POV Annabeth

–Bom dia Annabeth. -Reyna disse me quando me encontrou no corredor.

–Bom dia. -Falei descendo as escadas com ela ao meu lado, Reyna é uma garota legal, me ajudou muito desde que eu cheguei as Amazonas, estar com ela me trás mais perto de uma parte humana.

–Annabeth, depois das aulas, temos treinamento. -Avisou Hylla saindo pela porta principal. Como elas podem ser tão diferentes, Hylla era temida por todos, qualquer Amazona sabe quem é Hylla Avila e o tamanho do seu poder (não quero nem imaginar quantas pessoas ela matou), Reyna é diferente, ela tinha potencial para ser melhor que a irmã, só que não quis matar ninguém, ainda é uma iniciada, a iniciada mais forte que eu já vi, mais forte que muitas completas, mas ainda uma iniciada.

Sentei na mesa das Amazonas, com certeza a mesa mais sem graça de todos os tempos, Drew lixava as unhas, enquanto Lacy perguntava quantas calorias tinham um bolinho.

–Porque tanto preto Annabeth? -Perguntou Drew admirando as belas unhas pontudas pintas de vermelho escarlate.

–Te incomoda, não me importo. -Falo rolando os olhos. Pego uma maça vermelha e coloco no meu prato, apoio a cabeça na mão e levanto a outra, dez centímetros acima da fruta, mexo meus dedos leve mente no sentido horário e a fruta acompanha. Um sorriso se forma em meu rosto, como a gira-la mais e mais rápido, até que o lixa atravessa a maça e a finca na mesa de mogno quebrando o prato delicadamente pintado.

–Isso é irritante. -Drew diz com um sorrisinho debochado, ela é uma Salute formada e me irrita muito, olho para cadeira na qual ela estava sentada e a cadeira voa para trás se espatifando na parede na sala, Drew cai de bunda no chão, mas logo levanta os olhos brilhando vermelhos de raiva, ela apoia as duas mãos na mesa, logo tudo começa a tremer, Lacy da um gritinho e sai correndo.

–É briga que você quer, Chase? -Drew pergunta com um sorriso maníaco, todas aqui tem um sorriso psicótico até eu, frutas e outros tipos de comida flutuavam perto de Drew.

–Esta esperando um convite formal? -Rebato dando meu melhor sorriso psicótico, senti as marcas da minha tatuagem afundarem, doeu como se elas estivem sendo pregadas na minha alma.

Uma cadeira voou de onde Lacy estava e me atingiu nas costelas, cai no chão e minha bochecha ardeu.

–Você é patética Annabeth, tão patética quanto sua mãe, ah desculpa eu esqueci que nem ela te quis. -Drew falou rindo, senti uma raiva descomunal brotar em mim, meu sangue fervia como lava e meus olhos devem estar da mesma cor. Levantei sem fazer esforço, fui até Drew que ria nas escadas, cutuquei seu ombro.

–Você esqueceu de uma coisa Drew. -Digo quando ela se vira, dou um soco em seu nariz e a puxo pelo cabelo, obrigando que me olhasse. -Eu ainda preciso matar alguém. -Vi o medo brilhar em seu olhos, empurrei sua cabeça e ela rolou escada a baixo, desci ouvindo seus gemidos de dor, minha força tinha aumentado consideravelmente com a raiva, com um movimento de mão, a porta foi fechada, as cortinas bainharam, as luzes enfraqueceram, deixando tudo mais macabro do que já é.

Passei ao seu lado e fiz seu corpo machucado me seguir, levantei o braço como se tive segurando o pescoço dela e seu corpo acordado flutuou, seus saltos balançavam um metro acima do chão. Senti toda a energia vital dela sendo passa para mim, me senti mais forte, as dores nas costelas quase sumiram e a vida de Drew também.

–ANNABETH PARA! -Reyna gritou abrindo a porta com um rompante. Deixo Drew cair, ela estava inconsciente e as vezes se mexia.

–Desculpa, eu não queria fazer isso, era só pra ela aprender uma lição. -Falo desesperada, sentindo a culpa me comer viva, eu quase matei a Drew no meio da sala de estar.

–Calma, é normal disso acontecer. Reyna fala se ajoelhando ao meu lado, eu avia caído de joelhos chorando.

–Eu quase matei alguém, se você não estivesse aqui, eu teria matado a Drew. -Digo querendo chorar.

–É o poder, se você não controlar, ele te controla, você a pessoa mais forte que eu conheço Annabeth, todos os seus sentimentos aumentam com o poder. -Ela me abraçou e ouvimos o barulho de alguém na porta.

–O que aconteceu aqui? -Leo pergunta olhando para a cozinha, que estava uma bagunça, pratos quebrados comida pelo chão, pedaços de madeira em todos os lugares. -Annie como aquela garota levitou? Ela estava possuída?

Levanto, pego meu óculos e paro na frente do Leo.

–Esqueça o que você viu, a Drew e eu brigamos e quebramos a cozinha, ela tropeçou no salto e rolou a escada, ninguém levitou e nós não tivemos essa conversa. -Falo com a voz calma e clinica de quem faz uma compulsão, depois abraço o Valdez que tinha cheiro de fuligem e graça. -Beije a Reyna o quanto antes. -Digo no ouvido dele e escuto o seu riso.

Coloco meus óculos e ando a passos rápidos até a faculdade. Vejo Percy e meus amigos na entrada, eles brincavam e riam de algo, passei e os risos sessaram, senti seus olhares queimarem nas minhas costas, apoie em uma arvore, fiquei mexendo no meu celular, tinha tanta saudades daquela época, onde não tínhamos preocupações, não existia nenhuma louca de sei lá quantos anos que planeja fazer algo muito grave, que eu tenho que descobrir para nos atrapalhar, éramos apenas o Percy e a Annabeth, antes eu não acreditava em bruxas, agora sou uma.

–Você está sangrando. -Nico falou me estendendo um lenço preto, meu coração se acelerou de susto.

–Quer morrer garoto. -O ameaço e ele força um sorriso.

–Porque seu nariz esta sangrando? Quanto poder você usou de uma vez? -Perguntou preocupado, Nico tinha ficado muito próximo de mim, ele sabia como é se sentir sozinho e sabia o que eu fazia. O abracei e ele pareceu assustado

–Eu-eu quase matei a Drew hoje. -Confesso, minha voz soa fria, como se estivesse dizendo que o dia era claro.

–Você o que? -Pergunta de olhos arregalados.

–Queria dizer que me sinto mal, mas não é verdade, a culpa me consome, só que eu não me arrependo. -Digo olhando o nada. -Isso é tão errado. -Sombras passam pelos olhos negros de Nico e ele volta a me abraçar.

–O que você esta sentindo é poder, se acostume é só o começo. -Diz e sinto seu sorriso no meu pescoço, olho para o lado, Percy e Thalia nos encaram com raiva, minha vontade era correr até lá e beijar o Percy como nunca antes, mas Hylla estava perto, ela me encorajava a ficar perto de Nico, mesmo não sabendo que ele não pode ser controlado, ela acha que ele é como outra pessoa qualquer e que é um garoto com grandes talentos.

Entramos todos na sala e eu me sento ao lado de Reyna e Leo, que estavam de mãos dadas, ai tem coisa, com certeza tem, Thalia e Nico conversavam e as vezes ela batia na cabeça dele, todos estavam na sala, menos Percy.

Juro que fiz de tudo para prestar atenção na aula, em como o professor chato e barrigudo falava de uma matéria que eu já sei, dizia a mim mesma que ele devia ter ido para casa, mas nada me convenceu, no meio da aula eu peguei minhas coisas e sai. Procurei por Percy em todos os lugares, até que o encontrei no vestiário masculino mais afastado da escola, seus olhos estavam vermelhos, seu cabelo mais bagunçado que o normal e sua pele mais branca que o normal, bufei e entrei fazendo ele me olhar.

–Quem é vivo sempre aparece. -Diz rindo, maldito maconheiro, nada contra maconha, já usei, mas o Percy já é lerdo, chapado fica pior ainda.

–Você esta se destruindo seu grande idiota. -Falo cruzando os braços e batendo a bota no chão.

–Quem se importa? -Pergunta, seus olhos estavam tão tristes que eu tive vontade de o abraçar e dizer que nunca nos separaríamos.

–Eu me importo. -Digo colocando as mãos na cintura, ele fica em pé e ri.

–Sei, você só se importa com o Nico, é festa com o Nico pra cá, abraço do Nico pra lá. -Diz fazendo um biquinho.

–Se você fosse menos idiota ia ver que Nico é apenas meu amigo. -Dou um passo com raiva em sua direção.

–Você viva agarrada com o Nico, e todo mundo sabe que ele não quer ser só seu amigo. -Percy fala dando mais um passo, estávamos a cinco centímetros de distancia.

–Eu não gosto do Nico.

–Gosta de quem em tão? -Pergunta confuso.

–Deuses como você é lerdo. -Falo e escuto Percy bufar. -Eu amo você seu grande idiota maconheiro. -Admito, segundos depois sento Percy me puxar para perto, passando seus braços a minha volta e beijando meu lábios, não foi um beijo romântico com carinho e corações flutuando, foi beijo cedendo, carnal avassalador, do tipo que te deixa sem ar e sem saber o próprio nome.

–Senti sua falta. -Percy confessa quando me solta, sussurro um "eu também" segundos antes dele me puxar para outro beijo.