A Seleção - Interativa escrita por Lady Ann


Capítulo 23
Um Pontinha de Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, lindus :3
OBS: Nesse capítulo tem um set do Polyvore que não foi feito por mim e sim pela minha leitora lindaaa The one true queen of Westeros



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DIA DA FESTA.

Matthew Lewis

Finalmente o dia da festa chegou. Eu não podia esperar para ver o que as Selecionadas prepararam. Meus pais não deixaram que nós soubéssemos quem ganhou até chegarmos na festa e vermos a decoração. Aquilo estava me deixando mais animado ainda.

O palácio não produzia muitas festas. As festas que tínhamos eram para a visita de aliados ou festas de aniversário, coisas relacionadas com a cultura, ter uma festa “sem propósito”, era muito bom para acalmar os nervos, e, cá entre nós, os meus precisavam muito ser acalmados. Além disso, as Selecionadas veriam seus parentes e amigos, o que deixava toda aquela pressão que elas têm mais leve. Conversar com alguém que te entende ajuda muito.

Sentei-me na cama e lembrei-me da conversa de ontem com Thomas. Era incrível como eu me sentia bem melhor depois daquilo. Eu tive a melhor ideia do mundo indo ao quarto dele. Por outro lado, saber que ele também gosta de Cassandra e de Julieta me fez sentir uma coisa que nunca senti antes: ciúme. Nunca tive que dividir nada com ninguém, e, logo agora, eu tenho que ficar dividindo com ele as Selecionadas que eu gosto.

E com Cassandra era diferente. Thomas disse que gostava “seis” de Julieta na “escada Lewis do amor” que ia de 1 a 10; todavia, eu tinha certeza que ele gostava de Cassandra no mesmo nível que eu. Não queria dividir Cassandra com Thomas. Gostava dela “nove”. Ele não gostava dela assim. Não poderia.

Levantei-me. Era de manhã e eu nem precisei que Annaliz viesse me chamar. Parecia que a Seleção tinha me afastado de todo mundo, nem mesmo ela salvava a pátria, estava sempre com coisas a fazer.

Olhei para meu criado mudo e percebi que tinha uma bala ali com um bilhete. Era da minha mãe. Comi a bala. “Não se esqueça de estar apresentável hoje, as pessoas mais importantes para as meninas estarão aqui hoje”. Sua caligrafia era tão perfeita. Deixei o bilhete de lado.

Peguei meu celular e digitei uma mensagem para um amigo, Cody: “Vai ter festa aqui no palácio, vc vem?”. E depois digitei outra para Alec: “Vc vai vir hj?” . Ele estava online e respondeu no mesmo segundo: “Não, foi mal”. Estranhei, Alec nunca faltava as festas do palácio. “Por que?”, digitei. Ele demorou para responder e sabia que estava inventando uma desculpa. Eu definitivamente não queria passar aquela festa inteira sozinho. “Vou visitar meus pais”. Tive vontade de mandá-lo mentir melhor, mas não disse mais nada. Fiquei com raiva de Cody por não responder tão rápido quanto Alec.

Fui até o armário e peguei uma camisa branca qualquer, que eu já não usava há muito tempo, e coloquei uma calça jeans preta. Hoje eu não queria estar com aqueles ternos. Iria ter festa e eu queria estar à vontade. Mamãe não se importaria, eu tinha certeza, eu só precisava estar apresentável na hora da festa.

Eu estava com a camisa na mão, prestes a colocá-la, quando alguém abriu a porta. Era Annaliz. Ela soltou um gritinho abafado por me ver em pé àquela hora e ainda sem camisa. Mastiguei a bala. Ela ficou totalmente vermelha e eu podia ver mesmo sem acender nenhuma luz, apenas com a luz que passava pela cortina grossa e cinza do meu quarto.

– Que susto, Matthew, eu quase morri – falou, olhando para o chão.

Não respondi. Só para deixá-la com raiva decidi nem colocar a camisa. Joguei-a por cima do ombro. Seus olhos ainda estavam no chão.

– Sua Alteza deseja alguma coisa? – perguntou baixinho, corada.

– Vai começar com essa de “sua Alteza”?

Annaliz nunca me tratava assim. Parecia que, com outras meninas na casa, aquela mania de mandar indiretas sobre o humor delas estava pegando. Ela ficou quieta, toda encolhida.

– Não quero – respondi áspero.

Ela fechou a porta. Pude perceber que estava segurando um copo da minha bebida favorita, milk-shake de chocolate e creme com chantilly e calda de chocolate e caramelo. Ela veio até mim e me entregou o copo.

– Você sabe onde me encontrar se precisar de algo.

Ela saiu do quarto antes que eu tivesse tempo de pensar em uma resposta brilhante. Agradeci mentalmente por ela me conhecer tão bem e suguei um pouco da bebida pelo canudo antes de coloca-la encima da mesa e botar a camisa. Peguei meu celular e saí do quarto tentando arrumar meu cabelo.

Meus pensamentos voltaram à Seleção. Todos sempre diziam de como a Seleção parecia ótima e, em questão de mídia, estava mesmo. Meu pai disse que a Seleção dele foi um desastre, mas quando ele achou a pessoa com quem ele queria viver, todo o povo entrou no clima com ele. Algumas pessoas até casaram-se no dia do casamento dele para dar sorte.

Queria que nossa Seleção fosse assim, e até agora era assim que estava sendo. Porém, alguns jornalistas ainda falavam do ataque dos rebeldes que fez Emili e Karen pedirem para ir embora do palácio. Elas deram uma entrevista completa comentando todos os momentos “amedrontadores” e contando como “o príncipe Thomas não deu assistência”. Eu não culpava Thomas, ele já tinha muitas coisas pra lidar naquele momento, não deveria ligar se as meninas estivessem com medo ou não. Mamãe nunca foi chorona, elas também não deveriam ser.

Meu pai disse que outras Seleções haviam sido planejadas para acalmar o povo. A nossa... Bem, o povo não fazia alvoroços, eram tempos bons para Illéa, porém, meu pai estava cansado, estava doente, e todos podiam perceber. A Seleção não foi criada do nada para entretenimento, foi para dar esperança às pessoas. Como também para escolhermos quem seria o rei.

Fui para o térreo, não tinha a menor ideia do que fazer, só não queria ficar parado. Fui para o jardim encarando meu celular. Li mensagens que mandaram no meio da noite e rezei para Cody dizer que viria, não importava onde estivesse. Quando tirei os olhos do celular, a primeira coisa que vi foi Thomas e Julieta conversando. Thomas estava todo arrumadinho, perfeito de um jeito que dá raiva. E ela estava linda, sem igual. Mas seus olhos estavam olhando para ele.

Me segurei para não ir lá e acabar com o encontro. Aquela seria uma atitude ridícula de adolescente de 15 anos. Respirei fundo e decidi que teria troco. Ele disse que gostava “seis” dela! Como ele podia estar fazendo aquilo? Eu nunca chegaria perto de Amber ou Cassidy depois de ontem, nem de Lauren ou Taylor, sabia que ele gostava delas. Porém, aquilo não parecia ser nada para Thomas.

Levantei e deixei o milk-shake para trás, não merecia ficar olhando aquilo em um horário que, só pra começar, eu nem devia estar acordado. Percebi a existência de um cabelo ruivo a distancia e fiquei feliz. Era como se Thomas tivesse sumido. Ela estava olhando a decoração do palácio pacientemente, em uma calça preta justa, que se encaixava perfeitamente a cada uma de suas curvas. Peguei meu celular e tirei uma foto dela, ajeitando o zoom.

Enquanto andava até ela percebi o quão desarrumado eu estava. Thomas estava com seu maravilhoso terno recém-passado e eu de jeans e camiseta. Fui até ela mesmo assim, sendo rainha, ela teria que me ver todos os dias, seria legal se já tivesse uma “amostra grátis”.

Ela estava parada na frente de um vaso cheio de flores. O vaso tinha vários detalhes em azul e dourado e parecia combinar com o vestido dela. Ela nem me viu chegando.

– Gosta do que vê, senhorita Penderghast?

Ela deu um pulinho e ficou um pouco vermelha e acanhada na minha presença.

– É lindo, Alteza.

“Alteza”, repeti em minha mente. Não suportava aquele tipo de tratamento.

– Pensei ter dito que não precisava me chamar assim – ironizei. Ela deu um sorrisinho.

– Também achei que não fosse mais me chamar de “senhorita Penderghast”. Sua pronúncia é horrível no francês.

Ela sorriu. Cassandra era francesa e, assim como algumas jovens próximas da família real francesa, recebeu a carta da Seleção. A França foi o único país a receber cartas da Seleção, isso por que meu pai queria fazer um acordo com o rei da França, pai de Amber, e seria bem mais fácil se ela casasse com um de nós. Claro, Thomas não sabe disso, e eu não queria estragar o romance dele contando. Mas agora acho que seria uma boa ideia.

– Eu tento. – Dei de ombros, derrotado. – Animada para hoje, Cassandra?

Ela respirou fundo, acho que não esperava que eu dissesse o nome dela daquele jeito, com todas as letras e carregado de desafio.

– Não muito, Matthew – devolveu. – Não escolheram minha festa. Mas não me importo, foi merecido escolher a...

– Não me conte! – pedi, interrompendo-a. – É pra ser surpresa – expliquei.

– Ah, sim, achei que já soubessem de tudo.

– Não, minha mãe disse que queria que adivinhássemos quem fez a festa só de olhar a decoração.

– Parece divertido. Eu poderia ter dito que ganhei, então.

Ela sorriu. Será que tinha ideia de como ficava bonita quando sorria?

– Eu teria acreditado – disse. Não queria que ela escutasse, era mais um pensamento que minha boca grande não soube filtrar, mas, por mais baixo que tivesse saído, ela escutou. - Quero te mostrar uma coisa.

Peguei meu celular. Achei que seria legal mostrar a foto que tirei para ela. Afinal, tirar fotos de alguém e guardá-las sem que a pessoa saiba parece um pouco maníaco. Ela olhava atentamente cada deslize dos meus dedos.

– Já tinha esquecido que celulares existiam – comentou risonha. – O que é?

– Uma foto.

– Foto? Adoro fotografias.

– Vamos ver se vai gostar dessa – achei a imagem e mostrei para ela. Ela corou e sorriu.

– Me vigiando, senhor Lewis? – Tinha um sorriso de canto nos lábios e me deixou completamente sem fala.

– Eu...

– Se vamos falar sobre fotos, quero que veja uma coisa.

Ela deu dois passos e se virou para dizer “siga-me”. Não consegui ficar parado.

● ● ●

Cassandra Beatrice Penderghast

Levei Matthew para meu quarto. Não sabia se isso era permitido ou não, mas queria que ele visse algo que tem a ver com quem eu era de verdade. Eu gostava de Matthew, mais do que as outras meninas talvez, e adoraria mostrar para ele uma parte da minha vida que eu ainda não tinha mostrado para ninguém.

Matthew estava curioso e perguntava o que era. Eu fiquei feliz por ele estar sendo tão colaborativo. Bem, talvez eu estivesse feliz mesmo por ele estar me dando atenção mesmo com todas as coisas importantes que ele teria que resolver naquele dia.

– Vai me levar para o seu quarto? – perguntou. Eu estava andando na frente, porém, mesmo que não pudesse ver seu rosto, sabia que ele estava com aquele sorriso que só ele sabe fazer.

Quando cheguei à porta me virei para ele.

– Quero que veja uma coisa.

– Uma coisa?

– Sim, é rápido.

Abri a porta e esperei ele entrar para fechá-la atrás de mim. Fui até meu criado mudo e abri na última gaveta. Um livro de couro me aguardava lá, no mesmo lugar onde deixei. Ele tinha as dimensões de um caderno de desenho, um pouco menos largo, talvez, e suas folhas eram de plástico. Isso por que aquilo não era um caderno de desenho, era um álbum de fotos.

Sentei-me na cama e sorri para Matthew, fazendo-o ir até mim. Ele se sentou do meu lado. Senti um arrepio na espinha por estar tão perto de um dos príncipes.

– O que é isso? – perguntou.

Coloquei nas mãos dele.

– É um álbum de fotos, aqui tem fotos de coisas que são importantes para mim.

Ele sorriu para mim.

– Achei que seria bom você ver algumas dessas fotos já que hoje à noite duas pessoas muito importantes para mim virão.

Ele abriu o álbum e passou os dedos pelas minhas anotações na primeira página. Estavam em francês e eu apostava minha vida que ele não sabia nem uma palavra do que estava escrito.

– Lindas palavras – elogiou.

Me surpreendi. Ele sabia sim o que estava escrito. Senti como se minha vida tivesse ido embora de verdade, não embora, mas estivesse nas mãos dele. E, sendo o álbum sobre minha vida, de certa forma estava sim.

Ele passou a página. As fotos estavam em ordem cronológica, ou seja, as primeiras fotos eram de quando comecei a fotografar, com 15 anos.

– É você? – perguntou, olhando as fotos com cuidado.

Ele apontou para uma foto minha com meu pai.

– Sou.

Seus dedos deslizaram para a próxima foto, embaixo da primeira. Ele olhou para mim e sabia o que ele estava querendo perguntar. Eu e minha irmã estávamos de costas. Eu penei para achar o ângulo certo e a posição onde devíamos ficar. Contei para ele a história da foto.

– Não sabia que tinha irmã, Cassandra.

Senti outro arrepio. O jeito como ele falava meu nome acabava comigo. Desde que ele falou pela primeira vez no térreo. Ele era tão áspero e tudo o que dizia parecia me deixar sem fala. Eu só tinha sentido aquilo antes uma vez: com Alexander, três castas abaixo do meu nível, um ultraje para meu pai. E tudo foi por água abaixo.

– Eu não falei sobre ela no formulário – contei.

– Devia ter falado – falou, meio rude.

Fiquei brava pelo modo como ele disse aquilo, mas sabia que era verdade, tinha que ter falado mesmo. A aba “família” dizia que eu tinha que falar sobre todas as pessoas mais importantes que me cercavam. Mas ela sempre foi tão chata e mimada que não a coloquei de propósito. Agora vejo como fui infantil.

Ele passou a página e sorriu com uma foto minha fazendo palhaçada com Deveigh, minha melhor amiga.

– Outra irmã? – perguntou.

– De consideração.

Pude ver seus lábios formando um sorriso. Seus olhos passavam por toda página. Algumas fotos eram de paisagens na França, e ele não se ateve muito a elas. Com sua família sendo próxima da família real francesa, ele já deve ter ido lá vezes suficientes para não ficar admirando as fotos. Entretanto, com fotos minhas, ele parecia gravá-las na memória.

Eu contava a história das fotos e ele fazia perguntas sobre os momentos e sobre as pessoas nas fotografias. Minha vida parecia ser bem diferente da dele no palácio, cheia de mimos, mas eu agradecia por ter tantas pessoas importantes perto de mim.

Estávamos chegando às páginas em branco quando ele parou em uma página que, em sua maioria, só tinha paisagens. Só havia uma foto minha. E nem fui eu quem tirou. Foi minha mãe. Eu estava lendo um livro e ela me chamou do nada. Não deu nem tempo de meus olhos chegarem à lente da câmera e ela tirou a foto, me deixando com uma expressão pensativa e curiosa.

– Eu gostei dessa foto – admitiu Matthew.

Diferente das outras fotos, ele não sorriu ao dizer isso. Fiquei quieta, sem saber o que dizer. Ele pegou a foto na mão.

– Fique com ela – ofereci.

Ele olhou para mim e pousou os olhos sobre minha boca.

– Seus lábios – começou.

Só agora eu tinha percebido que comecei a mordê-los. Isso sempre acontecia quando eu ficava nervosa e eu sempre acabava com um pouco de sangue nos lábios. Eu ainda não tinha chegado na parte onde o gosto de sangue na minha boca era só o que eu conseguia sentir. Mas pela cara de Matthew eu já tinha me cortado.

Abaixei o rosto e ele me fez voltar a encará-lo com um toque em meu queixo. Estava mais nervosa que nunca e minha vontade de sumir era abundante. Nem acreditava que estava com o lábio inferior sangrando na frente do filho do rei de Illéa.

– Você é linda demais pra fazer isso – ele olhou para meus olhos. Meus batimentos cardíacos tomaram um ritmo que minha respiração não conseguia acompanhar. – Não faça mais.

Fiz que sim com a cabeça. Sua mão direita estava na minha bochecha agora.

– Precisamos cuidar disso.

E, assim do nada, ele me beijou. Não consegui mais respirar. Fechei os olhos e me entreguei totalmente, eu queria muito aquilo. Desde o meu primeiro encontro. E já tínhamos feito tantos. Ele sugou meu lábio machucado e o beijou. Ele era tão bom em tudo.

Sua mão esquerda foi parar na minha cintura e sentir seu toque em um área sensível para mim foi absolutamente mágico. Soltei um “ah” quando ele apertou minha cintura. O senti sorrir. Estava fazendo de propósito. Descobriu meu ponto fraco e o usaria contra mim. Matthew apertou minha cintura mais uma vez e eu arqueei o corpo por impulso. Ele aproveitou meu pulinho para me trazer mais para perto. Como ele conseguia ser tão rápido e inteligente, como ele sabia o que eu ia fazer antes mesmo de eu saber?

Sua mão esquerda me envolveu pelas costas e seu rosto derrapou pelo meu, deixando beijos pelo meu pescoço. Apertei seu ombro e ele sorriu. Aquilo não era justo. Ele estava tomando posse de toda minha sensibilidade e eu não conseguia fazê-lo sentir o mesmo. Olhou para mim.

– Você não está sendo justo – reclamei, arfando.

– Não disse que seria.

Ele olhou para meu lábio.

– Não está mais sangrando.

“Também, depois disso, acho que meu coração parou de bombear sangue”, pensei, mas não tive coragem de dizer nada.

– Obrigada – foi a única coisa que consegui dizer.

Ele riu.

– Sempre que seus lábios estiverem sangrando estarei aqui, Cassandra – disse cheio de graça.

Uma criada praticamente invadiu o quarto, era Miranda. Ela tomou um susto quando viu Matthew e fez uma reverência rápida.

– Desculpe-me, Alteza, eu já estava de saída!

Matthew sorriu.

– Não precisa, eu já vou indo.

Não. Gostei. Não acredito que acabou assim.

– Eu juro, Alteza, não ia fazer nada aqui, entrei sem querer! – Miranda simplesmente não sabia inventar desculpas, era a mais falante das minhas criadas e, enquanto Matthew sorria, ela falava mais e mais coisas, ficando mais vermelha a cada segundo.

Levantei-me e levei Matthew até a porta. Miranda foi para o banheiro com a desculpa de pegar uma esponja velha para trocar. Encostei-me no batente da porta.

– Me desculpa por isso – falei, tentando sorrir. Não queria que ele visse o quanto eu tinha ficado estressada. Ter todos os toques de Matthew interrompidos para “pegar uma esponja para trocar” foi horrível.

– Sem problemas – ele disse. Seu sorriso era ainda mais brilhante contra a luz que vinha da minha janela. – Eu tenho mesmo que falar com meu pai sobre a festa.

– Certo. – Por fora eu devia estar calma, mas por dentro estava implorando para voltar no tempo.

Ele se aproximou de mim e achei que fosse me beijar. Dar-me o último beijo depois daquilo tudo. Mostrar-me como é que se faz pela última vez. Fazer meu coração ir à boca. Mas não. Ele me deu um beijinho na bochecha, sorriu, como se fosse engraçado me deixar com vontade, e foi embora pelo corredor. Decidi comigo mesma que, da próxima vez, ele teria o troco.

Fechei a porta e voltei para o quarto. Olhei o álbum e percebi que a foto em que eu estava lendo não estava mais lá. Matthew, suspirei.


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Notas finais do capítulo

MUAHAHAHA sou muito má, adoro interrupções! òuó



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