A praia do Mundo Inferior surgiu á vista. Rochas e areia vulcânica negra se estendiam terra a dentro até um muro alto de pedra.

O fundo do nosso barco deslizou sobre a areia preta. Os mortos começaram a desembarcar. Uma mulher segurando a mão de um homem. Um menininho. E uma adolescente que aparentava ter a minha idade.

*****

Eu admito que não me sentia muito confortável perto de tantos mortos.

Permanecia segurando a mão de Nico firmemente.

O palácio de Hades tinha os portões de bronze com dois andares de altura, escancarados. Os portões tinham gravações de cenas de mortes. Uma bomba atômica, pessoas vitimas de fome, uma trincheira com soldados usando mascaras de gás.

Dentro do pátio havia um jardim estranho. Arbustos venenosos e plantas luminosas fantasmagóricas cresciam sem a luz do sol. Gemas preciosas supriam a falta de flores. Rubis e diamantes cresciam.

No centro do jardim havia um pomar de romãzeiras.

– O jardim de minha madrasta Perséfone - disse Nico - Não comam nada.

Subimos os degraus do palácio. Era feito de mármore negro, como o chalé de Nico. Todas as portas eram guardadas por um esqueleto com trajes militares.

Uma grande porta estava aberta, era a sala de trono.

Entramos.

Hades estava sentado em seu trono e tinha três metros de altura. Usava mantos de seda preta e uma coroa de ouro. Sua pele era tão branca como a de um albino, o cabelo comprido até os ombros era preto-azeviche. Não era corpulento mas irradiava força. Parecia elegante e perigoso.

Ele olhou rapidamente para as minhas mãos e as de Nico juntas e ergueu as sobrancelhas.

– Pai, nós viemos aqui por causa de uma profecia. -falou Nico, dando um passo a frente.

O que iria acontecer?