History Assignment... escrita por Daughter of Athena


Capítulo 24
Como ser um idiota: Tutorial completo, por Percy Jackson


Notas iniciais do capítulo

Rumo ás dez mil visualizações!
POV PERCY



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Eu me lembro da primeira briga que tive com Annabeth enquanto namorávamos. Haviam se passado mais de seis meses, mas eu me lembrava. Me lembrava do semblante magoado de Annabeth e das lágrimas que escorriam por seu rosto corado. Me lembrava do frio daquela manhã, da imensa solidão que senti.

E todas essas memórias vieram a tona novamente, como vinham em toda discussão boba que tivemos ao longo desse semestre. Mas agora não era uma briga boba: Tínhamos terminado. Ou melhor, ela terminou comigo e, como se não bastasse, me trocou por um arquiteto marombado.

Acho que não nasci para a universidade: Em uma semana, minha namorada me traiu com meu até então melhor amigo e colega de quarto, eu a traí com sua até então melhor amiga e colega de quarto, fui descoberto, descobri que estava sendo traído, terminei com a minha namorada, fui trocado dois segundos depois por outro cara que ela conheceu duas horas antes do ocorrido e, como isso tudo não é suficiente, quase reprovei no primeiro exercício avaliativo do ano.

Depois que pedi desculpas pela septuagésima quarta vez á Calypso, me retirei do quarto e rumei, cabisbaixo ao meu. Eu estava chateado, pode ter certeza, mas não como daquela vez. As lágrimas que derramei foram de raiva e elas pararam de jorrar assim que a culpa se apoderou da situação. Pode ser que estivesse mais que magoado, mas o sentimento mais transparente era a frustração.

"Mas você também a traiu!" A voz na minha cabeça gritava em plenos pulmões.

E então meu orgulho rebatia: "Ela também me traiu, não venha com essa!"

E com todas essas reflexões pelo cominho, me surpreendeu quando a vontade de agarrar o telefone e me jogar aos pés dela implorando por clemência não apareceu. Eu amava Annabeth Chase e nunca tive dúvidas disso, mas agora era como se algo dentro de mim estivesse me impedindo de me rebaixar a tal nível e ao mesmo tempo me incentivando á seguir em frente.

Luke não era mais um problema e eu entendia perfeitamente o quão vítima nesta situação ele era. Era só um cara apaixonado que, por ironia do destino, escolheu a garota do melhor amigo. Ele estava no mesmo barco que a linda menina de olhos caramelizados se encontrava. Por isso acabaram se conhecendo, compartilhando suas péssimas experiências com o terrível e confuso "casal Percabeth" -Como a universidade passou a nos taxar- e passando por cima das suas mágoas juntos, como um casal que realmente daria certo.

E eu estava feliz por eles. Castellan e eu voltamos a nos falar, a conviver como se nada tivesse acontecido e voltamos a ser dois desconhecidos que dividiam um quarto, como sempre era para ter sido. Ele era um cara realmente legal e eu realmente torcia para que ele e a também maravilhosa Calypso fossem felizes para sempre, como era para ter acontecido á Annie e eu.

Dois meses depois, o sentimento de indiferença ainda não tinha me abandonado, o que me fez começar a achar que eu tinha superado Annie desde o primeiro momento, quando ela deixou aquele quarto com aquele cara pendurado no pescoço. Mais ou menos na mesma época, Charles a pediu em namoro em plena lanchonete, e eu tive a infelicidade de estar presente no momento que a loira aceitou com um largo sorriso e as sobrancelhas erguidas em surpresa. Isso também me fez pensar que ela tinha seguido em frente, o que também me presenteou com mais um banho de indiferença.

O time de futebol ia de bem a melhor e o nosso time se classificara para os estaduais, em que ganhávamos uma partida atrás da outra e levávamos multidões aos gramados. Geralmente, depois das partidas o time, as cheeleaders e alguns torcedores se encontravam no botequim próximo ao campus, onde comemorávamos cada etapa vencida no campeonato. Luke sempre levava Calypso e ao que percebi, minha presença não era incômoda á ela, assim como a dela não era á mim.

Outros quatro meses depois, quando o time estava nas semifinais, perdemos, mas nem por isso deixamos a tradição de lado. Durante seis meses eu frequentava essas sociais e durante os seis meses eu ia desacompanhado, mas nem por isso eu pegava a primeira chefe de torcida que se oferecia. E por incrível que pareça, eu não estava me sentindo mal por isso.

Foi aí que a conheci: Reyna.

Nessa mesma semana das semifinais, ela foi plea primeira vez ao encontro, comparecendo por convite de Harry. Acabamos nos esbarrando, literalmente, por que Thomas me deu um empurrão caçoando pela bola que perdi na zaga e no passo em falso que dei para trás, bati, acidentalmente, na bebida da garota atrás de mim.

–Ai! -Exclamei ao ver o que tinha feito. -Mil desculpas, sério, não era a intenção e...

–Ei, relaxa, campeão... -Ela riu me cortando e pegando um guardanapo. -Percy, não é?

–Isso aí... -Cocei a nuca como sempre fazia quando estava sem jeito. -'O cara que perdeu a bola do jogo"!

–Não acho que tenha sido culpa sua. -Ela falava enquanto esticava o tecido do casaquinho escuro afim de secá-lo. -Definitivamente, não foi a melhor estratégia de todas colocar um velocista para fazer o trabalho de um daqueles armários da zaga.

–Você me lembra muito uma pessoa... -Murmurei para mim mesmo sorrindo ao me lembrar com tanto carinho de Annabeth. -Estudante de direto ou fanática por futebol?

–Eu ficaria com a primeira opção se fosse você. -Ela riu balançando a cabeça. -Acho que vou indo, Percy. Preciso trocar isso aqui...

–Me perdoa mesmo, viu? Não vai, não. Olha... -Falei tirando minha jaqueta do time e oferecendo á garota. -Reyna? Reyna. Olha Reyna, fica com a minha jaqueta. Quem sabe eu não dou a sorte de passar no seu quarto depois pra pegar? No bom sentido, é claro.

A morena riu e eu me encantei pelos olhos pequenos, profundos e escuros. Foi aí que tudo começou. Nos conhecemos melhor, conversamos muito e depois de um tempo começamos a namorar. Annie ficou sabendo, e fiquei sabendo que ela também não se abalou.

Terminei a faculdade, mudei-me pra Califórnia -Junto á Reyna- e consegui um emprego como mergulhador. Eu estava realmente feliz, mas finalmente, depois de dois anos, a indiferença foi embora e todo o remorso pelo tempo perdido caiu sob os meus ombros de uma vez só. Eu fiquei desesperado: O que eu tinha na cabeça? Annabeth Chase era a mulher da minha vida e o que me fez lembrar disso foi o anuário antigo do colegial que eu foleava numa dessas tardes quentes de domingo.

Em uma das fotos Annie e eu estávamos encarando um ao outro, as testas coladas. A legenda dizia: "Casal do ano". Mas o que me chamou a atenção foram os dizeres de uma frase escrita no canto da página em uma caligrafia perfeitamente caprichada:

"EU NUNCA, MAS NUNCA, IREI TORNAR AS COISAS FÁCEIS PARA VOCÊ, CABEÇA DE ALGAS. ACOSTUME-SE A ISSO.

COM TODO O AMOR DO MUNDO,

DA PRA SEMPRE SUA,

ANNIE."


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Notas finais do capítulo

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