tudo, digo... Vamos passar alguns dias juntos, não vamos? Não quero brigar contigo, mesmo que não estamos. Estamos? — Rodrigo pegou-me desprevenida. E estar confuso ao mesmo tempo.

— Claro que não. — Respondi, ainda seca.

— Galera, cheguem mais! — Ouvi Heitor gritar do outro lado.

Foi nesse belo momento que Drig soltou o meu braço e foi na frente. Fui rastejando, enquanto ouvia no radio da vendinha as pessoas reclamarem sobre o tempo.

— Tina, acorda! — Duda puxou meu cabelo.

— Oi? — Olhei assustada para eles, mesmo não querendo demonstrar.

— Os meninos estão querendo comprar essas melancias para chuparmos no caminho. — O olhar de todos foram maliciosos.

As olhei de relance e pareciam implorar para serem compradas.

— Não estou com dinhei...

— Eu pago! - Rodrigo interrompeu-me com uma voz firme, e depois deu uma piscadela.

Revirei os olhos querendo voltar para casa.

— Obrigada, mas não sou fã de melancias. — SOU SIM! Maldito dinheiro.

— E você não vai comprar nada? — Duda encostou-se mais. — Pago e depois você me paga. — Sussurrou como se fosse um crime.

Na real, eu tenho certeza que ela referia-se a camisinhas, remédios, diabo a quatro, etc. Mas essas coisas não seriam compradas por mim.

— Vou esperar no carro. — Foram minhas únicas palavras até ir para lá.

Fiquei olhando a movimentação apoiando meu corpo no carro. E refletindo. Refletindo como minha vida não tinha nada a ver... Digo, que raios de destino é esse?. Eu já podia imaginar Heitor e Duda se atracando em todos os cantos e eu trancada em minha barraca. Ou lendo pela terceira vez alguns livros que eu pusera em minha mochila.

— Eu devia ter roubado! — Ouvi a voz de Heitor se aproximando, então acordei de meus pensamentos.

— Acredita que Heitor queria roubar o caixa? — Duda disse sorrindo, e em seguida tomou um gole de água.

— Wow, que surreal! — Fingi me importar com aquilo, mas saiu falso.

— Nossa, Tina. — Ela revirou os olhos e entrou no carro.


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Notas finais do capítulo

A historia ainda não pegou aquela ação, mas prometo que no proximo tera BEM mais, rsrs.
E como promessa é divida, aqui está a Duda: http://data1.whicdn.com/images/128678243/large.jpg
Comentem o que acharam, obrigada.