29/09/2014

Hoje não foi o dia. E por pouco parecia ter perdido o sentido da sanidade.

Ninguém dedicou seu dia para reparar o outro. Sabia que ele estava na minha frente, assim como sabia que eu estava perto dele. Mas decidi concentrar-me nos estudos. Difícil, mas consegui.

Teve uns momentos que notei que me encarava, mas ao responder com meus olhares, virava rapidamente. Depois disso ficou conversando com uma amiga que sentava próximo.

Não consigo olhar para a cara dele, reparo minha amiga e volto para o mesmo, como se estivesse sentido algo como ciúmes, mas não. Se analisar seu rosto vou sempre parar nos olhos verdes escuros.

O instante que estou a lembrar até agora é quando o mesmo cantava e eu e essa camarada reparávamos e riamos, no momento que a letra disse:

“...Ela sorriu para mim...”

Ele me olhou enquanto eu sorria. Depois disso fiquei tímida. E atordoada. Dediquei todo o meu tempo a olhá-lo e observá-lo, senti que estava doente. Com algum problema. Segui minha amiga por todos os lugares a procura dele por causa de uns óculos. Estava mal. Parecia que não tinha mais motivo de existência, tudo girava em torno desse encanto.

Até que respirei fundo e esqueci.

Voltei a ser normal. A viver sem loucuras. E nem um instante a mais nós nos visualizamos com minuciosidade. Sabia que estava ali e sabia que eu também estava.

Ah, pode ser paranoica, mas um colega é um tanto abusado e fica se jogando para cima de mim e notei um breve olhar.

Hoje não foi o dia, mas comecei a notar tristemente que tudo parece a diversão do dia. Talvez opinião minha. Mas tenho a impressão disso, porque imagino que cada vez que acontece uma coisa diferente entre nós, ele vai contar para seus amigos. Não sei se em uma boa forma ou não.