A Seleção - Interativa escrita por Lady Ann


Capítulo 24
Noite Feliz - Primeira Parte


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEM-ME!!!!!!
Eu fiquei esse tempo todo sem postar por que fiquei de castigo! Sim, minha mãe me pôs de castigo e me tirou tudo o que é possível tirar, fiquei sem telefone, celular, internet, computador, 3g, nem sinais de fumaça eu consegui mandar!! Esse capítulo não iria ser postado hoje, porém eu já tinha escrito uma parte e achei que vocês mereciam saber o motivo de eu ter sumido por tanto tempo. Então, aqui está (FINALMENTE NÉ LADY) o capítulo ♥ ♥



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Eram 17hrs quando os convidados começaram a chegar. As Selecionadas já mostravam os quartos para seus parentes e contavam as novidades, todos estavam bem animados. Alguns convidados da Rainha já se instalavam em seus aposentos; pessoas de outros países também foram convidadas para a festa que prometia ser a festa do ano.

A Rainha estava se arrumando em seu quarto quando um guarda bateu na porta. Ela pediu gentilmente para que ele entrasse, guardando rápido o sutiã que fazia o papel de decoração em cima da cama. O guarda entrou olhando para o chão, como dito em todos os treinamentos e pediu licença antes de começar a falar.

– Diga – ordenou a Rainha, terminando de colocar sua gargantilha de diamantes e prata.

Se fosse em dias normais, ela teria deixado o guarda esperando por vários minutos do lado de fora para se vestir adequadamente, porém, com o palácio em festa, caso algo acontecesse de errado ela teria que arrumar na hora e não teria tempo para se arrumar. Com tantas pessoas na casa e os Rebeldes ameaçando invadir o palácio há dias, ela teve que receber o negro de uniforme azul-marinho imediatamente.

– Vossa Majestade, trago péssimas notícias.

Naomi, que até aquele momento mal tirou os olhos do espelho da penteadeira em que sentava, levantou-se de súbito e examinou o rosto do homem. Ele estava suado, sinal que tinha corrido ou feito esforço. O palácio estaria sendo atacado? Não... Ele não demoraria tanto tempo para avisar, estaria enxotando-a para fora do cômodo, seguido por Richard. Richard!

Onde está Richard? – perguntou a Rainha com a voz cheia de preocupação.

– Ele está bem, Majestade, está na enfermaria recebendo os cuidados de um médico para passar bem por toda a festa.

Naomi se permitiu respirar.

– Então o que há?

– Recebemos uma carta. – O guarda olhou para ela com pena. – Sinto muito, Majestade, fizemos o possível...

– Ora, pare com essas desculpas! – exclamou, fazendo o homem calar-se. – Conte-me agora o que aconteceu ou mando-lhe embora!

Ele foi até ela e lhe entregou uma folha de papel. Naomi o olhou com desconfiança, mas, assim que o guarda soltou o papel, abriu com rapidez e apertou os olhos para ler.

“Querido Rei de Illéa, amado por todos do povo...

Bem, nem todos. Acredito que já saiba que o futuro de Illéa está comprometido. Séculos de promessas se passaram e demos muito tempo, mas agora não podemos mais esperar. As coisas têm de ser feitas, e, nesta festa, vamos mudar tudo. Aconselho que curta muito as primeiras horas desta festa, pois, meia-noite, o destino de Illéa estará mudado.”

A Rainha cerrou os dentes. Todos os anos tentando conter aquela rebelião para, em um dia tão importante, com tantas pessoas a impressionar, aqueles malditos aparecerem.

– Onde esse bilhete foi encontrado? – perguntou.

– No quarto do Rei.

A surpresa fez com que a Rainha tivesse que se segurar na penteadeira. Eles estavam dentro. O palácio já estava sob ataque. Não havia nada que pudessem fazer. A festa não poderia ser cancelada depois de tantos dias de planejamento, as pessoas não poderiam ser revistadas uma a uma por ser uma grosseria, ninguém estaria salvo àquela noite.

– Majestade, nós fizemos todo o procedimento. Checamos os pais das Selecionadas, identidades, a ficha de cada uma, todos os convidados das Selecionadas foram cuidadosamente observados antes de chegarem ao palácio.

A Rainha escutava tudo aquilo com a boca aberta. Não era possível que depois de tudo aquilo, toda a missão, todo o preparo, alguém conseguiu entrar no palácio. Nenhum guarda estava descansando aquele dia, todos estavam em seus devidos postos. Era impossível que uma alma viva que não estivesse na lista entrasse na festa. Não era preciso dar três passos para encontrar um guarda. E três passos depois do último guarda havia outro. Como eles entraram?

– Richard já sabe disso? – perguntou ela.

– Não. Decidimos que não seria sensato invadir a enfermaria enquanto ele estava...

– Ótimo – interrompeu Naomi. – Quero que me diga quantos sabem disso.

– Apenas o supervisor, a criada que encontrou o bilhete e mais quatro homens, contando comigo. Nenhum convidado sabe.

– Duvido muito.

– Como assim, Majestade? Acha que os convidados já estão sabendo?

A rainha ficou quieta por alguns segundos. Tinha que tirar um momento para pensar. Richard não podia nem imaginar que aquilo estava acontecendo. Sua saúde já estava péssima e ele não podia mais ter problemas no palácio. Naomi tinha que ser rápida ao resolver aquela questão. Ninguém estragaria aquela noite. Não enquanto ela estivesse viva.

– Não todos os convidados. Os pais de uma das Selecionadas são os rebeldes.

– Mas revisamos todos, sabemos da história de cada um!

– Acha mesmo que um rebelde postaria nas redes sociais que está invadindo o palácio? Ninguém sabe quem eles são! Esse crime é pago com a morte! Eles se esconderam muito bem, mas vamos descobrir quem são. E, antes deles sequer começarem, estarão todos mortos.

● ● ●

Victória estava recebendo sua “família”. Eles não eram uma família de verdade, ela nunca foi formalmente adotada nem nada do tipo, ela apenas comia e dormia com eles. Porém, para Victória, eles eram tudo o que ela tinha. Condessa, sua “mãe”, correu até ela e lhe deu o maior abraço que Victória já recebeu na vida. Maior até que o que ela recebeu quando estava vindo para o palácio.

– Deus! Que saudade! – ela chorou.

Victória batia no peito de sua mãe em questão de altura e agradeceu por se encaixar tão bem nos braços da mãe, era como se elas fossem feitas uma para a outra. Victória queria ficar ali para sempre.

– Também estava morrendo de saudade!

– Nem acredito que minha filha linda está no palácio real! – falou Condessa.

– Eu sei! E ter ficado até agora foi um sonho!

– É uma pena que seu pai não tenha conseguido vir, ele ficaria tão feliz!

O pai de Victória estava muito doente e não aguentaria as horas no avião sem vomitar rios e passar muito mal. Ele tinha fé que a filha ia ganhar e por isso decidiu esperar para se recuperar para o casamento.

Magnólia, “irmã” de Victória, foi cumprimenta-la com um enorme abraço.

– Me conta! Os príncipes são lindos pessoalmente também?

– Pra que eu te contaria? Você vai ver os dois hoje à noite!

– Pra eu já ir preparando o coração para não enfartar quando vir os dois caras mais gatos do reino inteiro!

– Comporte-se, Maggie! Estamos no palácio! – repreendeu Condessa, observando tudo à sua volta com curiosidade e admiração.

– Estou tão feliz que estejam aqui! – falou Victória no ouvido de Magnólia em um abraço apertado.

– Estou tão feliz por você estar aqui! – sussurrou sua irmã.

De repente Victória sentiu a esperança que seus pais sempre tentaram esconder. A menina estava ali para reencontrar os príncipes, mas não conseguiu nada mais que um mísero encontro com cada um. E realmente não sabia se eles gostavam dela. Não, ela sabia, sim, eles não gostavam. E nem ela. Victória não sabia o porquê de ainda estar no palácio. E seus pais estavam orgulhosos por que achavam que ela estava conquistando os príncipes. Estavam orgulhosos, pois achavam que ela traria felicidade e dinheiro à família de Seis, que sempre fora pobre.

Victória sentiu as lágrimas chegarem, mas segurou-se.

– Venham, quero mostrar o restante do palácio! – Sorriu.

A garota os levou de seu quarto até o térreo, passando pelo jardim e pela sala de jantar. Encontrou-se com suas amigas Selecionadas e apresentou sua família como se não fosse adotiva. Eles conheceram tanta gente que, ao final do passeio, não lembravam o nome de ninguém.

– Vick, seria bem inteligente nos deixar descansar por alguns minutos antes da grande festa – pediu Magnólia rindo.

Condessa lhe deu um tapa na coxa.

– Ela está só brincando, querida – desculpou-se –, pode nos mostrar o que quiser.

Victória até acreditaria. Isso se tivesse três anos. A respiração pesada de Condessa e as pálpebras pesadas de Magnólia já indicavam o nível de cansaço. Zuni, sua província, ficava do outro lado do país e eles certamente estavam cansados da viajem.

– Pode deixar, mãe, já entendi. Sei que estão cansados, posso ver de longe.

Victória sorriu. Condessa ajeitou a postura e ficou atenta para não parecer mais cansada do que estava.

– Onde vocês ficarão para se arrumar?

– Disseram que seria no segundo andar – respondeu Magnólia. – Está com o nome da nossa província na porta.

– Então vamos para lá.

Victória deixou sua mãe e irmã no quarto e decidiu que seria melhor arrumar-se para a tão esperada festa. Contudo, enquanto caminhava até seu quarto, avistou uma pessoa que não via desde o início da Seleção: seu pai biológico.

Os pais de Victória eram rebeldes. E ela foi criada para seguir seus passos. Mas quando sua mãe morreu e seu pai, John, ficou paranoico com a ideia de acabar com a monarquia, Victória fugiu e achou que nunca mais veria seu pai. Ela estava enganada. A menina o viu em seu discurso, já deveria saber que, um dia, ele viria para busca-la.

O homem loiro a olhou de cima a baixo e, ao constatar que estava olhando para sua filha perdida há 12 anos, correu até ela para uma abraço.

– Victória! – gritou.

Victória ficou paralisada. Todo seu passado veio à sua mente. As horas estudando teorias de batalha, lendo sobre grandes estrategistas, sendo o foco de um bando de lunáticos que queriam acabar com algo que ela não via mal algum: a monarquia.

– Eu te procurei por tantos anos. – Seu pai chorou. Ele estava mesmo chorando?

Victória notou como não cabia entre os braços de seu pai como cabia nos de sua mãe adotiva. Aquela não era sua vida, não era a vida que ela escolheu para ela. E não seria a vida que iria viver.

– Me larga! – ordenou.

As imagens de John lhe mergulhando em papéis com as falhas de segurança do palácio foram o suficiente para lhe dar as forças que ela precisava para empurrá-lo. Ele a olhou, descrente, com lágrimas nos olhos e coração na boca.

– Filha...

– Não ouse chamar-me assim! – gritou. O som de sua voz ecoou no corredor vazio. Certamente se continuasse com aquele tom iria causar problemas para si e para o homem que estava à sua frente. – Não ouse chegar e achar que está tudo bem entre nós! Você não devia estar aqui!

John mudou sua face de surpresa para um ódio eminente. Não acreditava que passou o último dia inteiro viajando para o palácio para ver sua filha para ser recebido daquele jeito. Esticou a mão para dar-lhe um tapa, mas Victória foi mais ágil e saiu correndo para o quarto. Um dos primeiros do corredor.

A garota fechou a porta e trancou-se, com medo do que aquele homem poderia fazer. Ela, que nunca teve coragem para falar nada daquele tipo com o pai, tinha finalmente dito tudo o que sempre quis.

– Victória! Abra isso agora!

As batidas na porta foram frequentes. Tão fortes que Victória achou que a porta racharia. E depois começou a tentativa de arrombar a porta. Mas, depois da segunda, John desistiu. O barulho devia ter chamado a atenção de alguém. E ele não iria querer ser visto ali. Se descobrissem que era ele quem estava comandando os rebeldes naquela noite...

– Sua parasita delinquente! – gritou.

O barulho acabou, mas Victória não ousou sair do quarto. Ela começou a chorar assim que percebeu o que estava acontecendo: seu pai foi até ali para realizar seu plano de mais de duas décadas – acabar com a monarquia para sempre. E Victória tinha se tornado a peça chave. Por ser pai de uma Selecionada, ele conseguiu entrar no palácio com facilidade, já que tinha a certidão de nascimento de Victória. E como seus pais adotivos nada tinham para comprovar seu parentesco, John envenenou o pai adotivo de Victória e conquistou a terceira vaga na lista de Victória para a festa, que estava sobrando.

Era tudo um plano, foi tudo planejado, Victória se sentiu horrível, tinha colocado sua família inteira em perigo num ataque de rebeldes. Ela já tinha visto um ataque antes e ficara horrorizada, ainda mais por que sabia o que acontecia com os guardas. Pessoas morriam, homens eram tirados de suas famílias, era horrível, e seu pai era o culpado. Agora, ela tinha feito toda sua família passar pelo mesmo.

Victória percebeu o quanto tinha sido burra. Desde que ela nasceu aquele sempre foi o desejo de seu pai. Ele tinha matado seu irmão adotivo para levar os príncipes para a casa dela e a fazer mandar a carta para reencontrá-los, ele tinha colocado seu nome entre as Selecionadas vencedoras, ele tinha planejado o primeiro ataque para saber detalhes da organização militar do palácio... Ele tinha planejado tudo. Nos mínimos detalhes. Victória era só uma peça... Victória, mesmo tentando fugir de seu destino, tinha virado alvo dele. E agora pessoas importantes para ela seriam mortas em um ataque que certamente não deixaria ninguém vivo.

Mas não se ela pudesse impedir. Ela lutaria contra seu pai. Ela protegeria os príncipes e a monarquia. Ela finalmente iria combater seus demônios e não fugiria. Victória não seria mais uma peça.


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Notas finais do capítulo

Toda a festa vai ser narrada em terceira pessoa (que como conseguimos observar eu sou péssima para escrever) por ter uma grande quantidade de POVs durante o processo. E cá entre nós ficar trocando o POV dos personagens de 5 em 5 minutos é no mínimo feio.
Me desculpem mais uma vez pelo tempo que fiquei longe do Nyah ;-;

GENT, tem uma fic muito legal que junta A Seleção com Divergente, segue o link para se vocês quiserem ler:
https://fanfiction.com.br/historia/626888/A_selecao_divergente/
A autora é um amor, recomendo! *0*
Dica: Invadam meus favoritos, lá só tem história legal e autores divos! *000*



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