P.O.V Violetta Castillo

Um mês depois...

Eu ainda estava em choque. Não podia acreditar que hoje era o dia do meu casamento.

Tudo fora feito às pressas, León queria casar logo, e, não posso negar, eu também. Os preparativos para o casamento foram uma loucura das grandes, todos estavam ajudando, tanto é, que, víamos pessoas correndo pra lá e pra cá ajudando nos preparativos.

Eu ainda não acreditava que hoje seria meu casamento. HOJE! Estava tão nervosa que roeria as unhas se pudesse, entretanto, se eu fizesse isso minha irmã deixava León viúvo antes mesmo do casamento.

Andava de um lado para o outro, tentando me acalmar, porém, nada do que eu fazia surgia efeito. Já estava pensando seriamente em pular a janela para ver se com o tombo eu resolveria alguns probleminhas da cabeça, que no caso é: o casamento.

Nosso casamento não seria na igreja, como a maioria das pessoas fazem, seria na nossa nova casa, à qual eu lembrarei pelo resto da vida, pois foi lá que eu fui pedida em casamento, e é lá que eu irei me casar, e é lá também que viverá minha família com León.

Eu estava na casa de dona Mariana. Ainda morávamos lá, pois León havia dito que só iríamos morar na nova casa quando estivéssemos legitimamente casados. León estava na casa de Diego, e Fede, Broduey, e até mesmo Andrés, que andava sumido, estava lá. Já as meninas, estavam todas aqui.

Minha pequenina, Crystal, seria a daminha de honra. Porém, ela agora dormia. Ficou bastante agitada com o movimento da casa, e acabou pegando no sono, contudo, teríamos que acorda-la daqui à pouco para prepara-la formalmente.

Agora no momento, eu estava arrumando o cabelo. O casamento seria às 16h00, agora são exatamente 13h22. Daria tempo para tudo, Ludmila disse. E quem sou eu para duvidar dela?

Agora a cabeleireira que contratamos arrumava o penteado, que já estava quase pronto, faltava apenas algumas presilhas para que o penteado ficasse mais firme.

Logo que a moça acabou meu cabelo, se retirou do quarto deixando-me à sós com meus pensamentos exóticos - devo confessar. Sem dar tempo de pensar em mais nada, uma pequena pessoinha de olhos azuis invade o ambiente.

– Meu amor! Como você está linda! - Digo para minha princesinha que mexia no vestido, encantada.

– Eu inda! - Ela bate palminhas e sorri.

– Sim, você está linda! - Ri. - Vem aqui com a mamãe...- A chamo e ela tenta correr mas não consegue por causa do vestido. - Sem correr, filha, você cai se correr! - Digo séria e ela achou ser um sermão e fez biquinho.

– Goto cole! - Ela disse enrolado.

– Mas não pode "cole" não, neném faz dodói se correr. - Digo e coloco ela sentada sobre a penteadeira.

– Alta! - Ela ri e eu rio junto.

Minha pequena fará aniversário logo, logo, completando então seus 2 aninhos. Será o primeiro aniversário que ela passará comigo e com um verdadeiro pai. Com uma família. Em seu primeiro aninho meu pai, com muita insistência, permitiu que eu fosse vê-la, porém foram apenas minutos que eu pude dar um beijo nela e ele logo mandou eu ir embora. Tive de fazer o que ele mandou, infelizmente. Não pude fazer a festa que ela realmente merecia naquela época, mas, a partir de agora, isso irá mudar! Agora, os próximos aniversários da minha princesinha, será em família, a família que ela nunca teve, a família que eu nunca tive.

– Ah! Crystal! Você está aí minha pestinha preferida! - Ludmila diz entrando no quarto com uma sapatilha branca em mãos. - Vem com a tia que sua mamãe precisa se arrumar. - Ela tenta pegar Crystal que se agarra em mim.

– Deixa ela, Luh. - Digo rindo. - Né meu anjo, diz pra tia Ludmila: me deixa em paz com minha mamãe!. - Faço voz de bebê e Ludmila ri.

– Dexa paz eu! - Crystal faz bico e faz cara feia para Ludmila.

– Vilu, você tem que se arrumar! Cadê a maquiadora? E as meninas? - Pergunta olhando em volta.

– A maquiadora ainda não chegou. - Digo e começo a ficar nervosa.- E se ela não chegar? E se eu ir sem maquiagem? E se as pessoas me acharem feia? E se quando o León me ver sem maquiagem desistir de casar? E se todos se assustaram com minha aparência sem maquiagem? - Começo a andar em círculos no quarto e Ludmila faz uma cara de: "Porquê eu fui perguntar isso?"

– Vilu, você prec...- Antes dela começar com os velhos conselhos de, "você precisa se acalmar", León entra no quarto sorridente.

– León! - Pulei no pescoço dele assim que o vi. Por mais que não parecesse - ou parecesse -, eu necessitava de um abraço dele. Eu estava nervosa, nervosa é pouco, o que eu estou sentindo ainda não foi nem adicionado ao dicionário!

– León! O que você está fazendo aqui seu maluco! Não sabe que não pode ver a noiva antes do casamento? Da azar! - Ludmila só faltou pular no pescoço dele e mata-lo asfixiado.

– Azar? - Perguntei mais para mim do que para eles. De repente uma tontura me atingiu e eu precisei me apoiar em León, senão ia de encontro ao chão.

– Amor...- León me carregou até a cama. - Calma, isso não vai acontecer, até porque eu não acredito nesse negócio de azar, nosso amor é maior que qualquer coisa! - Ele diz e beija minha testa.

– Vou buscar um copo d'água pra você! - Ludmila diz preocupada e sai rápido do quarto.

– Você não vai me abandonar no meio do altar só porque eu não estarei maquiada. Vai? - Perguntei e engoli seco. Ele riu baixo e logo tratou de responder ao perceber que eu estava falando sério.

– Claro que não, meu anjo! Nem que você fosse com o cabelo roxo eu iria te abandonar! - Ele ri lembrando do que aconteceu logo que nos conhecemos e eu solto uma risada fraca.

– Bons tempos. - Digo pensativa e ele assente.

– Mas terá dias melhores que esses depois de nos casarmos. - Ele diz sorrindo.

– Papa! - Crystal chama a atenção de León que a olha.

– Oi, meu anjo, eu nem vi você no colo da mamãe! - Diz a pegando. - O que acha de um irmãozinho, hein? - Ele disse e eu arregalei os olhos.

– O que? - Perguntei para ver se ouvi certo.

– Um irmãozinho para nossa pequena, ela não pode brincar sozinha para sempre! - Ele ri.

– Tudo bem, mas daqui à alguns anos apenas. - Digo e ele assente rindo.

– Voltei...- Ludmila entra no quarto fazendo o assunto morrer e com um copo d'água em mãos e me entrega o copo rapidamente.

– Obrigada.

– Que nada!... Agora... você! - Ela aponta para León. - Pode sair do quarto que a maquiadora acabou de chegar e já está subindo. - Ela diz enquanto empurrava León para fora do quarto e eu ri da cara incrédula dele. - E você pequena pestinha... vem comigo! - Ela pega Crystal de meus braços e sai apressadamente do quarto.

Logo a maquiadora chega e dá início ao trabalho. Levou exatamente uma hora para fazer a maquiagem. Mas é claro, ficou impecável! Realmente amei! A maquiadora se despediu de mim desejando-me boa sorte, e logo foi embora, pois tinha outra noiva para embelezar.

Me olhei no espelho novamente, e me deu uma vontade insana de chorar, porém não o fiz, estragaria toda a maquiagem que demorou uma hora para ser feita. Então engoli o choro e sorri para mim mesma. Não havia felicidade maior do que a que eu estava sentindo. Era muito emoção para apenas um dia!

Minutos depois da minha reflexão, as meninas entraram no quarto, todas com belos vestidos de diferentes cores e modelos.

Ludmila e Federico seriam os meus padrinhos e, Francesca e Diego seriam os padrinhos de León. Cami ficou um pouco triste, e como eu não queria vê-la mal, disse que o primeiro filho que eu e León tivermos ela e Broduey seriam os padrinhos. Não preciso dizer que ela amou a ideia né?

– E então? Como se sente? Preparada para o casamento do ano? - Fran perguntou dando pulinhos.

– Acho que sim...- Digo às olhando.

– Acha nada, mocinha, você está preparada sim! - Camila disse séria com as mãos na cintura e nós rimos.

– Sim, eu estou preparada! - Digo sorrindo. - Preparadíssima!

– Ótimo! Agora vou pegar seu vestido. Certo que noiva tem menção à ser atrasada, mas não vamos deixar o noivo ter um surto no meio do altar! - Ludmila disse e logo saiu do quarto, voltando minutos depois com um grande embrulho aonde estava meu vestido.

Comecei a me vestir, e as meninas me ajudaram, como é um vestido de noiva é um pouco difícil. Depois de alguns minutos, finalmente eu estava pronta. Sorri ao observar meu reflexo no espelho.

– Oh, querida, como está linda! - Dona Mariana disse entrando no quarto, com o senhor Carlos logo atrás com Crystal no colo. Uma coisinha que eu esqueci de dizer; Dona Mariana e senhor Carlos estão juntos novamente, parece que resolveram os problemas que haviam entre eles e voltaram a ficarem juntos.

– Obrigada. - Sorri em agradecimento.

– Logo, logo você terá o sobrenome Vargas. - Senhor Carlos disse orgulhoso. - E será um prazer em tê-la em nossa família. - Ele disse sorrindo de leve. - Meu filho tem bom gosto! - Disse e veio até mim e deu um beijo em minha testa. Acho que para ele eu era como uma filha, assim como eu via uma imagem paterna vinda dele.

– Vamos então, pessoal? Sophie já está até no carro. - Dona Mariana pergunta com um enorme sorriso nos lábios.

– Vamos. - Falamos em uníssono.

Descemos as escadas com cuidado pois o véu do vestido não era nem grande nem pequeno, mas qualquer pisada ele seria despedaçado por conta do fino tecido.

As madrinhas foram com dona Mariana no carro dela. E eu fui com o senhor Carlos e Sophie, que estava radiante com o vestido rosa cheio de detalhes de flores.

[...]

Chegamos em frente à minha futura casa nova, que estava totalmente decorada.

Agora era16h05. O início da cerimônia seria daqui à alguns segundos. Os convidados já estavam todos em seus lugares, e logo seria a minha vez de caminhar sob o tapete vermelho que estava estendido até o pequeno palco aonde o padre se encontrava.

– Então querida... está pronta? - Senhor Carlos perguntou me olhando. Ele iria me acompanhar até o altar, pois quem deveria estar comigo nesse momento, está preso.

– Sim, estou. - Digo confiante.

– Então vamos. - Ele sorriu.

Logo ouviu-se a marcha nupcial, primeiramente os padrinhos foram caminhando pelo tapete e aguardamos até que eles estivessem em seus respectivos lugares. Quando já estavam, foi a nossa vez, Sophie foi na nossa frente, largando pétalas de rosa.

Olhei para o pequeno palco aonde eu selaria minha união com o amor da minha vida, e lá estava ele, lindo como sempre. Vestindo um smoking preto, o cabelo arrumado impecavelmente, e o que não podia faltar para completar: o sorriso.

Nossos olhares se encontraram e por momento algum ousamos desvia-los. Nossos sorrisos aumentavam a cada novo passo que eu chegava mais perto. Ouvia-se alguns suspiros alheios pelo ambiente, mas em nenhum momento eu tive a vontade de ver quem era, meu foco era único, meu foco era uma única pessoa... León.

Quando finalmente chegamos até o altar, senhor Carlos beijou minha testa e entregou minha mão à León. Pensei que naquele momento eu iria derramar todas as lágrimas que continham em meus olhos, mas não, ainda consegui aguentar.

León pegou minha mão e enfim, pela primeira vez naquele dia, eu senti que estava segura. Ele olhou para mim com um olhar penetrante, com os belos olhos que tanto me encantam, brilhando como nunca. Eu não deveria estar diferente, acho que toda a emoção que eu estava sentindo ele também sentia. Como se o que sentimos estivessem conectados. Uma conexão inexplicável, que nem eu era capaz de entender.

– Estamos aqui hoje, reunidos para celebrar o amor desses dois jovens, Violetta Castillo e Leonard Vargas, que por amor, decidiram se unir para viverem juntos e formarem uma família...

O padre foi falando, entretanto, eu não ouvi muita coisa, eu só conseguia prestar atenção no ser à minha frente, que por momento algum desviou o seu olhar de mim. A única parte que eu prestei atenção foi:

– Leonard Vargas, você aceita Violetta Castillo como sua legítima esposa,prometendo amá-la e respeita-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até os últimos dias de sua vida? - O padre perguntou focando os olhos em León.

– Aceito. - León respondeu terno enquanto me encarava sorrindo e com os olhos brilhando.

– Violetta Castillo, você aceita Leonard Vargas como seu legítimo esposo,prometendo amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até os últimos dias de sua vida? - Sem desviar meu olhar, olhei nos olhos de León e vi a ansiedade o preenchendo, antes de mais nada, minha resposta veio de imediato.

– Sim, aceito. - Respondi soltando um breve suspiro que eu já queria ter dado assim que cheguei naquele lugar. Nossas mãos se apertaram apreensivas. Eu não via a hora de finalmente me tornar a senhora "Violetta Castillo Vargas". Nos viramos um de frente para o outro, por pedido do padre. Olhei de relance para minha irmã, e ela dava altos suspiros. Até agora eram apenas nós duas, e agora...

– Agora... as alianças. - O padre disse.

Dona Mariana, que sentava perto do altar, junto a Sophie e Crystal. Colocou Crystal no chão e deu a almofada com as alianças para ela. Para ajudar a pequenina, Sophie foi guiando Crystal até o altar.

– Mamã, papa. - Crystal disse olhando para nós. León se abaixou e beijou a testa da bebê, pegou a almofadinha e deu ao padre, o mesmo abençoou as alianças e então prosseguiu.

– Violetta, receba essa aliança como sinal do meu amor por ti. Prometo minha fidelidade para toda a vida, prometo amar-te e respeitar-te sempre, até os últimos dias de nossas vidas. - León diz enquanto colocava a aliança em meu dedo, depositando um beijo em cima logo depois.

– León, receba essa aliança como sinal do meu amor por ti. Prometo minha fidelidade para toda a vida, prometo amar-te e respeitar-te sempre, até os últimos dias de nossas vidas. - Depois de repetir suas jurias, coloquei a aliança em seu dedo, e depois entrelaçamos nossas mãos e sorrimos. Não consegui conter as lágrimas de felicidade.

– Diante do poder a mim investido... eu vos declaro, marido e mulher. - O padre fez um sinal da cruz entre a gente e... - Pode beijar a noiva...

E é assim...

Um dia aparece alguém, pelo qual você é capaz de mudar qualquer coisa em você, capaz de aceitar qualquer coisa para estar ao lado dele(a)...

E esse alguém é tão especial que você nem se importa em ficar de lado contanto que esta pessoa esteja perto de você. E assim, a gente se doa sem dó, sem medo de que pode ou não ser a pessoa em sua vida...