Kaos - A Chave de Davy Jones escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 11
Troca de Espadas




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A luta estava uma bagunça e eu a olhava interessada em saber como iria terminar, será que eles lutariam até a morte? Bom... parece que Will já está começando mal, afinal, ele caiu, ficando para trás.

– Will! - Elizabeth foi correndo ao encontro dele.

– Vigie o baú - disse Will se levantando e correndo atrás de Jack e James.

– O quê? Não! - disse Elizabeth correndo atrás dele. Que tola. - Isso é bárbaro!

– Pelos deuses... - murmurei.

– Não é assim que adultos devem resolver... - ela gritava e ninguém a escutava. - Arg! Okay! Vamos brandir nossas espadas e matarmos uns aos outros - eu estava rindo, rindo da luta e de Elizabeth tentando resolver, era a cena mais engraçada que já vi em minha vida. - Vocês não passam de piratas bêbados e encharcados de rum!

Elizabeth pegou uma pedra e jogou nos três. Claro que a pedra não chegou lá. Minha barriga estava doendo de tanto rir e eu custei a chegar perto dela.

– Ai Elizabeth - tomei fôlego. - Sério mesmo que vai tentar parar isso com essas razões? Com esses insultos baratos? Eles nem estão te ouvindo. Só eu e vou te dizer que está muito engraçado - comecei a gargalhar.

– Engraçado? Isso não é engraçado! Essa não é uma forma madura de resolver as coisas...

– É o jeito pirata... pense bem, todos eles querem o coração, porque entregar para o outro?

Elizabeth continuou a mandar pedras até que ela parou e começou a gemer.

– Oh! Oh! Calooor! - ela dizia.

E então ela desmaiou. Me afastei para ela não cair em minhas botas. Olhei para a cara dela e ela estava de olhos fachados como se tivesse desmaiado mesmo. Pobrezinha, se fazendo de indefesa para atrapalhar a luta mais importante da vida deles. Sua única arma é ser inocente Elizabeth? Então ela abriu os olhos despistadamente.

– Sério que você achou que isso ia funcionar? - perguntei enquanto ela sentava de pernas cruzadas e cruzava os braços como uma criança mimada.

– Eu poderia morrer aqui agora que eles não estariam nem aí.

– Coisas mais importantes estão em jogo ali - eu disse o que era pra ser um pensamento.

– O quê? Você acha que Will me trocaria por um coração de um pirata?

– Bom... ele prometeu libertar o pai dele e disse que ia até o fim... Hey!

Eu exclamei ao ver o careca e o olho de vidro correndo com o baú em direção a um bote. Comecei a correr atrás deles e Elizabeth demorou um pouco para me seguir. Eles estavam correndo floresta adentro e eu tirei a minha espada para poder impedi-los.

– Conseguimos! - gritou o do olho de vidro.

– Não tão rápido! - eu gritei apontando a minha espada e meio ofegante, minha roupa era um pouco pesada e as coisas no meu cabelo também, acho que vou me livrar dessas coisas quando acabar essa coisa toda de Davy Jones.

Eles olharam para mim e quando quiseram continuar a correr, Elizabeth apareceu do outro lado tão ofegante quanto eu. Ela levou a mão à espada e ela não estava lá. Que hora para deixar Will com liberdades, não é mesmo? Eles então soltaram o baú e pegaram as espadas.

– Olá Boneca - disse o careca para Elizabeth e eles começaram a andar em direção a ela, ameaçando-a.

De repente escutamos sons de espadas, olhamos para o lado e uma roda gigante, que devia ser a roda de um moinho, estava passando girando, com Will e James lutando em cima e andando para não cair da roda e Jack correndo atrás da roda. Pelos deuses, o que eles estavam aprontando. Aproveitei a distração deles e peguei o baú, colocando-o embaixo do braço. De repente um machado foi lançado e parou na árvore. Olhei para frente e lá estavam os marujos nojentos do Holandês Voador.

– Ai não. Não, não! - comecei a correr. Agora mais o peso do baú me deixava com dificuldade de correr.

O careca e o olho de vidro vinham logo atrás de mim e Elizabeth atrás deles. Até que olhando para trás para ver se estavam perto, eu acabei trombando numa árvore.

– Kay! - Escutei Elizabeth gritar.

Quando abri os olhos, vi uma espada acima de mim. Coloquei a minha espada na frente e fiz força para lançá-lo para longe de mim.

– Olá marcada dos deuses - disse o marujo nojento que tentou mexer comigo no Holandês.

Fechei a cara com raiva e comecei a investir contra ele com uma mão só. Eu usava o baú para me defender também em alguns momentos. Sem olhar para os lados, pude ter certeza de que Elizabeth, o careca e o olho de vidro estavam lutando, pois ouvi barulho de espadas. Até que em um momento eu larguei o baú próximo aos meus pés, girei minha espada na dele para tirá-la de sua posse e a peguei para mim. Girei a espada para que a lâmina acompanhasse meu braço, como se fosse um escudo cortante, daquele jeito eu lutava bem melhor. Então subi meu braço como se tivesse socado o marujo nojento e a lâmina passou cortando sua cara no meio.

– Elizabeth! - a chamei e olhei para o baú.

Elizabeth compreendeu e foi rapidamente pegar o baú enquanto compartilhava as espadas com o careca e o olho de vidro. Vocês devem estar se perguntando porque não dei a espada pra ela. Simples: eu gostava de ter duas e uma delas virada do lado contrário, era perfeito e ágil.

Começamos a correr, mas durante o percurso éramos atingidos. Um deles veio me acertar, girei numa árvore e desvirei rasgando com a espada ao contrário e cortando a cabeça com a outra espada. Eles não morriam, mas aquilo os atrasava. Então comecei mais a me defender e ajudar aquele que ficava sem espada, geralmente defendendo com a minha espada invertida.

– Por que você não me empresta uma? - perguntou o olho de vidro.

– Porque - eu defendi uma investida de um machado abrindo os braços do marujo e lhe dei um chute com força para afastar. - Porque senão eu não serei incrível - eu disse com um sorriso e continuando a lutar.

Então, após o atraso que fizemos em muitos deles, o careca e o olho de vidro pegaram o baú e eu e Elizabeth íamos correndo logo atrás deles, cada uma com duas espadas, mas logo logo eles voltaram a nos seguir. Até que finalmente chegamos na praia, onde começamos a lutar em cima da água. Ao longe havia um bote e perto do bote estava Jack sozinho lutando contra um marujo nojento. Eu cortava a cara de mais alguns, ou enfiava a espada em seus estômagos, mas eles estava bem difíceis de lidar. Um deles tinha uma boleadeira sinistra e investiu ela contra mim e eu, de maneira estúpida, defendi com a espada invertida, o que acabou prendendo o meu braço. Quando ele me puxou para perto dele, fui apontando a espada em seu crânio, que consegui acertar bem no olho. Ele gritou de dor e soltou a boleadeira, o que liberou meu braço. Tirei a minha espada do seu crânio lhe dando um empurrão com o pé e então comecei a tirar a boleadeira do meu braço e a joguei na cabeça de um que atacava Elizabeth. Ela me olhou rapidamente e continuamos a lutar. Então de repente o moinho passou no meio de nossa luta, esmagando e levando junto muitos marujos nojentos. O moinho foi girando até cair e parar igual uma moeda e assim que ele parou mesmo, nós continuamos a lutar.

Vi James correndo em direção ao bote e comecei a correr naquela direção também, mas um dos marujos me impediu de pegá-lo e eu tive que cortar sua cabeça fora. O careca e o olho de vidro chegaram no bote com o baú e tentaram colocar o bote em alto mar para voltar. Eu e Will chegamos na ponta para pará-los e agora ambos estavam sem espadas e eu tinha duas e Will uma que era de Elizabeth e Elizabeth estava com a dos dois. Nossa que confusão. De repente todos ficaram ocupados e Will ficou olhando o baú.

– O que foi? - perguntei.

– Alguém abriu o baú - ele disse viajando na chave que estava encaixada na fechadura.

E quando eu ia dizer alguma coisa, Jack bateu com o remo na cara de Will, fazendo com que ele desmaiasse metade de seu corpo dentro do bote, a metade que segurava o baú.

– Jack! Enlouqueceu? - perguntei.

– Você entenderá logo querida - ele disse voltando à luta.

Elizabeth veio correndo ajudá-lo.

– Deixa ele aí! A não ser que queira usá-lo para bater em alguém - disse Jack a ela.

– Nós não vamos conseguir - disse Elizabeth. Afinal, estávamos encurralados e apontando nossas armas para aqueles marujos que cortei cabeças e perfurei estômagos milhares de vezes.

– Com o baú não - disse James pegando o baú. - Vão para o barco!

– Está louco? - disse Elizabeth.

– Não esperem por mim - disse James saindo correndo com o baú na mão e todos os marujos nojentos indo atrás dele.

– Vamos respeitar o último desejo dele - disse Jack.

Então todos nós subimos no bote e ajudei Elizabeth a colocar Will completamente para dentro. O careca e olho de vidro remaram enquanto Jack estava agarrado ao seu jarro de terra e eu estava meio ofegante. Guardei minhas espadas e comecei a tirar os badulaques do meu cabelo.

– Cansou de ser pirata? - Jack perguntou.

– Não - eu disse conseguindo tirar um. - Só está puxando o meu cabelo quando corro ou quando dou giradas muito bruscas - eu disse jogando em alto mar.

Jack olhou pra mim e riu de leve, eu ri de volta do mesmo jeito.

– Que bom que está de volta. Elizabeth é uma companhia feminina muito chata - ele disse.

– Hey - Elizabeth reclamou com a cabeça de Will em suas pernas.

Eu e Jack rimos.


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