Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 47
Capítulo Cinco - Contrariada


Notas iniciais do capítulo

Maratona!♥



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Castiel empurrou os galhos que se jogavam à sua frente, bloqueando o caminho. Ele havia vestido a regata preta e usava uma calça de moletom. Estava descalço, não havia tido paciência para procurar os sapatos no escuro. Ele enfrentou a mata alta, praguejando, enquanto pensava em como Natsumin conseguia ser tão imprudente. Não bastava as confusões em que se metia em Sweet Amoris, nas férias ela ainda tinha que arrumar maiores. O ruivo parou de andar quando avistou um caderno aberto e jogado no chão, cercado por folhas amassadas com algumas letras borradas. Natsumin. Natsumin esteve ali. Ele podia ter certeza.
Ele agachou-se e pegou uma das folhas. Seus olhos seguiam as palavras, não conseguindo entender o que elas queriam dizer. Natsumin era uma garota forte. Castiel não duvidava que ela estava guardando toda aquela mágoa para si. Mas por que tanta amargura naquelas palavras?
Esse foi o meu erro
Como pude achar que merecia?
Não posso ser perdoada
Sou uma vida desperdiçada.
Porque as cinzas daquele passado me lembram
De quem eu não sou
Não mais.
Castiel já estava impaciente. Queria decifrar aquelas palavras, descobrir o que elas queriam dizer, mostrar. Eram composições, o ruivo percebeu pelo fato de haver acordes rascunhados nos cantos das palavras. Lá menor, Ré menor, Fá Sustenido. Castiel conhecia muito bem aquelas notas e sabia que transmitiam tristeza. Ele já podia imaginar como seria a música, apenas pelas notas. Mas, aquilo era parte de Natsumin, uma parte que ele não conhecia e, provavelmente, ninguém. Natsumin escondia um segredo e ela teria que explica-lo de qualquer jeito...
Não. Droga! Castiel juntou as folhas e dobrou-as dentro do caderno. Ele se deu conta de que, na verdade, Natsumin não devia explicações a ele. Eles não eram nada um do outro e ele não sentia nada de especial por ela, não mesmo.
Como que para destruir sua cabeça, a cena do beijo dos dois à frente do quarto de guitarras surgiu na cabeça do ruivo. Natsumin estava magnífica sob aquele pijama de morangos, sua pele clara era reluzente sob aquela noite. Castiel a tocava, acariciava a curvatura de sua coluna, deslizava os lábios sobre os dela.... Droga droga! Castiel balançava a cabeça rubra em meio àquela noite, negando qualquer sentimento que poderia ter em relação à garota. Mas aquelas palavras escritas naquelas folhas rodeavam-no, traçando um caminho indireto aos pensamentos de Natsumin. Castiel sentia, apesar de negar para si mesmo, uma necessidade abrangente de explorá-la novamente. De saber o que ela estava sentindo, pensando. Natsumin era indecifrável.
Quando terminou de juntar todas as folhas, ele fechou o caderno e avançou mais para dentro da mata. Para o caminho que o levaria à garota.
***
— Quem é você e o que quer? — Natsumin pronunciava com a voz ríspida, o peito estava ofegante. A figura que havia se formado nas matas agora avançava para a luz, projetando uma fina penumbra sobre o gramado aos seus pés. Ela podia perceber sua silhueta forte, o formato de seu cabelo e agora podia ter certeza de que não se tratava de alguém conhecido. A voz era diferente, mais repleta de um sotaque maroto, de algum malandro. Ela segurou firme o pequeno gatinho contra o peito, o pequenino ainda tremia. Apesar do rapaz se aproximar, Natsumin não se intimidou e deixou a barriga à mostra, visto que havia levantado parte da blusa para cobrir o gatinho preto. Sei peito apertou quando o indivíduo saiu da escuridão e se apresentou à luz.
— Venho em paz. Pelo menos por enquanto. — o rapaz era alto e bronzeado. Tinha os olhos verdes profundos, o cabelo loiro era comprido, mais ou menos na altura dos ombros e estava preso em parte para trás. Duas mechas douradas caíam para frente de seu rosto fino e de expressões firmes.
— Meu nome é Dake. Vim da Austrália. — ele se aproximou , até demais, de Natsumin. — E estou feliz com sua presença. — ele passou um dos braços pela cintura da menina e o coração do gatinho preto acelerou nos braços de Natsumin.
— Me chamo Natsumin. — a menina deu um passo para trás, certificando-se de estar a uma distância segura dele. — Mas não posso dizer o mesmo.
— Ora, ora. — Dake sorriu, cruzando os braços sobre o peito nu, que agora, sob uma claridade maior, Natsumin pôde perceber que ostentava uma tatuagem bela com dois golfinhos formando um círculo no peitoral esquerdo e um outro conjunto de figuras no braço esquerdo. Em trono do umbigo, havia outra tatuagem, como uma meia-lua e no pulso esquerdo, uma espécie de pulseira tatuada estava projetada em seu braço. Eram belas tatuagem. Combinavam com a personalidade dele.
Dake seguiu com os olhos o olhar de órbitas azuis cintilantes da garota. Ela era definitivamente uma completa gata. E, diferente de todas as garotas que conheceu, estava resistindo a seu charme natural. Dake gostava de desafios e estava vendo essa “Natsumin” como um.
— Não gosta de minha companhia, é isso? — ele indagou, deixando escapar um sorriso de tubarão.
— Não gosto da companhia de estranhos. — Natsumin respondeu, dando mais um passo para trás, enquanto Dake avançava para frente.
— Está gostando daqui? — ele perguntou, procurando mudar de assunto. — Se quiser, posso te mostrar o que eu conheço daqui.
— Como sabe que sou nova por aqui? — Natsumin indagou, sem deixa-lo ter chance de continuar.
— Eu moro aqui há muito tempo. — ele respondeu. — Vim da Austrália já faz uns três anos. É lógico que conheço todos daqui.
— E com certeza todas as garotas, não é? — Natsumin procurou satirizar.
— Lógico. — Dake respondeu, convencido. — Nunca estou sozinho.
— Que ótimo. — Natsumin disse, sarcástica. — É melhor procurar outra companhia então. Se é tão fácil assim conseguir uma para você.
***
Castiel estava na escuridão, aproximando-se de seu objetivo, quando ouviu a conversa de Dake e Natsumin, comprovando o local onde a garota poderia estar. Entretanto, por não conhecer o local, Castiel encontrava-se perdido, sem saber exatamente de onde vinha a voz dos dois. O ruivo procurou ser rápido, escolhendo um caminho e procurando segui-lo.
***
— Acontece, linda, que eu só quero uma hoje. — ele se aproximou de Natsumin, segurando uma das mãos da garota, que permaneceu imóvel. — E gostaria de saber se ela não quer tomar um banho de mar comigo. — Dake abriu um sorriso tão faminto quanto seus olhos.
— Não, obrigada. — Natsumin respondeu prontamente. — Só quero encontrar o caminho de volta para casa.
— Então eu te levo em casa. — Dake segurou a mão de Natsumin com as duas mães e a menina apertou o gatinho no colo com a mão livre. — Mas terá de me prometer que tomará banho de mar comigo. Hoje.
— Eu não quero tomar banho de mar com você. — Natsumin pronunciou, soltando-se das mãos de Dake. — Não entende a minha língua?
— Posso entender se me deixar experimentar. — Dake avançou, puxando a menina pela cintura e rapidamente implantando os lábios nos dela, abrindo-os, para força-la a abrir os dela. Com o susto, o gatinho pulou do colo de Natsumin.
— Idiota! — Natsumin empurrou-o para trás, levantando o joelho para acertar o rapaz. Quando seu joelho se impactou com o estômago dele, Dake contorceu-se, pondo os braços ao redor do estômago. O pior era que a rejeição fazia com que ele ficasse ainda mais atraído pela garota.
***
Castiel chegou ao local exatamente na hora em que Dake beijava Natsumin. O ruivo cerrou os punhos, sabendo que não poderia fazer nada demais. Ele andava apressado e domado pela fúria sobre aquela areia grossa, arrastando-a sob os pés, quando Natsumin acertou o joelho no estômago do cara loiro que antes, ela beijava. Apesar de ter aplaudido aquele golpe, não literalmente, Castiel não diminuiu sua fúria.
***
— Esse gato é meu. — Dake pronunciou, fazendo com que Natsumin parasse de correr atrás do pequeno felino. — Deixe-o fugir. Depois o encontro.
Natsumin não disse uma palavra. Não podia contrariá-lo, não tinha provas que negassem que o pequenino felino não pertencia à Dake. O loiro avançou em sua direção e ela andou mais rápido para a direção do mar. Pela mata ela não conseguiria encontrar o caminho de casa.
— Se tomar um banho de mar comigo, eu prometo que te dou o gatinho. — Dake fez a proposta, sorrindo ao ver Natsumin parar de andar. Talvez tivesse conseguido finalmente persuadi-la.
— Não pode me comprar. — Natsumin virou-se para trás, observando a figura de Dake à sua frente.
— Qual é, eu sei que gostou dele. — Dake piscou para ela. — É só um banho. Prometo que não tentarei nada de mais.
— Quero que me deixe em paz. — Natsumin disse, fria.
— Tenho certeza que uma garota linda como você iria aceitar meu pedido. — Dake insistiu, segurando Natsumin pelo braço.
— Me deixe em paz. — ela puxou o braço para si, afastando-se de Dake e voltando a andar.
— Não vou te deixar escapar. — Dake agarrou-a por trás, envolvendo-a em seus braços bronzeados.
— Me solta! — Natsumin tentava se livrar daqueles braços, mas ele prendia seus braços contra o corpo dele e suas pernas livres não serviriam para nada na posição em que se encontrava.
— Só te soltarei se concordar comigo. — Dake sussurrou no ouvido dela.
— Você é surdo por um acaso?
Dake virou o rosto para trás e Natsumin permaneceu imóvel. Suas órbitas azuis se arregalaram e a íris encolheu. Uma figura alta e forte surgiu dentre a mata, revelando aos poucos suas belas formas. Os olhos, eram negros como aquela noite e a voz rude era grossa e ligeiramente rouca. Dessa vez, ela podia ter certeza de quem era.


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Notas finais do capítulo

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