Kaos - A Chave de Davy Jones escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 3
Envolvimento Romântico


Notas iniciais do capítulo

Parece que as coisas na vida Kaos estão ficando mais complicadas, pois parece que o romance, que antes estava focado em Elizabeth e Will está passando para ela e Jack, mas o romance não é algo de que Kaos sente muita alegria ao pensar.



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Eu estava naquele momento em que não ouvia nada do que estava ao meu redor, a única coisa que se passava pela minha cabeça era que ele me usaria para quitar sua dívida. Comecei a subir para o convés, eu ia devagar subindo as escadas, até que cheguei no topo e vi os homens correndo de lá pra cá, eu não ouvia nada, só via suas bocas abertas e a agitação.

– Kay? - Kyle chamou minha atenção e então a gritaria e a agitação e todos os barulhos voltaram à minha mente.

Balancei a cabeça e fiz um sinal de positivo com a mão dizendo que eu estava bem, fui até a cabine do Capitão e me sentei na mesa. Olhei o mapa, olhei a maçã verde e a peguei, fiquei girando-a em minhas mãos e novamente fiquei absorta em meus pensamentos. Jack então entrou na cabine, sem seu chapéu, ainda observando lá fora com medo. Ele virou, me viu e deu um grito de susto, eu o olhava com seriedade.

– Nossa, Kaos - ele riu. - Você me assustou, não te vi chegar aqui em cima - ele fedia a medo.

Me levantei, fui até ele e lhe dei um tapa forte na cara.

– Então era isso o tempo todo? - eu disse gritando com raiva. - Você ia me vender para Davy Jones?

– Não, eu disse que você teria o navio.

– Ha-ha! E como pensava em me dar o Holandês Voador? Hem, Jack? Você entregaria sua alma e o Pérola para que eu ficasse com ele?

– Tecnicamente eu já dei a minha alma...

– Jack, não fuja do assunto!

– Tudo bem, você quer a verdade?

– Por favor - eu disse sem paciência.

– Sabe a chave que pegamos?

– O desenho da chave...

– Isso, isso. Então, dentro do baú que ela abre, está o coração de Davy Jones.

– Você quer mesmo que eu acredite nisso?

– Você acredita que seu pai foi no fim do mundo barganhar com uma deusa, mas não acredita que o coração de um demônio dos mares esteja num baú?

Fiquei um tempo pensando.

– É... faz mais sentido do que suas tartarugas... mas o que isso tem a ver?

– Tem a ver que se você tiver esse coração, você terá o controle total de Davy Jones, logo o Holandês será todo seu - fiquei pensativa. - Logo, como agradecimento, você mandaria esquecer minha dívida - será mesmo que eu faria isso Jack?

– Para onde estamos indo agora?

– Atrás do baú - ele sorriu.

– Mentiroso.

– Nossa... você não confia que... - cruzei os braços e olhei seriamente pra ele. - Tudo bem... nós estamos indo para a terra firme.

– Por causa da besta que vem atrás de você?

– Não sei do que está falando - ele riu nervoso.

Peguei a mão dele e desenrolei o pano com uma puxada e lá estava uma mancha negra brotando de sua pele de maneira asquerosa. Ele puxou a mão rapidamente e o pano da minha outra mão e voltou a enrolar.

– Ela vem atrás disso, não é? - perguntei séria.

– Kaos, não vamos ficar assim tão sérios, não é mesmo? Afinal, eu posso morrer amanhã - ele se aproximou e me puxou pela cintura, que isso? - E se eu morresse amanhã e essa fosse nossa última noite?

– Você não vai morrer amanhã - eu disse olhando-o nos olhos.

– E se eu morrer Kaos? - estávamos nos olhando nos olhos.

– Para com isso - eu o empurrei porque meu coração começou a bater mais forte e aquilo me incomodou.

– Ora, vamos Kaos. Esse tempo todo e nenhuma curiosidadezinha de saber como é o beijo de Jack Sparrow?

– Não - respondi rapidamente e nervosa com o meu coração.

– Por acaso você não gosta de homens?

– Eu gosto de homens...

– Oh... entendi. Você gosta do Will, não é?

– Não. Will sempre foi meu amigo do mar em Port Royal.

– Então... Kyle?

– Não - eu disse meio incrédula. - Ele é marujo do meu pai, melhor amigo dele. Não mesmo.

– Então como sabe que gosta de homens?

– Porque... - eu detestava falar sobre isso - porque eu já me apaixonei por um - revirei os olhos, eu realmente detestava me lembrar dele.

– Não foi correspondida? - Jack ficou muito interessado.

– Fui, ele me pediu em casamento. Mas não deu certo porque vivemos em mundos diferentes. Ele é um matador de piratas e eu sou uma pirata. Meu coração está no mar e o dele em Port Royal.

Jack ficou me olhando. Eu realmente detestava falar sobre ele.

– Qual é o nome dele? - Jack perguntou.

– Peter - respondi. - Peter Kinsley.

– Eu sinto muito.

– Cala a boca - eu disse nervosa saindo da cabine.

Andei nervosa até a proa, me apoiei na madeira e fiquei observando o mar e sentindo o vento bater em meu rosto. Eu realmente não gostava de falar sobre os meus sentimentos, principalmente a respeito de Peter. Hoje eu não sinto nada romântico por Peter, ele não me dedurou quando soube que eu era uma pirata e isso me fez admirá-lo. Mas quando tivemos que nos separar, aquilo feriu meu coração porque eu realmente o amava, mas eu sabia que ele nunca se transformaria em um pirata por mim e eu jamais poderia ser uma donzela de Port Royal.

– Tudo bem? - Kyle perguntou me abraçando pelo ombro.

– Estava apenas pensando - eu disse tirando meu chapéu e passando a unha nele.

– Em quê pensava?

– Em porquê tudo tem que ter um envolvimento romântico.

– Está gostando do Capitão?

– Não. Não romanticamente é claro. É só que... ele me irrita com esse assunto às vezes.

– Hey, fique tranquila. Seu pai largou a terra firme por amor, sabia disso?

– Por amor ao mar, certo?

– Não - Kyle me olhou. - Ele viu sua mãe chegar, ele sabia que ela estava prometida para o seu tio e então ele embarcou no primeiro navio e foi embora. E sua mãe seguiu o mesmo. Deixou de ser Embaixatriz para viver com o seu pai no mar. Claro que ambos amavam o mar, mas o amor entre eles foi o maior motivador.

Dei uma risadinha. Por mais incríveis que meus pais eram, eles tinham uma melosa história de amor. Balancei a cabeça em negativa e dei umas risadinhas olhando o horizonte. Mas Peter não era meu destino, Peter não amava o mar como a minha mãe.

– Sabe Kyle. Eu vim para o mar por amor também. Pelo amor que sinto pelos meus pais - segurei a pedrinha do meu colar e pude sentir uma lágrima escorrer. Limpei rapidamente com a mão do chapéu.

Na manhã seguinte acordei com os gritos de Jack.

– Terra!! Terra a vista!!

Me levantei da cama e esfreguei os olhos. Peguei meu chapéu e saí da cabine, a luz do sol estava bem forte e não senti o mar balançar o navio. Me aproximei da beirada do navio e vi terra abaixo de nós. A terra estava mais que a vista, pensei.

– Vamos homens, vamos ver o que essa maravilha tem a nos oferecer - disse Jack descendo do navio e todos foram em seguida, ainda achando estranho.

Assim que desci, corri até o lado de Jack.

– Jack, você por acaso sabe em que ilha estamos?

– Não, você sabe?

– Não...

– Então vamos descobrir um novo mundo - ele disse animado, mas naquela animação havia mais o medo.

Começamos a entrar na floresta e estava tudo quieto demais, até que o papagaio gritou e então apareceram muitos nativos que começaram a nos atacar com dardos. A cada um que os dardos foram lançados, a pessoa desmaiava. Comecei a tirar a minha espada mas senti algo em meu colo e quando olhei, era um dardo. Minha visão começou a embaçar e eu senti meu corpo pesado. Até que de repente caí no chão e tudo ficou escuro.

Não sei quanto tempo fiquei assim, mas quando comecei a ter forças para abrir meus olhos, tudo estava embaçado. Dei várias piscadas para a minha visão voltar ao normal e assim que vi tudo claramente, percebi que estava dentro de uma cabana, deitada. A cabana era cheia de ossos e eu confesso que me assustei. De repente uma cara de nariz largo e olhos arregalados me encarou e eu dei um pulo pra trás de susto. Ele gritou alguma coisa estranha, me pegou pelo braço e me colocou de pé. Onde estava meu chapéu? Eu não conseguia encontrá-lo. Fui levada para fora da cabana, a luz ardeu meus olhos e então todos começaram a gritar e a levantar suas armas. Espera, eles esperaram que eu acordasse para me matar? Então Jack apareceu seriamente e pintado com vários olhos no rosto.

– Jack...

Ele levantou a mão e eu e todos os outros nos calamos. Jack falou alguma coisa estranha, mas parece que eles entenderam. Ele me pegou pelo braço e me levou de volta para a cabana. Ele gritou mais uma coisa estranha e entramos.

– Jack, o que está acontecendo? - perguntei assustada.

– Resumidamente, eles acham que eu sou o deus deles e eu não deixei que prendessem você porque você foi a escolhida para ser a minha parceira no mundo espiritual.

– O quê? - aquilo não fazia sentido.

– Agora grite.

– Não vou gritar.

– Grite como se estivesse sentindo prazer.

– O quê? - eu comecei a rir.

– Até parece que nunca ouviu alguma mulher gritar de prazer.

– Eu... - já tinha ouvido Constance e foi perturbador.

– Anda, grita.

Tentei fazer um gemido tipo o de Constance.

– Por que estou fazendo isso?

– Por que acham que estamos consumando a nossa união. Você gosta, não é? Gosta! - dei mais gemidos quando Jack terminou de encenar que estava me dando tapas no bumbum.

– Então... qual é o plano pra sairmos daqui? - perguntei e dei mais um gemido alto.

– Vamos sair correndo no momento certo. Agora o gemido final.

– Gemido final? Existe isso?

– Claro. Aquele de prazer absoluto, totalmente satisfeita.

– Jack... eu não sei como fazer isso.

– Okay, feche os olhos - eu o obedeci e ele começou a falar bem perto de mim. - Imagine a coisa mais gostosa que você já comeu na sua vida - a maçã verde do Pérola quando o Barbosa era Capitão, pensei. - Agora imagine que você está comendo essa fruta e que o líquido delicioso está descendo pela sua garganta, fazendo todo o seu corpo vibrar de prazer - comecei a fazer uns gemidos de quanto aquele sabor era delicioso. - E você está dando outra mordida e saboreando lentamente - meus gemidos eram cada vez mais altos de imaginar aquela maçã deliciosa.

Fiquei esperando o restante da história da maçã, mas quando abri os olhos, Jack estava vidrado em mim e eu olhei automaticamente para sua boca e meu coração estúpido disparou. Nós nos olhamos nos olhos.

– Acho melhor a gente sair - eu disse engolindo em seco.

– É - disse Jack respirando fundo e pegando a minha mão.

Quando saímos toda a tribo vibrou. Jack se sentou no trono de ossos que fizeram para ele.

– Sente-se - ele disse.

– Não, obrigada, ficarei de pé - eu disse sorrindo ao lado dele.

– Kaos... senta aqui - ele deu palmadinhas em sua perna.

– Não - respondi delicadamente. Até que em um momento eu repeti de modo grosseiro porque ele pediu um monte de vezes e então os nativos me ameaçaram.

– Venha - disse Jack pegando minha mão. Dei um sorrisinho para os nativos e fui sendo guiada até a perna de Jack e me sentei lá com um sorriso super forçado.

– Você está adorando essa situação, não é? - perguntei com um sorriso falso.

– É lógico - ele sorriu e colocou a mão delicadamente em meu bumbum.

Eu ia xingá-lo, mas ele me alertou para que não fizesse.

– Jack, quando sairmos daqui eu vou te encher de socos - eu disse fazendo carinho na barba dele e sorrindo.

– Então vou aproveitar o máximo que posso - disse ele sorrindo e apertando meu bumbum.

Jack Sparrow, você não teme a morte, não é mesmo?


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